Uma escolha escrita por hollandttinson


Capítulo 22
Perdido.


Notas iniciais do capítulo

Cheguei. Eu escrevi esse capítulo 2 vezes e não consegui postar. Finalmente ele está aqui, espero que gostem.
Capítulo editado no dia 16/01/16.



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POV: DRACO.

Eu devo ter quebrado mais de 10 vasos na parede, não sei ao certo, mas quebrei muita coisa. Extravasei toda a minha raiva nos móveis caros que eu comprei pra decorar essa porcaria de cabana.

Respirei fundo mais vezes enquanto deitava de bruços na cama. Eu estava tendo problemas para me acalmar. Ainda não estava acreditando que Astoria tinha gritado todas aquelas coisas para mim, nem que ela tinha ido embora batendo o pé e chorando só porque é babaca o suficiente para achar que eu a trocaria por Pansy Parkinson. Porque é tão difícil pra ela perceber que eu a amo e não trocaria ela por ninguém? Muito menos por Pansy Parkinson. Argh, eu não a trocaria por uma vadia de quinta. Que homem decente troca sua mulher, que o trata com amor, que está o esperando toda noite, com quem ele tem uma relação de confiança e companheirismo, por uma vadia de esquina? Ou será que ela imagina que eu não seja um homem descente? Isso piora tudo, se for parar para pensar.

Me sentei na cama e analisei todo o estrago que eu fiz na cabana. Sabia que podia resolver tudo isso com magia, mas imaginei que se eu me mexesse um pouco, se eu saísse do meu comodismo mágico, eu talvez conseguisse me acalmar antes de ela voltar. Me levantei e comecei á arrumar tudo eu mesmo, sem magia, aguardando pelo momento em que ela voltaria.

E esperei. A tarde toda. Já era a hora do jogo e ela não tinha voltado. Estava desconcentrado quando comecei o campeonato daquele dia. Nós íamos jogar contra a Espanha agora e eu não sei o que aconteceu, não prestei a menor noção em nada. Não ajudava muito o fato de todos estarem olhando para mim, eu sabia o motivo: Astoria tinha falado suas acusações alto demais.

– Draco, você não vai buscar Astoria?- Caleb perguntou. Depois do jogo, ele decidiu que viria comigo até a minha cabana, disse que queria conversar comigo, parecia preocupado. Eu neguei com a cabeça, pegando um copo de Whinsky.

– Se ela quiser, ela vai voltar.- Eu disse. Ele ergueu uma sobrancelha pra mim, depois bufou.

– Draco, vocês são casados. Eu sei que isso tudo rolou só por causa de um contrato, e mesmo que não soubesse, todos sabem agora. Mesmo assim, ainda é um casamento, e vocês estão juntos á mais de 1 ano... Não pode deixar que a porcaria de um orgulho idiota estrague tudo isso.- Disse Caleb.

– Não é orgulho... Eu só não acho que tenha motivos para ir buscá-la. Ela tem duas pernas saudáveis, ela foi embora porque quis, eu não vou buscá-la.- Eu disse, dando de ombros e bebendo. Caleb suspirou.

– Então você vai dormir aqui sozinho, só porque não quer ir lá? Pelo amor de Deus, Malfoy!

– Porque você não volta pra a sua cabana e a sua querida Dafne?- Perguntei, cruzando os braços irritado. Ele balançou a cabeça.

– Eu aprendi que a gente não deixa o Chefe fazer burrada... Se você ficar mal, o nosso Quadribol vai mal.- Disse Caleb gesticulando. Eu revirei os olhos.

– Eu não preciso me preocupar com isso, o time é ótimo e vocês estão bem, não estão? Quero dizer, eu só precisava falar algumas coisas e só. Falei, pronto, fim.- Eu disse. Ele sorriu cinicamente.

– Você com certeza não está bem. Não notou o tantão de vezes que gaguejou? Errou o nome de 2 jogadores do time, sem falar na parte em que você se sentou antes de terminar o Discurso... Eu devo ter esquecido de falar a parte que você saiu da Arena antes de parabenizar a equipe.- Disse Caleb cruzando os braços e crispando os lábios. Eu revirei os olhos.

– Foram apenas deslizes.

– Deslizes causados pela sua crise conjugal, não adianta mentir.- Ele disse depois suspirou.- Olha Draco, eu entendo tudo isso, e eu sei que você é o Chefe e faz o que quiser com a sua vida, sei que é difícil prestar atenção nas coisas com tudo isso, e que deve ser terrível passar por cima do orgulho, mas você ama ela. Não venha me dizer que não ama, eu vejo isso no seu olhar, e não me chame de gay por isso.

