Demigods in Hogwarts escrita por SeriesFanatic


Capítulo 30
O Labirinto de Dédalo




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A armadura era pesada, mas Percy sabia que se não a usasse, poderia se machucar feio. Luke e Zoë também usavam armaduras gregas completas e Octavian usava uma romana. O labirinto era a última prova. Quem tocasse na Taça Tribruxo primeiro ganhava o torneio. Havia quatro entradas e uma arquibancada imensa, todos os alunos das três escolas estavam ali. Até Grover e Quíron. A imprensa estava no local, assim como nas tarefas anteriores e no baile. Com exceção de Dionísio, todos os adultos estavam animados. Júpiter havia dito somente aos Campeões que o local escondia muitos perigos, como bicho-papão, esfinges, cães infernais e alguns dos fantasmas e Lares do castelo com armas que poderiam ou não serem letais. Os alunos de Hogwarts levantavam faixas para encorajar Luke E Percy, o que já era algo espetacular.

– Campeões, reúnam-se aqui. – Bóreas chamou. O trio de diretores estava junto e conversaram em particular com os quatro Campeões em frente à entrada do labirinto. – Há harpias no céu patrulhando, caso queiram desistir é só dispararem faíscas vermelhas com suas varinhas.

Os quatro concordaram com a cabeça. Os demais alunos das outras escolas sabiam disso. Júpiter já havia dado um discurso antes dos Campeões aparecerem.

– Esse labirinto foi projetado por Dédalo Chase. Creio que vocês sabem da fama de engenheiro maluco que ele tem. – disse Bóreas olhando para cada um no pequeno círculo. – Cada um de vocês já foi informado das criaturas que tem ai dentro. Elas foram colocadas para que vocês enfrentassem seus próprios medos. Para lutarem e provarem suas habilidades táticas.

– Peguem a taça se puderem. Não vale a pena arriscar uma perna ou um olho por mil dracmas. O dinheiro é grande, sim, de fato. Mas nada supera um trauma. – Júpiter disse severo.

Quione apenas encarava Zoë. Com um olhar mortífero no rosto. Íris saiu do labirinto e se posicionou perto do grupo.

– As pessoas mudam em situações como essa e Dédalo projetou esse labirinto para que suas emoções fossem elevadas ao máximo. Para que seus medos, seus defeitos e suas fraquezas viessem à tona. Por tanto, boa sorte e que os deuses os abençoem. – disse Júpiter, sério.

Cada um dos quatro foi para uma entrada. O último rosto que Percy viu antes da entrada se fechar foi o de Sally. Ela estava chorando e tentando parecer animada. Ele caminhou sozinho e sem nenhuma dificuldade pelos primeiros setenta minutos. Encontrou Narciso com uma espada tentando assustá-lo, mas ele era o fantasma mais fácil de lidar do castelo, bastava dizer que era bonito. Uma esfinge tentou matá-lo por três vezes, mas Contracorrente deu conta do recado. Ele fez um cão infernal voar para bem longe usando apenas um simples feitiço de levitação, não conseguia matar cães infernais, não depois de ter ficado amigo da Sra. O’Leary. Dédalo deve ter botado os cachorros lá de propósito, pois sabia que Percy não ia conseguir machucar nenhum animal que parecesse com sua cadela de estimação.

