Separei algumas roupas, objetos pessoais, dinheiro...

- Acho que num falta nada – falei pra mim mesma.

Saí do quarto e já estavam todos do lado de fora da casa me esperando. Papai estava falando algumas curiosidades sobre suas armas para William, que estava adorando a pequena aula.

- Ela tá pronta – observou Roger, avisando os outros.

- Bem... acho que agora estou indo, pai – olhei pra ele e não resisti a dar mais um abraço.

- Se cuida minha filha e aproveite bastante.

- Sim Sr! – respondi soltando-o do abraço.

Fomos seguindo para o oeste da cidade e nos despedimos novamente com acenos de mão. Apesar de pequena a cidade, não possuía caminhos retos, as estradas eram no meio da vegetação baixa e faziam curvas. Atravessamos a pequena ponte entre a cidade e a região dos castelos.

- Nossa... num tem monstros aqui? – perguntou Roger.

- Aqui neste trecho não. As guerras, nas quais os castelos são disputados por clãs, ocorrem aqui. Mas agora está sossegado, não tem perigo e nem monstros. – respondi.

- Meu primo já participou de uma guerra, eu gostaria de tentar, mas ainda sou muito fraco pra esse tipo de coisa. – Comentou William.

- Eu ainda tenho que treinar mais, mas não pretendo demorar, para participar de uma! – Falou Roger contente.

- Agora que percebi... a área que os lobos ficam é mais ao sul, se continuarmos seguindo para oeste chegaremos ao deserto de Sograt..- Me lembrei.

- Ah...! Quer dizer que se seguíssemos a sua primeira orientação já teríamos nos perdido! – Roger falou, sem eu saber se estava bravo ou apreensivo.

- Ahaha...! Foi mal...! – Me desculpei meio sem graça.

Roger me olhou desconfiado e um pouco bravo ainda.

- Não confio mais em você! – Falou disse ele bravo apontando o dedo pra mim.

- Criança...- provocou William.

- O que você disse?!!

- Nada...

- Eu ouvi! Repita!

- Se você ouviu, então porque pergunta?!

- O que disse?!

- Não se finja de surdo!!! Você ouviu!! Mas, sim, posso repetir com prazer... CRIANÇAAA!

Os dois estavam tão próximos se encarando por causa da discussão, até encostaram as testas e só faltava um beijo (Eca!).

- Aiai... calma gente... num é o fim do mundo... só precisamos ignorar a criança e seguir o nosso caminho...- eu disse.

- O que você disse?! – perguntou Roger.

- Pára de perguntar isssooooo!! – falou William.

Algum tempo depois...

Os três garotos avançavam pela floresta até que... (Pô! 1ª ou 3ª pessoa, autora?? Decida-se! – A história é minha e eu faço o que eu quiser...! Muahahahah)... então... até que a mata foi se abrindo aos poucos. Logo adiante se podia ver o deserto, era preciso apenas atravessar uma pequena ponte. (Ah é!! Eu tinha esquecido da existência do lunático! XD Considerem que ele voltou pro ovo! Hihih)

- Olha o deserto ali!! Viram, eu disse que num era o fim do mundo e que ele estaria logo adiante! – comentei.

- Tá tá... pra mim já chega de discussão... – falou Roger.

- Tá cansadinho? – falou William.

- Chega William, não começa. – falei.

Alcançamos finalmente aquelas colinas de areia.

- Olha! Quantos Peco-peco!! – exclamou Roger.

- Peco-peco? – perguntei.

- É! Você não conhece? Bem ali dá pra ver três andando, tá vendo? – disse Roger apontando pra uma direção.

- Ahhhh.... são essas galinhas gigantes...- falei.

- Não são galinhas – respondeu Roger frustrado. – Eu ainda vou montar num destes quando mudar de profissão.

- Puxa! Que legal! Então eu quero montar num lunático gigante!! Tem alguma profissão que faz isso? – perguntei com os olhos brilhando.

Os dois me olharam com cara de  “que menina louca”. Não sou louca! Sou feliz! Pensei comigo mesma.

- Montar um lunático gigante?? Ahahahhahahahhahahah – zombou William.

Fiz cara de birra e olhei pro lado.

- Heeheh Pior é que lunático gigante até que existe. Mas uma profissão? Isso não haha. – falou Roger.

- Ahhh... quer dizer que existe um lunático gigante?? – perguntei meio abobada.

- Sim. Ele é azul e raro, é muito difícil de vê-lo, mas dizem que é tipo “o rei dos lunáticos”, vive sempre cercado por eles.

- É o paraíso... – comentei com várias estrelinhas nos olhos.

Eu estava em outro mundo, era todo branco... e macio... com vários lunáticos a minha volta...., um lindo arco-íris ao fundo e eu montada naquele maravilho lunático azul pulando pra lá pra cá na margem do riozinho cristalino e rindo... rindo...

- Ei! Ulina? Ela tá viajando... – falou Roger.

- Acorda, se não vou começar a delirar também debaixo desse sol... – disse William tentando ajeitar as coisas que carregava.