Sakura e Ino corriam desesperadas até o hospital, quando a kunoichi da equipe 7 notou os olhos de Ino marejados.

-         Ino. Esta tão nervosa assim por causa do estado de saúde do Kiba?

-         Sim.

-         E porque? Vocês nunca se deram bem. Porque isso agora?

-         Porque tenho repensado na minha vida. Estou tentando mudar os valores das coisas Sakura. Errei com muitas pessoas e Kiba é uma delas.

-         Então a melhor forma de reparar o seu erro é ajudando ele a sobreviver.

Quando chegaram ao hospital Sakura levou Ino imediatamente para a unidade de Terapia intensiva, UTI, e antes de entrar na sala Ino respirou, fechou os olhos para assim tentar controlar seus batimentos cardiácos e suas emoções, para assim poder ajudar Kiba naquele momento tão difícil. Recuperada, Ino finalmente abriu a porta, e quando olhou para o corpo sobre a cama as lágrimas fugiram de seu controle escorrendo pelo rosto.

Kiba estava todo entubado, com aparelhos que o ajudavam a respirar, vários ferimentos em seus braços, pernas e abdômen, como se fossem queimaduras.

-         Ino. Tente se acalmar. Se a senhora Tsunade ver o seu estado emocional não irá deixar que você participe da equipe de tratamento.

-         Sim Sakura. Desculpe, foi involuntário. Mas o que aconteceu com ele? Ele esta todo queimado e nem esta conseguindo respirar direito.

-         Foi uma explosão.  Um dos ladrões que eles estavam perseguindo fez uma armadilha com o gás que havia roubado e resolveu explodir tudo, depois que viu que seria impossível escapar da equipe de Kiba. Dos cinco shinobis que estavam com ele, só sobreviveram ele e o konohamaru. Até o Akamaru esta muito mal. Ele foi transferido para a clinica veterinária de Inuzuka Hanna.

-         Então a família Inuzuka já foi avisada?

-         Sim. A mãe do Kiba já esteve aqui para ter noticias, mas explicamos a ela que seria melhor ela voltar para a veterinária para ajudar o Akamaru, pois aqui ela não seria útil.

-         Entendo.

-         Toma. Esse é o prontuário dos remédios dele, dos horários, e das injeções para diminuir a dor das queimaduras. Vou deixar você encarregada dele só porque estou vendo o seu desespero em salva lo. Mas lembre se que o caso de Kiba é muito complicado. Ele esta com queimaduras de primeiro, segundo e terceiro grau, e a fumaça inalada depois de explosão prejudicou os pulmões e a olfato dele.

-         Por Kami-sama! O caso dele é muito grave. Pode deixar Sakura eu vou ficar aqui dia e noite, e só saio daqui quando eu ver ele respirando normalmente, sem essa parafernália.

-         Calma Ino. Não é pra tanto. Amanhã pela manhã outro médico vem te render.

-         Não por favor Sakura! Me deixe aqui cuidando dele direito.

-         Eu não posso. É perigoso. Você tem que descansar. Não pode ficar dias e dias sem dormir. É imprudência demais.

-         Sakura. Pela amizade que um dia nós tivemos. Por favor. É importante pra mim.

-         Ino...

Sakura olhava Ino assustada. Jamais. Nunca. Em hipótese alguma viu a senhorita Yamanaka Ino tão desarmada. Tão despojada do rotulo de importante, bela, independente e fria. Ela estava diante de uma Ino preocupada, zelosa e desesperada com a saúde de Kiba.

Realmente Ino estava mudando. Aquilo não era por capricho. Era porque Ino estava querendo salvar Kiba do fundo do coração, não queria perde lo, não queria deixar ele sozinho, queria protege lo.

O porque Ino estava fazendo aquilo por Kiba era um mistério para Sakura, mas ela preferiu não questionar, e sim ajudar.

