Dulce Antidoto Para Olvidar escrita por Miaesposito


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Thais Davila,Luiza Carvalho, bebezão. gostaria de agradecer por estarem acompanhando e comentando obg e esse capitulo pra vcs.



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Os dias se passaram lentamente. As colegas que havia feito ali a perguntavam por que ninguém pedia por ela, ou melhor, dizendo, porque Gilbert havia se encarregado de que ninguém pedisse por ela. Não quis dar muitos detalhes, dizendo simplesmente que havia chegado seu dia. Alguém a havia comprado e que ela sairia dali para ser sua prostituta. Não podia dizer que Rachel a deixaria livre ao sair dali. Podia confiar nelas, mais não em todas. E estava tirando a corda do pescoço. Então preferiu dizer somente isso.

O dia chegou. Rachel estava há vários minutos no escritório de Gilbert. Já haviam contado o dinheiro nem um dólar a mais, nem um a menos.

— perfeito Marina- esse era seu nome falso.

— muito bom trabalho-

Fechou a maleta e a entregou a um dos guarda-costas. Logo abriu uma gaveta a entregou um documento de identidade.

— é um documento de identidade falso, com isso poderá tirá-la do país se quiser -.

Entregou a Rachel e ela pegou calada.

— como já falamos, não conte nada disso a ninguém... Porque sabe que te encontraremos e você se ferra mocinha-

— não há com o que se preocupar, não farei, nem direi nada. E me encarregarei de que Ciel o faça.

— muito bem então... Já pode levá-la -

Levantou-se e estendeu sua mão

— foi um prazer fazer negócios com você-

A jornalista não disse nada, somente tomou sua mão e se despediu.

Enquanto saiam de lá, acompanhadas por vários homens que vigiava o lugar, Quinn chorou. Qualquer um pensaria que chorava porque a tinham vendido, mais não... Ela chorava porque, quando saísse desse lugar, ia ser livre novamente. Ia poder voltar para sua casa, ver seus pais (ainda que não soubesse se eles a queriam ver) a suas amigas, sua Lupe... Ia deixar o que tinha vivido no passado. Ia tentar começar uma nova vida, aproveitar a liberdade como nunca havia feito... ia viver e agradecer isso dia a dia a Deus por estar ali de novo, em liberdade e com vida.

Depois de uns minutos dirigindo em silêncio, Rachel parou o carro no canto da estrada. Quinn olhou assustada a jornalista e ela a fez um sinal para que não se preocupasse.

Procurou uns papeis no porta-luvas e uma caneta.

Escreveu enquanto a moça a olhava atenta e cofusa.

“ podem ter microfones, eles tinham minhas chaves, podem tranquilamente ter instalado para saber o que falamos”.

Quinn leu e concordou. Tomou o pedaço de papel e escreveu algo atrás:

“é o mais provável. Teremos que atuar?”

Entregou o papel a morena e ela afirmou. Logo ligou o carro e seguiu viagem.

A viagem era longa por isso teriam que dissimular ao falar.

— adoro a ideia de que você seja só minha-

Disse piscando um olho e dando a entender que era atuação.

— desde que te vi soube que seria minha, e agora você esta aqui, a minha disposição. -

— vai me manter trancada?-

Perguntou dissimulando.

— sairá somente comigo, não quero que fuja. Você me saiu muito cara Ciel-

— ou seja, terei homens me vigiando quando você não estiver, assim como neste lugar-

Sorriu ironicamente.

— já esta acostumada-

— prefiro que você me mantenha presa a voltar a esse lugar. Obrigada a me deitar com qualquer um-

— princesa, quanto a isso não se preocupe você é minha exclusividade, será só minha mulher-.

Não sabia por que mais no fundo lhe agradou o que ela havia dito: sua mulher, de sua exclusividade.

Tirou esses pensamentos de sua cabeça e apoiou sua cabeça no vidro da janela. Não disse nada até que chegaram à casa de Rachel.

— entre-

Disse a jornalista fazendo-a passar, enquanto entrava com sua mala.

— é alugada-

Quinn olhou para todos os lados. Era uma casa bonita, pequena, aconchegante e luminosa.

