Herança escrita por Janus


Capítulo 43
Capítulo 43




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     - Podem ficar afastados que a gente cuida de tudo – disse sailor Ceres assim que pousou diante da multidão de alunos que estava indo ver o que estava assustando os seus colegas.
     Joynah por sua vez apenas cruzou os braços para observar melhor a cena. Suas irmãs estavam ao seu lado fazendo o mesmo. Todas sentiam uma coceirinha para pegar seus pingentes – e broche – para entrar na festa.
     Mas sabiam que nem iriam ter chance. Era muito fácil se livrar daqueles fantasmas. Fácil demais.
     Se é que eram eles.
     Ela e as irmãs seguiram em direção oposta a de onde os alunos corriam desesperados. Um deles chegou a agarra-la e a gritar desesperado que uma nuvem negra estava derretendo as coisas lá dentro. Meio sem paciência ela agradeceu e o empurrou para que se afastasse.
     Quando atravessaram a porta de entrada já não havia nenhum aluno lá dentro. As luzes estavam apagadas e havia um forte cheiro no ar. Todas elas conheciam aquele cheiro. Era da névoa ácida que aquelas criaturas expeliam. Sem dúvida elas estavam ali. O problema era em que parte estavam escondidos e em quantos eram.
     Até então nunca tinham encontrado mais de cinco destes juntos, e também raramente alguém tinha levado mais do que dez minutos para se livrar de todos eles. Eram tão facilmente vencidos que as sailors mais experientes nem mesmo se incomodavam muito quando havia um destes incidentes. Só iam mesmo para evitar alguma surpresa, como as novatas destruindo prédios ou outras propriedades se estivessem empolgadas demais.
     - E agora?
     Ceres olhou ao redor tentando perceber algo pela iluminação que vinha de algumas portas abertas no corredor. Sem dúvida eram luzes do pátio lá de fora passando pelas janelas das classes. Ao lado direito ficavam os armários dos alunos e alguns ainda estavam abertos e com coisas espalhadas pelo chão. Deviam ter sido surpreendidos enquanto pegavam suas coisas. Mas se foi isso, onde estavam as criaturas?
     - Eu não sei – respondeu ela pensativa – precisamos fazer as criaturas aparecerem.
     - Deixa comigo – disse Vesta levando as mãos abertas uma para cada lado de sua testa e se concentrando – eu vou fazer estes youmas aparecerem rapidinho.
     - A maior coisa que você controla é uma formiga – disse Pallas – e eles não são youmas.
     - Shhh! – disse ela irritada ainda se concentrando. As outras preferiram cruzar os braços e esperar. Não tinham mais nada para fazer mesmo...
     Surpreendentemente, após alguns momentos elas viram, impressionadas, seis criaturas começarem a sair das classes e irem para o corredor, ficando em frente a elas.
     - Puxa! Funcionou...
     - E vocês duvidaram de mim, não é? Eu sou a maga das bestas e controlo todas as criaturas irracionais.
     - Você nem consegue controlar a si mesma – comentou Juno – e agora? O que fazemos?
     - Eu vou juntar todas elas para...
     Não houve tempo para ela terminar de falar. As criaturas foram em sua direção as pegando de surpresa e desprevenidas. Ceres conseguiu se abaixar mas as outras três não, levando o impacto direto e certeiro que as arremessou para fora do prédio. Que vergonha...
     Disposta a não deixar aquilo fugir mais ainda do controle, ela seguiu pela porta aberta para o lado de fora e viu, sem reação, suas irmãs apanhando das criaturas.
