Uma Noite com Você escrita por Anny Taisho


Capítulo 1
Capítulo Único




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Uma noite com você...


Acordar sozinho, mas com resquícios de que alguém estivera ali...


Quem era essa?


E o mais importante, porque fora embora?


 


Capitulo Único


O barulho dos trovões e da água que caia do lado de fora da casa, acordou o homem que dormia na cama afundado no colchão e coberto pelos lençóis brancos.


A luz incomodava sua visão e por isso voltou a fechar os olhos. Uma dor de cabeça dos infernos estava deixando-o com vontade de gritar.


Um cheiro doce invadiu suas narinas ao rolar pela cama na tentativa de acabar com a dor, mas a cama estava vazia, mais desarrumada do que deveria para uma cama que só teve um usuário, mas vazia.


Não levou isso a serio, devia ser o perfume de alguma de suas amigas que estiveram ali alguns dias antes. Sentou-se na cama com as pernas ainda cobertas e analisou o quarto.


Arrumado.


Arrumado demais para seu gosto e memória.


A farda estava impecavelmente dobrada sobre uma poltrona que havia no quarto e os sapatos no chão, estavam aliados com o pé do pequeno sofá.


Tudo de uma maneira que jamais arrumou nem quando sóbrio, era, no mínimo, curioso.


Também ignorou, levantou-se e constatou que usava apenas seu samba-canção.


Foi para o banheiro e tomou um banho frio para tentar fazer a cabeça parar de latejar, assim que saiu escovou os dentes e pelo barulho do estômago viu que já passava da hora de comer.


Vestiu uma calça preta e foi descalço mesmo atrás de algo comestível, parecia que tinha feito uma série de exercícios tamanha sua fome.


Pegou um copo de leite grande e sentou-se em uma das cadeiras da cozinha, essa que fora virada para o lado da pia onde havia uma janela, assim podendo observar a chuva.


Mas algo lhe chamou atenção, a pia parecia ter sido usada, apesar de não apresentar água escorrendo. Caminhou até a pia e ao passar mão percebeu que estava úmida.


Agora aquilo estava ficando intrigante, alguém estivera ali com ele. Tentava se lembrar, mas nada aparecia em sua mente.


Sua última lembrança nítida e perfeita era composta por estar bebendo no sofá ouvindo boa música, lembrava levemente do barulho da música, não sabendo distinguir se havia outra voz, não cantante, que falasse com ele.


Abriu o armário e viu um copo de usado para beber Whisky semi-enxugado e cuidadosamente alinhado numa linha imaginária que os outros copos não seguiam.


Muito estranho.


Caminhou para sala, se esteve com alguém, deveria ter algum resquício.


O sofá de couro estava como deveria estar e as estantes também. Já na mesinha no centro, encontrava-se uma garrafa de Whisky e um copo que deduziu ser o que usou na noite anterior.


Quem quer que esteve ali, não queria ser lembrada. E tinha uma mania irritante de ordem. Percebeu que as almofadas do sofá estavam alinhadas em uma ordem simétrica.


Novamente fechou os olhos a procura de uma resposta que não veio.


- Kuso!


Voltou para o quarto e se jogou na cama de frente.


O perfume não era conhecido, mas era muito bom.


Não podia ser de Giovanna, o dela era mais forte.


Já o de Karina, era suava demais, não chegaria a empestar daquela maneira a roupa de cama.


Talvez o de Lucila... Kameron... Talvez Joahna?


Não!


Era muito bom para lembrar esse tipo de coisa!


Aquele perfume era de uma dama com a qual nunca esteve antes... Apesar de que não lhe era estranho.


Apesar de qualquer uma poder usar aquele perfume, aquele cheiro era uma combinação de fragrância e cheiro próprio.


Cada perfume reage de uma maneira diferente a pele na qual é colocado e aquele formava uma combinação perfeita com quer que fosse a dona.


- Vamos... Onde eu já senti esse cheiro?


