Just Justice escrita por Sophie Queen


Capítulo 22
Conseqüências Complexas




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DISCLAIMER:Eu não sou proprietária ou dona da sagaTWILIGHT, todos os personagens e algumas características são de autoria e obra de Stephenie Meyer. Mas a temática, o enredo, e tudo mais que contém na fanfictionJUST JUSTICE, é de minha autoria. Dessa maneira ela é propriedademinha, e qualquer cópia, adaptação, tradução, postagem ou afins sem a minha autorização será denunciado sem piedade. Obrigada pela atenção.
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N/A:Olá meus amores!

Como todo mundo está?! Saudades de mim e da loucura que essa fic é? Aposto que sim, pois eu também estou morrendo de saudades de vocês!

Primeiro de tudo: Feliz ano novo, suuuuuuuper atrasado, que este ano de 2011 seja maravilhoso, que tudo de bom aconteça e que mesmo depois do final disso tudo aqui, eu encontre vocês na “substituta”, porque ela vem aí para devassar as estruturas minhas e de vocês! Sim... ela vai ser erótica, sensual, filha da putamente incrível... e não é promessa não, o enredo dessa nova loucura vem a cada dia me consumindo mais e mais, mas antes de termos ela... temos... o desfecho disso aqui...

E como esse desfecho está me consumindo! Deus... esse capítulo não saia mais nem com reza brava, foi só a base de muita Stella Artois e de Santa Carolina - Carbenet Sauvignon que esse capítulo saiu. É... eu escrevi ele bêbada, ou parcialmente bêbada.

O que esperar deste capítulo?! Bom ele vai da insensatez ao romantismo, do segredo a revelação, do absurdo ao inimaginável... é tanta emoção neste capítulo, que isso aqui tá parecendo novela das oito que começa as nove na Globo... literalmente últimos capítulos mesmo!

Mas chega de ficar aguçando a curiosidade, porque eu sei muito bem que todo mundo quer é ler isso aqui!

Obrigada a todos, por tudo o que vocês me proporcionam. Obrigada realmente para quem lê, comenta ou não, favorita, recomenda, é cada gesto minúsculo deste que me deixa mais e mais feliz em escrever isto aqui.

AGRADEÇO MAIS UMA VEZ PELO CARINHO IMENSO DE VOCÊS.
OBRIGADA MESMO POR TUDO, AMO MUITO CADA UM DE VOCÊS
POR FAZER ISSO AQUI ALGO ESPECIAL PARA MIM.

Boa leitura e nos falamos mais adiante. ;D

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JUST JUSTICE

capítulo vinte e um
Conseqüências Complexas

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“As conseqüências de nossos atos são sempre tão complexas,
tão diversas, que predizer o futuro é uma tarefa realmente difícil.”
-Alvo Dumbledore-

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Isabella Swan

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Eu estava entorpecida.

A cena que se desenrolava perante aos meus olhos era tão irreal, contudo tão plausível. Dor, sofrimento, sangue, morte. Uma espiral continua e terrível.

James, o homem que eu havia escolhido para construir uma família jazia morto na minha frente, e não importava os urros de ajuda que eu pedia ou alguma forma de tentar salvá-lo, nada era capaz de mudar aquele cenário. As pessoas no maldito restaurante estavam assustadas, causando um imenso tumulto na entrada do mesmo. Eu tinha plena consciência que devia me afastar de tudo aquilo, mas simplesmente não conseguia. Uma força que ligava James a mim parecia impedir que me movesse, deixando para mim a única solução possível: chorar sobre o corpo sem vida do meu noivo.

Não sei definir quanto tempo fiquei ali, lamentando a minha perda. Poderia ter sido um minuto ou uma hora, eu não fazia ideia – e também nem queria fazer. O desespero que crescia em minha garganta me sufocava, fazia com que eu perdesse a minha voz, meus sentidos, meu chão, minha fortaleza.

- Tira ela daqui! – uma voz tão conhecida demandou; no mesmíssimo instante que braços fortes, acalentadores e muito mais conhecidos para mim, me afastava do corpo que estava velando.

Eu queria protestar, contudo estava sem forças para fazer qualquer coisa. Só queria voltar para a minha cama e dormir para todo o sempre, e quando depois de um longo descanso eu acordasse poderia constatar que tudo não passou de um sonho realístico.

- Leve-a para algum lugar em que ela possa descansar. Pela manhã tomaremos seu depoimento. – uma nova voz exalando autoridade demandou para o dono dos conhecidos braços que me amparavam.

Mal notei quando meus pés saíram do chão e meu salvador – se é que posso chamá-lo assim – brigava entre a multidão me afastando de tudo e de todos. Seu perfume almiscarado com uma pitada de frescor, algo como limão e menta, somados com algo extremamente doce, provavelmente mel, inebriava ainda mais os meus sentidos. Era tão conhecido aquele perfume; ele me lembrava casa, mas não sabia definir que casa seria.

- Shiu, Bella. – falou docemente a voz, em meu ouvido. – Acalme-se meu amor, tudo ficará bem. – tranqüilizou, e definitivamente acreditei no que a voz disse, deixando assim a inconsciência me arrastar para o seu limbo promissor e tranqüilizador.

XxXxXxXxXxX

Não fazia a mínima ideia de onde estava; somente sabia afirmar que era algum lugar macio, quente, confortável, pleno. O perfume de lavanda se misturava com o almiscarado de outrora, e aquele aroma era tão reconfortante que me deixei ser envolvida por ele por um tempo indeterminado.

Assustei-me quando senti grandes e quentes mãos afagando serenamente meu rosto, porém o susto não de alastrou por muito tempo, e logo comecei a aproveitar-me do toque reconfortante. Sentia uma respiração quente e fresca batendo em meu rosto, me inebriando como uma bebida alcoólica. E mesmo que meus sentidos estivessem totalmente nublados e traumatizados eu sabia afirmar com toda a certeza quem estava me embebedando com seu aroma.

Edward.

Através de uma batalha sistêmica com meus olhos, lentamente consegui abri-los; mesmo que o quarto estivesse mergulhado na penumbra, e somente as luzes amareladas da cidade penetravam a janela, sabe se lá onde, eu podia visualizá-lo. Tinha plena consciência que seus imensos olhos verdes como esmeralda me fitavam com doçura.

- Oi. – tentei dizer, mas estava totalmente sem voz, soando mais como um zumbido do que uma fala; entretanto, o vislumbrei sorrindo torto. Seu adorável e sedutor sorriso torto.

- Oi você. Está se sentindo melhor? – perguntou baixinho, quase sussurrando.

- Um pouco, minha cabeça dói. – consegui responder com a voz totalmente falha e baixa.

- Vou pegar um Tylenol para você. – demandou, saindo do meu lado na cama onde eu estava deitada.

Cama. Este deveria ser o apartamento de Edward em Washington.

Mesmo com a pouca luz, eu conseguia notar que a parede que servia de cabeceira para a cama era algum tipo de padronagem de papel de parede listrado em preto e branco. Aos lados da cama – ou pelo menos de um lado da cama – uma luminária cumprida e cônica de acrílico preto e hastes de metal ficavam logo acima de criados mudos de madeira escura.