Uma vez ele viu Luke duelando com um o que parecia ser ele mesmo. Estranho era saber que o seu maior medo, no qual o bicho papão se transforma, é a própria pessoa. Percy deixou isso pra lá e continuou procurando. Óbvio que Luke era seu amigo, mas ele que enfrentasse os problemas de personalidade sozinho. Viu Octavian duelando contra Aquiles, mas o cara já estava morto, não podia machucar o calcanhar de novo. Zoë pareceu ser a única fora de problemas. Nas vezes que Percy a viu, ela estava impecavelmente limpa e bonita. Depois que derrotou o primeiro bicho papão, que assumiu a forma de Cronos e não de Annabeth, ele começou a ter uma noção melhor de tempo. Já haviam se passado, aproximadamente, sete horas, mas pareciam ter sido minutos. O Cronos que ele viu era uma mistura de Hades, Poseidon, Héstia, Zeus e Deméter e tinha uma cara de assassino pra Hannibal nenhum botar defeito. Então viu uma coisa estranha. Uma luz vermelha constante. Parecia uma coruja. Não tinha como ser alguém disparando faíscas. Ele havia acabado de passar pelo fracote dos quatro, Octavian havia acabado de transformar uma esfinge em pó.

– Octavian? – Percy chamou com a voz seca de sede. – Sou eu, Percy! Não quero te machucar!

Não houve resposta. A luz vermelha em forma de coruja continuava se aproximando.

– Zoë? Luke? – ele disse começando a ficar assustado. – Quem tá aí? Escuta aqui Páris, se isso for mais uma brincadeirinha de mau gosto, eu vou me vingar!

Páris era um dos fantasmas mais hilários da escola. Ele amava pregar peças nas pessoas. Só se acalmava quando sua esposa Elena aparecia e ela raramente aparecia. Ela era o contrário dos demais fantasmas da escola, quase nunca era vista e nunca falava com ninguém vivo. Os Lares tinham um interesse em particular em pregar peças nos alunos com descendência grega, já os demais fantasmas apenas ficavam falando de seus dias de glória e contando sobre a Primeira Guerra Bruxa. Era mais maçante que a aula de história.

– Perseu? Jasão? – ele levantou Contracorrente e guardou a varinha na cinta. – Não quero brigar... só quero dar o fora daqui.

Ele havia pensado em desistir da prova depois que topou com a primeira esfinge, mas não queria ser chamado de covarde pela escola inteira. Era melhor ficar lá, perambulando, até que um dos outros três encontrassem a Taça. Assim podia manter a fama de herói por ter salvado a vida de Octavian na segunda tarefa. A coruja vermelha continuou se aproximando, até ficar em cima da cabeça de Percy. Ele olhou para cima, tentando analisar o que tártaros era aquele troço, mas foi empurrado contra o chão e sentiu uma lâmina fina em seu pescoço. Tentou se livrar do que é que o estava atacando, mas seja o que fosse, era forte. Conseguiu imobilizá-lo em segundos.

– SOCORRO! – Percy gritou.

– Não adianta gritar peãozinho. Você irá despertar a senhora Gaia! – era a voz de Annabeth.

– Annabeth? Creem Zeus pai todo poderoso! Que susto, agora me solta! Perai, que história é essa de Gaia? – ele disse eufórico.

Ela tirou o boné e ficou visível. Também usava uma armadura grega completa. Só que os olhos haviam mudado de cor, ela estava sendo controlada pela maldição impérius. Por que é que Annabeth tinha que ser, além de mais alta, mais forte do que ele?

– Annabeth, sou eu, Percy! Me solta! – ele se debateu.

– Lamento peãozinho. Você até que é bonitinho, mas terá que ser sacrificado. – ela disse com uma voz maléfica.

– EI! – Zoë chamou e atirou uma flecha no ombro da loira, que saiu de cima de Percy e cambaleou sangrando. – Ela não deveria estar aqui.

– Está controlada. – Percy disse se levantando do chão. – As forças de Gaia estão controlando-a.

– Gaia? Você ficou maluco? – Zoë disse séria.

– Não. – ele olhou para a coruja brilhante vermelha. – Precisamos tirá-la desse labirinto. Agora.

– Ei vocês ai. – Luke disse indo em direção até eles, mancando. – Octavian achou a taça, mas precisamos de ajuda.

– Por quê? – disse Zoë.

– Ele foi ferido. Tem uma espada atravessada no abdômen e eu quebrei minha varinha. – Luke disse com o rosto cheio de sangue. – O que Annabeth está fazendo aqui?