Ela pegou nas mãos de Ino e olhou em seus olhos;

-         Se alguém perguntar sobre a troca dos turnos diga que você é especialista em queimaduras e que o paciente precisa de vigília 24 hrs. Mas eu vou vir todos os dias depois das 20hrs só pra você tirar uma soneca. E isso é uma ordem. Afinal eu sou a médica responsável pela UTI.

-         Arigato Sakura! _ Ino abraça Sakura com toda a força, fazendo Sakura enrubescer pelo ato repentino de Ino. _

-         Eu não sei o que o Kiba fez para você mudar tanto. Mas independente do que seja ele merece acordar e ver você olhando pra ele. Acho que ele vai gostar.

-         Porque esta falando isso Sakura?

-         Seus olhos. Estão diferentes. Você cresceu Ino.

Sakura fechou a porta deixando Ino a sós com Kiba no leito do hospital.

-         Ele esta bem?

-         Não. Esta com muitas queimaduras, e respirando por aparelhos.

-         E pensar que na infância nos fomos tão amigos e agora ele mal fala comigo nas vezes que venho a vila.

-         Naruto não se culpe. Ele ficava chateado pois você não retribuía os sentimentos da Hinata.

-         Como eu poderia retribuir algo que não sinto. Você e todos da vila sabem o quanto eu sou apaixonado por você Sakura-chan.

-         Naruto... você se lembra como era difícil me ver apaixonada pelo Sasuke?

-         Por que lembrar dessas coisas ruins, dattebayo...

-         Porque é o mesmo sentimento do Kiba por você. Ele gosta ou gostava da Hinata e via ela correndo atrás de você e você a ignorando, daí ele pegou raiva de você, assim como você pegou raiva do Sasuke.

Mas como você melhor que ninguém sabe. O tempo é o senhor da razão. Quem sabe quando ele acordar vocês possam acertar essas desavenças e voltar a velha amizade.

-         Você acha?

-         Sim. O tempo muda tudo Naruto. Nos dois somos o exemplo claro disso. 

-         É. Mas pra nos dois o tempo demorou muito. Foi uma eternidade dattebayo!

-         Não seja reclamão! Vamos jantar estou com fome.

-         Mas e o Kiba vai ficar com quem?

-         Com a Ino. Ela vai cuidar dele direto.

-         Quem??? Você esta louca Sakura-chan? A Ino odeia o Kiba, ela vai mata lo!

-         Você quem pensa. Foi ela que pediu. Pediu não; Implorou pra que ficasse responsável pelo Kiba.

-         O QUE? Você esta de brincadeira!

-         Eu já disse. O tempo muda tudo. E pode mudar muito mais. Basta a gente esperar pra ver.

-         Sakura-chan, você esta me confundido...

-         Esquece. Vamos jantar.

-         lámen???

-         Sim!

Já no clã Nara...

-         É eu soube no escritório da Hokage.

-         Mas ele esta muito mal?

-         O estado é grave, mas acho que ele sobrevive. Mas o porque do interesse Temari?

-         Kankurou chega em três dias, e a sua amiga porca tinha me dito antes de sair para o hospital que não tinha resolvido com quem ela iria ficar.

-         Mendokuse. Espero que ela resolva logo.

-         Acho que ela já resolveu, apenas não queria me dizer.

-         E qual é o seu palpite?

-         Quer apostar?

-         Apostar? Temari você é problemática demais! Querendo apostar uma coisa dessas!

Em quanto isso no hospital, Ino estava ao lado de Kiba logo depois dos medicamentos e da troca de curativos. Ela olhava a pele de Kiba com detalhes. Lembrava se o quanto aquela pele era quente e aconchegante. Olhava o rosto de Kiba que estava bem mais sereno do que quando ela havia chegado. Parecia que ele sabia que estava sendo zelado.

Ino pov´s:

Tadinho do meu totó. Tá tão machucado. Essas queimaduras vão dar trabalho. Só espero que não deixem cicatrizes, seria até um pecado com essa pele...

Olha como ele dorme. Parece uma criança de tão calminho.

