Tessons D'une Ville escrita por Becca
"But I,
I can be everything you need,
If you're the one for me"
— Hero, Sterling Knight
Olivia continuou andando, ignorando os vários assobios e cantadas dos homens enquanto passava. Elliot não havia levado-a de volta, mesmo sabendo que ela não tinha condução para voltar. Checou o relógio para ver se havia algum chamado que ela não percebera. Nada, mas notou o botão S ali ao lado.
Se precisar, disseram a ela, chamará S, que irá salvar-te. Grande coisa. Quem era S? Alguém que nunca ligara para outros, que sempre se vangloriava por chegar nos locais antes dela, por saber mais que ela. E do que adiantava isso? Ela era a mais chamada sempre. Ela era a que se importava com as vítimas. Mal notou quando uma moto foi se aproximando dela.
Um homem alto, de capuz preto e botas de couro, parou ao lado de Olivia. Olhando-a com desejo, ele mexeu na jaqueta de couro que usava. Provavelmente, um conjunto com as botas. Ela sentiu um frio na espinha e todo seu corpo entrou em alerta.
– Oi, docinho.
A morena tentou atravessar a rua, simplesmente, ignorando-o, mas ele a impediu segurando o braço dela. Ela tentou se soltar, mas ele era mais forte.
– Aonde você pensa que vai? - ele apertou-a com mais força.
– Me larga! - ela gritou.
– Não antes de me divertir um pouquinho.
Se, ao menos, ela estivesse com algum dos poderes que sua fantasia a proporcionava, se, ao menos, Elliot estivesse com ela... Agora ela realmente se encontrava em desespero. O que fazer? Não havia ninguém na maldita rua a uma hora dessas e de nada adiantaria gritar. E foi aí que se lembrou. Lembrou-se de S e de todo seu egoísmo. De toda aquela prepotência e arrogância. Mas agora, nada disso importava, a não ser, é claro, a vida de Olivia.
E por isso, por temer sua vida, decidiu apertar o maldito botão e chamá-lo. Não que ela esperasse uma chegada tão rápida, não que esperasse estar completamente intocada pelo homem quando S chegasse. Não que ela esperasse que ele se importasse com ela. Uma luz penetrou o céu, que se encontrava em completo breu até o momento. No instante em que homem tentou leva-la para um beco escuro, ele apareceu.
– Solte-a! Agora, ou, eu garanto, vai se arrepender de ter nascido! - ele gritou enquanto o segurava pelo colarinho e o empurrava no asfalto que estava gelado e úmido por culpa do sereno.
Olivia observava impressionada o super herói agir com tanta destreza. Talvez ele não fosse assim tão ruim. Afinal, havia acabado de salvar a vida dela. Aquilo fazia dele uma boa pessoa, certo? Como podia? De um dia para o outro, de uma hora para outra, estar tão mudado, e se importando tanto com os que lhe pediam ajuda. S colocou o homem preso a um poste no canto da rua e chamou a polícia.
Logo depois voltou seu olhar a morena. Pôs outra pequena pedra ao lado do homem, perto o suficiente para saberem que havia sido ele, porém, longe o suficiente para que ele não empurrasse ou surrupiasse a pedra.
– Olivia, vem. - ele estende a mão para ela.
– "Vem" aonde? - Olivia coloca as mãos na cintura - Wow, espera.
Ela se dá conta de que é a primeira vez que ele a vê. Bom, pelo menos como cidadã indefesa, é. Então, como ele sabe seu nome? Será que tem o poder de ler mentes?
– Como você sabe meu nome? - ela indaga. E ele a encara.
– Se você vier comigo, eu te digo. - ele disse, aproximando-se dela.
– Eu nem o conheço. - ela murmurou, esperando que ele não a reconhecesse. "Cara arrogante, só porque me salvou quer me levar para cama.", pensou.
– Se você não poder confiar nem um super-herói em quem pode confiar, então? - ele indagou, aproximando-se mais ainda. Ela ainda não estava convencida, afinal, será que ele teria algo a ver com a sumida de Elliot?
– Olha, se você quiser ficar aqui e esperar a policia, tudo bem. Mas ele pode acordar e tentar se soltar, o que não vai ser nem um pouco bom para você.
Olivia volta seu olhar para o homem amarrado. Ele realmente está acordando, e ela não quer arriscar estar ali quando ele estiver são.
– Vamos. - a morena diz com má vontade.
••
Quando eles chegam ao local, Olivia parece confusa. É o mesmo lugar que Elliot a havia levado há apenas algumas horas atrás. O grande bosque, com longas árvores e muitas sombras. - Por que me trouxe aqui, S? - ela está tão curiosa que nem nota quando ele tira a máscara que cobria seus olhos azuis.
– Olhe para mim, Liv.
E ela se vira. Logo reconhecendo o homem a sua frente. Seus olhos saltaram das órbitas. Como podia? Enfim, ela não era a única a esconder seus segredos. Elliot é S. Seus olhos não podiam acreditar. Como ela não havia notado? Como pode não reconhecer o homem que ama? Que tipo de pessoa ela é?
– El! - ela exclama, pondo as mãos na frente da boca, completamente surpresa.
– Liv... - ele murmura. Ela se aproxima um pouco mais e toca o rosto dele, sorrindo completamente extasiada.
– Todo esse tempo era você. Eu nunca nem desconfiei que você fosse... - ela começou, ainda em estado abobado pela descoberta recente.
– Um super-herói. É, eu sei. - ele suspirou - Eu não queria te contar, tinha medo de te perder.
Olivia sorriu, negando com a cabeça. Ela sabia que revelar seu segredo seria necessário. Porque ele havia confiado nela, e dizer a verdade era a única coisa que Olivia podia fazer.
– Eu preciso te contar algo também. - a morena se afastou um pouco e pôs uma das mãos num dos bolsos da calça.
Retirando-a de lá, acariciou o objeto, deixando-o completamente curioso. Ela suspirou, e, em seguida, mostrou uma pedrinha com um B desenhado.
– B? Você é ela? - Elliot parecia confuso.
– Yeah. Sou eu. - ela suspirou, sorrindo levemente.
Olivia voltou a se aproximar dele, que não recuou, pelo contrário, sorriu e se aproximou ainda mais. Os olhos dele pesavam sobre a boca dela. O céu azul escuro nem se faz notar. Não quando os olhos ficam presos nos olhos dos outros.
– Nós podemos trabalhar juntos. - Elliot está sorrindo, seus olhos indicavam êxtase, seu rosto estava estampado com o prazer de ter contado seu segredo.
– Como uma dupla? - ela pergunta com os olhos brilhantes.
Ele está a um centímetro dos lábios de Olivia e ela fecha os olhos, ligeiramente nervosa pela expectativa de ter os lábios dele colados aos seus.
– Não, Liv. Como um casal. - ele sussurrou, aproximando ainda mais seus rostos.
Segurou-a pelas laterais do rosto, roçando seus lábios. E eles se beijam, ali, no meio da madrugada, no frio, no sereno. Mas, sinceramente? Nada disso importa quando você está beijando a pessoa que ama. Afinal, super-heróis também precisam amar.
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"It's so fluffy I'm gonna die!"