Subentendido escrita por Anne


Capítulo 1
Capítulo 1 -


Notas iniciais do capítulo

Bem vindos leitores!
Eu sou péssima escrevendo histórias que não são originais, mas por esse casal incrível eu vou fazer esse "sacrifício".
Primeiro capítulo em primeira pessoa, os outros provavelmente vão mesclar entre terceira e primeira pessoa.
Espero que vocês gostem e comentem.

Significado de subentendido:
É o que se entende embora não esteja claro ou expresso, é que se subentende ou subentendeu, apesar de não estar expresso ou aquilo que está na mente, mas que não se apresenta expresso ou enunciado.

Acho que esse título tem tudo a ver com a relação Sofia/Ben, apesar de não estar subentendido as vezes para eles.



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POV SOFIA

Abri meus olhos sem saber exatamente que horas eram e me sentindo maravilhada pela incrível sensação que era acordar pela manhã sem ouvir gritos e berros pela casa. Pela vista da minha janela eu podia ver a praia, o mar cristalino, cercado pelos prédios luxuosos e ruas com lojas de grifes. “É bom estar em casa”, penso comigo mesma, me espreguiçando e planejando mentalmente milhares de coisas que quero fazer. Decido tomar uma ducha rápida e visto um vestido leve com estampas geométricas, com um cinto marcando a cintura. Observo minha imagem no espelho por alguns instantes e penso, mesmo que sem querer nele, Benjamim. Sei que prometi diversas vezes para mim mesma nas últimas semanas que não iria ousar se quer pensar nele, mas minha mente me engana sempre que estou sozinha, e pior, eu não me canso de pensar que em vez de estar com a sem graça da minha irmã, ele poderia estar comigo. Desperto com um bipe alto e procuro meu celular com os olhos, encontrando ele no bidê da cama, próximo a uma fotografia da Anita. Faço questão de jogar o porta-retratos e a foto no lixo antes de ver a mensagem, mal humorada.

“Sofia, socorro! Preciso de um vestido urgente para a festa de hoje a noite. Estou passando aí em quinze minutos, preciso da sua ajuda no shopping amiga, o Martin vai estar nessa festa, preciso ver com meus olhos se a Micaella vai estar lá com ele. Vejo você daqui a pouco”.

Jogo o celular de qualquer jeito em cima da cama e dou um longo suspiro, passando as mãos pelos meus cabelos, me sentindo de algum modo vazia. “Não mesmo” penso comigo mesma, “Não vou me permitir ficar mal por causa daquele fracassado do Ben e da Anita”. Então, coloco um sorriso no meu rosto e olho novamente minha imagem no espelho. Eu era uma vencedora.

POV BEN

Minha cabeça estava a mil nas últimas semanas com tantas coisas acontecendo e a imagem da Sofia indo embora ainda martelava na minha mente. Não que eu não tivesse me beneficiado da partida dela, afinal, eu e a princesa estávamos em perfeita sintonia depois da partida dela, mas, havia algo muito errado nisso tudo e eu me sentia culpado. A Vera estava muito mal com isso, e eu sabia que se sobrecarregar de encomendas era um jeito de esquecer a grande decepção que ela teve, e pior ainda, a distância da filha. Já o Pedro não conseguia disfarçar a saudade da irmã e nos últimos dias parecia ter perdido interesse até pelos estudos, o que deixava a sua mãe mais preocupada ainda. Bom, o Victor era um mistério para mim, mas eu podia ver que a única que parecia confortável com tudo isso era a Giovanna. Ela tinha prazer em deixar claro para todos que estava feliz de não ter mais que aguentar a Sofia todos os dias e a Anita, não falava muito da irmã, e eu pessoalmente preferia assim, apesar de me sentir culpado pela briga das duas. Acabo pensando mesmo sem querer na Sofia e a imagem do primeiro dia que a vi no saguão do hotel não abandona a minha mente. Como eu pude me enganar tanto com ela?

- Bom dia Ben, acordou cedo hoje? – Vera comenta enquanto ajeita a mesa do café da manhã. Ela tem olheiras nos olhos e parece abatida, o que me deixa com uma sensação de culpa e responsabilidade maior do que já estava sentindo.

- Oi Vera, bom dia – respondo sendo amigável sentindo o agradável cheiro de café recém-passado e pão fresquinho – Fui praticar um pouco – continuei, me referindo ao le parkur – Estou meio enferrujado – me explico – Mas ainda ajuda a colocar a cabeça no lugar.

- Então eu estou precisando muito praticar também! – ela fala com um sorriso tímido no rosto – Ai meu Deus, essas crianças que não acordam. Victor, Pedro, Giovana, Anita – ela grita, perto da escada e só volta quando ouve gritos em resposta.

