Era a quarta vez que Regina chamava Emma em seu escritório naquela semana, e todas as vezes eram para fazer perguntas insignificantes ou simplesmente para brigar com a loira porque Henry demorou para chegar em casa. Emma já estava ficando sem paciência, todos os falatórios daquela mulher não faziam sentido algum. Emma respira fundo antes de sai da viatura.

– Se for por motivos insanos... eu te mato Regina – disse ela.

Ela passa pela recepcionista com os ombros caídos e a expressão facial desfalecida. A mulher até já tinha um certo grau de amizade com Emma de tantas vezes que a moça via a xerife no gabinete da prefeita.

– Oi de novo Emma.

– Oi Rachel.

– Outro dia no inferno ?

– É o que parece né – ela solta um sorriso de canto.

– Boa sorte.

– Obrigada vou precisar.

Então a mulher respira fundo novamente limpa a garganta e arruma sua expressão corporal, e entra na sala da prefeita. Regina estava assinando um papel quando Emma entrou.

– Regina ? O que foi desta vez ?

– Henry tirou nota vermelha em geografia, posso saber o motivo ?

– E eu vou saber ? Deveria perguntar isso para a professora dele, não ?

– Eu vou te dizer qual é o motivo... você.

– Ai vai começar – Emma revira os olhos.

– Sim eu vou começar, as notas escolares dele vem despencando desde que você colocou os pés nessa cidade.

– Sabe qual é o motivo verdadeiro ? Você não deixa o garoto respirar, quem vê você fazendo esse drama todo pensa que o menino sempre foi ruim na escola, Regina ele só tem 11 anos, pelo amor de deus ele não está na faculdade relaxa.

– Viu, é esse tipo de comportamento que influência a má conduta do Henry.

– Quer saber... eu não vou ficar discutindo isso com você, eu estou no horário de trabalho, então deixa pra resolver esses assuntos pessoais quando eu estiver livre, to caindo fora – Emma sai da sala da prefeita e volta para a delegacia bufando de raiva.

– É sempre a mesma coisa, até parece que ela tem prazer em me infernizar, fala sério me chamar para brigar comigo por nota vermelha de escola. O Henry também precisa melhorar. Desse jeito fica difícil a convivência com a mãe dele.

Emma passou o resto da tarde tentando se concentrar no trabalho mas tudo o que conseguia pensar era no jeito em que Regina a culpava sempre que Henry fazia alguma coisa errada. Já estava na hora de Emma fechar a delegacia, e ir para casa, a moça chegou tão cansada em casa que nem reparou que Snow e Charming não estavam em casa, foi para o banheiro, tomou o seu confortante banho e cai na cama.

– Espero que amanhã a situação esteja melhor – se vira e olha pela janela os primeiros pingos já começavam a cair naquele mês de novembro – legal, chuva, assim eu durmo melhor.

E foi o que Emma fez, até as 3:28 da manhã quando o seu celular tocou.

– Mas quem será que está me ligando a essa hora ? – ela pega o celular e tenta olha no visor mas as sua visão está embaçada demais – Alô ?

– Preciso da sua ajuda.

– Quem é ? – ela choraminga.

– Você não é a salvadora ?

– Sério quem é ? e mesmo que eu seja a salvadora eu preciso descansar...

– Sou eu Emma. A prefeita, eu preciso da sua ajuda...agora.

– Regina, são 3:29 da manhã o que diabos você fez ?

– Venha no escritório agora !.

– Você está na prefeitura ?

– Sim.

– E o Henry ? Você deixou o garoto sozinho em casa ? Depois eu sou a irresponsável.

– Quer saber... esquece volte a dormir, assim você é mais útil – Regina desliga.

– Espera eu vou até... Regina ? Regina ! – Emma desliga o celular e olha para fora – Eu odeio essa mulher !

Então a loira se arruma, e sai do quarto, no caminho da cozinha ela encontra Snow fazendo chá.

– Emma ? Vai sair a essa hora ?

– Sim recebi um chamado preciso ver o que é.

– Quer que eu ou seu pai vá junto ?

– Não, não precisa, eu ligo se acontecer alguma coisa.

– Tá bom, tchau e tome cuidado.

– Tchau.

Emma tenta ligar o carro mas o fuca não ajuda muito.

– Ah por favor, liga, eu não quero ir a pé até lá, por favor – ela tenta mais uma vez mas não dá certo.

– Então ela volta para casa e decide não ir, mas 5 minutos depois percebe que tem que ir, e se fosse alguma coisa grave ? Ela pela o guarda chuva de – Snow emprestado e vai caminhando até a prefeitura. No caminho a chuva fica mais forte e o vento acaba quebrando o guarda chuva.

– Ah senhor... se for por besteira eu mato a Regina – ela corre para não se molhar tanto.

Ela chega na prefeitura toda molhada, ela respira fundo e vai até a sala da prefeita, e sem bater ela entra.

"Quando olho nos seus olhos

Posso ver um amor reprimido

Mas querida, quando te abraço

Você não sabe que sinto o mesmo?"

– Tá legal, o que foi desta vez ?

– Emma ? O que faz aqui ?

– Não se faz de idiota, você me chamou aqui, agora eu vim me fala logo antes que eu faça uma loucura aqui.

– Vai fazer o que ? Vai me matar por acaso.

– Tá faltando pouco para isso.

– Então se astreva, tente e verá o porque da cidade toda ter medo de mim. Você se acha muita coisa...

