Cherish escrita por headacheman


Capítulo 1
Mamola o Taka?


Notas iniciais do capítulo

Ai cara to muito cansada... Passei a tarde toda andando... Com a Tia Matsu ninguem merece... Minhas pernas doem, sem falar que eu digitei a fic toda só hoje de manhã, meus dedos dóem...Ai que dor... Como se eu ja não tivesse mais nada pra escrever a criatura me pede de presente uma fic... É pra matar ela e vender os ossos u_u Bom, espero que leiam e gostem.

Boa fic a todos.

Tia Köu



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/43117/chapter/1

 

O dia começou agitado na escolinha primária de Kanagawa, um novo aluno havia chegado, e estava causando furor entre os demais estudantes de lá. Era um lugar pequeno, mas muito alegre e acolhedor, como era uma escola primária, os alunos não passavam dos sete anos de idade, e as professoras se esforçavam pra que todos fossem amigos, ou no mínimo se dessem bem.

 

Na sala do jardim dois, duas crianças conversavam, com seus maiores sorrisos estampados no rosto, enquanto brincavam com massinhas coloridas de modelar.

 

-Nee, Taka-chan... - Começou o rapazinho mais alto. -Mas, ele é legal? Ele quer ficar com você mesmo? Namorado? -Suspirou, referia-se ao novo aluno, atual vizinho de Taka, pelo qual o mais novo havia se apaixonado. Ele era magrinho, um tanto franzino, os cabelos tinham um estranho corte feito pelo amiguinho mais novo, várias pontas, uma franja na diagonal, bom, resumindo: O corte parecia que uma pessoa cega, com uma faca daquelas cheias de dentinhos, uma faca serra, havia cortado os cabelos de Kouyou, de tão tortos que estavam o alinhamento dos fios. O rosto fino, fazia com que o pequeno Takashima Kouyou tivesse leves traços femininos, as unhas lambuzadas de um esmalte preto que havia pego escondido nas coisas da mãe. Uma das provas de que Kouyou perdia por pouco em matéria de traquinagem para o amiguinho.

 

-O Taka não sabe, Kou-chan... Mas ele vai perguntar! -afirmou convicto, agora era a vez de Matsumoto Takanori se pronunciar. Era um garoto decidido e direto, apesar de sua pouca idade, alguns achavam que era apenas teimosia da parte do pequeno, que quando encasquetava com uma coisa, não desistia dela por nada. Percebia-se que ele era traquina por sua aparência física, os cabelos tinham grandes manchas de cor indefinida, parecia branco, às vezes amarelo, tudo isso fruto de um programa de TV que Taka assistiu e que ensinava a pintar o cabelo com água oxigenada, o resultado era a cabeça da criança. Os fios eram lisos, e mal cortados, coisa que ele também fez sozinho. Era um verdadeiro perigo deixar aquela criatura sozinha. - Taka vai falar com ele hoje. - Completou, apertando a massinha de modelar com os dedinhos gordinhos, enquanto inflava as bochechas fartas, formando um pequeno bico.

 

-Mas ele é grandão Taka? -Perguntou o outro curioso, sorriu ao ver o bico do amigo.

 

-Hai! - Respondeu erguendo os bracinhos gordinhos, sorrindo abertamente - Ele tem seis anos.

 

-Nee Kawaii! Que sorte Taka-chan... E ele ainda é seu vizinho, mas... Mas... Você só tem cinco aninhos, não pode. - O maior repreendeu, fazendo um bico.

 

-Acredita no Taka, Kou-chan. -Dizia manhoso, enchendo as bochechas de ar.

 

-Taka, se der confusão? Se ele não te quiser e te magoar? 

 

-Mas... Poxa Kou... Não quer acreditar no Taka. - Resmungou largando a massinha de modelar e sentou-se no chão, sobre as perninhas, a camisa do uniforme ficava tão grande que as mangas ultrapassavam os cotovelos do pequeno. Takanori cruzou os braços fazendo um bico emburrado, precisava ao menos do apoio do melhor amigo, já sentindo os olhos arderem.

