Another Hogwarts escrita por Sorrow Queen, Ciba, Rafeullas, brubs


Capítulo 43
Cobrinha, cobrinha, me dá uma beijoquinha.


Notas iniciais do capítulo

Oeee. 5.000 PALAVRAS NESSE CAP.? QUISSO, SEM OR?
Sabe, vocês não estão merecendo o meu esforço nem o esforço das minhas friends pq nada de reviews, não é? tsc tsc, estou totalmente decepcionada.
Ainda por cima, eu fiz uma capa nova para fic e nenhuma consideração por aqui, né?
Run, tô bolada com vocês, fantasmas.
Bom capítulo para vocês! Leiam as notas finais!



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POV Anne Green

Meu humor já não estava bom, então chega a mal comida da Hermione e joga chinelos em mim, na Thalia e na Lena para acordar a gente. Essa menina não é de Deus.

–Hermione, me diga a lógica de jogar um chinelo em mim sendo que eu estava NA MINHA CAMA? –já falei que também é ótimo começar o dia com o mau humor? Ajuda você a sair por ai querendo gritar com todo mundo. Coloquem isso na lista a afazeres.

–Dez horas da manhã, Anne. Pelo amor de Deus, vocês não têm nenhuma coisa para fazer além de dormir e comer? Estão ficando obesas desse jeito! –retrucou Hermione, calçando seu tênis e arrumando as vestes.

–Mas isso não é justi.... VOCÊ ME CHAMOU DE OBESA? –eu gritei, fazendo Parvati me olhar do jeito normal de como todos me olham: como se eu fosse uma retardada. Hermione deu de ombros e ia saindo do quarto quando eu joguei meu travesseiro nela. –Volta aqui, sua desgraça. Agora que você me acordou de uma forma amigável, vai ter que me ajudar a levantar porque eu ainda estou aleijada. –estiquei os braços em direção à ela e fiz biquinho. Ela revirou os olhos, mas veio ajudar minha pessoa necessitada.

Não é nada legal tomar banho com parte do corpo quebrada, não recomendo isso nem para as invejosas de plantão. O que importa é que a linda aqui é muito ninja, o que significa que eu consegui tomar banho e me trocar sozinha sem quebrar o pescoço ou qualquer outro local. Então eu desci as escadas com minhas muletas divas para o a Sala Comunal.

A sala estava quase vazia, pois eu acho que os grifinórios têm uma vida social diferente de mim que dorme até o meio-dia nos finais de semana. - a não ser que você tenha uma amiga nerd que te acorda às chineladas às dez da manhã. Enfim, de uma coisa eu sei: quando algum lugar está vazio, Miri está por ali sendo antissocial. E lá estava a loira lendo um livro trouxa perto da lareira. Fui até ela balançando e quando cheguei perto, deu uma muletada na canela dela.

–AI! –ela berrou, levantando o olhar assustada enquanto levava uma mão para o local muletado. –Que tipo de problema você tem, Anne? –perguntou, indignada.

–‘Tá na hora do café, criatura. –eu falei simplesmente dando meia-volta e me apressando para chegar ao portal da Mulher Gorda antes que objetos fossem arremessados por Miranda.

Ok, mais uma desvantagem de estar aleijada: as pessoas que querem te matar lhe alcançam rápido demais. Ou seja, Mirando logo estava do meu lado com um olhar nada legal.

–Você sabe que aquilo foi errado. –ela disse com uma mãe enquanto fazia uma trança no seu cabelo.

–Mas eu não me arrependo. –repliquei, sorrindo amarelo, fazendo Miri revirar os olhos.

–Eu ia te dar um pacote de brigadeiro por piedade ao seu tornozelo machucado, mas acho que você tá querendo ter o seu rosto deformado. –tive muita vontade de rir e falar coisas do tipo “você não tem coragem de matar um mosquito, Miranda.”, mas é óbvio que eu não falei isso porque parte do meu cérebro, que não é retardado, captou a palavra brigadeiro e minha cabeça se virou like exorcista em direção à Miranda.

–Eu entendi “brigadeiro”?- Miranda, uma ótima amiga que não lhe patadas monstras, tirou um pacote do doce da capa e meus olhos brilharam. Eu teria pulado de alegria se não tivesse com o tornozelo doído. Tomei os brigadeiros da mão dela e coloquei nos bolsos da calça. –Você é uma ótima pessoa! Falando nisso eu te agradeci pelo kit dos Puddleere United?