- Vera, você ficou sabendo algo da Sofia? – indago por impulso, me sentindo péssimo por ainda me preocupar com essa garota. A mulher a minha frente fica calada por alguns segundos e continua organizando a mesa, parecendo ignorar minha pergunta, mas quando seus olhos encontram os meus, vejo que eles estão marejados. Ela se senta em uma cadeira de frente para mim.

- Conversei com ela ontem à noite – ela solta um longo suspiro – Aparentemente ela está bem, afinal, morar na Barra é tudo que ela sempre quis. Ficou incomodada e fez um drama quando eu falei que eu e o Caetano decidimos deixar ela na escola até terminar esse semestre – ela faz uma longa pausa - Ela vai ficar bem e as coisas vão se ajeitar, isso que importa.

- Mas você vai ficar bem com tudo isso Vera? – pergunto novamente, franzindo a testa. Ela me fita por alguns segundos e quando abre a boca para responder posso ouvir a voz da Giovana, alta e ressonante.

- VEERAA! – barulhos de passadas rápidas na escada – Você viu aquele vestido preto que eu ganhei semana passada do papai? Eu procurei por todo o quarto, ele é tipo, muito importante! – ela nos encara por um momento e sorri – Oi Ben!

- Oi Giovana – respondo de maneira amigável enquanto ela senta do meu lado.

- Bom dia Giovana – Vera fala olhando a garota com o canto do olho – Eu coloquei hoje de manhã para lavar, mas quando você chegar da escola já vai estar seco. Achei que você ia com ele na festa de aniversário da Clara.

- E eu vou – observo a ruiva revirar os olhos – Eu só queria me certificar que a “irmã-monstra” não tinha levado o meu vestido embora.

- Como se a Sofia fosse se interessar por um vestido sem grife, Giovana – Anita fala e senta em numa cadeira de frente para a minha. Ainda não havíamos contado para a família do nosso romance, mas, de algum jeito, eu podia sentir olhares desconfiados da Vera e do meu pai.

- Aquela cobra horrorosa da Sofia é capaz de fazer qualquer coisa – Giovana responde parecendo não prestar atenção na Vera, que parece mais arrasada que nunca, mas escondeu isso muito bem, terminando de ajeitar a mesa. Penso comigo mesmo que depois preciso conversar com a Anita e a Giovana – Meu pai já foi trabalhar?

- Foi sim Giovana, ele disse que tinha que resolver uns probleminhas administrativos – Vera comentou, contando meia verdade. Eu sabia que meu pai estava nas últimas semanas fazendo horas extras, com o intuito de ajudar os filhos a realizarem seus sonhos, mas isso estava o deixando exausto, sem falar que as diversas horas trabalhadas impediam um convívio com os filhos.

Mais passos reboam pela escada, Pedro e Vitor descem e se juntam a nós na cozinha, sonolentos.

- Bom dia meninos, sentem para tomar café logo, não quero ninguém chegando atrasado na aula hoje! – Vera fala com a voz enérgica, enquanto os filhos conversam entre si com as vozes animadas. Pedro é o único que parece distante e o vejo perguntar baixinho, assim que a mãe se aproxima, sobre a irmã.

- Mãe, você conseguiu falar com a Sofia ontem?

- Consegui sim Pedro, sua irmã logo vem te visitar, ela disse que está morrendo de saudades de vocês.

- Isso eu duvido muito – Vitor responde com a voz irônica. Pedro abaixa os olhos, parecendo chateado e a Vera olha para nós sem saber o que dizer. Posso sentir toda sua mágoa e dor em seu olhar.

- Gente, vamos logo, se não vamos nos atrasar – Anita fala parecendo incomodada com algo.

- Ah, qual é Anita, eu ainda nem terminei de comer– Vitor reclama, com a boca meio cheia.

- Vitor, mastiga para falar– Vera fala de um jeito maternal – Vai te fazer mal comer desse jeito garoto.

- É cara, ainda tem tempo! – digo de um jeito tranquilizador, enquanto a Anita me observa sem entender e senta novamente na cadeira.

- Eu li uma vez que se deve mastigar no mínimo trinta vezes antes de colocar comida novamente na boca – Pedro fala, fazendo Vera sorrir pela primeira vez em dias.

- Ah, qual é Pedro, não vem com esse papo de “criança dotada” para cima de mim não – Vitor fala, com dificuldade, enquanto mastiga o pão. Vera balança a cabeça, como quem falasse algo como “Essas crianças”.

- Argh, que nojo Vitor, seu ogro – Giovana reclama enquanto Vitor abre a boca, mostrando o conteúdo mastigado. Anita fala algo para o irmão e eles começam a discutir.

Observo minha família à mesa, rindo, chamando atenção um do outro por causa do horário, brincando, e uma das cadeiras vazias. Não consigo deixar de pensar em quem ocupava aquela cadeira. De alguma forma, por incrível que pareça, sinto falta das respostas ácidas da Sofia pela manhã.


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Notas finais do capítulo

Eai, o que acharam?



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