Na parede que parecia ser oposta a janela – que ficava ao lado da cama, que estava as minhas costas -, uma estante da mesma madeira de cor escura dos criados a adornavam, da distância em que estava eu poderia visualizar o misto de livros, CDs e aparelhos eletrônicos que pertenciam a ele, tanto que na parte mais afastada, próximo a um abajur de leitura, seguindo os mesmos moldes das luminárias que adornavam a cama, estava uma chaise de couro negro. A parede a minha frente estava encoberta pela escuridão, mas com toda a certeza deveriam ter três portas: do closet, do banheiro e a que dava para os outros ambientes do apartamento.

Tentei me acomodar melhor sobre a enorme cama king size de Edward. Os lençóis brancos com detalhes mínimos e masculinos davam uma imponência típica do dono ao quarto, que era ainda mais evidenciada pelo ser perfume, masculino e marcante impregnado em cada minúsculo centímetro daquele tecido, como também daquele ambiente. Virei o meu rosto em direção a janela; ainda estava escuro lá fora, as luzes que via eram das ruas próximas que iluminavam de maneira tão precária o ambiente. Voltei o meu rosto, assim como meu corpo, para a posição que estava antes, saboreando o perfume de Edward em seu travesseiro.

Estava quase adormecendo quando senti o colchão em que estava deitada afundando ao meu lado, não precisava nem abrir meus olhos para ver quem era ali, mas o fiz assim mesmo, sendo recepcionada com o mais belo sorriso torto.

- Demorei em localizar o Tylenol. – explicou-se entregando o comprimido e o copo d’água para mim.

- Não tem problema. – tranquilizei, sentando sobre a cama e pegando o comprimido e a água.

Um silêncio incomodo, quase fúnebre, caiu sobre nós dois. Mal conseguia ouvir a respiração de Edward, ele parecia temeroso com algo. Eu me sentia mal. Não sei dizer se era pelo que presenciei, ou por alguma outra coisa. Simplesmente me sentia sufocada.

- O que aconteceu? – Edward quebrou o silêncio depois de um longo tempo. – Quer dizer, porque você estava lá com ele? Por que o escolheu, e não a mim? – questionou inquieto.

Tomei uma respiração profunda, eu sabia que cedo ou tarde teria que contar a verdade a Edward, e pelo que parece ela veio mais cedo do que eu sequer imaginava.

- Edward, as coisas mudaram. – afirmei com um fio de voz.

- Sim, Bella; eu sei que mudaram, mas elas mudaram para melhor. Eu e você finalmente descobrimos o que aconteceu, nos entendemos, era suposto ficarmos juntos agora. – sentenciou com cadência.

- Nada é tão simples assim Edward, as coisas mudaram muito nestes últimos cinco anos. Eu construí uma vida totalmente diferente da que pensava naquela época, a traição, a dor, tudo aquilo me fez ficar mais forte, mais independente, não é meia dúzia de palavras bonitas, pedidos de desculpa ou juras de amor que irão apagar o que aconteceu. – expliquei chorosa.

- Bella, eu... eu não tive culpa.

- Você pode até não ter tido culpa Edward, mas você fez, você aproveitou, você sequer tentou saber o que de fato aconteceu, você somente... aceitou, como se tudo o que tínhamos vivido até então fosse nada, simples assim. – contrapus dando de ombros.

- Bella, eu... eu... eu não tinha outra opção! – exclamou nervoso.

- Sempre se tem uma opção, e você simplesmente aceitou a mais conveniente para você na época. Você sequer procurou saber o que motivou tudo o que aconteceu.

- Você pediu o divórcio! – defendeu-se, sentenciando assim que foi a minha culpa.

- Porque você me traiu com a pior pessoa do mundo e também porque matou meu filho! – vociferei irritada.

- Era meu filho também! – ponderou ultrajado.

Ri sem humor, Edward era simplesmente absurdo.

- Você nem fazia ideia que ele existia até dois meses atrás. – desdenhei.

- Mas eu pressentia! – bradou. – Eu te amo Bella, sempre te amei.

Ri outra vez em escárnio.

- Me amava? – ironizei. – Você não ama ninguém Edward, a não ser a si mesmo! Você deu graças a Deus que eu pedi divórcio no ultimo ano, te libertando da prisão da fidelidade – isso se você um dia foi fiel a mim. – provoquei, eu sabia que podia estar soando até injusta, mas o cinismo de Edward na grande parte do tempo me enervava.

- Bella... – começou, mas rapidamente o interrompi:

- Em quantas você meteu depois que fomos até Las Vegas e estabelecemos essa porcaria de acordo que nos mantém casados até hoje? – questionei sentando mais reta na cama e encarando o seu rosto. – E não venha me dizer que você não dormiu com nenhuma, porque ouvia e muito claramente todas aquelas vagabundas da Harvard dizendo que tinha tido uma noite mágica com o santo Edward Cullen! – clamei irritada, deixando que algumas gotas de água que estava no copo em que ainda segurava molhar sua cama enquanto socava descontroladamente o seu peito.

“Enquanto eu sofria a perda do meu filho, a traição que você cometeu, me fazendo desacreditar no amor, você estava por ai se sentindo o gostosão e fodendo sabe-se lá quantas putas, sem se preocupar com porra nenhuma, muito menos com o que eu sentia. Se você realmente me amasse do jeito que diz ter amado, não teria feito toda essa merda comigo!” – praticamente cuspi.

- Bella. – implorou. – Não vamos discutir isso agora. Eu sei que eu mais errei do que acertei, mas você também teve a sua parcela de culpa.

- Você é ridiculamente absurdo, Edward. – murmurei, afundando a minha cabeça outra vez em seus travesseiros. A dor de outrora parecia ter se multiplicado.

- Você não vai me dizer o porquê escolheu ele? – questionou alguns segundos depois.

- Importa? – devolvi irritada.

- Muito. – concordou.

- Porque você é inconstante. Eu não posso construir uma vida com alguém assim como você: que hoje afirma amar morangos e amanhã diz que não suporta morangos e que só gosta de abacaxis. A sua falta de decisão é problemática, Edward, você ama a sua vida de solteiro mais do que tudo, e se ver preso a alguém te... agrr... te sufoca. – expliquei nervosa.

- Me sufoca? Foi você que exigiu que nosso relacionamento ficasse escondido! – exclamou, levantando-se da cama e indo até a estante com livros, CDs e equipamentos eletrônicos.

- Tinha uma merda de fã-clube atrás de você, que estava disposto a acabar com qualquer mulher que se envolvesse com... você! – contrapus.

- Você está ouvindo o absurdo que está dizendo Bella? Você não faz sentido, sem contar que está fugindo da pergunta principal. – anuiu.

Ri em menosprezo.

- Que pergunta estou evitando, Edward? – desdenhei.

- Por que você escolheu ele? E não me venha com essa de inconstante, que não colou comigo. – rapidamente demandou.

Tomei uma respiração profunda, sabendo que o que diria agora mudaria muitas coisas entre nós dois, mas era necessário, mais que tudo.

- Eu estou grávida. E o pai da criança é James. – explanei de uma vez só, com os olhos fechados.

Um silêncio profundo caiu sobre nós dois, eu temia encarar o rosto de Edward, e nem sabia o porquê.

- Você tem certeza? – questionou alguns longos segundos depois. – Quer dizer, nós estivemos juntos também... e... hum... não nos prevenimos.

Respirei profundamente mais uma vez, finalmente tomando coragem de encarar seu rosto.

- Sim, eu tenho certeza. – confirmei. – De inicio eu também achei que poderia ser seu, mas então eu pedi todos os exames possíveis ao meu médico e ele confirmou que a criança havia sido concebida uma semana antes de qualquer contato nosso. – expliquei.

- Merda! – bradou.

