Presas sobre a lua escrita por foreveralone san


Capítulo 1
Na escuridão nascido, na escuridão perece...


Notas iniciais do capítulo

Nada aqui, nos vemos nas notas finais ^^



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/430451/chapter/1

Dês do dia em que nasci, quando dei meu primeiro suspiro de vida, tudo oque conheci depois foi a escuridão e o vazio que me rodeavam. Sobrevivi abandonando qualquer emoção ou sentimento, me tornando um ser vazio apenas à vagar com um instinto de sobrevivência guiando-me.

Por isso, quando a vi pela primeira vez, meus sentidos se alertaram. Ela era diferente de tudo que eu conhecia, envolta de um brilho cálido, sempre distante mais ao mesmo tempo, parecia tão perto; por mais que eu tentasse afugentá-la para me proteger de seu brilho que me feria os olhos, acostumados com a escuridão, ela permaneceu imóvel, apenas a me iluminar com seu brilho exuberante.

Com o tempo, fui me acostumando com sua presença, tentei me afastar e esquece-la, mais sempre acabava voltando para debaixo de sua luz serena que, aos poucos, foi fazendo com que eu sentisse que algo batia dentro de meu peito, trazendo sensações que eu desconhecia dês de então.

Em uma das noites infindáveis em que eu me encontrava admirando a ela e sua aura majestosa, eu pronunciei-me pela primeira vez a ela, jurando que jamais iria perder seu brilho de vista, que queria passar o resto de meus dias apenas a observar sua beleza, ela pareceu se alegrar com minhas palavras, pois pude ver sua aura dançar ao seu redor, e sobre essa luz acolhedora, eu adormeci.

Ao despertar, busquei seu brilho uma vez mais, pois sempre que olhava para o céu, seu brilho iluminava-me, mas ela já não estava mais lá, para meu desespero e terror, busquei-a ao meu redor, mas tudo que vi foi que a escuridão e o vazio me cercavam uma vez mais, terá sido sua aparição, sua existência, apenas uma ilusão de minha mente, um sonho que jamais se tornaria real?

Não poderia ser verdade, nunca, nem nas noites menos carregadas de dor e perigo com os quais eu convivia em comum dês do inicio de minha vida, nunca tivera um sonho tão real quanto este. Eu ainda sentia, dentro de meu peito, que aquilo que ela despertara ainda batia, a vida que ela havia me concedido ainda fluía em mim, mas, agora que seu brilho já não estava mais lá, até quando essa vida duraria?

Coloquei-me a cruzar as trevas atrás de seu brilho cheio de vida, enfrentando as diversas feras que estavam aprisionadas na mesma escuridão que um dia fui cativo. Todas, tomadas pela inveja e afundadas em desespero, tentaram me impedir de ir atrás daquela que me libertara daquilo que eles talvez jamais se libertassem.

Passei, tento de abater cada um que entrasse em meu caminho, pela floresta escura, porem, senti que cada vida que ceifei pelo caminho atrás de mim, levara consigo um pedaço da alma que havia ganho da minha amada luz. Que ironia cruel eu acabara de descobrir fazer parte, as estranhas sensações que sentia em meu peito sempre que a via eram, na verdade, um único sentimento, talvez o mais forte e tolo que se poderia ter, e a ironia? Essa era que eu estava prestes a perder tudo que havia ganho dela, tanto esse sentimento quanto a minha alma em si, voltando a ser o mesmo ser vazio que tirava vidas para salvar a própria, sem sentir remorso e nem piedade.

Sob tal aterrorizante visão do futuro, pus-me a correr ainda mais veloz, exigindo o máximo de meu corpo. Tinha de encontra-la antes que fosse tarde.

Prestes a perder o pouco de esperança que tinha, reencontrei-a, envolta do mesmo brilho alvo que me era a fonte de vida, mas algo parecia diferente, seu brilho já não transmitia a mesma vida de antes, parecia... vazio.