Ino lembrou de uma de suas aulas de terapia e fisioterapia, onde foi dito que conversar com o doente sobre coisas boas, as vezes surtia bons resultados. Afinal eles sabiam que Kiba estava apenas incociente, mas não estava em coma.

-         Ei! Totó! Esta uma noite linda lá fora. Eu vou abrir essa janela pra você sentir o ventinho gostoso que esta correndo. Afinal, você é um animal selvagem, não deve gostar de ficar trancafiado dentro de uma sala cheirando a eter.

_ Ino abre a janela e volta a fica ao lado de Kiba no leito._

-         A lua esta tão bonita. Esta clariando até dentro do quarto. Esta como na noite que você foi embora. Lembro dessa noite todos os dias. Lembro do brilho nos seus olhos... mesmo tristes eles ainda brilhavam... me prometa que vai ficar  bom logo Kiba... assim eu poderei ver aquele brilho novamente nos seus olhos... 

Ao terminar de falar Ino segurou a mão direita de Kiba com cuidado, mas o que ela não esperava era que ele retribuisse com um leve movimento com os dedos, como se tentasse segurar as mãos dela. Ino ficou radiante com o sinal de vida que Kiba havia lhe dado.

-         Kiba você esta me ouvindo? Ah, por Kami-sama! Será?

Por favor Kiba, se escutando, faça qualquer movimento com os dedos, qualquer coisa...

Nada aconteceu... Fazendo assim Ino pensar que aquilo teria sido coincidência. Um lágrima escorreu pelo rosto da Kunoichi e durante toda a noite ela seguiu ao lado de Kiba naquele leito de hospital.

Os dias foram passando e Kiba continuava inconsciente. Ino já estava três dias sem dormir, somente na esperança que ele poderia acordar a qualquer momento.

Poucas eram as visitas que o shinobi podia receber. Somente sua mãe, a irmã, a sensei Kurenai, Shino e a chefe da UTI, Sakura. Claro que todos os outros iam diariamente ao hospital para saber noticias, porém Sakura não dava nenhuma autorização para visitas, pois o seu quadro médico ainda era preocupante.

Como era de costume, todas as noites, Ino se sentava ao lado do doente e conversava com ele, sobre qualquer coisa, sobre viagens, missões, animais, jogos, fofocas da vila, comida, qualquer coisa. Afinal, ela podia ficar ali horas e horas falando que ele não iria recrimina la mesmo. Mas dava a sensação dele estar prestando atenção em tudo. Quando chegou nessa conclusão, Ino achou que estava surtando de vez.

-         Que tal assim; você fica bom logo, e a gente vai fazer uma viagem até a vila da névoa? Dizem que lá tem os melhores sorvetes das cinco nações. Daí a gente pega aquelas coberturas e ... (Ino cochicha no ouvido de Kiba)

-         Ah!!! Já sei! Que tal irmos para o país do ferro. A Sakura me disse que lá cai neve o tempo todo. Você deve saber porque já foi lá. Já pensou poder brincar de fazer bonecos de neve! Daí a gente faz um concurso; o boneco mais bonito ganha...

-         Posso entrar...

-         Claro senhorita Inuzuka. Me desculpe, é que eu fico aqui tanto tempo que acabo conversando com ele... mesmo ele não me ouvindo... talvez essa seja a única forma de eu falar por tantas horas sem ele brigar.

-         Hehehe. Obrigada senhorita Yamanaka. Você tem sido muito atenciosa com o meu irmão.

-         Que isso. Eu só estou fazendo o meu trabalho.

-         Não precisa esconder. Dá pra ver nos seus olhos a preocupação com ele. Todas as vezes que venho visita lo você esta aqui, segurando a mão dele, zelando por ele... essa é a maior prova de amor que ele poderia ter.

-         Prova... de ... amor... (Ino fica confusa)

-          Sim. Se fosse qualquer outra pessoa já teria desanimado ficar aqui. Já faz uma semana que Kiba esta desacordado, e você continua esperançosa, conversando com ele, tratando dele. Isso é amor. Zelar por alguem, é amor. Proteger é amar. Obrigada senhorita Yamanaka.