O encarei aturdida. Edward parecia transtornado. Suas mãos batiam contra a madeira da estante, fazendo com que alguns livros e CDs caíssem, e quando estes vinham ao chão seu dono os chutava longe. Nunca em todo o tempo que conheço Edward o vi agir de maneira tão insana, ele que sempre fora cuidadoso com seus objetos, os tratava agora como se fossem alguma bola de futebol.

Palavras inteligíveis eram vociferadas de seus lábios a plenos pulmões, enquanto mais objetos diversos eram jogados ao chão e destruídos; poderia apostar que vi alguns de seus eletroeletrônicos tão caros e de ultima geração serem arremessados contra a parede que estava na penumbra.

Eu clamava o seu nome o mais alto que meus pulmões aguentavam, mas todo o meu esforço era ridiculamente em vão, nada parecia o tirar de sua repentina insensatez, da sua crise de loucura.

Quando não tinha mais o que jogar ao chão e chutar, ou não conseguia mais esmurrar com suas mãos a estante – possivelmente porque estas doíam ou sangrava além do normal -, sua cabeça virou o alvo. Ela desferia golpes contínuos na sua cabeça ao móvel, aquela cena era perturbadora. Lágrimas de desespero rolavam por meus olhos, meus gritos para pedir que ele parasse eram em vão, nada o fazia me ouvir.

Eu queria levantar de onde estava, agora sentada, contudo uma força estranha me mantinha estática, era como se caso eu me levantasse eu me tornaria seu objeto de ataque, e não poderia fazer isso comigo, com meu filho, não outra vez. Reunindo uma força hercúlea, que nem fazia ideia que possuía, ou que conseguiria, tamanha loucura que presenciava, vociferei da maneira mais enérgica e sádica que pude:

- PÁRA!

Imediatamente seus golpes frenéticos, assim como sua atitude alucinada, se cessaram. Sua respiração estava arfante e entrecortada, como se tivesse corrido milhas e mais milhas de distância; da mesmíssima maneira que a minha se encontrava. Eu tremia violentamente sobre a cama, Edward tremia mais afastado, próximo a estante. Lágrimas de desespero rolavam por seu rosto, contudo, eu não conseguia compreender o motivo destas. Inesperadamente suas pernas não suportaram o peso de seu dono, o derrubando molemente no chão.

- Edward? – chamei o mais serenamente que eu podia, não gostaria de assustá-lo e iniciar uma nova onde de insensatez dele.

Ele não se moveu. Continuou com a cabeça baixa, suas mãos enterradas em seu rosto, enquanto seus longos dedos puxavam de maneira doentia seus cabelos. Ele ainda tremia, era como se tivesse tendo um acesso ou uma convulsão.

- Edward? – tornei a chamá-lo, desta vez mais incisivamente. Demorou um tempo até que finalmente ele me encarasse.

- Perdão. – pediu com grossas lágrimas em seus olhos verdes, que agora se encontravam ligeiramente avermelhados.

- O-o quê? – questionei tolamente.

- Perdão. – repetiu. – Me perdoa por tudo, Bella. – afirmou arrastando-se pelo chão que agora estava repleto com seus itens que foram destruídos, parando próximo a cama em que estava sentada, totalmente perplexa.

O encarei totalmente confusa.

Perdoá-lo? Perdoá-lo do que? De destruir suas próprias coisas? Por agir insanamente? Do que Edward gostaria que eu o perdoasse?

Como se tivesse lendo meus pensamentos ele tornou a falar, dessa vez soando mais como uma súplica do que qualquer outra coisa.

- Me deixa provar a você que te mereço? Por favor, Bella. – implorou. – Eu vou ajudá-la a criar essa criança como se fosse minha, vou amá-la incondicionalmente por mais que meu instinto diga que não deveria. Eu vou ser o pai que essa criança precisa, vou largar meus vícios, minha solteirice. Tudo. Tudo para que você possa me aceitar ao seu lado criando esta criança. Por favor, Bella, me deixa fazer isso por você, por ele, por mim, por nós, por... por James – engasgou levemente contrariando o nome de James. -, por favor, meu amor, me dê esta chance.

Engoli em seco, tamanha a surpresa repentina que caiu sobre mim.

- Edward... eu... eu... oh meu Deus... eu não sei o que dizer. – clamei totalmente desorientada.

- É só você dizer sim, Bella. – afirmou. – É tão simples, tão fácil. Por favor, deixe com que eu me redima para você. – pediu.

Encarei profundamente aqueles olhos, tentando avaliar o que iria dizer, mas antes que eu pudesse sequer processar uma resposta, ele voltou a sentenciar:

- Pelo nosso filho. – implorou.

Se eu tinha alguma ressalva, algum medo, aquela singela frase composta por três palavras fez tudo mudar. Meu mundo se abriu, clareando novamente, provando que talvez eu sempre estive enganada de como Edward era, talvez ele fosse mesmo meu príncipe encantado de armadura de prata e cavalo branco.

- S-sim. – murmurei incoerentemente, sendo rapidamente surpreendida pelos braços de Edward me apertando contra si, enquanto beijos molhados eram depostos em todo o meu rosto ao seu alcance.

- Eu prometo te fazer a mulher mais feliz do mundo. – declamou, antes de me puxar para um beijo sôfrego que pude sentir o gosto das lágrimas que transbordava de seu rosto, como também do sangue de seus ferimentos, contudo aquilo não parecia me perturbar – por incrível que pareça.

XxXxXxXxXxX

Talvez a exaustão emocional dos eventos que se seguiram na minha presença me dominou por completo, pois logo a escuridão da inconsciência me levou novamente para onde gostaria desde o início ficar, fazendo com que adormecesse profundamente.

Quando finalmente acordei – horas depois de ser vencida pelo cansaço emocional e físico, o sol invernal do começo de março penetrava de maneira tímida pelas persianas do local onde estava.

Eu sabia onde me encontrava e olhar ao meu lado somente constatou o óbvio: eu estava com Edward em seu apartamento, deitada em sua cama e com ele ao meu lado.

Os acontecimentos das horas anteriores ainda eram vívidos em minha mente. A descoberta da minha gravidez, e que James era o pai, meu telefonema a Edward, dizendo que não teríamos um relacionamento como antes, o meu telefonema a James pedindo para me encontrar em um restaurante espanhol próximo ao Capitólio, nosso reencontro, nosso jantar, nossa conversa, os tiros, o meu desespero, a confusão, Edward, nossa conversa, a minha revelação a ele, seu surto de loucura, seu perdão, seu pedido. Todas essas seqüências absurdas de eventos começaram a me sacudir, fazendo com que sucumbisse em uma realidade que misturava desespero com felicidade, algo complexamente impossível.

Fechei meus olhos, tentando controlar a ansiedade que parecia me consumir; demorou alguns longos minutos para que minha respiração normalizasse e meus batimentos cardíacos voltassem a um ritmo mais tranquilo, quando consegui essas duas façanhas abri meus olhos novamente, desta vez para encontrar o rosto de Edward – algo conhecido que me traria paz, contudo, quando o finalmente visualizei, paz foi à última coisa que encontrei.

Seu rosto estava deformado, por assim dizer. Grandes hematomas dominavam quase por completo. Cortes – alguns profundos, outros não – marcavam seus dois supercílios, lábios e bochechas. Não era possível que a insensatez daquele momento em que lhe contei que estava grávida de James fizesse isso, era? Talvez... Edward não parecia cuidadoso com seu rosto quando o atirava contra a estante.