     Desta vez elas agiram de forma diferente, atacando diretamente e com força física. Ela se concentrou um pouco e lançou o seu pólen de flores para uma das mais próximas, que tentava estrangular Juno. Isto destruiu a criatura imediatamente, deixando Juno livre para atacar as outras duas que estavam em cima das outras.
     Ela usou a sua corda energética como se fosse um chicote e envolveu m destes, espremendo-o em seguida. Ele explodiu em uma nuvem fétida e intoxicante que fez todas tossirem um pouco e perderem de vista a quarta criatura. Mas puderam perceber que ela tinha voltado para o prédio central.
     Sem perder mais tempo as quatro voltaram para este. Três criaturas estavam destruídas, faltavam apenas três. Entraram com calma no mesmo corredor mal iluminado e puderam ver a criatura fugitiva no fim deste, pegando as escadas em direção ao subsolo. O quarteto correu em perseguição, sem se importar muito com algumas coisas no caminho, como quadros, bebedouros, material de faxina...
     Chegaram ao subsolo e entraram na primeira porta aberta que viram. A sala estava iluminada e muito bem por sinal. Haviam várias mesas por lá com várias coisas. Era a sala de projetos vencedores dos alunos guardados ali como se fossem peças de museu – e de certa forma eram. Cada uma pegou um corredor e andaram de forma a ficarem lado a lado, observando atentamente tudo ao redor.
     A variedade da exibição era enorme! Haviam deste modelos do sistema solar até maquetes de naves espaciais e cidades antigas – dava para ver o dedo de Anne em alguns destes – passando por vulcões em miniatura, ilhas, modelos do ciclo da água, exemplificação de sistemas de comunicação e muitas outras coisas que em uma primeira olhada não se sabia exatamente o que seria.
     Mas não estavam interessadas nisto. Queriam achar logo os três que faltavam e se livrar deles o mais depressa possível, antes que a princesa aparecesse.
     - Ali! – gritou Vesta apontando para um canto da sala.
     As três criaturas que restavam estavam lá, uma do lado da outra se preparando para fazer algo. Provavelmente lançar aquela nuvem ácida que todas as sailors conheciam muito bem. Era só o que faziam.
     - Então vamos acabar com isso... PÓLEM DE FLORES!
     Das mãos de sailor Ceres saiu um turbilhão de pólen de flores formando dois mini tornados em direção ao pequeno grupo de fantasmas. Sem nenhuma chance de defesa eles foram torcidos e se desintegraram no ataque.
     - Prontinho... caso encerrado – comentou ela com as mãos na cintura e fazendo pose para as irmãs.
     - Você demorou muito...
     - DEMOREI MUITO?! EU ACABEI COM ELES EM MENOS DE CINCO SEGUNDOS!
     - Devia ter acabado apenas em dois – disse Juno com os braços cruzados – mas não se pode esperar muito da maga das flores. Afinal, árvores não saem por ai correndo...
     - Juno... que tal se eu fazer crescer uma macieira na sua...
     - Olha essa boca menina!
     - ... ORELHA!
     - Já acabou?
     As quatro se viraram para ver a origem daquela voz. Viram Diana na entrada da sala de exposições observando-as com curiosidade. Logo em seguida começou a olhar de um lugar para o outro com o nariz se movendo um pouco. Devia estar farejando alguma coisa.
     - Não estava cuidando da pequena princesa? – perguntou Juno.
     - Eu estava... mas ela virou a Chibi-Moon e a perdi de vista. Vocês não a viram, não é mesmo?
     Todas indicaram que não. Diana voltou a farejar o local e ficou com a testa franzida. Ela tinha percebido alguma coisa. Começou a andar dentro da sala ainda farejando algo. Devia ser a princesa – pelo menos era o que as Asteróid Senshi esperavam.