–Não.

–ENTÃO MUITO OBRIGADA ANJO DA MINHA VIDA PELO KIT DOS PUDDLEERE UNITED! –é normal gritar em um corredor cheio de pessoas que te olham como se você fosse um unicórnio de pelo roxo com purpurina? É, acho que não é normal.

Miranda começou a rir, talvez para passar a imagem de que não me conhecia e que eu era apenas uma retardada desconhecida.

–De nada, Anne. –falou ela quando viramos o corredor para o Salão Principal. –Mas eu tive a ajuda de uma pessoa para isso. –ela falou e apontou para um canto no salão, onde Jace e Tori conversavam. Fiz uma careta para Miranda e me sentei na mesa da Grifinória.

–Ei, cadê a Ginerva? –indaguei e Miranda riu de novo, possivelmente pensando que se a ruiva estivesse ali, ela já teria arrancado meus cabelos divos por tê-la chamado pelo nome que ela realmente tem.

–Acho que ela foi treinar com o ti... –a voz de Miranda morreu quando eu arregalei os olhos, incrédula.

–COMO ASSIM AQUELE ENERGUMENO DO POTTER TREINA SEM MINHA PESSOA? –berrei a plenos pulmões e acho que esse será a próxima parte do meu corpo a ficar danificada.

–Anne, você está com o pé machucado. O jogo com a Lufa-lufa é daqui duas semanas, é óbvio que ele tem que treinar. –Miranda aquietou a franga dela quando lhe dirigi um olhar duro.

–Isso não é motivo! –protestei e me levantei, olhando em volta do Salão. Semicerrei os olhos. Precisava de um transporte rápido até o campo. E foi quando uma pessoa passou por mim e era a pessoa perfeita para ser meu transporte particular. –Olá, Ray! –passei um braço pelo ombro dele e peguei minhas muletas.

–Ahn, oi, Anne, é... –ele falou meio nervoso, olhando para as portas do Salão.

–Eu preciso muito da sua ajuda.

–Não.

–Por favor.

–Não.

–Por favor.

–Não.

–Por favor.

–Não.

–Vou falar para Thalia fazer greve porque você não quer ajudar uma pobre necessitada.

–O que você quer? –ele perguntou rendido. Nossa, se fosse assim tão fácil eu já teria conseguido a vida faz tempo. Whatever...

–Me leva até o campo de quadribol? –indaguei, sorrindo abertamente.

–Você tem pernas. –Raimundo retrucou e eu quase dei um tapa na fuça do garoto.

–Acontece que meu tornozelo, caso não tenha notado, está quebrado. –ele olhou para meu pé como se eu estivesse usando muletas por pura diversão (não estou dizendo que não é legal sair dando muletadas nas pessoas por aí, mas isso não vem ao caso).

–E como é que eu vou te ajudar? –perguntou o energúmeno à minha frente, coçando o queixo.

Dei um tapa na nuca dele.

–Você é muito tapado para ser da Corvinal. –revirei os olhos e mudei o peso de um pé para o outro, mas lembrei-me do meu tornozelo e quase gritei de dor, porém sou forte, sou demais e apenas fiz um careta. –Me carrega nas suas costas. Simples.

–QUÊ?! Não, claro que não. –negou ele balançando a cabeça com tanta força que por um momento eu pensei que a cabeça sairia voando. Eu comecei a resmungar e a puxar a jaqueta dele, como uma criança pedindo doce. –Ai caramba, Anne! Você é muito chata! –sorri vitoriosa porque quando as pessoas chegam a esse ponto é porque eles vão ceder.

Enfim, Raymond se abaixou e eu subi nas costas dele, colocando minhas muletas ao lado do corpo.

O processo foi mais lento do que eu pensava. Um chuvisco caía e eu quase morri de medo do Ray escorregar e se juntar ao clube de pessoas com o tornozelo quebrado por ajudar as amigas. Porém tinha uma desvantagem tremenda: Raimundo era tão lerdo andando quanto pensando, o que tornou meu jatinho particular de 1000 km/h em uma mula de 1 cm/h. Mas o que importa é que quando chegamos ao campo ainda dava tempo de eu armar o meu barraco diário.