 

-Ta-Taka... Taka não chora... - Kou engoliu seco, sentindo um aperto no coração ao vê-lo prestes a chorar, soltou um longo suspiro e se arrastou até o pequeno, o abraçando. Taka rejeitou inicialmente o abraço, mas em seguida cedeu, afundando o rosto no peito magrinho do pequeno. - O que você quer que eu faça?

 

-O Taka só quer ser mamolado dele, Kou... Só precisa acreditar no Taka pra ele se sentir forte. - Disse fungando baixinho.

 

-Hai, eu acredito. - Sorriu, curvando o rosto e mordendo a bochecha do menorzinho.

 

-Sério Kou-chan? - Arregalou os olhos desfazendo o abraço, para poder olhar o rosto do amigo. Kouyou apenas afirmou com a cabeça, sorrindo. - Taka vai ser mamolado Akira-kun! - falou alto, arrancando olhares dos outros colegas de classe, a professora havia saído por instantes.

 

-SHIU! Não diz alto Kawaii! Alguém pode ouvir. - E tapou a boca do amigo que afirmou com a cabeça assustado.

 

~*~

 

O novo estudante da escola era Suzuki Akira. Um garotinho sério, de poucas palavras, parecia até um pouco anti-social por se isolar tanto. A primeira vez que Taka pôs os olhos sobre o garotinho que tinha os cabelos bem pretinhos, bagunçados numa tentativa de arrepiá-los, foi imediato o sentimento. Ele não sabia ao certo o que era, mas  apenas queria estar perto do outro, queria ser algo mais do novato, além de vizinho e coleguinha de escola, já que Akira era uma série a frente de Takanori e Kouyou.

 

Taka e Kou se espreitavam pelo vidro da porta, o menorzinho sorria bobo com as bochechas coradas, observando o novato na sala da alfabetização, mas a felicidade do pequeno não durou muito, logo a professora lhe lançou um olhar repreendedor.

 

-Kou-chan, pode descer o Taka. - Sussurrou desconcertado, ao amigo que estava ficando com o rosto roxo por suspender Takanori que não alcançava ao vidro, o bumbum gordinho do pequeno, sufocava Kouyou que o segurava sem reclamar. O maior o desceu e então correram juntos até a sala do jardim dois.

           

Taka mal prestava atenção ao que a professora dizia naquele dia ela estava ensinando a família da consoante M. Mas o pequeno só fazia suspirar pelo mocinho na sala vizinha. O sinal logo tocou, o pequeno nem esperou o amigo, apenas pegou sua lancheirinha e saiu em disparada correndo pelo corredor da escola, a lancheirinha pendurada no ombro, batia em suas peninhas rechonchudas, pulou um pequeno batente que dava para o pátio e acabou caindo no chão, espalhando todo seu lanche no chão. Taka ralou o queixo no chão com a queda e se pôs a chorar aos berros.

 

Uma das professoras se aproximou praticamente correndo para ver o motivo de escândalo do pequeno, e o pegou no colo, enxugando o rosto dele, que chegava a soluçar de tanto chorar.

 

Taka envolveu os bracinhos ao pescoço da professora, e olhou o canto do pátio, onde o novo aluno estava sozinho, comendo um sanduíche. O menor enxugou os olhos com as costas da mão e fungou um pouco.

 

-Tia, coloca o Taka no chão. - Disse com a voz embaçada pelo choro.

 

-Taka-chan, temos que ver seu machucadinho. - a professora falou, pondo o pequeno no chão, que apanhou o seu lanche e a lancheirinha, fungando.

 

-Hai, depois. - E continuou em disparada até o rapazinho isolado no canto do pátio, chegou perto sorrindo abertamente, mas o outro não lhe retribuiu ao sorriso, nem o trabalho de erguer o rosto se deu. Takanori suspirou frustrado. -Taka pode sentar aí do ladinho? - Falou com receio, olhando os próprios joelhos, Akira não respondeu, apenas olhou na direção contraria. O menor com certa dificuldade sentou-se no banquinho onde o outro sentava. - Ne... O lanche do Taka caiu todo no chão. -Dizia manhoso olhando o lanche do outro.