Diferente do lugar em que estava. Assim que entrou se sentiu em paz... Algo que não sentia há muito tempo.

— espero que se sinta a vontade-

—obrigada-

Agradeceu sinceramente a moça

— ficaremos aqui por mais uns dias, talvez dois ou três. Sinta-se em casa- deixou a bolsa e trancou a porta.

— quer beber algo?-

— água, por favor-.

Rachel sorriu amavelmente e foi à cozinha. Segundos depois voltou com um copo de água.

— obrigada por tudo Rachel-

Soltou a moça enquanto pegava o copo das mãos de Rachel.

— vou te agradecer a vida toda, jamais será o suficiente para agradecer pelo que fez por mim -.

— já sabe por que fiz-

Respondeu-lhe tomando sua mão e fazendo-a sentar-se no sofá a seu lado.

— o que sente Rachel?- perguntou - o que sente por mim?-

A jornalista a olhou nos olhos se aproximou um pouco mais e acariciou sua bochecha com o polegar.

— já te disse. Te disse que cada vez que te vejo sinto coisas... Vontade de te abraçar, te proteger, de não te soltar. Sinto a necessidade de proteger-te de qualquer perigo, e de todo mal que possa te perseguir. Mais acima de tudo gosto muito de você, muito... Porém, não acredito que goste de mulheres e por isso não quero te usar Quinn. -

A garota a olhou e sua alma sorriu, ainda que não demonstrasse. Ela também sentia algo por Rachel. Coisas inexplicáveis que nunca antes havia sentido.

— só me deixe dizer que, antes de chegar a aquele lugar e antes com certeza, sempre gostei de mulheres. Jamais estive com um homem ate que cheguei ali. Não os odiava mais agora me dão nojo depois de tudo o que me fizeram- Rachel a olhava compreensiva.

— esta me dizendo que sempre foi lésbica?-

— desde que me entendo por gente-

Rachel sorriu. Teria chance com Quinn agora que sabia que era lésbica?

Enquanto pensava nisso. Seguiram conversando por mais alguns minutos.

***

Depois de pedirem algo e comer Rachel deixou sua cama para Quinn e se deitou no sofá. Era madrugada, o sofá extremamente incômodo, mais isso não era o que não a deixava dormir. Ter a Quinn a alguns metros dela, em seu quarto, era tentador. Estava encantada por essa mulher, estava encantada de uma maneira inexplicável e a desejava. Mais havia prometido a si mesma não tentar-se, não tentar nada com ela. Não quando sua irmã podia estar em seu lugar.

Quinn estava do mesmo modo. Essa cama era confortável, suava e cômoda. Mais dava voltas e voltas junto a sua mente. O que havia dito Rachel a fazia se sentir bem, como nunca havia sentido. Agora estava nesta cama, que pela primeira vez, adoraria estar dividindo com alguém. Não com qualquer pessoa, se não com ela. Levantou-se da cama e decidida, caminhou a porta. A sala estava escura, a luz da lua entrava pela varanda e iluminava um corpo que se movia incomodamente no sofá. Aproximou-se e se ajoelhou. Rachel a viu e se ajeitou, ante isso Quinn sorriu.

— não consegue dormir?-

Pergunta à morena. Quinn negou com a cabeça, levemente.

— parece que você muito menos-

Respondeu com um meio sorriso.

— é... Não tenho sono-

— e esse sofá não é confortável-

—não é mais eu sobreviverei-

Sorriu de lado. Quinn se levantou e a tomou pela mão.

—vamos para a cama. -

Rachel franziu o cenho sem entender.

— não me importo em dividir a cama contigo. Vem, vamos-

A jornalista, meio em duvida, se levantou e se deixou guiar pela loira. Chegaram ao quarto. Rachel trancou a porta detrás dela, enquanto olhava a mulher que se encontrava de costas, caminhando para a cama.

— Quinn -

Sussurrou. O silêncio do quarto a moça ouviu seu nome. Esta voltou e se aproximou da morena.

— não posso-

—não pode o que?-

— Não posso fazer isso. Te tendo aqui e assim... Não vou poder me conter-

— não se contenha-

— entenda que não posso. Prometi não te usar... Sinto muito mais não posso-

— não vai me usar-

Disse aproximando mais a ela.