Ficou mais alguns minutos ali antes de ter aquela idéia brilhante.


O porteiro!!


O porteiro tinha que ter visto a moça.


Levantou-se rapidamente, o que causou uma pequena vertigem devido a ressaca, vestiu uma camisa qualquer e foi para a portaria, com sorte, o porteiro seria o mesmo da madrugada.


- Bom dia, Roy-san.


- Bom dia, Wiil, era você que estava na portaria ontem a noite?


- Depende da hora.


- A que eu cheguei.


- Era eu sim, estava quase no fim do meu turno, devia ser umas nove horas.


- Hn. E por acaso você notou quem era a dama que me acompanhava?


- O senhor chegou acompanhado, mas não vi quem era. Ela estava do seu lado esquerdo e o braço do senhor estava sobre os ombros dela.


Bom salientar que do ponto de vista do porteiro, ele via o lado direito do moreno ou quem quer que fosse.


- Não deu para ver nada?


- O senhor parecia levemente bêbado e ela o ajudando, mas vocês dois riam.


- Não deu para ver se era bonita?


- Não, ela estava com um casacão preto e como seu braço estava nos ombros dela, o rosto estava apoiado em seu tronco.


- Nada?


- Devia ter um e sessenta e era loira.


- Obrigado... E...


- Não, eu cheguei as dez, mas o Antony, o porteiro da madrugada, disse que hoje lá para as oito uma moça interfonou do apartamento do senhor e pediu um taxi.


- Ele a viu?


- Na verdade só as costas dela, ele estava atendendo o telefone e quando se virou a viu saindo. Segundo ela, estava com pressa.


- Obrigado, Will.


- De nada.


Roy volta desanimado para seu apartamento. Havia ficado curioso sobre a identidade da dama e isso podia afirmar, já que o porteiro disse que fora uma dama que interfonou.


E isso foi um alivio, essa história de beber um pouco além da conta podia ter horrendas conseqüências.


- Será que eu e ela...


Roy se deita no sofá e começa a tentar lembrar. Mas a única coisa de que se lembrou foi de ter ficado após o expediente e bebido alguma coisa lá, sozinho.


Era até curioso, tantas senhoritas fariam loucuras para ter uma noite com ele e espalhar isso, no entanto essa, parecia querer o contrário.


Se é que fizeram alguma coisa, já que ao que parecia e a dor de cabeça indicava havia bebido muito e ela poderia ter apenas ajudado e acabado por dormir ali por causa da chuva que estava forte desde a tarde do dia anterior.


- O quarto de hospedes!


Correu até lá, mas esse estava em ordem e não havia aquele cheiro na cama, teria ela dormido na mesma cama que ele?


Muito intrigado, voltou ao sofá, mas dessa vez, notou uma coisa enfiada no vão entre o assento e o encosto do sofá.


Um liga preta.


Qualquer idéia de não ter feito nada com a dama se esvaiu e curiosidade só aumentou. Por que foi embora daquela maneira?


Pelo menos ela não poderia cobrar uma ligação, não sabia quem era ela.


- Tomara que tenha sido bom.


Um sorriso safado formou-se nos lábios do moreno que fechou os olhos. Era domingo, o céu estava desabando, a única coisa a fazer era dormir.


Diga-se que era a única e mais sensata.


Adormeceu logo e logo começou a sonhar.


A chuva caia do lado de fora do quartel e ele estava sozinho na sala com um copo de algo alcoólico.


- Ainda aqui, general?


- Sim, mas e você? Não está meio tarde?


- Estava em casa, mas lembrei que esqueci meu celular.


A moça, cujo rosto não era nítido, se senta em uma das mesas.


- Bebe uma dose comigo?


- Não obrigada.


Ela permanecia olhando-o, mas a imagem do rosto não aparecia.


- Vamos, só uma dose, não me faça essa desfeita.


- Ok, mas só uma dose.


- Uma.