 

-Hum. - Respondeu ranzinza, pondo na mão do outro o ultimo sanduíche que era pequeno, mas nas mãos de Taka parecia maior.

 

-Brigado Akira-kun.  - Falou baixinho mordendo um pedacinho mínimo do sanduíche. - Akira-kun...

 

-Hum. - Akira mantinha o olhar na direção oposta a Taka, mais especificamente o olhar vidrado no portão do lugar. Taka engoliu o que mastigava e respirou fundo, como se buscasse das profundezas, coragem pra dizer o que viria a seguir.

 

-Quer ser mamolado do Taka? - falou rapidinho como se quisesse se livrar da pergunta que a tanto atormentava o pequeno.

 

-Hum!?? - O mais velho arregalou os olhos na direção do pequeno dessa vez.

 

-Hai! Taka vai ser bom mamolado, ele cuida, carrega suas coisas, faz suas tarefinhas... Mesmo que o Taka não saiba fazer... - resmungou baixinho a ultima frase, suspirando. - E Taka traz lanche pro Akira-kun todo dia, Akira-kun só precisa segurar a mão do Taka na hora do lanchinho, hai? Quer mamolar o Taka? - Dizia apreensivo, estava agoniado com o silencio do outro. Era visível na expressão do pequeno, com as sobrancelhas coladas.

 

-Hum... -Akira mantinha os olhos arregalados, direcionados ao pequeno, apenas resmungou, virando o rosto - Que pirralho direto... - Ainda com o rosto virado, respondeu: - Certo, mas eu só vou segurar sua mão.

 

Sorriu, Takanori sorriu, e se pudesse gritaria.

 

-Hai, brigado Akira-kun! Taka vai ser bom mamolado!

 

-Hum, come aí e não me amola. - Falou com o rosto baixo, fechando o potinho vazio onde antes estavam os sanduíches, Taka não conseguia conter o sorriso, mas continuou comendo.

 

Quando o pequeno acabou de comer, passou os dedos discretamente pelo assento e tocou os dedos do outro, que o viu e percebeu a sua intenção. Akira timidamente abriu a mão e deixou que o outro a segurasse da forma que bem entendesse. O tempo do intervalo passou rápido, Akira não falava absolutamente nada, já Takanori não parava a boca, falava com todos que passavam, acenava para passarinhos que as vezes sobrevoavam ou até mesmo pousavam na escola, e tentava a todo custo puxar assunto com o maior, mas este quando respondia eram apenas monossílabos como: "Hum" ou "É". Akira ficava se perguntando o que havia sido o arranhado no queixo do pequeno, mas era tímido suficiente para não perguntar.

 

O sinal tocou, e o maior levantou-se ainda segurando a mão do pequeno, o ajudando a descer do banco, já com os pés firmes no chão, pegou o potinho do outro, e saíram juntos de mãos dadas. Takanori sentia como se não fosse conseguir parar de sorrir.

 

-Akira-kun. -Falou o baixinho, parado em frente a sala do outro. Taka suspirava desconcertado. Não entendia por que o outro não o olhava, ou nem ao menos queria conversar com ele.

 

-Que? - Disse sem abrir muito a boca, parecia esconder algo. Evitava falar olhando o outro.

 

-Taka mora no "apontamento" do lado do Akira-kun.

 

-Eu sei disso. - Akira olhava a porta de sua sala enquanto Taka olhava o chão, estava frustrado por que o outro nem ao menos o olhava.

 

-Taka pode ir com o Akira-kun?

 

-Tanto faz.

 

-Hai, Taka vai com Akira-kun. - Soltou a mão do outro e saiu correndo para sua salinha, a professora fez-lhe um curativo no queixo, e só então ele pode contar tudo detalhadamente ao amiguinho Kou, que sentiu uma pontinha de inveja do menor, mas estava feliz, no fundo ele queria ter a coragem de Taka. O que tinha de pequeno tinha de atrevido.

