Elo Perdido escrita por CaahOShea, Bellah102


Capítulo 3
Bônus - Finale


Notas iniciais do capítulo

Aqui o último bônus da fic. (: O fim, ou melhor, apenas o inicio do amor da Dale e do Trevor!
Sem mais, boa leitura! E comentem, por favor!
Surpresinha no final!



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Elo Perdido – Epílogo

Dale Madson Porter

E então eu voltei. Tomamos todo o cuidado para que ninguém me descobrisse ali novamente. Eu não sabia quanto tempo eu viveria como um peixe num aquário, mas por um tempo, a vida foi boa e sem complicações.

Eu e Trevor decidimos deixar Wibaux. Ele disse que queria que eu fosse sua esposa e não seu bichinho de estimação. E foi assim que, acidentalmente, ele arruinou toda a noite que ele mesmo planejara para me pedir em casamento. Mas tudo bem. Ainda assim, foi lindo. E um pouco engraçado. A expressão de desespero dele quando percebeu o que tinha feito era impagável!

Contamos à Folhas sobre nossos planos e ele nos fez prometer mandar notícias. Acho que, depois de Trevor, ele era a Alma de quem eu mais gostava agora (não que eu conhecesse muitas).

Começamos a empacotar a casa. Está bem, brincamos mais do que empacotamos (Trevor parecia louco para me colocar dentro de uma caixa, a despeito da minha claustrofobia). Mas nos dê um desconto. Nenhum de nós era tão feliz assim em muito tempo.

Na terceira manhã do processo de mudança, desci as escadas cheias de pilhas de CDs e livros, e vi que Trevor já estava trabalhando. Estava de costas para mim, mas eu podia ver o que fazia. Olhava fixamente para o retrato de Rosas no Deserto, com uma expressão nostálgica. Senti uma pontada, não de ciúmes, mas de medo de que ele tivesse qualquer arrependimento. Quer dizer, ele estava prestes a desistir de toda a sua vida por mim.

Por fim Trevor deixou o porta retrato com cuidado sobre a pilha dentro da caixa que dizia ''Sótão''. Meu pai sempre dizia que boas memórias sempre acabam indo parar no sótão. Onde sabemos que estão bem guardadas para quando quisermos revisitá-las.

Pegamos a estrada com o meu conversível e o Volvo dele, lotados de caixas. Ele se recusava a me mostrar a casa que tinha arranjado para nós e eu confiei nele, costurando o trânsito enquanto o seguia. Saltador pareceu adorar a viagem, cantando feliz com seu viveiro abrigado no banco de carona.

–Mas Trevor... Essa aí é... Essa é... A minha casa.

–De fato, é. A nossa casa.

Olhei para ele, sem entender e sem acreditar.

–Mas... Como?

–Achei o seu endereço no anuário online da sua escola. Liguei para os donos e disse que a hospedeira da minha esposa vivia aqui e que eu queria lhe fazer uma surpresa. Eles não se opuseram. Estão à caminho de Wibaux agora mesmo. – Ele pareceu temer pelo meu silêncio prolongado. Eu encarava a casa como um fantasma de dois andares. – Você gostou?

Perguntou, tenso, mas eu quase não o ouvi. Estava tudo lá, nos mínimos detalhes. A grande casa azul com janelas vermelhas. A cadeira de balanço onde meu pai fumava de manhã e tocava violão para nós de noite. O galo dos ventos do telhado, onde meus irmãos penduraram um sutiã meu logo que eu comecei a crescer.

A casa da nossa labradora, o balanço de pneu, o pomar de laranjeiras do vizinho e o muro que tínhamos que pular para chegar lá, o que deixava minha mãe muito furiosa. O córrego perigosíssimo e cheio de pedras escorregadias onde pegávamos girinos e colocávamos em potinhos para colocar no aquário da escola e na fonte da cidade. As varas de pesca dos meus irmãos e o varal de roupa da minha mãe. A garagem do bebê do meu pai. Eu estava em casa.

Demorei tanto para encontrar palavras que Trevor pegou minha mão, grave. Parecia genuinamente decepcionado.

–Desculpe Eu devia ter pensado melhor. Eu achei que você ia gostar...

Abracei-o, com muita força. Porque apesar do mundo parecer estar desmoronando e que todos que eu conhecia não eram mais eles mesmos, ainda havia alguém que desistira de tudo o que tinha para que eu não precisasse e tudo isso só porque ele se importava comigo o bastante para isso.

>>>>

Observei sorrindo, Trevor sair do carro e ser atacado pelo nosso filhote de chinook, Kya. Ele brincou com ela e olhou na minha direção, na varanda. Pousei uma das mãos sobre a barriga elevada sob o vestido brando e acenei com a outra. Ele sorriu de volta, quase sendo derrubada por quase 20 kg de cachorro de trenó. Kya lambeu sua face e correu em volta dele.

Ri, olhando para o viveiro de Saltador, onde ele e a sua companheira Flor tomavam conta dos seus ovinhos. Ele assobiou para mim e eu assobiei de volta. Trevor correu até mim, e me levantou num abraço.

–Como foi o dia de vocês?

–Bem.

–É?

Assenti.

–Estive pensando em nomes hoje.

–É?

–É. E tenho quase certeza que vai ser uma menina.

–Tem?

–Tenho.

–Como?

Dei de ombros.

–Eu só... Sinto que vai ser. É coisa de mãe.

Ele sorriu e lançou um olhar para onde o bebê se acomodava dentro de mim.

–E qual o nome que você pensou para a nossa menininha?