– Olha, eu vou mesmo te chamar de gay se você continuar com todo esse papo. Eu sei o que eu faço da minha vida e do meu casamento.

– Sabe mesmo? Não parece.

– Não julgue um livro pela capa, Caleb.- Eu disse, me levantando e colocando a mão no seu ombro para guiá-lo para fora.- Vá dormir, descansar... Amanhã tem um longo dia pela frente.

– Você devia descansar, quem sabe amanhã não deixa de ser babaca e vai atrás da mulher que você ama? Ou vai esperar que todos os jornais comentem o quanto o casal Malfoy é desunido e...

– Não me importo com isso. Boa noite.- Eu disse, fechando a porta e andando para a cama, onde me joguei. Respirei fundo e suspirei logo em seguida.- Que falta me faz Astoria.

(...)

Ela veio até mim, sua expressão era impassível. Ela ainda estava com raiva, com certeza. Isso estava me deixando maluco, afinal faz 1 semana desde a nossa discussão e essa é a primeira vez que a vejo desde então. Está com olheiras profundas e acredito que ela vem chorando muito desde a última vez que nos vimos.

– Tire essa expressão do rosto, só estou aqui porque não quero que digam que eu sou uma má esposa. Eu estou com você por causa de um contrato e vou cumpri-lo, mas isso é só. Não pense que vai me ter na sua cama novamente, você não vai. Não pense que vai colocar sua boca em mim de novo, porque também não vai fazê-lo. Esqueça que um dia nós fomos qualquer tipo de coisa boa, que rolou qualquer tipo de sentimento. Eu esqueci e sei que você é, no mínimo, inteligente. Agora sorria para as fotos e faça o seu papel de Chefe da Liga Britânica, e eu farei meu papel de esposa.- Ela disse, colocando o braço sobre o meu e abrindo um largo sorriso antes de abrir a porta da cabana para as fotografias.

– Astoria, isso é totalmente desnecessário. Porque ainda está brava? Não tem motivo para...

– Só abra a boca para sorrir, eu espero não ouvir sua voz nos próximos anos de casados. Sorria.- Ela disse, arranhando o meu braço. Eu bufei e sorri para a câmera.

– Vocês reataram? Houveram boatos de que o querido casal Malfoy estava tendo trabalho com o casamento.- Uma jornalista ridícula comentou. Ouvi Astoria gargalhar e isso doeu bem fundo em mim. Não era o seu sorriso.

– As pessoas falam demais, aliás, vocês deviam estar preocupados com o que fazemos, com o que dizemos e não com o que falam que fizemos ou dizemos. Estamos perfeitamente bem, não estamos, querido?- Astoria colocou uma mão nas minhas costas e beliscou forte. Eu fechei a cara para o seu sorriso e ela beliscou mais forte. Sorri forçado e ela engoliu em seco. Eu sei que doeu nela ver que eu não estava sorrindo sincero, eu sei o quanto ela ama me ver sorrir.

– Perfeitamente bem. Afinal, estamos juntos á 1 ano, não é mesmo, querida? Com todo esse tempo, uma simples briguinha não pode fazer um casamento tão belo acabar. Simplesmente ridículo pensar assim.- Eu provoquei. Ela revirou os olhos.

– Como você está se sentindo sabendo que é esposa de um dos homens mais importantes da história do Quadribol inglês? Sem contar no fato que nós ganhamos a Copa.- Disse um jornalista que parecia fanático em Quadribol, eu revirei os olhos e Astoria engoliu em seco de novo.

– Estou muito orgulhosa dele, imagino que todos estão. Ele é talentoso. Certas coisas não podemos negar.- Ela disse, dando tapinhas leves na minhas costas. Interpretei isso como: estou falando sério, mas ainda quero bater em você. Revirei os olhos.

– Estou feliz por todos vocês estarem felizes com o meu trabalho.- Vi Caleb passando do outro lado com a equipe, eles comemoravam algo.- Mas eu não seria nada se a equipe não fosse boa. Por favor, deem um pouco mais de atenção ao nosso time.- Eu disse apontando pra eles. A equipe de fotógrafos se virou para o time. Eu me virei para Astoria.- Você está se tornando uma ótima cretina, mentirosa, mas sou eu quem te causo nojo? Pode apostar que eu vou fazer esse acordo ser o mais perfeito da sua vida, não vão ter falhas na questão acordo, mas não me obrigue á fingir que acho tudo isso lindo e que estou feliz, porque eu só quero me trancar no meu quarto e fingir que você nunca existiu na minha vida.

– Não esqueça de chamar Parkinson para o quarto com você, ela vai adorar ficar trancada lá com você.- Ela disse, sorrindo cínica. Eu bufei e me virei para entrar na Cabana.