 

Fizeram o exercício que a professora havia mandado fazer, era algo simples, pintar uma paisagem. Taka e Kou conversavam diversos assuntos, mas principalmente sobre  namorado do menor. Quando o sinal tocou, Taka despediu-se do amigo e foi à sala da Alfabetização, olhou pela frestinha da porta e viu o namorado ainda fazendo a lição, sorriu e encostou-se à parede com os braços cruzados, batendo o pezinho insistentemente no chão, cantarolando uma musiqueta baixinha. O correto era Takanori voltar para casa com Kouyou, já que a casa do amigo era no mesmo caminho que a sua, nesse dia iria com o namorado.

 

Dez minutos mais tarde, Akira saiu da sala junto com outros alunos, Taka ao vê-lo, armou o maior de seus sorrisos, recebendo como resposta uma revirada de olhos do outro, no mesmo instante o sorriso se desfez, Taka estava começando a pensar que Akira não queria realmente namorá-lo. Enquanto o pequeno perdia tempo analisando os cadarços mal amarrados, Akira puxou-lhe a mão e saiu rápido dali, em pouco tempo estavam correndo, Taka o seguia correndo sem entender bem o que estava acontecendo.

 

-Akira-kun, pra que tanta "rispidez"? - Disse ainda correndo, a essa altura já estavam na rua, Akira não tirava os olhos do edifício quadras a frente, realmente focado, enquanto Taka se dividia entre correr e tentar respirar, não costumava correr tanto.

 

-Eu quero assistir o anime que passa todo dia essa hora, e não é "rispidez" é rapidez. - retrucou ainda correndo.

 

-Hai, raspidez. -Afirmou levemente com a cabeça, Akira apenas sacudiu a cabeça negativamente, não estava com paciência ou tempo pra ensinar ao outro como falar corretamente.

 

-Ótimo, anda. - E correram mais um pouco, o edifício onde moravam ficava perto da escola, eram dois quarteirões, logo chegaram. Ambos moravam no terceiro andar, entraram no elevador ofegando, era como se todo o ar do universo tivesse acabado.

 

Taka tinha o rosto vermelho, pelo sol e pelo cansaço, sem falar na fina camada de suor que cobria seu rostinho, Akira não estava muito melhor, mas ao menos respirava com mais facilidade. O maior cutucou a mochila, pendurava ao ombro e tirou uma garrafinha estampada com super-heróis e entregou ao menor, sem dizer nada. Takanori fez apenas um movimento de agradecimento com a cabeça, logo tomando a água, a garrafinha tinha um pequeno bico, parecia que o pequeno estava tomando mamadeira, segurava com as duas mãos e erguia a cabeça e a garrafinha, isso fez Akira sorrir, virando o rosto.

 

O maior havia se assustado com a espontaneidade da parte de Taka mas estava começando a gostar dele. Era realmente impossível não gostar dele, aquele jeitinho fofo, falador, simpático e prestativo lhe conquistou, queria cuidar do pequeno como nunca quis fazer com ninguém.

 

-Nee, Akira-kun. - Sorria o pequeno com as bochechas coradas, estendendo a garrafa ao outro. - Brigado. - Disse quando Akira pegou a garrafa, no mesmo instante o elevador parou no terceiro andar e as portas se abriram, saindo assim os dois juntos.

 

-Matsumoto Takanori! - Uma voz muito conhecida por Taka esbravejou assim que os dois puseram os pés pra fora do elevador, Taka se encolheu, apertando a mão do outro, estava com medo da mulher que o encarava aparentemente irritada. - Você quer me dar mais cabelos brancos menino?! Já não basta? Já passa da hora de você estar em casa!

 

-Ha-hai, mamãe, dicupa o Taka. - Dizia baixinho, envergonhado por tomar bronca diante do namorado.

 

-Já pro banho! E que machucado é esse? - A mulher falou, referindo-se ao curativo mal feito no queixo de seu filho, ela pegou a mão do filho e saiu o arrastando. Quando ela se aproximou dos dois, Akira pode ver o quanto ela era idêntica ao filho, apesar de não tem manchas brancas nos cabelos, claro. A mulher de aparência jovem, pele clarinha e limpa, contrastando com os longos cabelos negros e perfeitamente lisos, uma franja impecavelmente cortada, dava um ar ainda mais jovem a mulher, que não parecia ter mais de vinte e cinco anos.

