Pouca coisa ao meu redor me fazia sentindo, sentia um toque quente em minha mão e vozes me pedindo algo, mas não sabia o que fazer a sensação de vazio, alivio era grande eu queria me entregar, mas não podia, havia algo ainda pra ser feito, isso eu sabia, mas não sabia o que seria.

- nasceu – uma voz disse ao fundo e foi quando abri os olhos pra sala cheia de luzes que ofuscavam meus olhos. – é um menino.

- você é meu anjo meu amor – ouvir aquela voz macia e levemente rouca me acalmou me fazendo sorrir mesmo que tenho sido difícil, meus músculos pareciam pesar deixando tudo tão difícil, tão restrito.

- meu Anthony!- suspirei e senti lábios sobre o meus, e lagrimas se juntar as minhas, aquelas de felicidade, mas as minhas eram pelo esforço, pela dor e pela luta, luta essa perdia.

Sons fortes preencheram a sala enquanto me sentia mais leve, queria lhes pedir silencio, mas os barulhos só aumentavam, me deixando irritada.

- não, fique eu preciso de você anjo, por favor!

- te amo!- suspirei sem forças e fechei meus olhos.

Dizem que quando deixamos essa vida nossa vida se passa diante de nós, nunca cheguei a acreditar nisso, para mim a morte sempre fora tranquila e não algo como a sala de um cinema, mas ali a minha frente estava os momentos mais felizes da minha vida.

Quando o conheci ainda na adolescência, quando ele entrou na lanchonete que trabalhava para conseguir um dinheiro meu e para os meus livros, quando o servi um pouco aérea pela beleza do garoto ruivo e queixo quadrado que começou a frequentar a lanchonete todos os dias nos mesmo horário.

Quando ele me chamou pra sair pela primeira vez, ele estava corado o que deixava com um jeito angelical que combinava com seus olhos verdes esmeralda, suas palavras saíram confusas o que me fez rir, mas logo em seguida concordei com o encontro e ele saiu apresado da lanchonete.

Nosso primeiro encontro havia sido no parque principal da cidade onde ele havia me levado a roda gigante e falado de como ele me achara bonita e que ia a lanchonete todo dia somente pra me ver sorrir enquanto trabalhava e que ele sonhava que um dia ainda estará ao seu lado no futuro, foi lá também nosso primeiro beijo e a partir dai sempre estávamos junto, ele ia comigo para a escola me deixando na porta das minhas aulas e depois sai correndo para não se atrasar para as suas.

Quando nos formamos na escola decidimos ir para a mesma faculdade e dividir um apartamento no campus, aquilo foi desesperador para meu pai que depois de conversar com Edward resolveu autorizar, mas me pediu juízo. O apartamento foi nossa primeira vez que morramos juntos, foi lá que tivemos nossa primeira noite juntos, cheia de promessas, desejos e carinhos, ali foi onde começamos a definhar no romance adolescente, as brigas e infantilidade de ambas as partes nos fizeram se afastar, foi durante anos que vivi sem ele que percebi meu erro, mas o orgulho que sentia me impedia isso até nos reencontramos.

Estávamos fadados a ficar juntos, pelo menos penso assim, já que nos encontramos por acaso em uma cafeteria quando acabamos por pedir nosso doce preferido que só havia um na vitrine.

Dessa vez fomos com calma, passamos aquela final de tarde conversando como velhos conhecidos e nos encontrando durante a semana durante há alguns meses até termos a coragem de tocarmos no assunto de nos dois.

Depois dali não nos separamos mais, foi quando décimos nos casar e montar nossa família que os problemas começar, mas dessa vez não eram brigas, ou ciúmes, eram problemas meus. Eram minhas falhas.

Não queria vê-lo sofrer ao descobrir minha doença foi por isso que manti segredo, pelo menos ate descobri minha gravidez. Ela era de risco, mas me propus a correr todos ele ao ver o sorriso dele quando descobriu.

- boa noite! – cumprimentou-me assim que entrou no apartamento e me encontrou na cozinha terminando o jantar.

- tenho uma surpresa pra você

- e o que seria?- perguntou me abraçando por trás enquanto me beijava no pescoço me fazendo sorrir.

- é surpresa – disse me soltando dele e o mandando tomar banho para jantar, mas assim que ele sumiu pelo corredor, fui atrás para ver o que ele acharia de tudo.

Em cima da cama havia meu resultado de exame junto com um conjunto de roupas brancas que estava estampado amo mamãe, mas sou do papai.

- não acredito! – sua voz era surpresa e fiquei com medo do que ele acharia.

- não gostou? – perguntei e ele se virou para me olhar foi quando vi seus olhos brilhando e o sorriso mais lindo que já havia o visto dar.

- Eu te amo anjo, você é a mulher da minha vida – disse me abraçando e partir dai foram só sorriso e alegria a cada dia as coisas ficam mais difíceis pra mim e sentia que me momento estava chegando.

Começava a viver minha morte e a preparar Edward pro que ele tinha que enfrentar depois do final de tudo.

Meu filme estava chegando ao final, às ultimas cenas de quando chegávamos ao hospital preenchiam minha mente, me fazendo sorrir para receber a morte, mas antes de tudo se esvaísse de mim ainda ouvi um choro ao fundo o choro do meu filho, do meu anjo que protegeria Edward.