– Maldição Impérious. – disse Percy.

– Você cuida da sua namorada, eu vou ajudar o garoto com raquitismo. – Zoë disse ofegante.

– Tá. Mas ela não é minha namorada. – Percy disse pegando o boné dos Yankess do chão.

Zoë revirou os olhos e seguiu Luke. Percy pode ouvir Octavian gemendo de dor há pouquíssimos metros. Quando ele se virou para olhar pra Annabeth, viu que as paredes de hera (a planta tá gente) do labirinto estavam pegando fogo. “A filha da sabedoria caminha solitária, por todo o caminho a Marca de Atena é incendiária” a profecia de Rachel soou na mente de Percy. Ele não gostava de voar, mas usou em si próprio um feitiço de levitação e conseguiu ver que todo o labirinto estava pegando fogo. Incendiária LITERALMENTE. A coruja vermelha neon soltava fogo em todas as direções. Parecia até o Leo Valdez numa prova. Annabeth pressionava o braço ferido pela flecha, mas não parecia estar mais sendo controlada.

– Percy? – ela chamou, confusa. – O que está acontecendo? Onde é que eu tô?

– No labirinto de Dédalo. – ele se abaixou para ficar cara-a-cara com ela. – Do que se lembra antes disso?

– Eu estava indo te ver, antes da terceira prova começar. Fui em direção ao salão comunal da Lufa-Lufa, mas Íris me abordou.

“O traidor não terá saída” a voz de Rachel ecoou na mente de Percy.

– O que se lembra depois disso? – ele disse ajudando-a a se levantar.

– Nada. Acordei aqui com uma flecha no ombro, Luke ferido e essa maldita coruja dando uma de Leo Valdez. – ela disse meio tonta.

– Zoë! – Percy chamou e ela logo apareceu. – Ela não está mais sendo controlada. Precisamos sair logo daqui, o labirinto está pegando fogo.

– Octavian está perdendo muito sangue também. Luke desmaiou e eu não sei o que fazer. – ela disse ajudando os dois a andarem até a Taça.

Colocada em cima de uma mesa de madeira, estava à belíssima Taça do Torneio Tribruxo; Octavian estava encostado na mesa, com uma espada de osso de Dakon em sua barriga, a cena dava ânsia de vômito. Luke estava desmaiado perto de uma das paredes. O rosto de Annabeth ficou verde.

– Quione me disse que a Taça é a chave de um portal. Na hora que o vencedor tocar, será transportado para a entrada. – Zoë disse indo até Luke e o puxando para a mesa.

– Então tocaremos juntos. Todos nós. Assim eles vão logo para a enfermaria. – disse Percy segurando Annabeth no colo, ele estava exausto e com fome, mas o braço dela sangrava mais que a barriga de Octavian.

– E o vencedor? – o magricela conseguiu dizer, cuspindo sangue.

– Não é hora para isso. – disse Zoë dando um murro na cara de Luke, acordando-o.

– Que? QUE FOI?! – Luke disse assustado.

– Ô Jason Grace, vamos embora daqui. – disse Percy.

Luke e Zoë conseguiram erguer Octavian, obviamente se melando de sangue, e os cinco tocaram na Taça Tribruxo. Realmente, era a chave de um portal. Mas não era à entrada do labirinto e ainda era dia. O lugar era inacreditavelmente familiar e o ar era meio seco. Ruínas de templos antigos no estilo jônico. Havia alguns Comensais da Morte em trajes marrom com o capuz na cabeça e o rosto abaixado. A Marca Negra (X) brilhava no céu na cor marrom. O fato de a cor marrom ser a preferida de Gaia irritava Percy. Ele amava essa cor. Não tanto como amava a cor azul, mas chocolate é marrom e ele amava chocolate. Havia um caldeirão imenso sendo aquecido por uma fogueira.