Desci das costas do Raimundo e dei tapinhas de leve nas costas, em forma de agradecimento e ele saiu dali, murmurando algo como “sempre à disposição das folgadas.”. Quando ele saiu do campo, eu olhei para cima. Ninguém havia notado o brilho chegando, então eu me apoiei nas muletas novamente e fui para meio de campo, torcendo para que nenhum balaço acertasse minha cabeça. Mesmo com um pontinho divo no meio do campo, NENHUMA PESSOA me notou, ou pelo menos disfarçaram muito bem a educação em cumprimentar uma lady.

–EI, POTTER! –gritei, como sempre, e Harry quase foi acertado por um dos jogadores. Fiz uma careta por quase matar o Eleito, mas ai ele olhou para mim confuso e eu fiquei me perguntando como uma pessoa pode ser mais obtusa que o Ray. Revirei os olhos. Cara, meu olho já estava começando a doer de tanto fazer esse gesto.

Potter pediu para que os jogadores fizessem uma pausa e veio ao meu encontro.

–Olá Anne. –falou quando chegou perto e eu me esforcei para não revirar os olhos de novo.

–Oi Potter. –cumprimentei ríspida. –Em nome da macumba de Merlin, por que você está realizando um treino sem a minha pessoa? –então ele teve a ousadia de rir da minha cara e eu, pelo menos eu acho, fiquei da cor dos cabelos da Ginerva. –Minha cara ‘tá igual a sua depois de levar um fora da Chang por algum acaso? –na hora o Potter fechou a cara e arrumou a postura, pigarreando.

–Hã, Anne, me desculpe, mas eu não podia simplesmente desistir do treino, não é? –ok, ele estava certo, mas uma mulher com TPM nunca aceita derrota porque ou eu estou certa ou ele está errado.

–Eu vou tirar essa merda de gesso amanhã! –protestei, jogando a cabeça para trás. Odeio me sentir inútil.

–Então depois de amanhã a gente treina com você, Anne, ok? Tenha calma. –depois dessa última frase, eu arregalei os olhos.

–Está pedindo para eu ter calma? –eu falei com a voz ligeiramente fina. –Potter, você sabe o que é tensão pré-menstrual?

–Hã, sim?

–ENTÃO NÃO ME PEÇA PARA TER CALMA!

Eu me virei e saí dali o mais devagar que pretendia por isso o Potter deve ter ficado com aquela fara de “processando” enquanto eu tentava ir embora com minhas muletas. Mas antes alguém tinha que atrapalhar minha saída teatral.

–Ei, ei, Anne! –chamou a voz do cabelo de fogo atrás de mim. Virei-me com lentidão, esperando ela chegar até mim porque eu não ia voltar até ela nem pagando.

–Olá Ginerva. –irritei-a, fazendo Ginny cerrar os punhos e fechar os olhos, possivelmente se decidindo entre as melhores formas de me matar ou então deixar a belezura aqui sobreviver.

–Enfim, o que está fazendo aqui? –ela indagou depois de resolver não me estrangular.

–Vim aqui porque ninguém se lembra de me chamar nem para assistir uma merda de jogo só porque eu estou com a merda do pé quebrado. –esbravejei em cima da coitada, que apenas me olhou torto.

–TPM?

–Sim.

–Ah, entendi. –Ginny anuiu com a cabeça, franzindo os lábios. –Okay então. Eu vou falar com o Harry, quer dizer, Potter sobre o treino e nós nos encontramos depois, certo?

–Aham. “Falar” com o Potter, né? Sei muito de que tipo de treino vocês vão falar.

–Anne! –exclamou ela, boquiaberta e me dando um tapa no braço.

–Tá, tá. –revirei os olhos e Ginny se virou para o vestiário, mas antes eu a chamei. –Ei, Ginny! –ela se voltou para mim novamente, arqueando uma sobrancelha, me dando permissão para continuar. –Você ‘tá a fim de me levar até o castelo nas suas costas?

–Tchau, Anne. –ela simplesmente voltou a andar, me fazendo suspirar de frustação.

Quando me virei para seguir meu caminho solitário, quase que eu tive eu ataque cardíaco.

–De onde você surgiu, criatura? –perguntei para Jason, que riu, bagunçando os cabelos.

–Estou bem, Anne. Obrigada. –essas pessoas têm a habilidade de fazer com que eu revire os meus lindos olhos.

–De nada. –falei e ele riu de novo. –O que deseja da minha pessoa?

