More Than One escrita por Cherry Bomb


Capítulo 19
Convites




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Quando chegamos em casa Joseph e Sebastian me ajudaram a guardar as coisas. Nós não tínhamos voltado a falar sobre o que tinha acontecido na rua mas eu podia sentir minha mão um pouco tremula ainda.

–Sebastian será que você pode chamar os outros rapazes? Quero dar um recado. – Falei.

–Yes,my lady. – Ele tem que parar de falar isso, toda vez me arrepio.

–Aconteceu alguma coisa? – Joseph perguntou.

–Não. Só quero dar um recado. – Eu podia muito bem dizer tudo a eles naquele momento mas irei deixar isso de lado por enquanto por causa do meu pai.

–Aqui estão madame. – Os quatro estavam um ao lado do outro na minha frente.

–Vamos anunciar nosso amor? – Fernando falou. Mas logo foi interrompido pelo tapa que Joseph deu em sua cabeça.

–Vocês devem saber que meu pai e a mãe... quero dizer... que nossos pais vão chegar amanhã. Então decidi fazer um jantar para eles. Quero pedir a ajuda de vocês.

–Posso te ajudar na cozinha. – Joseph disse.

–Eu vou comprar alguns vinhos que eu sei que eles vão gostar. – Fernando falou.

–Eu e Nicolas podemos ir busca-los no aeroporto. -Thiago se ofereceu mas como sempre não me olhou.

–Obrigada rapazes.

–Tudo pela nossa irmãzinha. – Fernando falou dando uma piscadinha.

Todos começaram a sair da cozinha mas Joseph me puxou pela mão e me levou até a biblioteca.

–Quero que você vá. – Ele disse enquanto me entregava um envelope branco.

Assim que abri li que era um convite para a peça que ele estava ensaiando.

–Obrigada. – Agradeci e senti meu coração disparar de novo quando Joseph se aproximou e passou a mão me meu rosto.

Ele pousou os dedos em meu queixo e levantou meu rosto para encarar o seu. Fixei meus olhos no seu e através da lentes do óculos eu podia ver meu reflexo. Pensei que ele fosse me beijar mas ao invés disse ele só fez carinho e depois saiu dando um sorriso doce.

Me encostei na mesa e respirei fundo. Minhas pernas tremiam e meu coração batia acelerado. Acho que pelo fato de Joseph ter um rosto e um corpo de homem, diferente dos irmãos, me deixa ainda mais nervosa.

Subi para o meu quarto e guardei o convite em uma das minhas gavetas. Virei o rosto quando ouvir alguém bater na minha porta.

–A gente pode conversar? – Era o Nicolas.

–Claro.

–Eu sei que a gente não tem se falado muito mas sinto falta da minha parceira de jogos.- Fazia muito tempo que a gente não se falava. Mas eu também sentia a falta dele.

–Estou sempre aqui, é só me chamar.

–Então tá afim de salvar o mundo comigo?

–Posso salvar mas não garanto que será com você. Não gosto de gente lerda. – Nicolas entrou no meu quarto e passou o braço pelo meu pescoço abaixando metade do meu corpo, então ele começou a bagunçar todo o meu cabelo e me fazer cocegas.

–Se orienta garota. Sou o macho alfa. – Ele parecia estar maior e mais forte.

–Cala a boca! – Consegui me soltar dele e fomos para o seu quarto.

O vídeo game já estava ligado. Sentamos no chão e cada um pegou o seu controle. Antes do jogo começar prendi meu cabelo em um coque bem alto e ajeitei na frente da tv.

–Que foi? – Perguntei quando vi que Nicolas estava me encarando.

–Você parece aquelas personagens de mangá que fazem esses coques.

–Toda mulher faz coque. Agora se concentra que eu não vou salvar gente lerda. – Começamos a jogar.

Conseguir ganhar juntos mas me gabei quando vi que eu ainda tinha energia do que ele. Fiquei parada olhando Nicolas levantar e pegar um caderno e um lápis.

–Fica quietinha. – Ele disse me olhando.

–O que você vai fazer? – Perguntei.

–Vou te desenhar. Fica parada.