– Isso aqui não é Hogwarts. – Percy disse assustado.

– Não diga gênio. – disse Zoë.

– É Épiro. – disse Annabeth pressionando o ferimento no braço. – Estamos na Grécia.

– Grécia? – disse Luke. – Mas que tártaros...

– Olá, crianças. – disse Ares.

O pai de Clarisse era um dos Comensais da Morte. Ele era o único que não estava usando o capuz e carregava alguma coisa.

– Zoë, leve Octavian, Luke e Annabeth. Agora! – Percy disse sério.

– Não recebo ordens de homens. Muito menos de um fedelho. – ela disse ofendida.

Octavian urrou de dor. Luke se virou para ajudá-lo, mas não tinha muito que fazer. Os cinco estavam cercados por Comensais da Morte.

– Zoë, eles são Comensais da Morte. Irão tentar reviver Gaia. Dê o fora daqui. Voltem para a escola. Digam a Zeus o que está acontecendo! – Percy disse.

– Não vou deixar você aqui pra morrer. – disse Annabeth com dor na voz.

– Ah vai sim! Sem você, Gaia não poderá reviver. Vá e meu sacrifício não será em vão. – ele disse se lembrando das palavras de Rachel.

– Acho que não. – disse uma voz grossa.

Todos se viraram e viram um cara que mais parecia um urso. E ele tinha um irmão gêmeo tão monstruoso e felpudo como ele. Um deles segurava a Taça.

– Crianças, quero que conheçam os gêmeos Agrios e Oreios. A mãe deles gostava muito de animais. – Ares riu. – Agrios, pegue a menina.

– Qual delas? – disse o que não segurava a Taça.

– A loira. – disse Ares, sendo cuidadoso com o que segurava.

– E o que faremos com os outros três? – perguntou Agrios.

– Você disse que poderíamos brincar! – Oreios fez biquinho.

Ares revirou os olhos, claramente estava cansado dos gêmeos ursos.

– Pode brincar com eles, Oreios. – ele disse sem paciência.

Zoë se colocou de pé e preparou uma flecha, Luke tirou Modercostas da cinta e tentou se colocar em posição de defesa, mas estava muito ferido. Percy conseguiu lutar contra Agrios por uns minutos, mas o urso o jogou com força contra uma coluna quebrada e ele se machucou gravemente. Annabeth puxou a varinha e tentou se defender, mas estava muito machucada. Luke não conseguia lutar e Zoë estava tentando impedir que Octavian fosse morto. Agrios pegou Annabeth, a imobilizou, a levou até o caldeirão, a entregou a um dos Comensais e foi “brincar” junto com o irmão. Zoë não tinha mais forças ou flechas. Oreios a empurrou para o mesmo lugar em que Percy havia se machucado e segurou Octavian, com um sorriso maníaco no rosto. Agrios segurou no cabo da espada que atravessava o abdômen do menino e girou, matando-o na hora.

– NÃO! – Luke gritou.

“Os gêmeos ceifaram do Profeta a vida” a voz de Rachel ecoou na mente de Percy. Octavian estava longe de ser um Profeta, até onde Percy sabia. E mesmo ele sendo insuportável, não merecia morrer.

– Precisamos de um plano. – Zoë sussurrou com a cabeça sangrando.

– Eles não podem tocar em Annabeth... – ele disse tonto.

– Desistiria de sua vida por ela? – Zoë estranhou.

– Ela é minha amiga. – ele disse se remexendo todo machucado.

Ela não disse nada. Apenas o fitou.

– Chega de brincar. – Ares ordenou. – Peguem o menino.

– Qual menino? – os gêmeos perguntaram.

– Com toda certeza o que vocês não mataram, seus imbecis. – Ares disse irritado. – Peguem o garoto de cabelos negros com a mecha cinza.