Gostaria de tocá-lo, cuidar de cada ferimento, mas o temor de despertá-lo fazia com que recuasse. Optei por ficar observando-o, vendo como seus lábios entreabertos faziam com que o ar fosse até os seus pulmões e depois eram expirados pelo mesmo caminho. Suas pálpebras inchadas tremiam algumas vezes, era claro que Edward sonhava com algo, provavelmente um pesadelo, pelo que parecia. Pela segunda vez a vontade de despertá-lo me consumiu, todavia, mantive minhas mãos para mim mesma.

Uma inquietude muito incomum começou a me corroer e ficar deitada ali, somente o observando, não era o que eu queria. Depois de muito debater internamente, decidi que precisava fazer algo para comermos e talvez explorar o apartamento do meu marido.

Assim, finalmente desvinculei nossos dedos – que só agora notei que estavam entrelaçados – e agindo o mais silenciosamente possível, sai da cama e depois do quarto que estava parcialmente destruído.

Seu apartamento constituía em uma habitação de dois quartos, sendo um destes uma suíte, uma sala ampla, cozinha, área de serviço e um banheiro; era um típico apartamento de Washington. Não pude deixar de notar que a decoração, apesar de extremamente masculina, era elegante e bem articulada, provavelmente trabalho de uma decoradora, ou de sua própria mãe, Elizabeth, que tinha um dom peculiar em dispor móveis com demasiada sensibilidade.

Evidentemente a assinatura de Edward estava em cada mínimo detalhe: pinturas abstratas, esculturas, cores e padrões de tecidos. Cada mísero detalhe me fez sorrir, pois eram como extensões dele.

Agindo silenciosamente e um pouco desconfortável, fui até a sua cozinha procurar algo para comer ou então preparar. Meu desconforto durou pouco, logo me sentia familiarizada com aquela cozinha, preparando o desejum meu e de Edward, como se vivêssemos juntos e estivéssemos curtindo nossa folga de final de semana.

Quando finalmente terminei de preparar alguns quitutes, que envolviam desde panquecas salgadas e doces até cupcakes de banana e chocolate, resolvi ir até o seu quarto acordá-lo para aproveitar o café da manhã comigo, algo incomum em nosso cotidiano, seja no passado, seja atualmente.

Enquanto caminhava pelo seu apartamento rumo ao quarto principal, uma porta entreaberta chamou a minha atenção. Aquele deveria ser o segundo quarto da casa, provavelmente o escritório de Edward.

O mais silenciosamente possível empurrei a mesma constatando de fato que era o seu escritório. Olhei para todo o local – era bem organizado, entretanto, diferente de todos os outros ambientes da casa, não parecia seguir os padrões de decoração tão belamente adornados e escolhidos, estes por sua vez, eram muito mais rústicos do que sofisticados.

Por mais que todos os meus instintos me gritassem que aquele lugar era proibido à entrada de outras pessoas a não ser as que seu dono convidasse, uma curiosidade anormal parecia dominar todo o meu corpo, insistindo que eu o explorasse. Mal dei um passo, quando ouvi a voz de Edward em algum lugar atrás de mim:

- Senti um cheiro... – começou, parando inesperadamente. – O que você está fazendo, Bella? – questionou com urgência e revolta.

- Hum... er... explorando seu apartamento? – respondi soando mais como uma pergunta.

- Não esse cômodo. – enfatizou, indo até a porta que eu estava em frente e me puxando para que assim pudesse fechá-la, trancando-a.

- Desculpe, eu não queria invadir sua privacidade. – desculpei-me urgentemente.

- Você viu algo? – inquiriu, me fitando precariamente com seus olhos extremamente inchados.

- Não! – respondi com rapidez.

- Então não há nenhum dano. – sorriu compassivo. – Senti um cheiro incrível, panquecas talvez? – perguntou divertido, mudando totalmente seu jeito hostil de dois segundos atrás, para algo muito mais doce e sensível, tipicamente Edward, ou pelo menos o Edward que eu conheci e me apaixonei.

- É... panquecas... cupcakes. – comentei distraidamente.

Tomamos o café da manhã que havia preparado em relativo silêncio, vez ou outra, falávamos sobre a crise que o país passava, ou então algum assunto de importância internacional. Não tocamos em assuntos proibidos – ou pelo menos assim pareciam; como a morte de James, o nosso casamento, a criança que carregava em meu ventre, ou nosso futuro. Obviamente eles ainda pareciam ser uma nuvem negra sobre nossas cabeças, mas o temor do que qualquer simples sílaba poderia trazer, nos mantinha temerosos.

Satisfeitos com nosso desejum, Edward disse que iria tomar um banho para se livrar do sangue grudado em sua pele e cabelos, para que assim pudesse avaliar o estrago de seu rosto.

Educadamente, ofereceu para que se eu quisesse me banhar, poderia usar o banheiro que ficava no corredor entre os dois quartos e a sala, e que as toalhas e produtos para higiene estavam no armário sobre a pia.

Apesar da formalidade exagerada que nos rondava, aceitei a sua sugestão, e depois de organizar a cozinha, segui para o referido banheiro. Os cuidados silenciosos de Edward me pegaram desprevenida outra vez; dobradas perfeitamente sobre o vaso sanitário, uma camiseta de mangas longas branca e uma cueca boxer cinza me esperavam; eu sabia que ambas as peças eram dele – óbvio -, contudo a sua atitude, sabendo que após um banho eu gostaria de poder trocar pelo menos a minha roupa de baixo e a camiseta que vestia me deixou ligeiramente emocionada.

Edward Cullen era uma caixinha de surpresas, sejam elas declamadas aos quatro ventos, sejam elas silenciosas.

Depois do banho e dos cuidados de Edward com o seu rosto, o mesmo não parecia tão assustador como era antes, ele ainda mantinha o inchado, os hematomas e também os cortes de antes, mas agora limpos e com uma grande quantidade de pomadas e outros medicamentos propícios, parecia ligeiramente menos preocupante.

Mal sentamos no sofá de sua sala para assistir um programa qualquer de televisão para um sábado de manhã, quando o telefone de Edward tocou. Era do departamento de polícia de Washington, mas quem efetuou a chamada fora Jake, que perguntou a Edward se eu estava melhor para prestar depoimento.

O meu esposo, agindo como um perfeito cavalheiro pronto para me salvar de todos os perigos tentou protestar, dizendo que era muito cedo ainda para que eu desse o depoimento e começasse a organizar os preparativos para o funeral de James, contudo, tomei o telefone de Edward e disse para Jake que já iria me encontrar com ele no departamento da Polícia Civil de Washington dentro de alguns minutos.

Todo o caminho do apartamento de Edward – que praticamente exigiu me acompanhar – até o departamento central de Polícia foi com o ruivo tentando me persuadir em mudar a minha opinião, para que o meu depoimento fosse colhido em outra ocasião, entretanto, eu estava resoluta; gostaria de acabar logo com tudo isso, eu não iria aguentar esperar dias para falar, pois todos os eventos que ocorreramm naquele restaurante gritavam em minha mente para serem expelidos.

Na minúscula sala do xerife da polícia de Washington, estava além dele e seu escrivão, Jacob e Eleazar. Nenhum dos quatro demonstrou surpresa ao me ver com Edward, contudo o rosto praticamente deformado de Edward atraiu muito mais a atenção do que se imaginaria.

- Ed... humm... er... Cullen o que aconteceu com você? – questionou Jacob, preocupado com o amigo.