–Você pode entregar esse papel para a Lena?

–Sabia. –murmurei e peguei o papel, abrindo-o e lendo rapidamente.

–Ei, não era para ler. –Jason disse, franzindo o cenho, mas eu arqueei uma sobrancelha no tipo “estou lhe fazendo um favor, não mande em mim” e ele ficou quieto. –Está bem. Até mais, Anne. –ele disse, se afastando.

–Não. Espera! –ergui as mãos, pedindo para que ele parasse. –Eu lhe imploro: me carrega nas suas costas até o castelo.

Ele ficou com cara de boboca por um tempo, na verdade ele tem cara de boboca, mas depois deu de ombros e me ajudou a subir em suas costas. Esse cara é legal, não precisei fazer ameaças. Isso é bom. Mas a melhor parte era que aquilo ali era um jatinho particular de verdade. Raimundo precisa de uma aula de como carregar donzelas.

Ao chegarmos, Jason me colocou em cima de um banquinho e eu o agradeci antes dele sair correndo pelos corredores. Cara louco. Enfim, me arrumei nas muletas e fui para o Salão Principal porque não havia comido direito.

No meio da multidão de brutamontes, Lena me encontrou.

–Oi Anne! –ela chegou perto de mim, me assustando, mas acho que ela não percebeu. –Como está seu pé?

–Do mesmo jeito que ontem. –respondi e ela sorriu, encarando meu pé. –Me ajuda ir até o Salão Principal? –perguntei, sorrindo também e ela assentiu.

Enquanto andávamos pelos corredores conversando sobre nossa especialidade, coisas retardadas, eu não pude evitar pensar no episódio de Hogsmeade. Claro que eu fiquei muito assustada ao ver uma das minhas melhores amigas matando uma bitch, mesmo que tenha sido por legitima defesa. Mas quem não ficaria assustado ao ver alguém morrendo na sua frente? Lógico que eu não estava com medo de Lena, mas era muito difícil processar tudo aquilo.

Só percebi que havíamos chegado ao Salão quando encontramos Thalia, meio avoada, como sempre, e um pouco elétrica.

–Oi meninas. Eu não vou poder ir a Hogsmeade amanhã. Eu vou ter que, ahn, estudar com Raimundo. –ela falou depressa e na hora percebi que ela estava mentindo, mas não falei nada.

–Okay. –eu e Lena falamos ao mesmo tempo e Thalia saiu dali rapidamente. Entramos no Salão e Lena começou a sorrir maliciosa para algum canto, quando segui o olhar dela, vi que Lena encarava Isaac, que me encarava e quando percebeu que eu o encarava parou de me encarar, vermelho. Acho que eu também estava uma pouco corada, mas ninguém precisa saber.

–Ei, Jason pediu para te entregar isso. –falei, entregando o pedido de pegação para Lena enquanto eu sorria maliciosa.

–Você leu, né? –ela perguntou depois de ler e ver meu sorriso. Eu assenti na maior cara de pau. –Promete que não vai me seguir? –meu sorriso aumentou mais ainda, junto com meu olhar maroto.

–‘Tá. Prometo. –eu ia falar “não estou a fim de ver vocês trocando saliva”, mas apenas concordei com ela e sentei-me à mesa da Grifinória.

Eu terminei de comer e quando me levantei, dois seres do além surgiram ao meu lado. Demelza e Katie sorriam para mim de uma forma psicopata.

–Anne, venha se juntar a nós perto da fonte. –pediu Demelza, amarrando seu cabelo em um coque.

–Está bem. –concordei, desconfiada.

Na hora em que chegamos à fonte, eu me arrependi imediatamente de ter sido imbecil por ter ido com elas, pois o assunto era: Mattew. Cara, a Katie tinha sérios problemas mentais, ela não parava de falar no idiota. Quando ela começou a fala sobre o cabelo dele, percebi que aquele era o meu fim. Então peguei meu pacote de brigadeiro, mas alguém gritou atrás de mim:

–Opa! Eu quero! –me virei e vi Mattew. Merlin, querido, eu não sabia que você ainda tinha um estoque da azar para jogar em mim.

–Então pega esse desejo e enfia no meio do seu... –comecei a falar, mas as pessoas conseguem ter a capacidade de me cortarem.

–Calma, Green. Isso é muita tensão, sabia?

