More Than One escrita por Cherry Bomb


Capítulo 25
Fazendo parte.




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/431803/chapter/25

Ficamos até as três da manhã jogando. Nicolas já não estava mais bravo comigo. Quando terminamos de jogar achei melhor voltar para o meu quarto mas antes que eu pudesse sair Nicolas me puxou pelo pulso e me abraçou.

Não sei quanto tempo ficamos ali parados abraçados, parecia que Nicolas estava triste e precisava de um ombro amigo, não me afastei dele porque eu sentia que aquele abraço não era com segundas intenções, era só um abraço de quem estava triste.

–Está tudo bem? – Perguntei preocupada.

–Está, eu só precisava de um abraço. – Nicolas me soltou e deu um doce sorriso.

–Se quiser conversar sabe onde eu estou. – Sai do quarto dele e antes de fechar a porta ouvi Nicolas dizer:

–Eu sempre sei onde te encontrar, resta saber se você quer que eu te encontre. – Fechei a porta e fui para o meu quarto.

Nunca fui fã desse tipo de pergunta, aquela pergunta que no fundo quer dizer muito mais coisas.

Me arrumei e afundei minha cabeça no travesseiro, fechei os olhos e tentei ao máximo não pensar em como tinha sido o meu dia, mas foi impossível. Eu agindo como uma mal educada comendo e o Thiago nem ligando, apenas rindo e se divertindo ou até mesmo eu e o Nicolas brigando quando não o salvei no jogo porque ele me chamou de curandeira, essas cenas me vinham e eu sorria ao lembrar de cada uma.

***********************************************************

–Da pra parar de gritar comigo?! – Falei para o Joseph que estava ao meu lado.

–Você não é capaz de trocar a marcha de um carro Julieta?! – Fernando gritou.

–Podemos parar de gritar um com o outro? – Thiago falou com cara de sério.

Nessa manhã os quatro decidiram que eu iria aprender a dirigir. Joseph estava na frente comigo e os outros três estavam no banco de trás.

–Desculpas Julieta, mas você não consegue entender que se vai entrar a esquerda tem que dar seta para a esquerda.

–Eu só me confundi um pouco. – Respondi sem graça.

–Um pouco? Estamos a quarenta minutos tentando te ensinar e ainda nem saímos da garagem. – Fernando falou e depois jogou a cabeça pra trás.

–Tudo bem então, vamos lá. Coloquem o cinto. – Todos fizeram o que Joseph falou.

–Espera! Esqueci meu capacete e de assinar o meu testamento caso eu morra. – Nicolas merecia um tapa por esse comentário.

Joseph começou a me explicar tudo de novo, mas dessa vez o carro estava ligado e eu fazia as coisas conforme ele falava, exceto quando acelerei de mais e quase matei os quatro de susto ou quando brequei muito forte fazendo com que o Thiago batesse a cabeça no vidro ou até mesmo quando quase atropelei uma velhinha que brotou no chão, ela não estava ali antes. Mas fora a isso eu estava até que me saindo bem.

As vozes dos quatro as vezes me confundia principalmente quando Nicolas gritava que iria morrer.

Fiz o caminho que Joseph ia falando. Quando percebi estávamos em uma pequena montanha, em um local bem afastado da cidade e tudo estava em silencio. Quando parei o carro todos desceram e começaram a resmungar alguma coisa, algo parecido com “aleluia” ou “eu sobrevivi”.

–O que estamos fazendo aqui? – Perguntei.

–Em breve você vai ser oficialmente da nossa família. – Joseph falou.

–Então precisa se acostumar a fazer coisas de irmãos. – Fernando completou.

–Nas férias a gente costuma vir aqui para correr, fazer piquenique e curtir um pouco. – Thiago falou enquanto abria o porta malas do carro e pegava uma mala preta.

–Vamos correr então. – Nicolas pegou um par de tênis e jogou pra mim.

Por sorte eu estava com shorts de malha então não iria ser difícil correr. Enquanto amarrava meu tênis notei que os quatro já estavam sem camisa, o que na minha opinião é uma falta de consideração pela minha pessoa, respirei fundo e fiquei ao lado deles me alongando.

–Até onde vamos correr?

–Vamos dar uma volta pela montanha, tenta seguir nosso ritmo assim você não se perde. – Não prestei muita atenção enquanto Thiago falava porque os braços dele me chamavam mais a atenção.

Prendi meu cabelo em um rabo de cavalo bem alto e fui para o meio deles.

Os quatro começaram a correr e eu fui tentando seguir eles. Cheguei a me perder umas duas vezes mas consegui encontra-los. Eles correm bem mais rápido do que eu imaginava.

Levei um pouco mais de tempo do que eles para voltar onde tínhamos começado. Quando cheguei Nicolas, Thiago e Joseph estavam encostados no carro mas Fernando estava conversando com um mulher alta e de micro shorts.

–O que ele está fazendo? – Perguntei.

–Sendo ele mesmo. – Joseph respondeu e me entregou uma garrafa d’água.

Fernando voltou balançando um papelzinho.

–Consegui o telefone dela. – Ele deu um piscadinha pra mim e guardou o papel dentro do carro.

Pensei que passar um tempo com os quatro iria ser uma total perca de tempo, mas não foi. Me diverti de mais com eles, corremos, conversamos, comemos e até tocamos a campainha da casa da Paris Hilton e saímos correndo. Tentei andar de skate mas o que consegui foi um arranhão na minha mão mas ainda sim valeu muito a pena.

Ficamos sentados na montanha vendo o pôr do sol. Pela primeira vez eu sentia que eles estavam me aceitando como irmã ou pelo menos estavam tentando.

–Eu dirijo na volta pra casa. – Falei.

–Nem ferrando! Eu dirijo. – Fernando falou e todos caímos na risada.

Na volta pra casa acabei pegando no sono encostada no ombro do Nicolas. Quando acordei já estávamos na garagem de casa.

–Se divertiu? – Joseph perguntou.

–Muito. Obrigada por terem me levado com vocês.

Entramos tomamos banho e depois jantamos juntos. Depois do jantar decidimos sentar na sala para ver um filme.

Thiago tinha feito duas bacias enormes de pipoca e Nicolas tinha ido até o mercado comprar barras de chocolate, balas e muito refri. A mesinha de centro da sala estava o paraíso para qualquer criança.

Depois do filme pensei que íamos dormir mas Fernando nos desafiou para um jogo de cartas e assim foi, terminamos a noite sentados envolta da mesa jogando cartas. De dentro de casa eu conseguia ouvir o barulho da chuva e mais uma vez me senti dentro de filme, naquele tipo de cena onde está a família reunida fazendo coisas de família.

Eu estou muito feliz por ter os quatro perto de mim.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "More Than One" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.