— não vai se eu também quero isso-

— não quero só sexo contigo. Não costumo... Usar as mulheres-

— faz amor comigo-

Pediu Quinn

— quero que faça amor comigo.

Sussurrou a escassos centímetros de sua boca.

— se essa é sua forma de agradecer Quinn, não quero que me agradeça assim -.

— não é por te agradecer. É o que eu sinto. Te desejo-

Rachel suspirou. Sentia a respiração de Quinn chocar contra a sua, e era impossível resistir por muito tempo. Não disse nada mais, a desejava por igual ou ate mais que ela, então encurtou a distância que as separava e uniu seus lábios com os dela. Eram tão carnudos e deliciosos.

Quinn entreabriu sua boca dando passagem à língua da morena, soltando um gemido ao senti-la chocar com a sua. Foi ela mesma quem aprofundou o simples beijo, transformando em algo mais intenso, mais erótico e carregado de amor do qual jamais havia conhecido.

A língua de Rachel se lançou a uma delicada exploração de sua boca, arrancando gemidos suaves de prazer em Quinn, enquanto esta se rendia a sensações que a embriagavam.

Rachel a pegou pela cintura enquanto a beijava e a encaminhou para a cama. Em um giro a morena ficou sentada sobre o cochão enquanto o corpo de Quinn se moldava ao seu, sentada em suas pernas. Não havia nada a dizer, era o que sentiam e deixaram-se levar. Rachel lhe tirou cada peça de roupa suave e lentamente, como se ela fosse feita de cristal. Beijou cada parte de seu corpo, fazendo-a estremecer seus lábios. Suas mãos e sua língua descobriram pontos de máximo prazer que nunca ninguém havia descoberto. Em todo momento Quinn se sentiu cuidada, amada. Jamais havia se sentido assim antes, nem sequer com as garotas anteriores com quem havia ficado antes de ir para aquele lugar. Rachel era especial e a fazia se sentir especial também. Quinn voltou a viver a partir desse momento, e não sabia o que iria acontecer depois disso, mais queria viver esse momento intensamente.

***

Os raios do sol se fizeram presentes no quarto por causa das cortinas abertas. Um corpo coberto pelos lençóis brancos descansava agora na grande cama. Outro repousava sentado com uma bandeja a seu lado e uma flor em sua mão.

Lentamente, Rachel se moveu aproximando-se do corpo que dormia a seu lado e com a rosa vermelha que tinha em sua mão tratou de despertá-la. O lençol apenas tapava a parte de baixo do seu corpo deixando suas sedosas e brancas costas descobertas, que a morena aproveitou para acariciar com as pétalas daquela flor.

Quinn se moveu ao sentir cócegas em seu corpo mais não despertou. Rachel voltou a tentar, com um sorriso em seu rosto. Passou a rosa desde a nuca desta ate o fim de sua coluna, onde o lençol que a cobria impediu que continuasse. Assim o fez várias vezes, ate que Quinn abriu os olhos avelã, encontrando-se com lindos olhos café da morena e um amplo sorriso.

<< que linda maneira de acordar>>

Pensou ao vê-la ali, com esse brilho em seus olhos, iluminados pelo resplandecente sol que entrava pela janela. Sim, era uma bonita maneira de se acordar. Pela primeira vez em muito tempo acordava com o sol iluminado seu corpo com uma mulher que a encantava e com essa alegria em sua alma.

— bom dia linda- a cumprimentou sorridente. A loira se espreguiçou sutilmente e lhe devolveu o sorriso.

— como dormiu?-

Perguntou sem deixar de olha-la.

— melhor que nunca-

Respondeu em um sussurro. Levantou sua mão que se encontrava debaixo da almofada e acariciou o rosto de Rachel.

— você?-

— incrivelmente graças a você-

Respondeu enquanto lhe acariciou o nariz com a rosa.

Quinn se ajeitou, sentando na cama e cobrindo-se com o lençol, sem apagar em nenhum momento o sorriso com que tinha acordado.

