Fome por Aventuras escrita por bogrinha


Capítulo 17
Capítulo 17




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Ao longe podia ver o rapaz se afastando devagar e cabisbaixo. Rapidamente entrou de novo na hospedagem e sem olhar nos olhos do velho dono, disse:

- Desculpe ficar tanto tempo inativa e sem dar satisfações, mas agora vou consertar o prejuíso destes dias em que não fiz nada…

Já estava indo para a cozinha até que o Sr. Raul se pronunciou.

- Não vai aceitar o convite? – disse estendendo o braço com um belo cartão vermelho com letras prateadas.

Lis olhou para o convite e o pegou, ficou olhando por alguns segundos e em seguida o jogou no lixo e se o Sr. Raul não tivesse feito nada, ela também o teria rasgado. Após Lis se retirar, o velho pega o convite novamente e o guarda.

Vários dias se passaram e até mesmo os clientes de sempre perceberam como Lis estava mudada naqueles dias.

- Que houve com sua ajudante, Raul? Não está tão radiante como antigamente… e o Sr. não estava para se mudar? – perguntou um senhor bem barbudo e com paletó cor de vinho.

- Ahhh… desculpe por isso, mas ela passou por maus bucados, e nem tenho como ir e deixá-la assim…

- É… eu compreeendo

O dia acabou e Lis após todo o serviço, finalmente foi para seu quarto. Sonhou com Paulo, mas não era um sonho nem feliz, em que ambos estavam juntos e nem triste, no qual muitas vezes via os noivos rindo dela. Ela era feliz do lado dele e o mais impressionante foi que eles estavam juntos como bons amigos, e se divertiam muito. Na manhã seguinte, Lis acorda e se lembra imediatamente do sonho daquela noite. Um pequeno sorriso depois de muito tempo brotou de seus lábios. Ele não tivera culpa do ocorrido, muito menos a caçadora chamada Célia. Conseguiria permanecer apenas como amiga dele? Aguentaria este fardo? De qualquer forma, já não se sentia tão ruim como antes. Talvez se conhecesse melhor Célia, seria mais fácil. Porque não? Trabalhou durante o dia normalmente, até se lembrar do convite jogado no lixo. Deixou os clientes irem dormir e foi até o cesto de lixo da recepção, seu convite não estava lá. Mas não lembrava de o ter trocado, aquele cesto não era tão utilizado assim. Escutou passos e se levantou no mesmo instante pensando ser um hóspede. Mas quem apareceu foi o Sr. Raul.

- Imagino que esteja procurando isto aqui (o velho é vidente? XD) – disse o velho meio sorridente segurando o cartão vermelho com detalhes em prata.

Lis fixou o olhar no cartão e começou a lacrimejar de novo.

- Vamos filha… não pode ficar assim o tempo todo… como quer que eu vá me mudar em paz com você neste estado? De jeito nenhum eu conseguiria

Ele estava certo, ela esquecera completamente que o velho iria se mudar, se sentia um pouco egoista por isso… Obviamente não estava fácil superar, mas até agora ela só havia pensado nela mesma. Não só o velho estava preocupado, mas também o próprio Paulo. Ele esperava a presença da mesma em sua festa de casamento.

- Eu vou sim… - disse ela entre sorrisos e lágrimas e pegou o convite.

O velho simplesmente a abraçou.

- Quero sua felicidade. Para tanto nesta vida, ainda há muito o que caminhar, mas se não avançarmos… como queremos que as coisas mudem?

Assim, três dias depois, o velho, feliz por ver que sua ajudante estava bem melhor, finalmente fez sua mudança. Sempre ficando orgulhoso por ter deixado a hospedagem em boas mãos.

 

No dia do casamento, Paulo não viu Lis em nenhum lugar enquanto esperava por Célia. Lis acabara se atrasando porque ficou um pouco nervosa no dia e saíra tarde do serviço. No momento em que chegou, avistou a noiva fora da igreja esperando para abrirem as portas. Célia percebeu sua presença.

- Que bom que veio… Paulo vai ficar feliz – disse Célia com cara de séria, mas demonstrando um leve sorriso.

- Eu… espero que sejam felizes… - falou ela por fim.

- Obrigada – disse Célia fechando os olhos e ainda com o  sorriso – agora vou entrar

- Certo..! – disse Lis se apressando para conseguir lugar na igreja.