Eu pensara muito sobre isso. Ser mãe nunca esteve nos meus planos tão cedo, de modo que eu nunca tinha pensado demais nisso. Só aconteceu. Mas sempre esteve nos planos de Trevor e de Rosas no Deserto.

Se ela tivesse conseguido ter um filho, Trevor e eu poderíamos ter nos conhecido em circunstâncias muito diferentes, com ele pronto para inserir um deles dentro de mim. Se ela não tivesse decidido partir, Saltador nunca teria ficado deprimido, Trevor nunca teria de ter ido à cidade e eu e ele nunca teríamos nos encontrado. Então, de certa forma, aquela criança era tanto de Rosas quando era nossa.

–Eu... Eu pensei em Rose. Por causa... É.

–Rose... – Ele pareceu digerir a ideia. – É, eu acho que é um bom nome.

–É? Nós podemos mudar, se você não gostar. Além do mais, até pode ser um menino, e...

Ele beijou a ponta do meu nariz e sorriu.

–É perfeito.

>>>> Meses Depois

No fim, a minha intuição de mãe estava certa. Era uma menina, nossa menina. Tudo aconteceu numa noite calma, e iluminada por belíssimas estrelas no céu. O calendário pendurado na parede da cozinha — ironicamente, ilustrado com lindos bebês sorridentes — marcava dia 20 de Dezembro. Estávamos perto do Natal, e a cada dia que se passava, nossa ansiedade de conhecer nosso bebê só aumentava. Na maioria do tempo, eu andava devagar pela casa, como uma bolinha andante, vestida com as camisas de Trevor, e Saltador empoleirado em meu ombro e a minha enorme barriga.

Eu estava sentada no balanço de pneu antigo, feito pelo meu pai, quando as primeiras contrações chegaram, me fazendo encolher de dor.

— Trevor, eu acho... Acho que chegou hora. A bolsa, estourou.

Ele me olhou, surpreso.

Mesmo?

Sim. —Mordi os lábios —Nossa Rose quer nos conhecer.

Eu estava pronta, como numa estive. Todo o receio que eu sentia em relação ao parto, desapareceu, quando Trevor segurou minha mão. Era uma promessa, que ficaria tudo bem.

Foram longas horas de muita dor, gritos, cansaço e incentivos — mais de quatro horas — até que finalmente Rose veio ao mundo, chorando alto, com 2 kg e seiscentas gramas, ainda sujinha de sangue quando o pai — com olhos transbordando de orgulho — a colocou em meus braços.

Perfeita, como deveria ser.

— Você precisa descansar agora, amor. — Trevor disse, colocando uma mecha do meu cabelo ensopado de suor atrás da orelha. Eu precisava mesmo descansar, mas não conseguia tirar os olhos de Rose, a minha menininha, de cabelinhos ralos e pele branquinha, que dormia em meus braços. — Durma um pouco, eu cuido dela. Você foi maravilhosa hoje, Dale.

Meus olhos piscaram, pesados.

— Você vai estar aqui, quando eu acordar?

Perguntei, sonolenta.

— Eu sempre estarei, Dale. Por toda a nossa vida. — Sussurrou, beijando minha testa — Enquanto existir o nosso elo perdido. Sempre estarei.

E naquele momento, era tudo que eu precisava ouvir.

>>>>

O inverno chegou na Dakota do Norte e a nossa Rose adora brincar na neve. Eu poderia falar por mais algumas horas, mas já é demais por esse mês. Essa é nossa história.

Estamos procurando por outros rebeldes como eu. Moramos numa casa afastada podemos oferecer proteção e comida. A questão é que não acabou. Enquanto existir o elo perdido que eu e Trevor encontramos, não acabou.

Transmitimos essa mensagem todos os meses nessa mesma frequência FM para todos os Estados Unidos. Não temos um dia ou horário certo porque nunca sabemos quando pode ter alguém a mais ouvindo.

Nos ligue no número que falamos algumas vezes durante a mensagem. Onde quer que você esteja, nós encontraremos você.

E então, eu desliguei a frequência, torcendo, para que onde quer que esteja, pudéssemos ser ouvidos por pessoas como nós. Lutadoras. Batalhadores. E que encontraram num momento de trevas, o seu elo perdido.

POV. Rose Porter Norris(* Especial*)

Papai deu um beijinho na mamãe e foi para o trabalho. A mamãe disse para eu brincar na sala com a Kya que ela ia fazer o papá. O popone começou a tocar assim ó: Triim. Triiim.

A mamãe não veio. Levantei e imitei o papai.

–Alô?

–Dale Madson Porter?

–É a minha mamãe.

A minha mamãe, pensei, feliz.

–Posso falar com ela?

Levantei os olhos e a mamãe estava na porta da cozinha. Parecia nervosa, igual quando eu brincava no córrego.

–Quem é, Rose?

Dei de ombros.

–Quem é que tá falando, moço?

Perguntei, me balançando nos calcanhares.

–Meu nome é Jeb Stryder. Diga à sua mãe para não se preocupar. Só quero trocar histórias. Acho que aqui no Arizona nós também encontramos o elo do qual ela tento falou no rádio.


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Notas finais do capítulo

Surpresinha! Ou melhor, surpresinhas! kkk Dale e Trevor se tornaram papais de uma linda menina. E que linda homenagem a Rosas, né? Eu amei!
E não é que o danado do tio Jeb encontrou eles? Agora, o elo perdido deles se tornará muito maior. Com certeza terão muitas histórias para dividir!
Não deixem de comentar, precisamos saber o que acharam. Foi um prazer escrever essa história. *-*
Beijos!
Caah e Bellah.