Me afastei das memórias o mais rápido possível, sentir as lagrimas percorrerem pelo meu rosto, levantei num pulo e desliguei o radio, e corri pro banheiro pra lavar o rosto. Era tudo muito doloroso pra mim ainda, havia se passado Oito meses dês do acontecido.

Resolvi dar uma volta, não queria ficar trancada aqui no quarto se não eu ia acabar sendo torturada pelas minhas lembranças.

Tomei um banho e coloquei uma roupa super simples, uma blusa de manga rosa folgada, maior atrás e menos na frente, e um short não muito curto mais que realçava as minhas pernas.

Sentei num banco da praça em frente a um restaurante bem legal chamado ‘Misturama’ avistei duas meninas, uma morena de pele clara e olhos castanhos e outra loira com o cabelo mal cortado e mechas roxa e vermelha de pele clara.

A de cabelo mal cortado tocava uma guitarra e a morena sentada curtindo o som. Então decidir ir lá ouvir o som da loirinha também.

Entrei e me sentei uma mesa ao lado da morena que foi logo me convidando pra sentar ali com ela.

- Ei, senta aqui com a gente. – Ela disse virando pra mim.

- Não vou incomodar?

- Claro que não, senta aqui. – Apontou pra cadeira ao lado dela. – Me chamo Juliana, mas pode me Ju, e aquela ali é a Lia, minha amiga.

- Prazer Ju, sou a Maria de Fátima, pode me chamar de Fatinha ou de Fat. – Sorri suave.

- Prazer Fatinha. – Sorriu. – Oh Lia! – Meio que gritou. – Essa daqui é a Fatinha.

- Prazer, me chamo Lia. – Sorriu de canto.

- Oi Lia. – Disse simples.

- Então Fatinha, você é nova aqui? Tem sotaque paulista.

- Eu sou carioca, mais fui criada em São Paulo.

- Ah, por isso o sotaque.

- É.

- Veio pra estudar?

- Não, na verdade eu vim pra recomeçar a vida sabe.

- Recomeçar por quê?

- Ah, é uma longa historia. – Prolonguei na a palavra ‘longa’.

- Tudo bem, entendi. – Sorriu leve.

- Onde vocês estudam?

- No Quadrante, um colégio que tem aqui do lado.

- Ah, que legal, vou estudar lá também. Vou fazer o terceiro ano. – Falei animada

- Tu vai ser da nossa sala Fatinha. – Sorriu animada.

- Ainda bem, pelo menos não vou me sentir sozinha sem conhecer ninguém. – Sorri animada.