A noiva entrou lindamente e a cerimônia teve início. Lis podia ver a felicidade nos olhos de Paulo, ainda queria que fosse para ela, mas não. Era para uma bela mulher, com sábia maturidade e de cabelos verdes escuros. Quando os noivos estavam saindo da igreja, Paulo pôde ver Lis e sem que ela esperasse, Paulo deu um sorriso bem grande. Lis correspondeu timidamente e sussurrou “Parabéns”.

 

Samuel observava Lis chorando, cobrindo o rosto com as mãos. Ele bufou alto e passou os dedos das mãos nos cabelos e permaneceu assim, apoiando a cabeça.

- Eu já não estou aguetando mais Lis…

Ela para um pouco com os soluços e olha para ele.

- Vou para longe de Prontera

Lis arregala os olhos o encarando.

- O que acabou de dizer? – pergunta ela.

Samuel se levanta e começa a andar de um lado para o outro.

- Está obvio que estou com a personalidade instável. Não sei se é por causa de gente ou não… mas não posso ficar desse jeito e perder o controle do nada..

A garota não sabia como reagir. Sua respiração aumentou, mas não mudava o corpo de posição.

- Achei que não precisaria deste tipo de auxílio de novo, mas pelo jeito me enganei – concluiu por fim, olhando para Lis.

Ela não entendeu. Ele continuou, dando as costa para a mesma.

- Há um tempo atrás, um sábio me ajudou muito… Ele era muito estudioso, claro… Tinha uma porção de livros, e ele me ajudou com a dupla personalidade. Fiquei um bom tempo sem sentir a presença do meu outro eu… mas agora acho que vou precisar encontrá-lo novamente e…

Ele voltou a olhar pra ela com um pouco de tristeza.

- Talvez você não me veja por um bom tempo…

Lis acabou sentando na cadeira um pouco estática.

- Então… é isso… está dizendo tchau ou até mesmo adeus?

Ele desviou o olhar e disse devagar.

- Acho que sim

Ela apoiou os cotovelos na mesa e tampou a boca com uma das mãos pensativa.

 

Roger e Ulina andavam de mãos dadas pela cidade, mas sem uma palavra. Ambos estavam muito envergonhados e felizes ao mesmo tempo.

- Obrigada por tudo… - começou ela.

- Não fiz menos do que devia… - disse ele com um sorriso tímido no rosto.

Ela parou e olhou pra Roger, que foi obrigado a parar também, já estavam de mãos dadas.

- Eu tô muito feliz por ter te conhecido…mas… você acha que foi muito rápido?

Ele pôs a outra mão atrás da cabeça.

- Na verdade não me interessa se foi rápido, estou feliz com o que aconteceu alguns minutos atrás. Você acha que foi precipitado? Se arrepende…? – perguntou ele um pouco preocupado.

- Não… eu não me arrependo… realmente eu adorei o que aconteceu… #^^#

- … - ele olhava fixamente pra ela.

Roger foi se aproximando de novo. Ulina percebendo isso, fechou os olhos devagar a medida que ele vinha de encontro à sua face. Os lábios se tocaram calmamente, fazendo Ulina suspirar fundo. Roger entreabriu os olhos para admirar o rosto próximo, a puxou para mais perto pela cintura. Os braços dela passaram pelo pescoço dele e ambos aprofundaram o beijo. Depois de um tempo, Roger se afastou um pouco da boca dela, deixando uma Ulina inexperiente ofegante.

- Você… beija bem… - falou Ulina não medindo suas palavras.

O rapaz soltou uma risada enquanto lambia os lábios. Ulina ficou vermelha que nem pimentão e enterrou o rosto no peito dele.

- Esquece! Eu num falei nada!

- Ei… eu também estou um pouco envergonhado, mas num precisa ficar assim… ^^

Mesmo sem ver o rosto dela, ele sabia que ela estava rindo, pois podia sentir.

- Vamos indo para a hospedaria, precisamos pegar quartos de novo.

Roger foi arrastando Ulina abraçada, quando perceberam alguém os obervando. Era William com um saquinho de pipoca.


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Notas finais do capítulo

Olaa
Mais um capítulo aqui!! Esse foi difícil de fazer, tava seminspiração pra fazer, mas está terminado, até a próxima.O velho deve ser vidente, né? Pra devolver o convite bem na hora que a Lis queria kk
Deixem recadossss =DDD