     - Ela está aqui?
     - Não.
     - Então o que está procurando?
     - Uma coisa – ela deu duas fungadas com o nariz – diferente...
     - Diferente como? E cadê a princesa?
     - Diferente, oras... e não sei onde está a princesa. Perguntem para a sailor Titã.
     - Como assim sailor Titã? – perguntou Pallas – ela se transformou?
     - Sim – ela continuava pela sala procurando algo – ela e a sailor Moon estão lá fora afastando as crianças curiosas. Vocês fizeram um belo espetáculo lá fora...
     - Eu falei para você não ficar perdendo tempo, sailor Vesta. Esses youmas não são animais para você controlar não.
     - Não são youmas! – cortou a sailor Pallas – são apenas fantasmas negros...
     - ACHEI! – gritou Diana.
     As quatro olharam onde ela estava. Pelo jeito, ela tinha percorrido todos os corredores das vitrines com os trabalhos premiados dos alunos até encontrar o que queria. Sem perder muito tempo – e também por estarem muito curiosas – as quatro correram até onde ela estava para ver o que tinha encontrado.
     - Um gato comum? – perguntou sem acreditar a sailor Juno.
     - O cheiro dele não é comum não – comentou Diana – é muito atraente...
     - O gato? – perguntou sailor Pallas.
     - O cheiro dele – respondeu sorrindo – é um cheiro de masculinidade, de vigor, de perseverança...
     - Desde quando cheiros tem qualidades? – perguntou Juno.
     - Bom... – sailor Ceres estava um pouco sem jeito - ela não é assim normal... lembram?
     - Mas este gato é lindo! – dizia Diana com corações nos olhos.
     E não é que o tal gato parecia estar todo presunçoso ouvindo aquilo? Dava para jurar que ele estava sorrindo.
     - Eu tiro ele daí – disse Vesta se concentrando – criatura irracional... obedeça a Maga das Bestas e saia debaixo desta mesa...
     - Não é mesa, mas um mostruário.
     - Cala a boca Pallas! Aham... obedeça sua mestra e saia desta... quer dizer, deste mostruário...
     Juno cruzou os braços o observou divertida a sua irmã tentar inutilmente comandar o felino. A Maga das Bestas não tinha assim um poder capaz de controlar algo maior que camundongos ou baratas.
     - Acho que você precisa praticar mais...
     - É assim é? – ela ficou sem paciência – esse gato vai sair daí na marra!
     - Não machuque ele – disse Diana – acho ele um pão!
     Sá faltava aquilo mesmo... Diana ficar apaixonada por um gato vira lata qualquer...
     - AIIII!
     - O que foi?
     - Ele me mordeu – disse Vesta mostrando o seu dedo – me mordeu com força.
     - Que incompetente... – disse Pallas – eu cuido disto!
     - O certo não é "sailor Pallas cuida disto?" – alfinetou Juno.
     - Já falei para não perturbar sailor Pallas!
     - Parece que ela voltou ao normal.
     - Peguei! – gritou sailor Ceres puxando o gato de debaixo do mostruário. Apesar dele estar um pouco alvoroçado ele ficou mais calmo quando Diana o pegou no colo. Como se esta não representasse ameaça a ele.
     Os dois se observaram nos olhos atentamente. Súbito, sob o olhar surpreso do sailor quarteto as pupilas de Diana mudaram de forma, ficando ovaladas como as de um felino, e logo depois ela exclamou:
     - Ele... ele é um malviano!
     Logo em seguida o grande gato amarelo brilhou um pouco e começou a crescer ainda no colo de Diana. Um brilho elétrico cercou a ambos e imediatamente raios começaram a ser disparados para todos os lados, arrebentando vários mostruários e espalhando o seu conteúdo pelo chão ladrilhado.
    