–Agora eu posso deixar você sem cabelo dos dois lados dessa coisa que você chama de cabeça. –Katie me deu uma cotovelada na barriga e eu olhei para ela com uma careta, mas nesse meu momento de distração, Mattew avançou e pegou os brigadeiros da minha mão. –MATTEW, ME DÁ ISSO AGORA.

–E lá vamos nós de novo. –murmurou Demelza, observando o começo do meu piti.

–Não acha que vai ficar mais gorda se continuar a comer isso aqui? –semicerrei os olhos e andei até ele, com os punhos cerrados sobre as muletas.

–Não... me... chame... de gorda.- grunhi e ele riu. Pois bem, ele levou um soco bem dado no nariz, mas quando ele cambaleou para trás, meu pacote de brigadeiro voou para a fonte. Tentei sacar minha varinha e levitar o pacote, mas foi tarde demais. –Olha o que você fez com meu doce. –Nossa, isso soou como se eu fosse uma criança de cinco anos, mas na verdade eu tenho idade mental de uma, mas isso não vem ao caso. O que importa foi que quando, meu brigadeiro caiu na água, todo mundo prendeu a respiração. Então um brigadeiro cair na fonte é pior do que ser chamada de gorda? É, eu também acho.

–Pare de ser infantil, Anne. –Mattew resmungou depois de se recuperar. Ok, uma muletada na cabeça e ele caiu no chão, gemendo de dor.

–ANNE! –gritou Katie, passando por mim com um vulto.

–Agradeça por eu não ter castrado ele.

***

No dia seguinte, segunda-feira, eu já estava semimorta por causa das aulas. Relatórios de 65 cm de Transfiguração e um trabalho de DCAT com 50 páginas. Tudo para o dia seguinte. “Vocês não são mais crianças” foi o que Minerva me disse quando eu perguntei se eles, professores, queriam nos matar.

E bem com esses deveres, para onde mais eu poderia estar indo depois do almoço? Uma muletada na cabeça para quem falou biblioteca, pois esse era realmente o meu destino. Mas não era nada fácil andar com uns três rolos de pergaminho no colo e mais dois livros em baixo do braço. Ah, esqueci-me de citar a sorte do dia: livrei-me daquele bendito gesso e agora meu tornozelo estava novinho em folha. Também tem a outra sorte, que é eu ter a Miranda ao meu lada, me ajudando ao carregar minha outra metade livros. Pois é, Snape e Minerva também têm judiado do 5º ano, mas eles têm N.O.M’s, então não são apenas esses professores a passar pilhas de lições.

No meio do caminho, encontramos Lena e Jason, de mãos dadas.

–Epa. Vejo que a noite no corujal foi boa ontem. –aceitem, meu senso de humor nunca vai ter descanso.

–Anne. –Lena me repreendeu. Olhando bem para ela, percebi olheiras leves se formando sob seus olhos sonolentos.

–Estão juntos? –perguntou Miranda, sorrindo.

–Sim, menina com falas normais. –assentiu Lena, deitando a cabeça no ombro de Jason. Nota: ela teve de ficar nas pontinhas do pé e ele ainda precisou abaixar uns cinco centímetros. –Enfim, e o rolezinho em Hogsmeade, Anne?

–Meu Deus. –prendi a respiração e depois mordi o lábio inferior. -Lena eu me esqueci completamente! E outra, Snape passou tortura hoje. -Lena resmungou e depois mudou a expressão para preocupada. –Fala o que acontece.

–Ah, nada, quer dizer, a Emily acabou de vomitar e desmaiar na frente de todo mundo ali no outro corredor. Ajudei a leva-la para a enfermaria. Acho que a pressão dela desceu até o chão. –revirei os olhos para o comentário de pressão dela.

–Okay. Desculpe Lena. Mande melhoras para a Emily mesmo ela estar me odiando no momento. Beijos, povão. –falei e segui meu caminho com Miranda.

Sabem o que é passar a tarde inteira na biblioteca? Não? Pois você tem sorte. Não que eu não goste de livros, mas além da minha mão estar começando a doer, eu estava caindo para o lado da cadeira de cansaço. O trabalho sobre feitiços não verbais já estava irritando. Eu já tinha escrito quarenta páginas sobre aquela merda e não conseguia encontrar mais nada de utilidade para colocar nas restantes dez páginas. O relatório de Transfiguração eu fiz rapidão. Então eu comecei a escrever minha conclusão sobre os feitiços não verbais e quando terminei, peguei um livro para estudar para a avaliação oral que o Slughorn iria passar na próxima aula. Eu já estava na metade dos exercícios de treinamento de Poções quando Miranda me chama.