Os ursos deram um sorriso maléfico e foram pegar Percy nas ruínas, mas Zoë conseguiu petrifica-los usando a varinha do rapaz. Só que os Comensais da Morte conseguiram pegar ela e Luke. Um dos encapuzados era Quione, o que fez Zoë quase quebrar os braços tentando se soltar dos Comensais para ir matá-la. Percy até tentou lutar contra ela, mas havia se machucado feio.

– O sangue de seu inimigo será sua força. A carne do seu inimigo será sua vitória. Os ossos do seu inimigo serão sua conquista. – Ares disse em grego antigo. – Renasça minha senhora. Saia das sombras, volte para o mundo. Volte para purificar nossa raça. Recupere o corpo que um dia foi seu!

Quione fez uma espada de gelo aparecer e deu uma gargalhada na hora que Ares jogou o que quer que fosse dentro do caldeirão.

– Esperei muito tempo para fazer isso, seu garoto insolente! – ela disse no ouvido de Percy.

– Annabeth... eu... te... am... – ele disse tentando se livrar da imobilização.

– Não é hora pra isso Percy! – ela disse fraca.

– Talvez não haja outra hora! – ele disse.

– Mate-os. – Ares disse perverso.

Quione enfiou a espada no estômago dos dois e os jogou no caldeirão. Não havia água nem nada dentro do recipiente, apenas um pouco de terra. Os dois bruxos se contorciam de dor. Quanto mais sangue saia do corpo, mais a quantidade de terra aumentava, até que eles estavam quase morrendo soterrados. Antes de perder a consciência, Annabeth ouviu um latido familiar. Depois sentiu que estava caindo. Ouviu barulho de espadas e de feitiços. Ouviu Zoë chamando o nome dela feito uma doida. Viu a figura horrenda de seus sonhos matando Quione. Viu Dédalo duelar com Ares e ouviu muito choro. Então apagou de vez. Acordou na enfermaria da escola. Havia ataduras em sua barriga e em seu braço, ela se sentia tonta.

– Boa tarde, senhorita Chase. – o doutor Yew sorriu. – Você nos deu um susto muito grande.

– Onde está o Percy? Cadê o Luke? Zoë? – ela disse agitada.

– Calma, eles estão bem. – o médico disse sorrindo.

– O que... o que aconteceu? – ela perguntou zonza.

– Annie! – Malcolm gritou na porta da enfermaria e correu até ela. – Pelos deuses! Você nos assustou!

– Malcolm. – ela disse feliz em ver o irmão. – O que aconteceu?

– Você precisa descansar senhorita Chase. – disse Michael Yew. – Por que não volta para a sala comunal, Malcolm?

– Está tudo bem Mike. – disse Dédalo aparecendo na porta. Ele andou até a irmã e deu um beijo na testa dela. – Como você se sente corujinha?

– Como se tivesse sido triturada. – ela disse. – Alguém quer me contar o que aconteceu? Onde é que tá o Percy?

– Malcolm, mande uma mensagem de Íris para os nossos pais, ok? Diga a eles que Annie acordou. – Dédalo forçou um sorriso.

Malcolm beijou a mão de Annabeth e saiu da enfermaria. O doutor Yew colocou um copo com néctar na mesa de cabeceira dela. Dédalo sentou na cadeira do acompanhante, segurando a mão da irmã.

– A Sra. O’Leary sentiu algo estanho. Eu montei nela e quando vi, não estava mais em Atenas e sim em Épiro. Haviam dois usos humanoides petrificados. Um garoto loiro magricelo morto no chão. Quione ia matar Luke e Zoë e você e Percy estavam dentro de um caldeirão enquanto Ares dava uma risada sinistra. – ele disse sério.

– O que aconteceu? – ela perguntou preocupada.

– O sangue que foi derramado, seu e de Percy, foi capaz de trazer Gaia de volta. Ela não está 100% porque teria que ser todo o sangue seu e de Percy. Mas ela está viva. – ele disse sério.