No entanto essa dose rendeu muito mais, uma garrafa fora esvaziada e a conversa fluía muito bem.


- Acho melhor eu ir embora... A chuva já parou um pouco.


- Eu também...


Estava com a fala mais mole, o álcool já fazia seu efeito, nele pelo menos, o andar dela continuava preciso.


- Melhor eu ajudá-lo a chegar em casa.


- Será um prazer ir para casa tão bem acompanhado.


- Não seja baka, só não quero que morra, me sentiria culpada.


- Mas você também bebeu, querida.


- Mas eu não estou cambaleando.


- Você venceu.


Ela dirigiu o mais firme possível e ao chegarem ao prédio, convenceu-a subir. Passou o braço em volta dos ombros dela e entraram no prédio conversando e rindo.


Trim trim


- Oh!


Roy dá um pulo.


- Droga! Foi isso o que aconteceu... Mas quem era?


Trim trim


- Mochi mochi.


Ligação on


- General?


- Capitã?


- Sim.


- Aconteceu alguma coisa?


- Não, é que eu fui... Ao quartel hoje cedo e comentaram que o senhor saiu de lá meio bêbado.


- Estou bem, alguma alma boa me trouxe até em casa.


- Oh, então desculpe por incomodar, fiquei preocupada.


- Não foi nada. Mas não comentaram com quem eu sai de lá?


A respiração dela que parecia apreensiva acalmou-se de súbito.


- Não, na verdade disseram que o viram sair sozinho. Tchau.


Ligação off


Aquilo fora estranho, muito estranho.


Não só Riza ter ligado, mas como terem falado para ele que ele saiu de lá bêbado.


Seria comum, caso algum dos guardas tivesse ido ajudá-lo, mas até onde lembrava, como a chuva estava muito forte, os guardas estavam na salinha da segurança...


Ninguém havia visto, se analisado por esse ângulo.


- Nossa! Estou ficando paranóico!


Roy foi até a cozinha, pegou uma lasanha que estava no congelador e a colocou no microondas.


- Foi só uma noite e eu nem me lembro, por que estou tão curioso?


Antes da lasanha ficar pronta, o moreno pegou na geladeira uma garrafa de cerveja e passou a beber no bico mesmo.


- Acho que isso não vai melhorar minha ressaca... – ele olhou a garrafa – Mas que se dane, minha cabeça vai continuar doendo do mesmo jeito.


O microondas apita, ele pega a travessa e se senta a mesa.


- Será que é algumas das secretárias?


Depois de comer e beber mais duas garrafas de cerveja, o moreno vai até a sala, pega um dos livros de alquimia e vai estudar.


Ficar á toa não adiantaria muita coisa.


Tinha que tirar sua cabeça daquele assunto, havia sido só mais uma noite com uma mulher. A diferença é que não sabia o nome e muito menos a cara da dita cuja.


Ficou algumas horas na frente dos livros e por fim se jogou na cama. Nunca um domingo fora tão chato. Aquela chuva que não parava de cair e a maldita curiosidade.


Talvez um banho quente.


Jogou a camisa em um canto qualquer, gesto repetido com a calça e a samba-canção.


A água estava de morna para quente, excelente para relaxar aos músculos e fazer a mente parar de pensar em coisas inúteis.


Saiu de debaixo do chuveiro e parou a frente do espelho, vendo uma coisa que não havia reparado antes: Uma marca de mordida no ombro esquerdo.


- Selvagem.


O moreno sorriu, gostava de mulheres com atitude.


Novamente deixou o corpo caiu sobre a cama, aquele cheiro era tão agradável, cogitava até a idéia de repetir a dose, apesar de não gostar de dormir duas noites seguidas com a mesma mulher, dava uma impressão de compromisso.


Mas aquele cheiro era tão gostoso, doce na medida certa, delicado, instigante...


- Quem é você?