–Anne, ‘tá na hora do jantar. –ela falou com uma voz sonolenta, se espreguiçando. –Eu ainda vou deixar minhas coisas na Torre. Você vem comigo.

–Eu estou com muita fome. Vou indo jantar, ok? –ela assentiu e se levantou. Repeti seu gesto e fui com ela até a porta da biblioteca, onde seguimos caminhos diferentes.

Avistei Thalia em um dos corredores, conversando com um ser qualquer, mas logo ela o dispensou e só depois notou minha presença.

–Ai, que susto, Anne. –ela levou a mão ao peito e eu dei risada da cara dela.

–Sem as muletas e bem mais fácil sair andando por aí. –imitei um pássaro voando e Thalia revirou os olhos. –Enfim, nem te vi na biblioteca hoje. –comentei, distraída, quando começamos a andar.

–Como assim? –perguntou a retardada.

–Você disse que não ia a Hogsmeade porque ia estudar com o Raimundo, lembra?

–Ah, hã, sim.

–Foram se pegar né?

–Para de ser retardada.

–Impossível.

Então, iniciamos uma conversa banal até chegarmos perto do Salão e Emily surgiu no nosso caminho.

–Meninas! Preciso contar uma coisa para vocês. –ela falou, bloqueando nossa passagem.

–E é assim que se vai direto ao ponto. –disse Thalia, encostando-se à parede.

–É sobre a Lena. –continuou Emily, ignorando Lena. Não falei nada, esperei ela começar a contar e foi isso que ela fez. –Lena está com problemas de sono. Tem pesadelos com a tal Meredith e não consegue dormir.

–É por isso que ela estava com olheiras hoje. –lembrei, coçando o queixo.

–Exatamente. Precisamos ajuda-la. Ela já me pediu um socorro, mas eu não vou dar conta sozinha. –por favor, lembrem-me de questionar Elena do porque ela esconder essas coisas de mim.

–Ok, mesmo que algumas pessoas digam que eu meto o nariz onde não sou chamada, eu vou ajudar porque é minha amiga, pessoa a que devo tentar ajudar. –Emily desviou o olhar, mas nada falou. –Olha ela ali. –apontei e as duas se viraram. Lena estava chegando ao Salão, junto à Isaac. –Vamos fazer ela se sentar com a gente e fazer a psicologia. –olhei para Emily, esperando que ela se contrariasse, mas ela deu de ombros e nós seguimos até Elena.

–Você vem com a gente. –Thalia já chegou determinada, puxando Elena.

–Assunto de calcinha e sutiã? –perguntou Isaac, rindo.

–Isso. Okay? –falei, olhando para ele.

–Okay. –ele respondeu, dando meia-volta em direção à mesa da Sonserina. E eu fui até as meninas.

–Lena! Olha só essas olheiras. Deixa só eu pegar meus produtos Ivone. –ela remexeu a bolsa e tirou um creme de lá, começando a esfregar na cara de Elena enquanto eu e Emily ríamos. Depois Thalia começou a murmurar feitiços no rosto da coitada.

–Thalia, para. Você vai transformar o focinho de porco dela em nariz. Não, espera. –acrescentei depois de perceber o que falei, fazendo Emily e Thalia rirem enquanto Lena fazia uma careta.

–‘Tá. Estamos aqui para falar do problema de Lena. –falou Emily, ficando séria.

Lena suspirou e começou a contar dos sonhos dela. A parte em que Meredith a matava, outra em que ela a chamava de assassina e os antigos pesadelos de ver a vaca beijando o Jason.

–Argh, eu mato essa garota. –Thalia bateu na mesa com o punho.

–Thalia, ela já está morta. –falou Emily, franzindo o cenho.

–E por que você não contou desses sonhos para mim e Thalia, Elena? –perguntei, cruzando os braços e arqueando a sobrancelha. Mas então eu vi Jace e Tori do outro lado da mesa e uma ideia veio em minha mente. –Jace uma vez teve pesadelos e tinha um tipo de remédio que eliminava sonhos durante o sono, incluindo pesadelos.