– A profecia. – ela disse com a garganta seca. – Na noite anterior a terceira tarefa... uma garota ruiva apareceu para mim e disse uma profecia.

– Qual era a profecia?

– Disse que eu seguiria sozinha e a Marca de Atena queimaria o caminho. Que os gêmeos matariam o Profeta. Que um traidor não teria saída... que o meu sangue e o sangue de Percy traria o mal de volta e que alguém fiel a Gaia seria morto por ela. Dédalo... por favor, conte-me o que aconteceu!

– Quando a Sra. O’Leary e eu chegamos ao local, ela voou em cima dos Comensais da Morte e salvou Luke e Zoë. Eu lutei contra Quione e Ares, enquanto não conseguíamos salvar vocês do caldeirão. Após eu quase matar Ares, ele fugiu, mas Gaia já havia ganhado um novo corpo. Nós conseguimos tirar vocês do caldeirão e voltar para Hogwarts com o cadáver do Octavian... – ele disse desviando o olhar.

– Se todo mundo está salvo então porque ninguém me olha nos olhos? – ela perguntou começando a ficar com raiva.

– Por que Gaia voltou Annie! Ela pode não ter tido tudo o que queria, como todo seu sangue, seus ossos e sua carne, mas o sangue que foi derramado foi o suficiente para que ela voltasse. O Ministério está uma loucura. Até o primeiro ministro trouxa foi avisado.

– Se Gaia não teve todo o sangue e outras partes do corpo que ela queria, então...

– Uma das etapas para trazê-la de volta era um assassinato. Ela tinha que matar alguém que sempre foi fiel.

– Quione.

– Sim.

– E o traidor...? A menina do meu sonho mencionou um traidor. Disse que ele não tinha saída.

– Quando voltamos para Hogwarts, todos caíram em desespero. Não só pela notícia da volta de Gaia, mas pela morte de Octavian. Quando Fleecy viu que vocês haviam sobrevivido, ela tentou matá-los.

– Fleecy? A repórter?

– Bem, não a repórter. A verdadeira Fleecy estava presa na casa da falsa Fleecy. Um dos Comensais da Morte a mantinha presa por causa dos fios de cabelo.

– Poção polissuco.

– É. Os seguidores de Gaia utilizaram-se do fato de que um deles estava disfarçado de jornalista para atacar o Ministério e os Olympus pela impressa. Jogar o povo contra os mocinhos. E quase deu certo.

– O que você tá escondendo Dédalo?

– Nada.

– Eu te conheço e não é de hoje. Fale.

Dédalo olhou para o céu alaranjado.

– Quando Dionísio me pediu para criar o labirinto, ele disse que queria que os Campeões enfrentassem seus medos. Os Comensais da Morte enfraqueceram os desafios do labirinto, por isso que pareceu fácil demais. Tudo isso para que você pudesse andar por ele seguindo uma luz brilhante em segurança. Íris contou que estava conversando com você sobre seu dever de casa quando a falsa Fleecy pediu que para te entrevistar, Íris deixou vocês sozinhas e foi ai que lançou a maldição Impérious em você. Plutão fez à falsa Fleecy tomar o soro da verdade. Ela disse que você resistiu muito à maldição, mais até do que muitos heróis do Mundo Bruxo. Mas no fim, você conseguiu ser controlada.

– O que é a Marca de Atena? O que isso tem haver com Gaia?

– A falsa Fleecy disse que não conseguiu te controlar por completo, pois você é muito poderosa. Então ela fez uma coruja vermelha aparecer e te disse que mamãe estava em perigo, assim você seguiu a marca que a levaria até Atena, para que você a resgatasse. Como você conseguiu resistir à maldição, na hora que a flecha de Zoë te machucou, o feitiço foi quebrado. Pois a dor te ajudou a ter mais força ainda para combater o controle mental. Pelo que Zoë contou, você só atacou Percy porque achou que ele era um monstro e estava te impedindo de salvar nossa mãe. Quando falsa Fleecy notou que não tinha mais o seu controle, ela fez a coruja vermelha tocar fogo no labirinto para que vocês corressem logo para a Taça e fossem para Épiro.