-x-

 

     Do lado de fora sailor Moon e sailor Titã cuidavam de manter os adolescentes curiosos afastados. Sailor Moon estava furiosa por ter de fazer aquele trabalho, mas Titã não daria conta sozinha daquilo, e não seria uma boa idéia trazer mais sailors para lá. Além de causar mais confusão e chamar ainda mais atenção, seria desnecessário. Uma única sailor podia se livrar daquelas criaturas sem problema nenhum. Na verdade, até sua irmã conseguiria fazer aquilo.
     - Onde estão as criaturas demoníacas que ameaçam o pacífico reino de Tóquio de Cristal?
     E, por falar na irmã baixinha...
     - CHIBI-MOON! – gritou ela – O QUE PENSA QUE ESTA FAZENDO AQUI?
     - O meu serviço – respondeu a menina com quatro odangos formando um bico com os lábios – era óbvio que vocês não conseguiriam controlar a situação sem mim. Eu...
     - Olha aqui pirralha – sailor Moon estava fora do sério – já estou bem irritada hoje. Vai já para casa antes que eu conte para a mamãe!
     - Você não manda em mim! Eu sou uma sailor que luta em nome do amor...
     Um grande estrondo vindo do prédio central fez as duas esquecerem a discussão. Sailor Titã olhou em direção a este e viu raios elétricos azulados irromperem pelas paredes e janelas, despedaçando-os completamente como se fossem feitos de algo sólido, e não meras partículas ionizadas.
     Sailor Moon sentiu um aperto no coração ao perceber duas formas sendo jogadas longe por aqueles raios. Eram sailor Juno e sailor Vesta, que caíram desacordadas perto do pátio das crianças das classes primárias.
     - Olhem ali! – gritou uma das crianças atrás delas.
     No topo do prédio podiam ver uma figura humana. Era alta e parecia ser muito musculosa, mas tinha uma cauda e nesta cauda havia alguém preso. Por instinto ela acionou o seu visor e fez uma aproximação da imagem. Sua agonia aumentou mais ainda, pois aquela cauda estava enrolada no pescoço de uma menina... DIANA!
     Ela estava com os pés fora do chão, sendo sustentada apenas pela cauda no seu pescoço – que devia estar apertando muito. Estava sendo estrangulada assim.
     - Muito bem sailors – disso o misterioso homem – se querem que esta aluna continue com saúde, afastem-se e me deixem ir embora. E todos iremos dormir bem esta noite.
     Sailor Titã e sailor Moon cerraram os punhos, incapazes de poderem fazer qualquer coisa no momento. Exceto o de deixa-lo partir.
     - Não ouçam o que ele diz – gritou Diana – façam mhhhh!
     - Fique quieta!
     Ele a amordaçou com a ponta de sua grossa cauda, deixando-a incapaz de dizer qualquer coisa.
     - Ele não devia ter feito isso – comentou a Chibi-Moon com um jeito inocente.
     - Por que? – perguntou Titã não entendendo.
     - Ungh! – exclamou o malviano no alto do prédio.
     Sailor Moon franziu o cenho não acreditando no que estava vendo. Diana estava mordendo a cauda dele com toda a vontade. E, conhecendo a potência daquela mordida, sentiu uma grande pena da criatura a quem a cauda pertencia...
     - AI! – gritou ele de dor desenrolando a cauda do pescoço dela – SOLTA! SOLTA! SOLTA MINHA CAUDA!
     Ele puxava a cauda da boca de Diana, mas esta não cedia. As três sailor mais distantes apenas observavam a cena sem reação. O que é que se faz numa hora destas?
     O malviano começou a correr em círculos em cima do prédio. Tentava de toda forma fazer Diana soltar a sua cauda, mas esta estava bem firme entre os dentes pontiagudos e resistentes desta. Logo em seguida os dois sumiram de vista. Deviam ter entrado de volta no prédio.
     Sailor Moon desativou o seu visor e começou a correr em direção a construção danificada, mas parou ao perceber uma figura voando acima dela.
     - Sailor Terra! – exclamou.
     Ela olhou para trás e viu as outras. Todas aproveitaram a confusão que Diana causou para se transformarem. Considerando como aquela criatura tinha nocauteado Juno e Vesta, iriam mesmo precisar de Ajuda.
     - Chibi Moon, fique aqui. Titã, vá ajudar Terra lá dentro a tirar Diana das mãos daquela criatura.
     - Não seria o contrário não?
     - Que seja! Desgrudem um do outro e levem Diana para um lugar seguro. E vocês ai atrás, Miranda e Ariel cuidem dos alunos, Calisto, veja como estão sailor Juno e sailor Vesta. Europa, venha comigo!
     - E o que eu faço? – perguntou sua irmã.
     - Vá até o castelo e veja se alguém pode vir nos ajudar. Qualquer um! – ela a segurou nos ombros e olhou firmemente nos olhos da irmã – essa criatura é bem poderosa. Não sei se podemos cuidar dele sozinhas. Tente achar sailor Plutão ou Orion.
     - Eu...
     - Mana – ela continuava a olhar no fundo de seus olhos – eu estou falando sério.
     Ela hesitou um pouco, mas concordou com a cabeça. Deu uma última olhada no prédio com a fachada destruída e saiu correndo em direção ao castelo.