Roy rolou mais um pouco na cama antes de dormir de novo, agradecia muito ter uma facilidade enorme para dormir, bastava estar entediado...


A música de fundo era agradável e animada, bebiam com vontade o Whisky  enquanto conversavam sobre banalidades.


A maneira com que a moça gesticulava com as mãos, passava as mãos nos cabelos loiros ajeitando-os atrás da orelha era hipnotizante.


Os lábios rosados e carnudos formavam um contraste com a pele clara e delicada, eram extremamente sedutores.


- Vamos, fale! Nunca me deu um maralzinho... O que te deu agora? Bateu a cabeça na mesa?


Os dois riram com o comentário.


- E quem disse que eu nunca te dei moral?


- Você só me dá fora!


- Bem, talvez eu seja uma boa atriz, não podia sair por ai como as tietes que te seguem...


Ela deitou no sofá com a cabeça sobre o braço desse.


- Nossa! Se eu soubesse disso antes já teria te convencido a beber comigo...


Roy deita o tronco sobre a loira.


- Cuidado! Olha a ousadia!


- Eu não consigo mais resistir... Eu quero te dar um beijo!


- Se quisesse tanto um beijo já teria roubado um a essa altura do campeonato.


- Mas eu não quero um beijo roubado, eu quero um beijo dado.


- Não seja atrevido!


- Vamos! Um beijo...


- Não sei...


Ela empurra o moreno para trás.


- O que um beijo pode fazer?


- Nunca te falaram que quanto mais se beija, mais se quer beijar?


- E isso é ruim?


- Quando se está beijando Roy Mustang sim, pois uma coisa leva a outra.


- Que juízo faz de mim... Eu jamais faria alguma coisa que você não quisesse.


- O problema é que eu posso querer.


Agora quem estava deitado era ele e ela estava subindo sobre seu tronco como uma felina. Se ela continuasse naquele ritmo, ele iria roubar aquele beijo e muito mais.


- Não brinca assim comigo...


- Mas eu adoro brincar!


Ela começou a passar o nariz no pescoço dele e ia subindo para o rosto, os lábios estavam frios devido ao gelo que estava no Whisky que bebiam...


- Se eu te beijar sei que não vou querer parar...


Ela passou a morder o queixo angular do moreno, descendo as mordidas para o pescoço dele. E como esperava, sentia o corpo abaixo do seu se arrepiando.


Ela era demais, nunca uma mulher conseguiu prender tanto seu interesse com um joguinho de palavras e atrevimentos. Fora aquele perfume que adorava...


Não agüentou mais, enfiou as mãos nas madeixas loiras puxando a cabeça da loira.


- Sempre pensei que eu não te atraia, por que agora?


- Porque eu não agüento mais resistir e também pela quantidade que bebemos, se você acordar sozinho amanhã, nem vai lembrar do meu rosto.


- Está querendo me usar?


- Nós dois sabemos que o que acontecer aqui vai ficar sepultado aqui, não vai existir uma continuação.


- Nunca se sabe...


- Eu sei. O que acontecer aqui, vai ficar aqui!


Ela finalmente lhe deu o beijo que a tantos anos queria e ele era tão bom quanto sempre achou que seria.


Roy acorda sobressaltado. Havia se lembrado de tudo. Sabia com quem estivera na noite anterior e sabia muito bem o que haviam feito.


Kami-sama! Como pôde ser tão idiota?


O perfume não era normal em sua cama, mas também não era desconhecido. Na verdade, era mesmo desde de que ela tinha quinze anos.


- Riza!


Quantas noites de sono perdera pensando em como seria tê-la para si e quantas mais pensando em por que não era atraente perante aos olhos vermelhos.


Respeitava Riza, mas não conseguia acabar com aquele desejo inato que tinha por ela desde a adolescência.


Finalmente a teve nos braços, por horas, sem preocupações, no sofá... E só depois ali naquela cama onde agora o cheiro dela estava impregnado.


- Riza...


O que fazer agora era o problema.