 

-Tchau Akira-kun... - Disse Taka lançando um ultimo olhar ao namorado, antes de sua mãe bater a porta do apartamento, fazendo Akira parar de analisá-la.

 

-Tchau Taka. - respondeu Akira, mas Taka não ouviu. Suspirou derrotado e entrou no apartamento de frente ao do namorado.

 

Nem deu muita atenção ao anime, ficou preocupado com o chibi, tomou um banho para amenizar o calor, almoçou na companhia da mãe e depois de escovar os dentes, deitou-se preguiçoso em sua cama, já no quarto.

 

Era um quarto tipicamente infantil. A cama de solteiro, coberta com um lençol estampado com um foguete, as paredes azuis, num tom escuro, o guarda-roupas era pequeno, o tamanho era suficiente para guardar as roupas do jovem Suzuki, e no canto, uma televisão, com um videogame espalhado no chão, junto a alguns brinquedinhos, que deveriam estar nas prateleiras, mas Akira nunca os guardava após brincar.

 

Fechou os olhos por algum tempo, descansando. Não demorou muito e sentiu uma mãozinha tocar seu rosto e abriu os olhos, não resistiu e abriu um largo sorriso com o carinho desajeitado do pequeno, mostrando algo que tanto tentava esconder.

 

Uma janelinha aberta entre os dentes de Akira, os seus dois dentes da frente, ainda de leite haviam caído, e os novos dentinhos apenas rasgavam a gengiva do maior, mostrando duas pontinhas brancas. Takanori abriu um largo sorriso ao ver o motivo de vergonha do namoradinho, que num ato reflexo, cobriu com a mão.

 

-Akira-kun! - O pequeno sorria, apontando com o dedinho gordinho, enquanto o outro se desesperava arregalando os olhos. - Tem janelinha! Mamãe do Taka disse que não dói.

 

-Cala a boca. - resmungou ainda com a mão cobrindo o rosto.

 

-Hai... Mas é tão Kawaii. - Sorriu subindo com dificuldade na cama do maior, assim Akira pode observá-lo. Taka usava um shortinho que mais parecia uma bermuda, passavam os joelhinhos, a camisa sem mangas mostravam os ombros e braços "fortinhos", ambos em cores clarinhas, um tipo de amarelo muito clarinho, lembrava creme. Enquanto o outro o observava, mandou um beijinho, fazendo Akira ficar rubro como um tomate maduro.

 

-Co-como você chegou aqui? - Gaguejou ainda envergonhado, balançando a cabeça.

 

-Mãe do Taka saiu, foi no belereilo, aí, Tomoe, irmã do Taka, Tava mexendo no compulador e Taka veio pra cá, ela nem percebeu. -sorriu traquina olhando o outro, Akira desviou o olhar, aquele sorriso o fazia ter vontade de morder as bochechas fartas daquela criança fofa à frente.

 

-Minha mãe deixou você entrar?

 

-Hai! Tia Sumire é muito legal Taka. -o menor ergueu os braços animado, enquanto olhava o outro, pelo visto a senhora Suzuki Sumire também havia caído nos encantos de Takanori.

 

-Hum. - respondeu olhando um brinquedo no chão.

 

-Akira-kun, por isso que você não olha o Taka? - Takanori perguntou fazendo um manhoso bico, referindo-se a falta de dentes do outro.

 

-Por que você faz perguntas assim?

 

-Dicupa o Taka. - Respondeu encolhendo-se entre os ombros, apertando as próprias mãozinhas.

 

-Sim, eu tenho vergonha.

 

-Mas tudo mundo perde dentinhos, Taka viu foto dele bebê e o Taka também não tinha dente. - Sorriu recebendo um olhar atravessado do maior, sem entender o porquê de receber tal olhar, abaixou a cabeça, ficando calado.