- Nada. – deu de ombros.

- Nada? – surpreendeu-se o moreno que era nosso amigo há longos anos. – Ontem à noite, você já tinha alguns ferimentos preocupantes, e hoje você tem o dobro destes? O que aconteceu, Edward? – questionou surpreso e temeroso.

- Você já tinha ferimentos ontem à noite? – surpreendi.

- Não foi nada de grave, Bella, Jake. – afirmou com um aceno de cabeça.

- Edward... – comecei, mas Eleazar com a sua voz grossa interrompeu:

- Se não é nada grave, não devemos nos preocupar. Mas aconselho que você procure um médico, Edward. – demandou, cheio de autoridade. – Contudo, não é esse o motivo que estamos aqui, Ronald, acho que você pode começar a colher o depoimento de Isabella, se ela estiver pronta.

- Hum... er... – titubeei. – Eu... é... hum... estou pronta. – afirmei incerta.

O corpulento homem de cabelos avermelhados e olhos castanhos, que logo constatei se tratar de um dos xerifes da cidade de Washington, sentou-se mais ereto em sua cadeira, de frente para uma enorme mesa de madeira clara, corroída nas pontas; alcançando rapidamente uma pasta – a da investigação do homicídio – se preparando para começar a me questionar sobre o ocorrido.

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Cento e quarenta e sete minutos.

Esse foi o tempo em que fui inquirida pelo tal senhor Ronald Wright, xerife do departamento do circuito do Capitólio de Washington, DC. Ele não se ateve em perguntar coisas pessoais, na realidade ele martelou muito neste ponto, até mesmo chegando a insinuar que talvez James me traísse, ou eu o traísse e havia encomendado assim o seu crime.

Não foram acusações formais, mas elas ainda estavam subentendidas a cada pergunta que ele fazia. Eu me sentia incomodada, a presença de Edward, Eleazar e Jacob na sala de inquérito era ainda mais incômoda, mas nenhum dos três pareciam dispostos a sair dali.

Foi extremamente reconfortador quando ele disse que havia finalizado e que eu precisava somente assinar meu depoimento e depois seria liberada. Em todo o momento desde que eu entrei na sala até quando eu saí dela fui ladeada por Edward – que agia parecendo um guarda-costas – Eleazar nos observava atentamente, cada palavra, cada movimento, cada respiração, era milimetricamente avaliada por seus olhos de falcão; era como se ele tivesse vendo algo que ninguém mais conseguia ver. Aquilo realmente me incomodava.

Edward me acompanhou até o apart-hotel em que estava vivendo, e se solidarizou a ficar ao meu lado enquanto organizava as coisas para o funeral de James que ocorreria na segunda e na terça-feira, no salão nobre do FBI, e depois seu corpo seria levado para Portland, onde ele havia nascido e onde seus pais viviam até hoje.

Felizmente, por assim dizer, Heidi que era muitíssima amiga de James, começou a organizar os preparativos para o funeral, deixando a mim as tarefas mais fáceis, ou pessoais, no caso. Como comunicar e amparar seus pais, e decidir alguns detalhes íntimos do mesmo.

William e Lauren Scott, sempre foram como segundos pais para mim, desde que James e eu começamos a namorar, e vê-los inconsoláveis na perda de seu único filho era de cortar o coração. Assim que os informei do ocorrido, imediatamente vieram a Washington, arrasados pela perda. A presença de Edward naquele momento íntimo da família Scott não parecia perturbá-lo, ao contrário, ele fora extremamente gentil, ajudou a Lauren quando esta passou mal e manteve entretido William quando foi necessário.

A gentileza de Edward, evidentemente, atraiu muito a atenção de Lauren que na manhã da segunda-feira, quando o ruivo fora até o seu apartamento para se trocar e preparar para o funeral comentou sobre a sua generosa amizade. A impressionante loira questionou-me quem era o adorável agente Cullen, e como ele era um bom amigo para mim e para o seu filho.

Claro, Edward não era só um bom amigo, de uma maneira ou de outra ele era o meu marido, e as suas atitudes, talvez, tinha mais a ver com o fato que eu carregava uma criança inocente no meu ventre e porque talvez tivéssemos um contrato nos ligando, do que amizade a James; porém, não quis acabar com a fantasia dos meus ex-futuros-sogros com detalhes tão... complexos.

XxXxXxXxXxX

O salão nobre do FBI, onde James seria velado, estava impressionante – se é que essa é a palavra correta para explicar tal local, diante da situação em que se encontrava. Inúmeras coroas de flores ladeavam a entrada do local. Flores brancas com folhas verdes impressionantes estavam estrategicamente colocadas em toda a volta do imponente e grandioso caixão negro, com hastes douradas.

A bandeira americana com a sua magnificência vermelha, azul e branca, estava sobreposta à madeira escura. Metade do imponente caixão estava aberta, revelando o meu falecido noivo, aparentemente dormindo.

Seus cabelos loiros, tão perfeitamente cortados, estavam apoiados contra o marfim da seda que encobria a sua nova morada. O terno negro – de alguma grife italiana - o deixava ainda mais lindo e parecido com o incrível homem que conheci em vida. Seu rosto – mesmo após o preparo do corpo por alguma funerária – mantinha aos ferimentos de sexta, que eu o inquiri onde ele havia os conseguido, mas naquela situação ele me disse que diria mais tarde, porém ele nunca teria tempo para me dizer, pois o ‘mais tarde’ nunca aconteceria.

A fotografia de oitenta por cinqüenta, em cima de um cavalete, foi a da leva que todos os agentes do FBI tiramos no último mês de dezembro para os nossos novos crachás. Ele sorria, obviamente, mas seus olhos estavam tão tristes. Seria por causa do meu caso com Edward? Ou seria por causa de outro motivo? Eu não sabia responder, e nunca saberia.

Desta maneira, aproveitando que o salão estava relativamente vazio na noite de segunda-feira, antes que seu caixão fosse levado para o Oregon onde seria sepultado, decidi que era hora de termos uma última conversa. Caminhei sozinha, decidida, até onde agora James repousava. Ele estava tão sereno, tão calmo, diferente do James que havia encontrado nos últimos meses: inquieto, estressado, nervoso.

- Oi, querido. – comecei, praticamente sussurrando, falando com um corpo sem vida. – Parece que infelizmente nós nunca vamos poder terminar o nosso jantar, ou então celebrar o nosso casamento, ou ainda curtir nossa lua de mel em Paris... como pode, não é mesmo? – questionei tristemente, deixando uma lágrima solitária rolar por meu rosto. – Nós tínhamos o mundo em nossas mãos, o futuro diante de nossos olhos e de repente, e como em um passe de mágica pode tudo desaparecer? – inquiri, ainda emocionada.

“Tivemos anos tão bons juntos, bons até demais” – sorri saudosa. – “É... eu sei que nos últimos meses eu vinha sendo uma péssima companheira para você, escondendo segredos que me envergonho tanto, que tanto lutei para esquecer, mas que nada foi possível. Você foi fantástico aceitando tudo, dizendo que não poderia me julgar, porque também escondia segredos grandiosos.” – suspirei pensativa.

“Parece que essa pilha de segredos que você escondia de mim vai ser enterrada com você, e eu nunca poderei te conhecer cem por cento; o que é uma lástima porque eu não sei muito que poderei contar sobre o pai para o nosso filho.” – sorri emocionada; lágrimas agora escorriam de meus olhos sem hesitação.