Elena pareceu demorar um pouco o que eu queria dizer e depois olhou para Jace.

–Você faria isso por mim?

–Eu já volto. –falei, me levantando e indo até Jace sem nenhum problema porque eu já estava cansada daquele joguinho de chove e não molha.

Porém quando cheguei perto deles, foi impossível não ouvir a conversa deles.

–...Tori, eu já lhe falei. A Anne provavelmente nem está mais ligando para a gente. Precisamos renovar o plano.

–Acontece Jace que eu cansei de fingir ser sua namorada e brincar com a pobre Anne.

–Entenda, Tori, você viu como ela ficou naquele dia em que viu a gente se beijando depois daquele treino. Se planejamos algo igual...

–COMO É QUE É? –eu gritei, chocada com o que eu acabara de ouvir. Jace se virou rapidamente, assustado e quando me viu, seu rosto ficou branco feito papel.

–A-Anne? –ele gaguejou se levantando.

–Não, não. Volte a me chamar de Green. –ergui um dedo, mas o que eu queria mesmo era erguer a mão e dar um tapa naquela cara.

–O que você ouviu, Anne? –ele perguntou, ofegante como se tivesse corrido.

–O que eu ouvi? Bem O QUE EU OUVI FOI A PROVA DE QUE VOCÊ NÃO VALE NADA! –aprendam com Anne Green como chamar a atenção de um Salão Principal. As pessoas começaram a me olhar, franzindo a testa e esticando os pescoços gordos para ver o motivo do meu piti. –TUDO ISSO ERA UM PLANINHO INFANTIL, LOURREL? QUANTOS ANOS VOCÊ TEM? CINCO?

–Anne, para de gritar. Está chamando atenção. –falou ele, olhando para os lados.

–EU NÃO VOU PARAR DE GRITAR, IDIOTA. –eu me segurei para não começar a chorar porque meu olho já estava começando a arder. Eu chutei a mesa ao meu lado enquanto gritava. –AI, QUE ÓDIO, JACE! POR QUE VOCÊ FEZ ISSO? POR QUE VOCÊ ARMOU TUDO ISSO? PARA ME FAZER DE BOBA E ME FAZER SOFRER?

–Anne... –ele começou a falar e eu estava pronta para dar um soco nele, mas Jace mesmo se cortou e olhou para mim parecendo incrédulo. –Espera. Como assim “te fazer sofrer”? Fui eu que fiz você sofrer primeiro? FUI EU QUE DURANTE CINCO ANOS ANOS FIQUEI NA FRIENDZONE PORQUE VOCÊ NEM SE SEQUER ME DAVA ATENÇÃO? –uma rodinha gigante estava se formando a nossa volta. Eba. Plateia de idiotas. Revirei os olhos.

–NEM SEQUER TE DAVA ATENÇÃO? QUE TIPO DE MERDA VOCÊ TEM NA CABEÇA? EU SEMPRE ESTIVE AO SEU LADO E VOCÊ FICOU NA FRIENDZONE PORQUE QUIS, PORQUE FOI UM COVARDE!

–Ah, claro. –ele revirou os olhos. –FOI VOCÊ QUE FICOU BÊBADA NAQUELA MALDITA FESRA! FOI VOCÊ QUE ME BEIJOU E DEPOIS CHEGOU AQUI FALANDO QUE BEIJOU O DRACO!

De algum lugar do além, Draco falou com deboche:

–Se soubesse que ia ter esse barraco, eu teria beijado ela faz tempo.

Me virei com os olhos semicerrados e localizei Draco ali. Peguei um copo de suco de abóbora qualquer e joguei com toda a minha força. O copo acertou eficaz o braço de Draco, que começou a choramingar. Isso que dá mexer com uma batedora. Então eu percebi que Minerva ainda não tinha chegado para acabar com a farra. Acho que o bipe de brigas dela estava no concerto; ou ela achava que o Draco merecia um copo no braço; ou então ela concordava que uma jovem de TPM precisava extravasar. Enfim, voltei a encarar Jace.