Aproximei-me, estranhando o ar triste que a envolvia. Uivei seu nome como fizera antes, esperando que ela me dissesse oque a afligia e se eu poderia fazer, e faria, qualquer coisa para trazê-la a sua exuberância de antes. Ela permaneceu silenciosa, como se não conhecesse aquele que chamara seu nome, teria ela se esquecido de mim? Esquecido daquele que jurara jamais deixa-la?

Aproximei-me ainda mais, na esperança de que se eu alcançasse-a, ela se lembrasse de mim, foi então que algo surgiu entre nós, um ser de olhar frio como se não possuísse alma, imponente ao olhar, ele se colocou entre mim e minha amada, como muitos fizeram em minha busca por ela, ele, porem, parecia não dar valor a minha existência, e ordenou que eu me afastasse, que eu já não a alcançaria mais, não dei importância a tais palavras, eram as mesmas que me disseram em todo o meu caminho, e todas essas palavras morreram juntas daqueles que as pronunciaram.

Ataquei-o sem temor, apenas para ser derrubado sem esforço algum dele. Repetindo as mesmas palavras, e impondo que eu não era digno de estar na presença dela, ele deu me as costas e voltou-se para ela, uivando juras de servidão e adoração para ela que permanecia silenciosa nos céus.

Ergui-me do chão uma vez mais, e o ataquei, mas dessa vez, ele revidou brutalmente, derrubando-me ferido no chão, mas sem dizer nada após sua vitória, retornando as suas juras para a silenciosa anja nos céus.

Todo meu corpo pulsava de dor pelas feridas, o sangue manchava-me todo, o corpo trêmulo. Podia sentir a vida se esvair, estava mais perto de meu fim, e pela primeira vez, senti medo, não de minha morte, mas de que jamais fosse sentir o terno abraço de sua luz em meu corpo, eu faria de tudo para tê-la de volta.

Foi então que senti, dentro de mim, na mais obscura vala dentro de minha alma, estava a criatura que eu havia aprisionado, aquele que eu era nos tempos em que eu não tinha alma, algo capaz de destruir tudo em seu caminho. Poderia então me abrir caminho até minha amada, mas a que preço? Perderia aquilo que ela me dera e que me era mais precioso... mas se isso era necessário para tê-la de volta, então que assim seja...

Ergui-me novamente, para surpresa de meu rival que me prometera não dar-me outra chance de me reerguer, mas dessa vez, quem saiu vitorioso fui eu. Em seu ultimo suspiro de vida, ele me dissera que eu nunca a alcançaria...

Caminhei até a beira do precipício que me separava daquela por quem eu busquei incessantemente , e uivei seu nome com toda a força que tinha, mas recebera a mesma resposta silenciosa. Ela tinha realmente esquecido de tudo sobre mim, eu era agora apenas outro, a quem talvez ela esperasse que fizesse juras de servidão como o outro.

Eu atravessara toda a escuridão e trevas que assolavam a terra, enfrentei o maior de meus inimigos e abdiquei daquilo que me era mais importante para poder chegar até ela, e eu faria ela se lembrar de mim, e se minhas palavras não eram o bastante, então minhas garras seriam.

Não deixando-me levar pelos sussurros das inúmeras almas que haviam me dito que eu jamais a alcançaria, eu avancei, chegando cada vez mais perto dela, eu a faria se lembrar de mim a a qualquer custo!

Quando eu cheguei até ela, preparei-me para cravar minhas garras em sua existência imaculada, mas antes de eu fazê-lo, eu as recolhi. Como poderia eu, que antes dela não era nada, uma criatura vazia que conhecia apenas a escuridão, como poderia eu feri-la quando a mesma me dera a vida.

Tudo que me limitei a fazer foi tocar-lhe levemente, meu ultimo gesto de adeus antes de deixar-me cair na escuridão que me aguardava no fundo do abismo, perecendo aonde havia nascido...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então, sei que não ficou lá essas coisas, mas vale um comment?
se valer prometo responder ^^



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Presas sobre a lua" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.