“É querido... eu estou grávida. Gerando o fruto perfeito do nosso amor. Não tive tempo para te contar isso naquela maldita noite, mas eu tenho certeza que você sentiu. Sentiu como eu gostaria de construir uma família perfeita com você; repleta de amor e felicidade. Contudo, você foi tirado à força de mim e meu sonho de construir uma família perfeita ao seu lado foi por água a baixo.” – fechei meus olhos com força, tentando conter o nó que se formava em minha garganta exigindo que gritasse aos quatro ventos em desespero. Um suspiro pesado que nem notei estar segurando escapou por meus lábios.

“Mas eu prometo James, eu vou fazer questão de ir até o inferno, se for preciso, para encontrar o culpado de tirar você de mim, do nosso filho; e não hesitarei um segundo sequer em matá-lo tão friamente como fez com você. Porque sua morte merece ser vingada, meu amor; e eu irei fazer isso, nem que seja a última coisa que faço em vida.” – prometi.

Estiquei minha mão e toquei sua pele gélida e mórbida que estava na suntuosa caixa fúnebre. Sua pele não tinha a maciez masculina de outrora, assim como a cor tão encantadora, mas mesmo assim ainda tinha a mesmíssima beleza sobrenatural que me deixava esperançosa para que nosso filho herdasse.

- Tenho certeza que de onde você estiver, você estará cuidando de mim e do nosso bebê. – sorri tristemente, enquanto grossas lágrimas escorriam por meus olhos caindo sobre o tecido branco da camisa que haviam lhe posto sobre o terno no caixão. Tão lentamente quanto possível depositei um beijo cálido em seus lábios mortos, dizendo uma última frase:

“Eu te amo.” – e com isso me afastei para onde Edward, Emmett, Jasper, Rosalie, Alice, Carlisle, Esme, Jacob e Leah estavam.

Assim que me aproximei dos quatro casais mais Edward, o que eles vinham comentando até um segundo atrás foi rapidamente trocado de tópico, eu poderia apostar que o assunto era o assassinato de James, afinal, este era o único assunto que aconteceu durante os últimos dias dentro do FBI e a minha volta, que atraia a atenção geral. E digamos que era comum que tais questões surgissem durante o evento que o gerou.

Não podia negar que eu mesma me fazia constantemente às mesmíssimas perguntas que todos faziam: Quem? Como? Por quê?; elas se seguiam cheias de outras perguntas, outras hipóteses, outras suspeitas, mas tudo não passava exatamente disso: suspeitas.

O salão tornou a esvaziar quando a madrugada começou a apontar. Os pais de James voltaram para o hotel em que estavam hospedados – que por sinal, era o mesmo que eu estava. Edward insistiu para que eu fosse para casa descansar um pouco, todavia, eu não queria descansar, eu queria ficar presente ao lado de James naquele seu último momento, quase como uma penitência.

À contragosto Edward entendeu a minha reticência em sair e ficou ao meu lado madrugada a dentro, saindo somente para buscar grandes copos de café fumegante para nós.

É estranho como as horas passam terrivelmente lentas quando estamos velando um corpo – me questionei como os antepassados faziam isto na Idade Média antes de constatar que o de cujus não tem a doença de catalepsia para que não fossem enterrados vivos. Era enervante essa espera em um velório – por mais que hoje em dia não fosse mais necessário isto.

Foram intermináveis segundos, minutos, horas, sempre com Edward ao meu lado que o nascer do sol despontou a leste. Agora seriam poucas horas até que James se separaria para sempre de mim, a única ligação que partilharíamos era a vida inocente e iluminada que crescia dentro de mim, no meu ventre.

Vários agentes do FBI que ainda não tinham vindo até ali prestar sua última homenagem a James apareceram, outros que já tinham vindo no dia anterior voltaram para um último adeus. William e Lauren voltaram para o salão, era antes das sete da manhã, com roupas limpas, mas mantendo o luto fechado – roupas pretas, assim como eu estava. Ambos vieram partilhar a sua dor, outra vez comigo através de abraços, assim como outras pessoas, me abraçando e me dando seus pêsames.

A presença contínua de Edward ao meu lado não atraia a atenção das outras pessoas – ou assim eu pensava -, quem o via do meu lado, imaginava que como um bom amigo e subchefe da mesma subseção que a minha era uma maneira de demonstrar a sua solidariedade para comigo neste momento de dor; mal sabiam as pessoas que nos viam que o que partilhávamos era mais do que uma amizade profissional, uma solidariedade para o momento. Talvez Edward seja a pessoa com quem eu mais compartilhei a minha vida, até mesmo mais do que a pessoa que agora jazia morto na caixa funerária a minha frente.

Fora por volta das nove e meia da manhã – algumas horas até que o corpo de James fosse levado para a sua cidade natal – que uma movimentação incomoda perturbou o silêncio magnânimo daquela cerimônia.

Lauren que estava escondendo as suas lágrimas pela perda do filho atrás de grandes óculos escuros os afastou de seu rosto, sendo rapidamente imitado por mim, Edward, Heidi e mais algumas outras pessoas que estavam próximas ao corpo.

Inúmeros homens trajando ternos negros, com um emblema vermelho, verde e branco em seus peitos entraram em uma fila única – eles pareciam ser algum tipo de guarda, segurança de alguém, e pelo pouco que sabia sobre guardas internacionais, aquela parecia a do consulado italiano em Washington, mas o que eles faziam ali? No velório de um simples agente do FBI?

No centro, sendo protegida por aquele esquadrão de homens, uma mulher branca, que vestia um vestido justíssimo preto, com um grosso casaco até seus joelhos na mesma cor. Suas pernas eram cobertas por meias de seda negras, em seus pés, sapatos de salto altíssimo também pretos ecoavam em todo o salão que caiu em um silêncio arrebatador. Seus cabelos estavam presos em um coque em sua nuca, enquanto em sua cabeça um imenso chapéu negro escondia o seu rosto, assim como óculos imensos e pretos escondiam os seus olhos.

De mãos dadas com a misteriosa mulher, uma criança de no máximo sete anos, de cabelos loiros, estranhamente familiares, olhos azuis e pele clara – assim como os da mulher. O garoto usava um traje social também preto, era como se ele estivesse de luto. Um luto igual ao que eu sofria neste momento.

Era incomodo a sensação que sentia se alastrando por meu corpo, era como se aquela mulher fosse à esposa que sofria a perda do marido, e não eu, Bella, que sofria a perda do meu noivo. Ouvi ao meu redor pessoas cochichando perguntando quem poderia ser, mas eu também não sabia responder, até que me surpreendi com a mulher ao meu lado, que era previsto algum dia ser a minha sogra, que agora se contentaria em ser avó do meu filho, dando alguns passos em direção aos recém chegados e um sorriso terno brotar em seu rosto, enquanto ela saudava:

- Alonzo! – o garoto com semblante triste e cabisbaixo, levantou a sua cabeça com a surpresa de seu nome sendo proferido, rapidamente um sorriso genuíno e familiar para mim, nasceu em seu rosto, enquanto ele soltava a mão de quem eu considerava ser a sua mãe e correu até a mulher que estava alguns passos a minha frente, clamando:

- Nonna! – exclamou o menino para a surpresa de todas as pessoas que estavam no salão.

- Alonzo, meu neto... – disse Lauren de braços abertos esperando para abraçar o menino, mas as suas palavras foram abafadas pelos meus ouvidos, enquanto só uma parecia rodar em minha cabeça continuadamente:

Neto. Neto. Nonna... vovó...