 

-O que foi? - Perguntou o maior, passando a mão na meia franja de Taka, outra arte que o pequeno fez sozinho, o maior sorriu apertando levemente o nariz dele, só então Taka ergueu o rosto.

 

-Taka não respeita Akira-kun, fica falando o tempo todo. - Falou manhoso, enchendo as bochechas de ar ao fim.

 

-Tudo bem chibi, eu gosto que você fale assim, como conversa comigo.

 

-Gosta?! - Os olhos de Takanori tomaram um brilho descomunal, o pequeno sorriu com o rosto vermelho, Akira não resistiu ao vê-lo tão adorável e sorriu também, expondo a brecha existente em sua boca.

 

-Sim, gosto.

 

-HAAAI! Então o Taka vai mostrar o que ele fez ta?

 

-Ta bem.

 

-O Taka... - fez uma pausa tentando fazer suspense - O Taka ficou feliz por Akira-kun, agora mamola ele então... - Akira corou um pouco olhando o outro, mas Takanori continuou. - Então Taka não queria esquecer.

 

-O que você fez? - Perguntou aflito. O pequeno apenas afastou os cabelos que caiam sobre a orelha, mostrando um brinquinho que havia colocado sozinho, o lóbulo da orelhinha de Taka estava muito vermelho e o pequeno brinco meladinho de sangue. -TAKANORI! -arregalou os olhos ao ver tal, o pequeno apenas se encolheu.

 

-Taka pegou brinco da Tomoe, o menor que tinha e furou, ele mordeu o tlabicero e furou a orelhinha, nunca mais esquece!

 

-Não devia ter feito isso.

 

-Taka vai fazer sempre que acontecer coisa importante.

 

-Chibi... - Estava desajeitado com a atitude do pequeno.

 

-Ne, Akira-kun, Taka pode fazer negocio? -Dizia sorrindo olhando o namorado.

 

-O que Taka?

 

-Teve uma pineia o Taka.

 

-Pinéia?

 

-Hai! Uma lampidazinha cendeu cabeça Taka.

 

-Idéia então.

 

-Hai. - Falou enquanto levantava os bracinhos animadamente, o outro sorriu abaixando o rosto.

 

-O que foi chibi?

 

-Akira-kun tem aqueles paninhos cololidos que toloca na cabeça?

 

-Paninhos coloridos? - Resmungou Akira enquanto saltava da cama, para procurar algo no guarda-roupas.

 

-Hai.

 

-Mas pra que você quer? - Falou retirando um paninho laranja da gaveta mais baixa onde sua mãe guardava as meias e cuecas.

 

-Isso mesmo Akira-kun! - Taka falou descendo da cama desajeitado, acabou puxando na descida o lençol do outro, desequilibrando na descida. Correu até o maior tomando o paninho nas mãos, dobrando-o em um triangulo, ficou na ponta dos pés se apoiando no maior que ficou com o rosto mais uma vez vermelho, por ter o outro assim tão pertinho. Takanori amarrou a faixinha na altura do nariz do outro deixando uma parte do mesmo cair sobre o rosto do namorado, cobrindo-o a boca, escondendo a janelinha, ambos sorriram com a idéia.

 

-Obrigado Taka.

 

-De nada, só Taka pode ver rosto do Akira-kun, hai? - Falou enquanto arrumava o paninho melhor no rosto do outro, fazendo um biquinho birrento.

 

-Ta certo, só você.

 

~*~

 

Um mês se passou, Akira ia a todos os cantos com o paninho no rosto, o tirava apenas quando estava a sós com seu chibi, por mais que tivesse vergonha, não resistia ao bico manhoso do pequeno bochechudo. Seus dentinhos novos já haviam crescido, mas Takanori não aprovou a retirada da faixinha, o maximo que permitiu foi a redução de tamanho da mesma, agora ela cobria apenas o nariz do maior. Akira agora era chamado de Reita, apelido que Taka... Sempre Taka... Havia colocado. Tinha ouvido num filme de faroeste que assistiram juntos na casa do pequeno, era o nome do personagem principal, o mocinho da historia. Desde então Takanori o chamava apenas assim, junto com mais alguns coleguinhas, Kouyou estava entre eles.

