Translação escrita por Brybells


Capítulo 1
A minha hora




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O sono pesado da minha filha me lembrara do dia passado. As coisas deveriam ser normais agora que os Volturi sabiam da existência de Renesmee.

Edward havia lido a mente de Aro aquela noite, e tudo o que ele me disse foi que nossa filha estaria segura conosco. Eu me perguntava até quando essa pacificidade duraria.

Meu pequeno anjo dormia profundamente ao meu lado, ela havia carregado um fardo pesado demais para uma criança de sua idade. Seus cabelos pendiam por seus ombros. Era difícil observa-la dormir sem querer toca-la e acariciar seu delicado rosto.

O Sol já estava a postos, irradiando seu calor através da janela semiaberta do quarto de Renesmee. Edward decidira montar uma guarda, ele não estava descrente sobre as previsões de Alice, mas protetor como ele, eu já deveria imaginar.

Levantei-me silenciosamente, fechei levemente a porta do quarto para que ela pudesse dormir tranquilamente. Sei que quando ela acordasse eu iria ouvi-la.

O café da manhã já estava pronto, Edward o tinha preparado antes de sair pela manhã. Nossa noite havia sido tão claramente especial que eu ainda podia sentir sua respiração entrecortada sob nossos beijos e caricias. Ele estava radiante e insistente, meu ultimo dom o havia deixado eufórico com a ideia de ler minha mente por alguns minutos. Sorri com as lembranças da nossa noite de amor.

Obriguei-me a entrar no closet que Alice insiste em manter atualizado com as roupas da temporada. Como sempre meu estilo não passara do jeans básico e camisetas de flanela, eu me perguntava se era realmente um estilo próprio ou algo que meramente me revivesse as memorias de meu pai assistindo seus jogos na TV.

A Respiração de Renesmee estava se tornando mais superficial, estaria ela já acordando? Fui levemente em direção ao seu quarto, abri a porta com destreza e me sentei ao seu lado, pousando levemente minha mão sobre a dela.

Notei seu rostinho molhado. Ela provavelmente estava chorando em seu sono profundo.

-Renesmee... – Eu disse seu nome delicadamente, bem baixinho para que eu não a assustasse-.

Como um Reflexo ela segurou minha mão um pouco mais apertado, eu a puxei pro meu colo notando seus olhos cheios de lagrimas quando ela os abriu procurando por mim.

-Mamãe... - Ela resmungou em meio a seus soluços desesperados.

-Meu amor... A mamãe está aqui com você, não tenha medo – Eu disse ninando-a em meus braços, tentando promover o conforto necessário a ela nesse já esperado por mim acontecido.

Ela era tão parecida comigo na minha antiga humanidade, seus sonhos são bem reais segundo Edward. Às vezes ela fala como eu, e tanto eu como ele adoramos vê-la dormir.

Me torturava saber que seus medos eram proeminentes da noite passada.

-Você ia me deixar ir... Eu nunca mais ia ver você e o papai! – Ela concluiu por fim respirando pesadamente.

-Eu ia deixar você ir se fosse necessário... Mas eu nunca deixaria de te amar... Você iria sentir aqui dentro... Que a mamãe e o papai como todos os outros da nossa família nunca iriam deixar de te amar. – Falei calmamente com minha mão pousada sobre seu coração que tamborilava mais rápido em sua ânsia.

-Não quero ir embora nunca!- Ela me disse fungando e recostando-se em mim.

-Não será mais preciso você ir. Está segura agora... – Beijei o alto de sua cabeça, inalando o cheiro doce da minha pequena bebê. –Mas eu realmente acho que você deve tomar banho e depois comer o lanche especial que seu pai preparou. –

-Hum... Você pode ficar comigo? – Ela me perguntou mexendo em meu cabelo carinhosamente.

-Acha mesmo que eu iria te deixar só?– Sorri dando beijinhos estalados por suas bochechas rosadas e seus braços enquanto tirava a pequena camisola que Edward havia vestido nela ontem a noite.

Fazer essas coisas que parecem simples para uma mãe, hoje se tornaram mais intensas. É inexplicável o que eu sinto por esse pequeno ser que eu carreguei por poucos meses. A noite de ontem vai ser guardada por mim não só como a mais estressante, mas também como a noite que me fez perceber o quanto amo minha família, a noite que intensificou nossos laços.

-Mamãe, eu gosto quando você me dá banho! – Resnesmee disse me puxando pra banheira.

-Ei, ei mocinha... Nada de molhar a mamãe... Você precisa se secar logo, hoje está muito frio pra você ficar muito tempo nessa agua. – Eu disse a tirando da banheira e a colocando de pé sobre o tapete branco, enxugando seu cabelo e corpo.