Se não tocasse mais no assunto, ela também não tocaria, mas será que era isso mesmo o que queria?


As lembranças agora em vividas, queria mesmo abrir mão daqueles beijos que pareciam marcar com fogo os lugares que passavam?


Estaria pronto para ser homem de uma mulher só?


Pois para tê-la de novo, teria de ser só para ela, assim como a quereria só para si.


- É isso que eu quero? Ou é só desejo?


Desejo é impessoal e aquilo que sentia era só por ela, não podia ser só isso.


Paixão, sentia sim seu sangue ferver, mas aquela coisa avassaladora e cega acontecera na adolescência.


O que sentia então?


Amor?


Seria possível sentir isso a essa altura do campeonato?


Tentar não era pecado e como queria estar mais com ela. Conhecer suas manias, ou no caso, relembrar as manias que já conhecia da época que moravam juntos quando era apenas um pupilo do pai dela.


- Eu vou tentar!


Sem pensar muito, Roy se levanta e corre para o guarda-roupa, retira uma calça jeans escura, uma camisa pólo azul escura com listras horizontais vermelhas e um sapatenis.


Volta ao banheiro onde dá uma ajeitada no cabelo e passa seu perfume, se a memória não lhe falhava, ela dissera que adorava aquele perfume que usava.


Passou pela sala, pegou as chaves de casa e desceu as escadas, estava sem paciência para esperar o elevador.


Ao sair, constatou que a chuva agora, era apenas uma leve garoa. Iria andando mesmo, o apartamento de Riza ficava apenas a seis quarteirões dali.


E como foram longos aqueles minutos até avistar o prédio, ainda não sabia bem o que iria falar para ela, mas na hora ia ter que sair.


- A Riza-san foi correr no parque aqui perto.


- Já faz tempo que ela saiu?


- Uma hora mais ou menos.


- Como eu chego nesse parque?


- Siga duas esquinas reto e vire a esquerda na terceira, vá em frente que chegará ao parque.


- Obrigado!


Sem pensar muito Roy segue o caminho indicado pelo porteiro, chegando ao parque, que era realmente um lugar muito agradável.


Um bom lugar para correr, caminhar ou mesmo ficar sentado olhando o movimento.


A grama ainda estava molhada devido a chuva e por isso, Roy quase cai sentado. Onde estaria Riza?


Aquele lugar era enorme!!!


Começou a caminhar para perto do lago, dali teria um vista melhor do lugar e qual não foi sua surpresa ao ver, sentada perto da beira do lago uma bela moça de cabelos loiros, uma calça de ginástica rosa bebê, regata branca e um casaco por cima da mesma cor da calça que estava caído no ombro esquerdo.


Aproximou-se com cuidado e percebeu que ela ouvia música em um aparelhinho eletrônico que estava do lado esquerdo dela.


- Tomara que seja em mim que esteja pensando.


Foi o que disse ao puxar o fone do lado esquerdo dela fazendo-a dar um pulo e colocar uma mão sobre o coração.


- Roy?


- Eu mesmo, posso sentar?


Ele se sentou antes que ela pudesse responder.


- Correndo um pouco?


- Tenho que manter um condicionamento físico, mas e você? Não está com cara de quem veio correr.


Ela o olha de cima a baixo.


- Não sou muito fã de corridas, prefiro futebol.


- Hn.


Ela voltou a olhar o rio.


- Parou aqui faz tempo?


- Não, deve ter uns quinze minutos, estava pensando um pouco na minha vida.


Ela não tirava o olhar do lago.


- E a que conclusão chegou?


- Que eu não devo beber demais quando não estou sozinha. Eu falo demais.


Ela estaria arrependida?


- Pois eu acho que você deveria fazer isso mais vezes, desabafar é bom.


- Iie. Isso pode causar muitos problemas.


- Se arrependeu?


Não agüentou, teve de perguntar.