 

Já Taka quando sua mãe descobriu o furinho na orelha, ficou de castigo alguns dias, mas nada que ele tenha aprendido a lição. O chibi passava a aula inteira pensando no namorado, passavam o lanche juntos, às vezes na companhia de Kouyou, já que Kou andava paquerando um aluno da segunda série, recém chegado na escola, chamado Shiroyama Yuu, mas não tinha a coragem de Taka para se declarar, então se contentava apenas em observá-lo. Reita e Taka voltavam juntos para casa, Akira sempre tomando cuidado com o pequeno e vice-versa, passavam a tarde brincando, as vezes Reita ajudava o pequeno nas lições de casa. Divertiam-se no amor inocente que sentiam um pelo outro, nunca haviam se tocado mais profundamente além de beijos no rosto, mãos dadas e abraços.

 

Matsumoto e Suzuki saiam juntos a todos os lugares e de mãos dadas, as mães de ambos gostavam da amizade dos dois, achavam engraçado o carinho e o ciúme de Taka para com Akira e o protecionismo da parte de Akira para o chibi bochechudo.

 

Nesse momento, estavam na sala da casa de Takanori, assistindo desenhos animados. A sala era um lugar arejado e confortável, a mãe do pequeno antes de sair, havia colocado um colchãozinho no chão para melhor confortar o filho e o "amigo".

 

Era uma tarde de domingo, como a mãe de Taka havia saído, ele estava sob a responsabilidade de sua irmã, que por sua vez passou a responsabilidade a Reita, já que Tomoe se trancava no quarto diante do computador e esquecia o chibi, o deixando fazer o que quisesse desde que não a fosse incomodar no quarto.

 

Akira estava deitado no colchão, e Taka sentado ao seu lado, com a boca lambuzada de sorvete de chocolate, ele olhava o namorado atentamente enquanto levava a colher cheia a boca, sorriu e deixou o sorvete de lado, deitando-se ao lado do maiorzinho, pondo a cabeça sobre o colo do outro, que passou a afagar os cabelos de Taka, sentindo o coração bater acelerado a ponto de parecer que sairia do peito.

 

-Koi... - O chibi de cabelos manchados dizia baixinho e manhoso, sentindo o carinho do outro de faixinha.

 

-Hum chibi? - A essa hora Reita já não dava mais atenção ao desenho e se deliciava com o perfume infantil do pequeno corpo aconchegado ao seu.

 

-Por que seu coração ta batendo celelado? - Falou baixinho, quase que em um sussurro, olhando a TV, mas não dando atenção a ele. -É por que o Taka tá aqui? - Akira arregalou os olhos enrolando alguns fios do cabelo do outro em seu dedo indicador. Um mês namorando o pequeno e ainda não havia se acostumado com tanta espontaneidade.

 

-Sim chibi... - Respirou fundo tentando tomar coragem ao que queria dizer a seguir, tinha vontade de dizer já havia algum tempo. Antes disso, depositou um beijo no alto da cabeça do pequeno, segurando a mãozinha e entrelaçando os dedos aos do outro. - É por que você tá aqui sim, por que você é meu chibizinho, meu mimadinho que nunca para a matraca e eu... Eu amo tanto. - Ao ouvir a declaração simples do namorado, Taka abriu o seu mais bonito sorriso, erguendo o rosto no colo do outro.

 

-O Taka também ama muito Reita-kun, ama mais que chocolate! - Dizia ainda sorriso, enquanto virava de bruços, deitando sobre o corpo do outro, que fez um pequena caretinha com o peso, mas logo se acostumou. Reita sorria ao pequeno, afastando os fios mal cortados que caiam sobre o rostinho redondo do outro.