– Então... eu estava sendo controlada para pegar Percy e o levar até Épiro?

– Sim. Mas não deu certo porque os Comensais da Morte não contavam com Luke e Zoë. Você, quando controlada, colocou o boné e seguiu a marca. – ele tirou o boné dos Yankees do bolso das vestes verdes e a entregou. – Todos nós ficamos muito preocupados.

– Por quanto tempo eu apaguei?

– Três dias.

– Três dias inteiros? Daqui a pouco vão dizer que eu estou fazendo cosplay do Jason!

Dédalo deu um leve riso.

– Você perdeu muito sangue, maninha. Não tenha vergonha disso. O doutor Yew disse que você demoraria acordar. Ninguém que perde uma quantidade grande daquela de sangue poderia acordar logo.

Ela se sentou com dificuldade, o lugar onde a espada de gelo de Quione havia lhe perfurado ainda doía. Então a profecia da garota ruiva lhe veio à mente. A menina havia dito que o do sangue do cavalo e da coruja faria com que o mal retornasse, mas hora nenhuma mencionou que eles morreriam. Um alívio inundou o corpo de Annabeth. Ela até entendeu por que a chamariam de coruja, afinal esse era seu patrono e seu animal favorito. Mas porque Percy era o cavalo? Cada pessoa pode ter um patrono diferente, mas não era possível que não houvesse umas duas ou três pessoas no mundo inteiro com o mesmo patrono. Por que ela e Percy?

– Mamãe e papai entraram em pânico quando eu contei o que aconteceu. Depois do “funeral” e do discurso de Júpiter sobre amizade e relações internacionais no Mundo da Magia, que eu achei bem legal, eles aparataram de volta pra casa. Disseram que só queriam voltar quando você acordasse.

– Deixe-me adivinhar, eles tem muito trabalho para fazer. – ela disse com um nó na garganta, estava acostumada a ser ignorada pelos pais.

– É. Tem sim. Mas a mamãe não parou de chorar, Annie. Eu nunca a vi dessa forma. Nem mesmo quando eu fui inocentado.

– Ela não chorou quando você foi inocentado porque a culpa e o ego a impediram. – Annabeth rebateu.

– Verdade. – ele conseguiu rir. – Agora descansa tá. Você precisa se cuidar para não precisar de outra transfusão de sangue.

– Transfusão de sangue?

– Mamãe que doou. Você realmente perdeu muito sangue. – ele beijou a testa dela e apontou para o copo com néctar. – Vou avisar a tia Minerva que você estar melhor.

– Tem como pedir pro Percy vir aqui? Quero falar com ele.

– Você precisa descansar Annabeth.

– Eu sei, mas é que... eu preciso falar com ele.

Dédalo desviou de novo o olhar.

– Ele tá vivo né?! – ela exclamou preocupada.

– Tá. Só que...

– Só que o que? – disse irritada.

– Não sabemos onde ele está. Vocês foram trazidos para a enfermaria e no dia seguinte ele sumiu. Há vários Aurores tentando achá-lo, mas...

– Mas O QUE?! – ela disse com o coração apertado.

Dédalo respirou fundo. Ele não queria manter segredo da irmã, mesmo que Frederick e Atena estivessem certos em pedir que ela descansasse primeiro para depois saber da verdade. Mesmo sentindo-se culpado, ele disse:

– Íris acha que ele foi sequestrado por Gaia para que o processo seja finalizado. O que resta do sangue dele, mais carne e ossos... ela vai estar nova em folha, mesmo sem ter te matado. – ele disse com compaixão.


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Notas finais do capítulo

MUAHAHAHAHAHAHAHAHA