- Nunca me arrependo das coisas que faço. Prefiro fazê-las a depois lamentar por não ter feito.


- Mas não pretende repetir.


- Errar é humano, persistir no erro é burrice.


- Eu não acho que foi errado.


- Olha... – ela finalmente voltou a olhar para ele – Vamos esquecer o que aconteceu ontem, vai ser muito melhor e vai evitar muitos problemas.


Ela se levanta e estende a mão para ele.


- Amigos?


Ele segura a mão dela.


- Mas e se eu não quiser esquecer?


- Vai ter, porque eu vou.


Ela solta a mão da dele e lhe dá as costas. Não estava muito a fim de conversa.


- O que foi? O que aconteceu com tudo o que você disse ontem?


- Simples. Não deveria ter sido dito.


Ela caminhava a frente dele que tentava alcançá-la.


- Por quê?


- Não daria certo. Assim evitamos posteriores magoas.


- Você sempre age assim?


- Não. Só quando se trata de você.


Ela já havia conseguido alcançá-la.


- Por quê?


Ela para de caminhar e olha para ele, não sabia se devia dizer, mas aquilo estava entalado em sua garganta a anos.


- Eu te amo. Se não der certo com qualquer outra pessoa, não vai fazer muita diferença, mas se não der certo com você, eu sei que vou sofrer demais. Satisfeito?


Ela volta a caminhar.


E ele fica parado em choque, não esperava que ela dissesse isso.


O que não tirou seu prazer em ouvir tais palavras ditas com todas as letras por ela.


- Espera!


Ela já estava a uma considerável distancia.


Pensando seriamente em ignorar o moreno, mas não o fez, parou e esperou que ele a alcançasse.


- O que foi? O Black está sozinho.


- Você não quer saber o que eu tenho a dizer a respeito desse assunto?


- Não. Se quisesse saber teria perguntado ontem. Acabou?


- Não. Porque eu quero falar.


Ela rola os olhos e suspira.


- Fale.


- Eu também te amo.


Roy viu um olhar de incredulidade lhe ser lançado.


- E para quantas mulheres você já disse isso? – ela não espera Roy responder – Não responda, eu não quero ouvir.


Cabeça dura!


Muito cabeça dura!


Essa era Riza Hawkeye...


Mas  o que ela não sabia era aquela frase nunca foram ditas para mulher nenhuma além dela.


- Nunca disse isso para mulher nenhuma!


A loira que já dado alguns passos parou de súbito.


As palavras dele ecoaram por sua mente...


Seria mesmo verdade ou apenas conversa?


- O que?


- Eu nunca disse isso para outra mulher.


-


-


Novamente a chuva acordou o moreno.


O vento assoviava e os trovões cortavam o céu com seu barulho assombroso.


No entanto dessa vez não estava com dor de cabeça e se lembrava perfeitamente da noite anterior e não só da noite como da tarde.


Aquele mesmo perfume do dia anterior estava ali, mas desta vez mais forte, talvez porque a dona do perfume estivesse ali ao seu lado adormecida.


Viu que ela sussurrava algo, mas não estava acordada e sorriu ao perceber de que no meio dos sussurros estava seu nome...


Cuidadosamente, retirou os cabelos que cobriam a nuca dela e começou a depositar beijos que desceram para os ombros fazendo-a recobrar levemente a consciência.


- Hn... Roy?


- É o que parece.


- Bom dia...


A voz dela estava mole, ainda sonolenta.


- Com fome?


- Hum... Iie... Hai.


- Iie ou hai?


- Hai.


Ela finalmente se virou, olhou para ele e lhe deu beijo.


- Hum... Estamos progredindo.


Roy não conseguiu esconder um sorriso ao ver que pela primeira vez estava com alguém que realmente gostava e queria estar.


Fim...!


 


 


 


 


 


 


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Notas finais do capítulo

Mais uma fic para o meu povo para recompnsear a minha falta de tempo!!
Kiss e comentem!!



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