-          Eu... eu... eu... eu só não quero perde lo...

Ino começa a chorar e joga nos braços da irmã de Kiba tentando abafar seu choro.

Durante uma semana ela ficou ao lado dele firme. Sem chorar cada vez que via aquelas queimaduras, a cada vez que conversava com ele, que tentava instiga lo com histórias de viagens, passeios e “revanches”, e não tinham uma resposta. Cada vez que as pessoas chegavam lá e olhavam ela com maus olhos, achando que ela não era a pessoa ideal para esta ao lado do menino cão.

Aquilo machucava muito Ino. Mas ela ficou ali impassível durante todos aqueles dias. Queria ser agraciada com o despertar dele.

Finalmente ela tinha uma pessoa ao seu lado que lhe deu colo. Sem lembrar do passado, ou contestar o presente. Hanna estava lhe dando um amparo.

Ino chorou até não ter mais lágrimas. Já Hanna esperou com toda calma do mundo. Depois disso a veterinária foi para casa deixando a Kunoichi médica com seu irmão ainda inconsciente.

No dia seguinte começou normalmente com Ino aplicando os remédios e verificando as queimaduras, essas já estavam bem cicatrizadas, só faltava Kiba normalizar a respiração.

Ino saiu do quarto e foi em direção do vestuário para trocar de jaleco, porém no corredor estava a godaime Tsunade e Shizune, fazendo algumas visitas. Ino voltou imediatamente para o quarto de Kiba, pois sabia que a lendária não poderia vê la andando pelos corredores, que a mandaria direto pra casa para descansar.

O jeito era trocar de roupa ali mesmo. Afinal, Kiba estava em sono profundo.

Ino começou tirando o jaleco médico, e logo depois a blusa lilás, quando estava desabotoando o sutiã, ouviu a máquina que media os batimentos cardíacos de Kiba apitar e olhou diretamente para o paciente.

-         Kiba! Você acordou!

Ino correu até a cama de sutiã mesmo e foi verificar os batimentos de Kiba e sua respiração.

Já Kiba estava meio lerdo, devido aos remédios, mas não tirava os olhos de um devido lugar.

-         Seu cachorro pervertido! Esta quase morto mais ainda não deixa de ser guloso!

Kiba apontava para um papel que estava no criado mudo. Ino lhe deu o papel e ele escreveu muito devagar;

“Se for pra vir ao hospital e ver a enfermeira fazendo strep tease logo pela manhã, eu quero ficar quase morto. Agora tira essa merda de cano da minha boca!”

Ino tirou o cano do aparelho respiratório com cuidado e verificando se a respiração de Kiba estava normalizada.

-         Se a Sakura souber que eu já estou tirando o aparelho ela me mata.

-         Fazemos assim. Eu não falo que você tava fazendo strep tease pra mim e você fala que eu não preciso mais disso.

-         Eu não estava fazendo strep tease, estava trocando de roupa escondido da godaime!

-         Porque escondido?

-         Ela não pode saber que eu estou aqui.

-         Porque não? Você não é médica?

-         Mas ela vai me mandar sair do plantão.

-         Realmente ela esta certa. Você precisa de folga. Esta com olheiras enormes.

-         Baka! É porque eu fiquei aqui com você! (Ino se cala depois de se arrepender do que disse)

-         Você esta aqui no hospital comigo direto? A quantos dias?

-         Isso não importa.

-         Claro que importa! Eu quero saber quantos dias eu já estou internado!

-         Hoje faz 10 dias.

-          

-         Você esta 10 dias direto comigo aqui no hospital?

-         E daí? É o meu trabalho.

-         Sua insuportável! Ao menos me trate melhor. Eu sou seu paciente!

-         Seu otário! Acha que eu tenho que te mimar só porque esta todo ferrado!

Pronto! Acabou a paz que reinava entre Kiba e Ino.

Fim do capítulo 08