Quem era esse menino? Seria filho de James? Não, não, não... James não esconderia algo tão grande de mim assim, esconderia?

Olhei atentamente para o garoto, ele era familiar demais, instintivamente olhei para a imensa foto de James, praticamente ao meu lado, e uma vertigem me tomou. O garoto era parecido demais com James. O mesmo tom de cabelo, o mesmo tom dos olhos, o mesmo formato do rosto, e eu poderia apostar que o pequeno em alguns anos seria a cópia do homem deitado tranquilamente no suntuoso caixão.

Minhas pernas amoleceram e se não fossem os braços fortes de Edward me segurarem eu teria caído no chão diante da revelação: o garoto que abraçava amavelmente a mulher que muitas vezes considerei como uma mãe era filho do meu falecido noivo, filho que ele nunca havia me dito que existia.

Quem seria a mãe do menino, e porque James nunca havia me dito nada sobre isso?

Respondendo a minha pergunta, a incrível mulher que agora estava a poucos passos de Lauren retirou seus óculos escuros e seu chapéu, revelando assim a sua identidade.

A surpresa que passou por todos que estavam ali presentes foi palpável, ali diante dos olhos de metade do FBI, inclusive metade que tentava acabar com o poder de Aro Volturi, ou melhor, Arthuro Lewis Giordano, estava nada mais e nada menos, do que uma de suas herdeiras: Victoria Lewis Giordano.

Dessa vez meu peso sucumbiu, por sorte Edward me segurava com força; contudo a surpresa estampada não só em meu rosto, mas como o de todos ali era evidente.

- Filho? – ouvi Alice cochichar para Rosalie próximas a mim. – Ele teve um filho com ela?

- É o que parece. – concordou a loira.

- Você quer sair daqui? – sussurrou Edward em meu ouvido, mas antes que eu pudesse responder Lauren se soltou do abraço do garoto e virou-se para a mulher.

- Victoria, minha filha; fico imensamente feliz que você conseguiu chegar a tempo. – disse a mulher de cabelos loiros extremamente claros, tão diferentes dos do filho.

- Lauren, eu não podia deixar de vir neste momento tão... triste. A morte do mio amore. – disse com lágrimas nos olhos.

Eu sabia extremamente pouco de italiano, mas mio amore eu sabia exatamente o que queria dizer: meu amor; Edward havia me dito enquanto estávamos na Itália na nossa segunda missão no exterior, enquanto fingíamos ser um casal em lua de mel, para assim descobrir alguma coisa sobre o il dio.

- Me tira daqui! – demandei ao meu marido entre os dentes, mas antes que Edward pudesse me afastar dali, Lauren virou-se para onde eu estava, com os braços dados a Victoria para introduzi-la a mim:

- Isabella, querida, está é Victoria, ela e James tiveram um longo relacionamento durante a faculdade e acabou gerando Alonzo, meu pequeno príncipe. – apresentou a mulher.

- Nós fomos casados, Lauren, por mais que você considere que seis meses não são nada na vida matrimonial. – corrigiu educadamente a ruiva. Instintivamente apertei a mão de Edward, em um aviso claro para que ele me tirasse o mais rápido possível dali. – Isabella, você deve ser então a famosa noivinha. – desdenhou, estendendo a mão para mim.

Olhei da sua mão estendida ao seu rosto. Uma repulsa, um ódio inigualável subiu pelo meu corpo. Eu não sabia se sentia mais raiva daquela mulher, filha do meu maior inimigo, ou daquela mulher que fora casada com o meu noivo, que nunca teve a coragem de me dizer.

Ergui meu rosto, claramente a desafiando, fechando meus olhos em fendas antes de me pronunciar:

- Engraçado, nunca ouvi falar de você. – declamei autoritariamente. Lauren se surpreendeu, enquanto Victoria ficava lívida de raiva. – Agora se me dê licença. – falei, saindo amparada por Edward do seu lado, contudo a sua mão com unhas que pareciam garras agarraram o meu braço me fazendo encará-la outra vez.

- Assassina. – cuspiu. – Você que o matou, você que o traiu com esse daí – indicou Edward com a cabeça -, assuma logo perante todos aqui que vocês dois tramaram a morte dele, que vocês são amantes, que você é uma traidora e que o atraiu para a sua teia e o matou lentamente fingindo que o amava! – exclamou cheia de ódio.

- Não sou eu a filha de um assassino, de um psicopata que mata friamente. – devolvi entre os dentes. – Se alguém encomendou a morte de James, esse alguém foi o seu pai, por meio daquela sua marionete! – exclamei, cheia de repulsa.

Ela riu em descaso.

- Vocês nunca vão conseguir provar nada! – divertiu-se. – Vocês nunca vão ter provas suficientes para incriminar ninguém da minha família. – sibilou contra o meu rosto.

- Eu posso te prender por manter informações privilegiadas. – ameacei.

- Quero ver você tentar. – clamou cheia de ódio.

- Eu sou uma agente federal! – exclamei.

Ela gargalhou.

- E eu tenho visto diplomático da Itália, quero ver você tentar algo contra mim. – demandou ampliando seus olhos azuis acinzentados.

- Vou ter prazer em acabar com essa sua arrogância. – disse, soltando seu aperto de meu braço.

- Que eu saiba não sou eu a arrogante, Isabella Swan ou diria Isabella Cullen? – pronunciou lentamente, atraindo a atenção de todos à volta. Lauren e William, que estavam extremamente próximos de onde acontecia o embate olharam de mim para Edward e depois para Victoria. Como essa desgraçada sabia deste segredo?

- Eu não sei do que você está falando. – declamei ultrajada, afastando-me dela.

- Não é o que Renesmee Monroe diz. – gargalhou, fazendo com que Edward e eu virássemos surpresos com a sua sentença. – Patético os dois, como ela disse. Não acredito que conseguiram enganar James, meu amado James, por tanto tempo. – bradou, virando para ir até onde o corpo de James repousava.

Várias pessoas voltaram seu olhar para mim e Edward, surpresos, eu tremia nervosamente. Como aquela desgraçada poderia ter contado algo assim para todos ali, inclusive para Victoria, como?

- Ela deve estar emocionada com a morte do ex-marido. – explicou Alice em voz alta, ladeando junto com Rosalie, Emmett, Jasper, Angela e Ben, Edward e eu até uma sala adjacente de onde ocorria a cerimônia fúnebre.

Eu tremia e respirava com dificuldade. Edward parecia sereno, apesar da máscara de temor que manchava seu rosto. Alice estava nervosa, ela mordiscava nervosamente seu lábio e olhava de mim para Edward em um pedido claro de desculpas. Todavia os outros cinco agentes de nossa equipe nos encaravam perplexos.

- O que foi isso Bella? Edward? O que ela quis dizer? – demandou Jasper, sem rodeios. Ele sempre fora extremamente perceptivo e quando aquela maldita palavra escorregou pelos lábios daquela vagabunda eu sabia que seria um segundo para que ele interligasse tudo.

- Vocês são... casados? Quer dizer, foram casados? – questionou Ben, tão surpreso quanto Jasper.

- É ela, não é Edward? A ‘prima’ que você mantinha fotografias em sua casa em LA? – perguntou Rosalie, enquanto me afundava em um sofá de couro que tinha na sala.

- Por isso que você nos escolheu, Edward – anuiu Angela. -, quando disse que nós três – apontou para ela, Alice e Rosalie. – éramos parecidas com uma pessoa que você tinha um imenso carinho, o tempo todo foi Bella.  – constatou.