Era um acordo, não era? Ela era minha esposa e ela que cuidasse dos fotógrafos lá fora. Eu tenho um plano muito melhor do que fazer da vida.

Aparatei na areia de minha ilha. Respirei fundo o ar calmante do lugar. Senti falta disso. Era engraçado pensar no quanto tudo mudou em alguns dias, e agora estava tudo acabado. A Copa, meu casamento, minha vida... Tudo chegou ao fim. Em pensar que eu acreditava que esse lugar me traria sorte, paz e harmonia...

Tirei todas as coisas do quarto onde dormia com Astoria e coloquei num quarto de hospedes. Nós não precisamos dormir no mesmo quarto, isso é só um acordo. Só Deus sabe o quanto estava doendo fazer isso.

– Ao menos você teve a decência de perceber que não dormiria no mesmo quarto que você. Vejo uma evolução aqui?- Astoria perguntou sarcástica. Estava de braços cruzados e sobrancelha erguida quando me virei. Estava arrumando minhas coisas no closet de hospedes. Eu revirei os olhos.

– Me deixe em paz, não deixe as coisas mais complicadas para mim.- Eu pedi, continuando a arrumar as coisas. Ouvi ela sorrir friamente.

– Como você é hipócrita, Draco Malfoy. Me deixou atolada com aqueles fotógrafos. Sorte sua que eu sei lidar com coisas e momentos desagradáveis. Eu disse á eles que você se cansou muito na Copa e todos os boatos deixaram você atordoado. Acho que fui convincente, não que isso importe.- Eu ouvi ela dizer, revirei os olhos.

– Astoria, você podia, por favor, sair? Eu quero ficar sozinho. É sério.- Eu disse me virando para olhar pra ela. Ela revirou os olhos.

– Eu não ia ficar mesmo, vou sair com Thamyris. Não tenho que ficar te dando satisfações, eu sei. Mas ela acha que é melhor que você saiba, caso alguma coisa ruim aconteça. De todo jeito, você seria a última pessoa que eu procuraria.- Ela disse, dando de ombros. Eu concordei com a cabeça, triste.

– Muito obrigado.

– Não tem de quê.- Ela se foi.

Ela estava sempre indo embora, desde o dia em que Pansy foi até a cabana, desde que eu decidi ser apenas gentil com uma garota. Porque as coisas parecem ser tão mais complicadas comigo? E porque Astoria não consegue ver que a amo e o quanto me dói vê-la assim? Ela é a única pessoa com quem me importo, será que ela não percebe? Suspirei. Ela não percebia.

(...)

Me levantei e corri até o quarto de Astoria quando ouvi gemidos de dor. Ela estava agachada no chão com a mão sobre a barriga, ela chorava muito.

– Astoria? O que foi? Está sentindo alguma dor? O que está acontecendo?- Já fazia 1 semana que eu e ela não nos falávamos, ignorávamos um ao outro e tive medo que me ignorasse agora. Mas ela olhou para mim.

– Eu não estou conseguindo, eu não sou tão forte. Eu não posso passar por tudo isso sozinha. Você precisa saber.

– Do que você está falando?- Perguntei, erguendo o corpo dela do chão e colocando-a sentada sobre a cama enquanto buscava um copo de água no frigobar do quarto. Ela balançou a cabeça mas bebeu a água.

– Eu acho que o perdi. Eu não tenho certeza, você precisa me levar ao médico... Eu acho que o perdi. Eu não queria perdê-lo. Eu juro que tentei segurá-lo aqui dentro, mas eu vomitei e depois... Depois tudo era vermelho, tudo era sangue. Eu não sei mais o que fazer. Me perdoa, eu não queria perdê-lo. Ele é seu também. Eu disse que não era seu, disse que podia fazer tudo sozinha, mas eu não posso, ele é seu também e eu preciso de você.- Ela parou de falar para soluçar em meio ao choro.

– Astoria... Do. Que. Você. Está. Falando?- Eu perguntei. Foi quando ela limpou o rosto e olhou para baixo. Eu olhei junto. Sua mão estava cheia de sangue e suas pernas também.

– Eu o perdi, não foi?

– Perdeu... Quem?- Eu perguntei sem tirar os olhos do sangue na sua coxa. Olhei para onde ela estava sentada antes, do lado da porta do banheiro e percebi o vômito no banheiro e o sangue na toalha.

– Nosso bebê. Eu perdi o nosso pequeno, Draco. Eu o perdi.

– VOCÊ ESTÁ GRÁVIDA?!

(...)


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Notas finais do capítulo

Beijão pra vocês.



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