 

O menor sorriu, fechando os olhos, sentia o rosto pegar fogo, envergonhado por estar tão próximo ao namorado, Akira sentia o mesmo, arrependeu-se por ter tirado a faixinha, ele poderia cobrir pelo menos parte de seu rubor. Fechou os olhos imitando o pequeno, encostando os lábios aos dele, de inicio Taka se assustou e abriu os olhos, mas assim que viu o namorado de olhos fechados, fez o mesmo. Desajeitadamente, Reita entreabriu os lábios e Taka fez o mesmo, as línguas brincaram infantilmente, Taka não sabia bem o que fazer, mas tentava imitar os movimentos de Akira, já este, sentia os lábios do menor gelados e doce, graças ao sorvete que tomavam.

 

As mãos de Akira deslizavam carinhosamente sem segundas intenções pelas costas do outro, que por sua vez, fechava os dedinhos contra a camisetinha. Sentiram o ar fazer falta e então Taka separou os lábios dos do outro, bruscamente, finalizando o beijo. O chibi rolou de cima do outro, parando ao lado, de bruços, escondendo o rosto com os bracinhos.

 

-Chibi? - Reita perguntou desconcertado, não sabia se havia feito mal ao seu pequeno, falava enquanto fazia carinho à nuca do menor. -Chibi, eu fiz algo errado? Desculpe por favor... Eu-eu... Se você não quiser mais me namorar eu vou entender.

 

-Koi... - Disse abafado, já que escondia o rosto.

 

-Sim?

 

-O Taka te ama e ele tá feliz por ter feito isso com o Reita-kun.

 

-Então por que você tá assim?

 

-O Taka tá com medo...

 

-Medo? Medo de que? Olha pra mim meu pequeno. - Pediu calmamente, olhando o baixinho. Taka assentiu e se levantou devagar, com o rosto rubro e molhadinho por finas lagrimas escorridas dos olhos rasgadinhos.

 

-Medo que o Taka fique esperando bebê do Reita-kun... Eles beijaram boca. - falou fungando, enquanto Reita abriu um largo sorriso com a inocencia do pequeno, não resistiu e o puxou para seu colo o abraçando protetoramente.

 

-Meu amor... -afagava os cabelos do pequeno enquanto ele chorava em silencio. - Se fosse assim Tomoe já teria uns mil filhos meu chibi. Você não a vê beijando o namorado dela? -o pequeno afirmou levemente com a cabeça - Então... Se você tivesse esperando um bebê nosso, eu ia amar ter um bebê do meu chibi. - Taka ergueu logo o rosto, encarando o outro.

 

-Mesmo?

 

-Mesmo, não chora mais.

 

-Hai, então quando Taka quiser, ele pode beijar o Akira-kun?

 

-Quando quiser.

 

-Brigado.

 

-Você é meu namorado, não agradeça.- falou enquanto o pequeno voltava a encostar a cabeça em seu colo.

 

-Taka tem que dizer Kou-chan que beijou boca Reita-kun. - Agora o sorriso era traquina e não tímido como antes.

 

-Chibi... –Disse sorrindo, como esse chibi era afoito.

 

-E precisa fazer outro fulinho olera Taka, não esquecer primeiro beijo boca Akira-kun.

 

-Quero que fure a minha também.

 

-Hai! - Sorriu erguendo um dos bracinhos, enquanto o outro sorria feliz por fazer seu pequeno feliz.

 

 

 

End.

 

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Bom, muito gay e um pouco longo demais hum? Desculpem, não deu pra resistir a esse Taka Kawaiizudo *-*
Perdoem os erros, foi betado as pressas.
Kissus e reviews são muito bem vindos *-*

[edit] Povos, eu sei que o texto, tem muita coisa que uma criança de cinco anos não faria, mas ponham na cabeça de você que a criança em questão é Matsumoto Takanori vulgo Ruki, o molestador de microfones e aquele bagulho que segura o microfone que eu esqueci o nome. [ Lembrei: pedestal, eu acho xDD ] E o fato de que ele fure a orelhinha sempre que houver algo especial a ele não significa que ele vá no banheiro sem usar fralda e fure a orelha 8D Eu faço isso e tenho poucos furos na orelha, já minha amiga tem 15 numa orelha e 15 na outra, depende da vida né? xDD Bom, desculpem. [/edit] Postado por Kou - 01-10-09 18:56