–Nicolas não eu não...

–Quieta, por favor. – Fiquei parada olhando pra ele.

Eu não sabia que cara fazer ou como ficar então decidi ficar parada e deixar ele fazer o que quisesse. Nicolas as vezes me encarava serio e depois voltava a olhar para o papel. O único som que ouvíamos era do lápis fazendo os rabiscos.

Um tempo depois Nicolas sorriu e se levantou. Ele sentou ao meu lado e me mostrou o desenho.

–Nossa. – Falei. Nicolas tem mesmo talento, ele conseguiu me desenhar direitinho, desde os contornos dos olhos até os fios de cabelo no coque. – Você é bom.

–A modelo ajuda. – Sorrimos e eu então comecei a passar as folhas do caderno para ver outros desenhos.

O caderno todo estava com desenhos da mesma personagem. Uma menina de cabelos bem longos e que sempre estava vestida com um uniforme daquelas escolas de mangá. Notei que também tinha quatro meninos e pelo que vi dos desenhos ela sempre estava em romance com um dos personagens.

–Quem é? –Perguntei.

–É uma historia que eu estou criando.

–Ela namora qual deles?

–Eu não sei ainda. Vamos ter que esperar para saber.

Os últimos desenhos era a menina beijando cada um dos rapazes. Depois de ver todos os desenhos dele achei melhor voltar para o meu quarto.

Quando saí do quarto dele pensei nos desenhos da menina e dos rapazes. Então eu percebi. A menina sou eu e os rapazes são os meninos, por isso a semelhança da personagem comigo e dos quatro rapazes com os irmãos. Mas ainda sim eu queria saber com quem a personagem da história dele iria ficar.

Quando cheguei na escola tudo o que eu via eram casais se abraçando ou meninas falando sobre qual vestido iria usar no baile.

Quando eu estava saindo ouvi alguém gritar meu nome.

–Podemos ir juntos? – Era o Thiago.

–Podemos.

–Quero passar em um lugar antes tudo bem?

–Sim. – Qual era o meu problema? Só conseguia dar respostas curtas e rápidas.

Fomos andando até uma floricultura. Thiago entrou e pediu para que eu esperasse do lado de fora. Pela vitrine consegui ver ele comprar uma rosa vermelha e um buque de orquídeas.

–Pra quem são as flores? – Perguntei.

–As orquídeas são pra minha mãe e a rosa...- Ele pegou a minha mão e se ajoelhou. Seu rosto estava vermelho e ele abria a boca mas não falava.

–Thiago levanta, tá todo mundo olhando. – Um monte de gente tinha parado para ver aquela cena.

–Julieta. Você quer...quer... ir ao baile comigo? – Ele disse gaguejando. Tudo bem, eu não esperava que alguém fosse me convidar ainda mais desse jeito.

–Quero. –Ele se levantou me deu um selinho e depois me abraçou. O pessoal que parou para ver estava batendo palma e eu até ouvi um cara gritar “beija”.

Enquanto voltávamos para casa Thiago pegou a minha mão.

–Foi mal pelo dia que eu tava bêbado.

–Ah tudo bem, só espero que não aconteça de novo.

–Prometo que não vai.

Assim que chegamos em casa Thiago subiu as escadas e eu podia jurar que ele estava dando pulinhos.

Prendi meu cabelos, lavei minhas mãos e vesti um avental.

–Vamos começar? – Joseph disse entrando na cozinha.

–Vamos!- Separei um dos pedaços da carne e peguei a faca. Eu não estava acostumada a cortar carne e coloquei uma força enorme mas aquela droga não cortava.

–Dez para a carne, zero para a Julieta. – Joseph veio por trás de mim e colocou a mão junto da minha para me ajudar a corta. – Coloca a ponta primeiro e depois desliza o resto pela carne. – Nossas mãos faziam os movimentos juntos.

–Obrigada. – Falei e então ele saiu para terminar de temperar o molho.

Cozinhamos em silencio. Vi os meninos saírem para fazer o que tínhamos combinado. Eu estava tão feliz e que não conseguia tirar o sorriso do meu rosto. Finalmente eu iria ver o meu pai de novo.


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