Vesti Renesmee com roupas quentes e aconchegantes, ela adorava combinar as cores e isso me dizia o quão sua personalidade iria ser incompatível com a minha quando ela fosse uma adolescente.

Alice apostara com Emment que Renesmee seria mais parecida com ela do que comigo. Nisso eu tenho que concordar.

-Pronta para o café da manhã? – Edward perguntou recostado na porta do quarto em que eu e Renesmee estávamos.

Eu sorri ao ver a reação dela. Edward abriu os braços ao mesmo passo que Renesmee se jogou pra ele com aquele sorriso inocente e feliz. Nada mais reconfortante e prazeroso que ver os grandes amores da minha vida juntos.

A ultima vez que eu os vira assim estava me despedindo mentalmente tentando gravar cada gesto e sorriso dos dois. Estes seriam meu caminho para o paraíso.

-Papai! Eu quero comer ovos! - Edward me olhou sugestivamente, piscando. Obviamente relembrando da nossa lua de mel na qual eu só me alimentava de ovos, nada melhor que um cardápio único.

-Tudo bem mocinha! Vem cá então! – Ele a pegou nos braços, levando-a pra cozinha. Sentei-me ao lado dela na mesa, colocando os pequenos talheres que Esme havia comprado especialmente pra ela.

-Mamãe eu quero ver a vovó e o vovô! – Ela me disse fazendo biquinho.

-Você irá com seu papai logo após tomar o café da manhã, tudo bem? – Eu adorava o jeito formal como Renesmee se comunicava comigo. Isso lembrava minha infância com Renée.

-Tudo bem... Mas... Você vai comigo e com o papai? – Senti o receio em sua voz, ela não queria que eu me afastasse dela, ela ainda tinha medo.

-Seu pai vai levar você, a mamãe vai visitar o vovô Charlie e a Sue, eles devem estar de volta da viagem que fizeram para a pesca. – Eu a expliquei.

-Mas... Mas... Quero que você fique comigo! – Ela resmungou baixinho enquanto Edward colocava os ovos mexidos com bacon e queijo em seu pequeno prato.

-Bom, acho melhor você comer primeiro- Eu a olhei e apontei para o pequeno prato com a comida de cheiro estranho.

Renesmee apesar de preferir se alimentar de sangue conseguia conviver bem com a comida humana. No inicio achei que ela realmente não iria se adaptar.

-Você vai demorar? – Edward me perguntou me abraçando por trás.

- Eu só pretendo ver como Charlie está, faz dias que evito ir até lá, ele vai acabar notando. –

-Bella... – Edward falou baixinho em meu ouvido, roçando a pontinha de seu nariz por minha nuca. Ele simplesmente sabia como me deixar louca.

-Eu prometo que não vou demorar... Prometo aos dois... Mas vocês simplesmente tem que aprender a viver sem mim apenas durante meia hora! – Sorri dando beijinho na bochecha dos meus amores.

-Mamãe, cadê o Jacob? – Renesmee perguntou se levantando após ter terminado seu café da manhã.

-Ele já vai estar na casa dos seus avós quando você chegar lá. - Edward disse reprimindo um pouco o ciúme que ele tinha de Renesmee. Eu não aceitei de bom grado no começo, confesso; mas o que fazer quando se está destinado a amar? Porque lutar contra algo que é irreversível?

-Eba! Jacob! Meu Jake! – Ela saltitou pra fora da cozinha indo pra porta da sala, puxando Edward.

-Engraçado como ela já se sente dona dele... – Edward sussurrou baixinho sabendo que eu ouviria.

Nos despedimos com todo o carinho devido para essa primeira separação após o marcante dia contra os Volturi.

Renesmee parecia estar sempre incomodada com a ideia de estar longe de mim, e eu como mãe, agia em puro reflexo. Ela pedia e eu fazia. Meu coração se apertava a cada quilômetro longe das fontes da minha existência. Mas este era um momento adequado para que eu pudesse me encontrar com Charlie em tranquilidade. Eu simplesmente estava necessitando de um momento mais meu. Pareceu egoísta pensar assim, mas eu iria cuidar da minha filha e conviver bem melhor com meu marido sabendo que Charlie chegara bem de viagem.

E revê-lo sempre era reconfortante pra mim.

Esse retrocesso da existência que sempre acontece quando você retorna aquele lugar de origem. O primeiro quarto, a primeira casa... O cheiro das coisas. Tudo muda e não importa para onde você vá tudo isso é levado com você. Pra mim tudo se remetia á um pouco de humanidade, o que é muito incrível já que quando eu estava nesta frágil condição eu sonhava a cada segundo com a imortalidade.


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