–Você sabe muito que os meus sentimentos por você eram, repito ERAM, totalmente recíprocos! MAS VOCÊ SEMPRE TEM O FAVOR DE ESTRAGAR COM TUDO! VOCÊ, JACE, ME JULGA POR UMA COISA QUE NEM SEQUER ME LEMBRO! COMO PODE JOGAR ESSAS COISAS NA MINHA CARA SE O QUE VOCÊ ESTAVA FAZENDO ERA MUITO PIOR? Eu nunca quis magoar você, mas você fez isso com o propósito de me machucar. –eu disse a última frase somente para ela, num tom mais baixo, para ver se minhas palavras iam direto à ferida. –Eu te odeio, Jace. –falei, sentindo as lágrimas descerem pelo meu rosto. –EU TE ODEIO! –gritei, dando meia-volta e pegando a minha bolsa que estava no chão. –Guarde bem as minhas palavras, Lourrel. –pronunciei o nome dele com nojo e passei reto por ele, mas Jace segurou meu braço.

–De-desculpe, Anne. –ele pediu e eu vi que seus olhos também estavam com lágrimas. Eu sequei as minhas lágrimas.

–Me solta. –ele atendeu ao pedido e eu dei um passo para trás. –Não espere que aceite suas desculpas. Não acredite que as coisas poderão ser como antes.

Então eu me virei para as portas do Salão para dar a minha saída triunfal, mas eu tropecei no meu cadarço e quase caí de cara no chão, porém me recuperei antes do tombo. Olhei pata Jace por cima do ombro, só para ter certeza que ele ainda estava com cara de merda e saí do Salão, pedindo licença às pessoas, que saíram do caminha. Acho bom mesmo se não levariam um soco na fuça.

Assim que saí do Salão, ouvi vozes chamando meu nome lá dentro. Apertei o passo e me escondi atrás de uma estatua. Emily, Thalia e Elena passaram reto pela estatua. E eu fui pelo caminho contrário depois que elas viraram o corredor. Deixei que minhas pernas me guiassem a saí em disparada pelos corredores. Quando me dei conta, eu estava parada às escadas da Torre de Astronomia. Suspirei e subi as escadas. Apoiei-me naquele troço em que as pessoas se apoiam que eu esqueci o nome. Observei a lua e deixei que o choro viesse. Então eu ouvi uma voz atrás de mim:

–Você não devia estar chorando por ele. –me virei, assustada, e vi Isaac, com as mãos nos bolsos da calça, me olhando, solidário.

–Está dizendo isso como se eu estivesse chorando porque quero. –retruquei e voltei a olhar para a lua. Senti ele se aproximando e ele parou ao meu lado.

–O que o Lourrel fez foi errado. Não se faz com ninguém. Porém eu sei que você não merece nada o que ele fez. Você não merece chorar, Anne. Você merece algo melhor. –olhei para o rosto dele, que olhava para o céu. Então eu fiz a coisa mais normal para a situação: olhei para meus pés, tornando-os as coisas mais interessantes do momento. Nossa, meu tênis estava sujo demais, estava até abrindo um rasgo ali do lado. AI MEU DEUS, ANNE, QUEM PENSA NESSAS COISAS QUANDO SEU CORAÇÃO ESTÁ FAZENDO ACROBACIAS ENUQANTO ISAAC HALE ESTÁ DO SEU LADO? E foi nesse momento em que senti a mão de Isaac se entrelaçando com a minhas, voltei a olhar para ele.

–O que está querendo? –perguntei por que foi a pergunta mais decente que eu consegui pronunciar.

–Estou querendo fazer com que você se sinta melhor. –ele respondeu, sorrindo torto. E é assim que se faz uma garota corar e tentar olhar para os pés de novo. Sim, eu disse tentar porque Isaac pegou no meu queixo e fez com que eu olhasse para aqueles olhos de sedução.

–Você está fazendo isso da maneira certa. –eu respondi por que sou retardada e não estava em sã consciência.

Isaac se aproximou e eu fiz o mesmo porque quem não faz isso quando se tem um garoto perfeito do seu lado? involuntariamente.

Uma das maiores certezas de Anne Green, conhecida como eu: Isaac soube fazer com que eu me sentisse melhor com seu beijo cálido.


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Notas finais do capítulo

Conheçam a estória do Rodolfo: Eu tenho um unicórnio. Ele se chama Rodolfo. Rodolfo se alimenta de reviews. Rodolfo está morto de fome por culpa de vocês. Rodolfo precisa de reviews. Você vão deixar Rodolfo morrer?
Tô de olho em vocês, kridos. Vou aparecer em seus piores pesadelos.
Bjoca procês



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