— trouxe o café-

Apontou para a bandeja a seu lado

— café, suco, torradas, geleia... Espero que goste-

— isso é uma delícia-

Olhou com apetite

— em comparação ao que me davam ali... -

Rachel pegou uma torrada, pôs geleia e a entregou.

— obrigada-

— deixe tudo o que viveu no passado. Tente viver o presente. Certo?-

Quinn concordou.

— não tenho palavras para explicar o quanto estou agradecida por estar contigo-

— já disse que não tem que me agradecer-

Acomodou uma mecha de cabelo atrás de sua orelha

— mais tenho que fazer isso. você me tirou do inferno, e vou te agradecer pelo resto da vida.

— já disse por que fiz-

— por que eu e não outra?-

— porque gostei de você, desde o primeiro segundo em que te vi -

Quinn sorriu mais um pouco mais e se aproximou dela. Rachel tomou a mão que estava em sua bochecha e beijou ternamente.

— estou encantada por você Quinn-

— eu mais Rachel-

Respondeu uma vez que se separaram.

— a partir de hoje começa uma nova vida para você, logo estará com sua família, com as pessoas que tem amam-

— me pergunto se estão me buscando-

— como não estariam? Obviamente sim. Estou segura de que te buscam desde o primeiro dia-

— quando vamos para Nova York?-

Perguntou ainda segurando o lençol que cobria seus seios.

— primeiro tenho que fazer umas coisas pendentes. Amanhã talvez- Quinn sorriu fraco.

— o que você acha se sairmos um pouco? Vamos fazer umas compras, você precisa de roupas e coisas pessoais-

— não quero que... Te devolverei o dinheiro assim que puder-

— não! Faço isso porque quero. Não preciso que me devolva nada

— mais... -

O dedo da morena em seus lábios a calou.

— mais nada... Por favor-

A jovem se rendeu.

— esta bem. Obrigada. -

— já te disse que não tem que me agradecer-

— mais continuarei te agradecendo-

Rachel negou com a cabeça

— ta. Melhor eu sair para você se arrumar-

Parou e se dirigiu a porta

— já vieram revisar o carro, não havia microfones, por sorte, mais era melhor prevenir-

— nunca se sabe o que planejam-

Respondeu com medo, levantando-se da cama. Rachel se aproximou e a tomou pelos ombros.

— não há porque ter medo. Eu estou aqui contigo, para te defender. E quando eu não estiver, estará sua família. Eles vão te proteger-

— não me sinto seguram em lugar nenhum-

Respondeu com lágrimas nos olhos e desviando o olhar

— agora vivo com o pânico de que me peguem outra vez-

— isso não vai acontecer. Eu juro. –

— você vai cuidar de mim?-

Rachel a olhou sem saber o que dizer. Queria estar com ela, protegê-la de tudo mais, o que aconteceria quando Quinn voltasse a sua família e ela fosse para a Argentina

— enquanto eu estiver, sempre vou te proteger-

— não quero me separar de ti-

Passou os braços pela cintura desta e a abraçou.

— sabe que tenho que viajar para a Argentina?

Quinn rompeu o abraço e a olhou, ainda com seus braços ao redor de sua cintura.

— quanto tempo ficará La?-

— quatro meses, suponho. Acredito que lá tenha muito lugares desses como os que há em Colômbia e Nova York-

— eu te esperarei-

Soltou a jovem. Os olhos de Rachel se iluminaram. Ela iria esperá-la? Quinn queria estar com ela? Sim, era apressado o que estava acontecendo, mais ela queria estar com Quinn. A queria e adoraria tentar algo sério

— seria capaz de me esperar?

Quinn afirmou timidamente.

—digo, se... Se você quiser-

— claro que quero minha linda. Me daria essa oportunidade?-

— eu que pergunto a você. Me daria essa oportunidade?-

Rachel rio alegremente e a abraçou com todas as sua forças.

— sim Quinn. Sim eu quero e me faria muito feliz. Sei que tudo isso muito apressado. Acredita em amor a primeira vista?-

Perguntou olhando em seus olhos.

— como não vou acreditar? Estou vivenciando neste momento- respondeu deixando sair algumas lágrimas que não pode mais conter.


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Notas finais do capítulo

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