Nova York é com certeza uma cidade muito interessante, mas não é uma cidade exatamente bonita, à noite, principalmente, as centenas de becos e ruas sem saídas eram feias e pareciam comportar coisas ruins e a sensação de que a qualquer momento você pode ser assaltado. Nenhum dos quatro irmãos tartaruga chegou a sentir esse medo, cada um deles era com certeza mais capaz do que qualquer batedor de carteira que se esgueirava por aquela cidade.

Mas, naquele dia, as sombras não escondiam só batedores de carteira, elas também estavam cheias de criaturas malignas sem consciência cujo o único objetivo era fazer Raphael em vários pedacinhos, por isso é justificável sim que Raphael estivesse com medo. Medo? Medo de morrer mesmo... Todo mundo tem isso ás vezes e daquela vez ele também não admitiu.

Raphael estava correndo já fazia quase meia hora, não dava pra se esconder nem fugir para o esgoto, mas ele não tinha essa intensão. O plano era simples: “afasto essas coisas dos outros até aonde eu conseguir, depois destruo todos eles” era um plano simples e cheio de falhas. De repente uma das coisas esticou o que parecia um tentáculo sem ventosas e agarrou sua perna, ele caiu e a caixa voou alguns metros a sua frente

– Que droga! – ele gritou enquanto tentava se desvencilhar daquela coisa.

Mas nesses segundos outro monstro se dirigiu até a caixa e a engoliu, depois a cuspiu em pedaços tortos de metal e rugiu para Raphael.

– desculpe, não está comigo – ele falou sarcasticamente – mas eu tenho outra coisa para você! – ele terminou avançando sobre a criatura já com os sais nas mãos.

Todas as outras criaturas começaram a avançar, Raphael dava chutes altos e os jogava uns contra os outros, mas eles eram fortes, um, mais magro e rápido, acertou um soco no rosto de Raphael, ele caiu para trás, no chão ainda outro pulou para cima dele, em resposta ele esticou a perna fazendo seu inimigo passar por cima dele. Ele esticou a mão e pegou suas sais que haviam caído e percebeu que uma delas ela estava quebrada. Isso só fez sua raiva aumentar mais.

Talvez Raphael tivesse conseguido derrotar todas aquelas criaturas se o combate dependesse unicamente de força bruta, mas elas perceberam isso e decidiram agir de forma inteligente que não era a forma mais fácil para Raphael combater. Aos poucos eles foram cercando-o até que ele ficasse encurralado em um beco.

Três criaturas o atacaram de uma só vez, ele conseguiu cortar duas mas um acertou seu olho esquerdo, ele caiu para trás e machucou a cabeça em um pé da escada de incêndio do beco formado por casas residenciais. Logo em seguida outra veio e mordeu sua perna, ele suprimiu um grito e a chutou por reflexo tão fortemente que ela se desfez. A última, a maior e mais lenta começou a se aproximar. Raphael não estava mais enxergando direito, suas mãos tremiam, seu sangue escorria e sua visão ficou embaçada, mesmo assim ele não desviou o olhar, ele encarou aquela criatura humanoide com toda raiva que sentia. Ele ficou dizendo para seu corpo se levantar, mas este não o obedecia. A criatura começou a formar uma lança com a mão, Raphael começou a lembrar de seus irmãos e seu mestre, seria suficiente morrer ali sabendo que ele ajudou os outros a continuarem vivos....?

– “nem ferrando” - pensou Raphael se desviando da lança

Essa foi sua última e mais intensa resistência possível, mesmo assim a lança pegou de raspão no machucado que o pé da escada já havia formado, assim Raphael ouviu um barulho alto, depois um som constante de apito e...

... desmaiou.