– Você me chamou aqui para brigar ? Eu sai nessa chuva só por você.

– Não !

– Então me fala o que é porque eu vim até aqui a pé, tá chovendo pra caralho e tá um frio da porra você me tirou da minha cama quentinha pra simplesmente me ameaçar de morte ? Qual é o problema ?

– Você é o problema – ela diz com os olhos cheios de lagrimas.

– Pelo amor de deus, ainda por causa da nota vermelha do garoto ?

– Não, você sempre foi o problema para mim. Você não entende ?

– Ah eu entendo, você é doida ! Isso sim. Você não pode ficar sem me ver por dois dias completos, e o que você faz ? Me chama para falar besteiras.

– Esse é o problema eu não consigo mais passar um dia sem te ver ! – ela grita.

– O que ?

– Desde que você colocou os pés aqui, se tornou o meu problema eu já tentei de tudo quando foi jeito de me livrar de você e nada resolveu. – ela deixa as lagrimas caírem.

"Porque nada dura para sempre

E nós dois sabemos que corações podem mudar

E é difícil segurar uma vela

Na chuva fria de Novembro"

– O ano já está quase acabando e outra vez vou ficar sozinha, Henry com certeza vai passar o natal e ano novo com você e eu vou ficar apodrecendo aqui. E quer saber ? Eu mereço tudo isso, eu sei que mereço causei muito sofrimento e dor, mas eu já estou cansada. Eu sempre tive o coração negro e sempre terei.

– Isso não pode ser verdade.

– Mas é, por muito tempo eu tente não me deixar levar por você, esses sentimentos ridículos estavam muito bem guardados só foi você chegar para abalar tudo, eu te odeio.

Regina está com um pequeno frasco na mão. Emma fica atenta.

– Regina o que vai fazer ?

– E por que se importa ?

– Larga isso.

– Não. Esse foi o modo mais fácil que conseguir achar – ela abre a tampa.

– Não faz isso.

– Adeus Emma – Regina leva o frasco até a boca mas antes do liquido sair – Emma dá um tapa na mão da mulher e o frasco cai.

Você não pode fazer isso ! – Emma grita.

"Se nós pudéssemos ter um tempo

Para acertar tudo

Eu poderia descansar minha cabeça

Simplesmente sabendo que você foi minha

Totalmente minha"

– Por que você fez isso ?

– Você não pode pensar só em você, e como ficaria o Henry ?

– Ele tem você agora, além do mais ele nunca gostou de mim.

– Para de ser ridícula. Se você se matar o garoto morre junto, e eu também !

– Por que eu não iria aguentar passar por tudo isso sem poder te dizer que mesmo você me odiando tanto eu me apeguei a você,e não como Henry se apegou a mim logo no inicio mas sim como um coração estraçalhado que não acreditava em magia ou em amor verdadeiro. Você pode me odiar mas nada muda o fato de eu te amar.

"Então, se você quiser me amar

Então querida, não se reprima

Ou simplesmente vou terminar indo embora

Na fria chuva de novembro"

– Então diga... diga que me odeia, daí eu irei embora, não só da sua vida mas da vida do Henry e de Storybrooke.

– Mas eu te disse o que eu sinto sobre você.

– Não você não disse. Diga com todas as letras. Você mesma disse uma vez que eu sou tapada, então seja clara e me diga. Ou eu passo por aquela porta e sai na chuva, e vou embora.

Regina recua, aquilo foi devastador para Emma então ela balança a cabeça positivamente e sai da prefeitura.

"E quando seus temores se acalmarem

E as sombras ainda permanecerem

Sei que você pode me amar

Quando não houver mais ninguém para culpar

Então não se preocupe com a escuridão

Ainda podemos encontrar um jeito

Porque nada dura para sempre

Nem mesmo a fria chuva de novembro"

Emma chorou por alguns instantes mas logo se recuperou e começou a caminhar, meio da rua mesmo, ela não se importava de um carro passar por cima dela, seria bem menos dolorido. Regina estava em seu escritório chorando.

– Eu não preciso dela e de ninguém, vai passar, eu não preciso dela, não preciso. – ela tenta se enganar.

Mas viu que não daria certo então sai correndo até a portaria mas Emma já não estava lá.

– Eu não vou dar mais para trás – ela corre pelas ruas – Emma ! Emma ! Emma espera ! – ela corre até achar Emma sentada na calçada – Emma...

– Sabe qual é o seu problema ? A sua majestade fala mais alto, você não vive o momento, aquilo Regina. Aquilo que nós tivemos lá na prefeitura foi maravilhoso mas você não soube dar valor. – ela empurra a morena – você é uma vadia sem coração !

– Eu não tenho coração mesmo... você já o roubou de mim. – ela segura a mão de Emma. – você roubou o meu filho, meu coração minha alma, minha vida, meus pensamento mas não roubou uma coisa.

– O que ?

– Um beijo, porque até a minha dignidade Emma você roubou...

– Emma olha para a morena – Você me culpa por tudo, e eu agradeço, quando tudo isso acabar, você pode perceber o quanto eu te amo.

– Eu já parei de te culpar faz 3 minutos, mas você é tão tapada que não percebeu – ela sorri.

– Eu te amo. E você é o meu problema.

Emma associa as frases e finalmente entende Regina. Então ela sorri e a beija, a chuva de novembro geralmente é fria, mas naquele momento ela nunca foi tão quente e aconchegante.