 

-x-

 

     Foi um pouco difícil empurrar aqueles destroços que a estavam comprimindo contra o piso, mas usando seu ataque ela conseguiu. Cambaleante, sailor Ceres começou a andar mas não estava conseguindo ver muita coisa. Tudo estava escuro devido as luzes terem literalmente estourado quando aquelas faíscas elétricas se espalharam por todos os lados. Ela tropeçou em algo e acabou caindo por cima de pedaços pontiagudos de alguma coisa. Devia ser uma mistura de madeira, mostruários e projetos despedaçados. Por duas vezes gritou quando algo mais pontiagudo perfurou suas pernas.
     - Juno? Pallas? Meninas?
     Um gemido veio em resposta. Tateando na escuridão ela tentou se aproximar de onde ele devia estar vindo. Tudo o que conseguiu foi tropeçar em algo e cair no chão, causando alguns ferimentos em seu rosto quando este se esfregou nos pedaços de objetos que deviam estar por toda parte. Foi neste momento que percebeu que estava agindo como amadora. Ela pressionou sua gargantilha e seu visor surgiu diante de seus olhos. Configurou-o para visão noturna e finalmente viu o estado do local.
     Tudo estava destruído onde ela estava, como se algum meteoro ou uma bomba houvesse explodido ali. Na parede mais ao fundo, a sua esquerda, restavam alguns mostruários relativamente intactos. Mas ao seu redor tudo o que havia eram destroços e grandes pedaços de concreto e ligas de corbonato, provavelmente da infra estrutura do edifício. Olhou para cima com uma certa curiosidade e viu que a laje superior tinha desabado parcialmente. A porta por onde tinham entrado estava bloqueada.
     Não tinha encontrado a origem dos gemidos que tinha ouvido antes, nem as suas irmãs. Acionou a visão infravermelha e logo localizou um corpo. Pelas manchas avermelhadas que via nesta forma de visualização e lembrando-se das suas aulas de biologia, fosse quem fosse devia estar muito ferido.
     Ela foi em direção de onde estava o corpo e novamente ouviu os gemidos, e desta vez reconheceu a voz.
     - Pallas – murmurou temerosa. Ela estava enterrada sobre muita coisa. Sem perder mais tempo começou a tirar os escombros de cima dela, quando percebeu que havia uma viga a prendendo.
     As pernas dela... deviam ter sido esmagadas! O que iria fazer agora? Precisava de ajuda.
     - Qualquer um – começou ela usando o sistema de comunicações de seu visor – por favor, Pallas está muito ferida, preciso de ajuda!
     Tudo o que ela captou foi estática. Ou o seu visar estava danificado ou então algo estava interferindo nas comunicações. Um som atrás de si chamou sua atenção. Pondo-se em guarda, olhou na direção de onde vinha e percebeu que alguma coisa estava... explodindo onde estava o entulho que bloqueava a porta. Uma explosão maior fez uma abertura e a luz da escada iluminou a escuridão lá dentro. Delineada por esta luz estava a figura de uma sailor, parada na abertura feita.
     - Sailor Terra! – exclamou num misto de alívio e súplica – Pallas está presa embaixo desta viga, por favor...
     Ela não precisou terminar de falar. Voando para percorrer a curta distância que a separava da sua irmã ferida, sailor Terra pousou ao lado da viga e sem dizer nada começou a tentar levanta-la. Mas logo percebeu que o peso desta era um pouco superior ao seu máximo.
     - Ceres – grunhiu ela enquanto fazia um grande esforço para erguer a viga – assim que puder puxe ela. Rápido!
     Ela tentou. Precisou retirar ainda mais destroços que impediam que ela pudesse ser movida. Finalmente após alguns segundos que naturalmente foram eternidades para ambas, ela a puxou pouco antes de sailor Terra soltar a viga e esta causar um grande estrondo e levantar muita poeira assim que bateu no chão.
     Mas ainda não havia tempo para comemorar. As pernas de Pallas estavam torcidas, esmagadas e com várias fraturas expostas. Precisava de um hospital urgentemente. Sem pedir licença ou sequer comentar algo com Ceres, ela a tomou nos braços e alçou vôo pela fenda aberta na laje acima.
     Ceres ficou ali, olhando por onde ela tinha voado por alguns minutos. Sentia-se totalmente impotente e ainda em choque pelo que tinha ocorrido. O gato e Diana brilharam e depois tudo ficou escuro. Era só do que lembrava.
     Suas outras irmãs... onde será que estavam?


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