- É por isso que você estava esperando até o final do ano para se casar com James, Bella? – ponderou Emmett.

A verdade de todas aquelas sentenças ali, sendo jogadas por nossos agentes, só fez com que a verdade ficasse mais e mais evidente. Senti Edward se afundando ao meu lado no sofá.

- Gente! Calma. – pediu Alice.

- Você sabia, Allie? – questionou Jasper não totalmente surpreso.

A baixinha suspirou pesadamente, mas antes que ela dissesse alguma coisa, Edward interrompeu:

- Sim, ela sabia Jasper. E sim, eu e Bella somos casados, Ben. E sim, ela é a minha ‘prima’ naquelas fotografias, Rose. E sim, eu escolhi vocês três porque vocês eram parecidas com Bella, Angela. E sim, Bella estava esperando o final do ano para casar com James por causa disso, Emmett. – respondeu limitadamente todas as perguntas.

- E quando aconteceu isso? Digo, o casamento de vocês? – questionou Rosalie sentando-se em uma cadeira próximo de onde estávamos.

- Na faculdade – respondi. -, estudávamos juntos, mas nos conhecemos antes de ir para Harvard. Edward e eu, somente...

- Aconteceu. – completou Edward.

- Vocês... hum... se apaixonaram? Namoraram? – inquiriu Angela, sentando-se ao lado de Rosalie.

- Algo assim. – dei de ombros.

- Por quanto tempo? – questionou Jasper surpreso.

- Um pouco mais que cinco anos. – Edward respondeu.

- Cinco anos? – surpreendeu Emmett. – Como vocês casaram?

- Vegas. – respondi solenemente.

- Vocês continuam casados? – interrogou Ben.

- Sim. – respondemos em uníssono.

- Por quê? – Angela e Rosalie questionaram em uníssono.

Passamos um longo tempo explicando para os seis, porque continuávamos casados. Alice que não sabia da história do nosso casamento, ficou surpresa com tantos detalhes que Edward abstraiu de contar a ela, da mesma forma que todos ficaram surpresos com a situação toda. Eu sentia vergonha por toda essa história maluca, mas nenhum dos seis nos condenou; entretanto a pergunta do por que nos afastamos veio, e dessa vez nem eu nem Edward privamos quem ouvia de contar à verdade que havíamos descoberto a pouquíssimo tempo.

Óbvio que dizer o nome de Renesmee Monroe depois que Victoria Giordano declamou em alto e bom som há alguns minutos fez todo o sentido. As três mulheres, pupilas de Edward, ficaram obstinadas com a atitude da infeliz, elas entendiam como uma mulher podia ser vingativa. Todavia os homens não entendiam a motivação de uma pessoa para tanto.

Fora só quando terminamos de narrar “nossa história”, que Alice enfim se manifestou, totalmente confusa e um pouco sonhadora:

- Por que vocês não ficaram juntos depois de descoberto isso? Ninguém teve culpa de nada! – Edward e eu trocamos um olhar amigável, eu sabia que não devia esconder mais nada de ninguém e se tinha pessoas que mereciam saber a verdade, eram aquelas seis que estavam na nossa frente.

- Eu estou grávida, Alice. – falei sem hesitação. – E o pai... – engoli em seco. – é o James. Eu não podia simplesmente escolher um dos dois, eu amo os dois, mas tudo o que aconteceu com Edward, eu simplesmente não podia deixar acontecer de novo com o meu bebê... eu posso até ter perdoado Edward, mas ainda o fato que... – engoli em seco, medindo minhas palavras. – o fato que ele não tentou me segurar naquela escada toma meu subconsciente, eu não posso perder outra criança, eu não tenho estrutura para isso... e eu precisava dar uma família perfeita a essa criança. – inesperadamente grossas lágrimas inundaram meus olhos, escorrendo por meu rosto.

- E o que você vai fazer agora, Bella? – questionou baixinho Rosalie, com a voz chorosa. – O que você vai fazer com essa criança agora que James está morto? – ela não queria soar rude, mas não tinha como fazer aquela pergunta sem ser de outra forma, por mais que fosse insensível de sua parte.

- Eu vou assumir a criança, Rose. – disse Edward com altivez. – Eu vou ser o segundo pai desta criança, por que eu sei que Bella vai querer batizá-la com o nome de seu verdadeiro pai.

- E você simplesmente vai aceitar isso, que sua esposa tem um filho de outro homem? – perguntou um desconfiado Jasper.

- É o mínimo que eu posso fazer. – respondeu, evitando fitar o amigo.

- Por que parece que você está fazendo isso só para reconquistar a Bella, Edward? – questionou o loiro analisando clinicamente o ruivo.

- Jasper... eu... hã... assim você me ofende! – exclamou Edward irritadiço.

O loiro riu em descaso.

- Você já respondeu a pergunta. – desdenhou Jasper. – Acho que devemos voltar ao funeral. – comentou, ajeitando a sua gravata e olhando ferozmente a Edward.

XxXxXxXxXxX

Após Angela preparar um copo de água com açúcar para mim, em que eu tomei em um gole só, voltamos para o salão onde o corpo de James era velado. Victoria ainda estava ali, ao lado de Lauren, enquanto a miniatura de James, Alonzo, estava no colo do avô, William.

Com Edward ao meu lado me aproximei do senhor Scott e seu neto, o pequenino rapaz olhou para mim e sorriu largamente, me vi impossibilitada de não retribuir o sorriso, ele era tão inocente.

- Sei cosìbella,comediceva mio padre. – falou o menino Alonzo, do colo de seu avô. Eu não fazia ideia do que ele estava dizendo, mas William percebendo a minha falta de pericia na língua italiana traduziu:

- Você é tão linda, como meu pai disse. – foi impossível meus olhos não encherem de lágrimas, James havia dito sobre mim ao seu filho, aquele menino que parecia uma cópia do pai. Toda a mágoa dele ter me escondido isso parecia ter se esvaído com o genuíno sorriso de neto e do avó, tão iguais o do pai e do filho.

- Grazie. – agradeci afagando o rosto do menino que sorria em minha direção. – Você fala inglês? – perguntei cheia de curiosidade.

- Sim! – exclamou animado o menino, mostrando que já na tenra idade era bilíngüe. – Não tão bene, mas sim! – sorriu.

- E eu posso te contar um segredo, e você irá mantê-lo até quando necessário? – questionei, animada por compartilhar com essa inocente criança que ele em breve teria um meio irmão ou irmã.

- ! – animou, mas logo percebeu que havia dito algo em italiano. – Sim, eu prometo. – lentamente me aproximei de seu ouvido, o suficiente para que William também ouvisse caso o garoto não entendesse, afinal, William era muito mais simpático comigo do que sua esposa Lauren.

- Logo, logo, você terá um irmãozinho ou irmãzinha. – contei. O pequeno menino ampliou seus olhos confusos, olhando de sua mãe, para o caixão de seu pai. William sorriu solenemente, entendendo a confusão de seu neto.

- Aqui, querido. Aqui que está o seu irmão. – disse afagando minha barriga ainda reta. O garoto voltou a ampliar seus olhos azuis, imediatamente estendendo seus bracinhos para que eu tomasse em meu colo. Deixei que ele viesse em meu colo, me surpreendendo quando o adorável garoto me deu um beijo estalado na bochecha.

- Você vai deixar ele ser meu amico? – perguntou com um ligeiro bico, muito parecido com o de seu falecido pai. Fiquei confusa diante da palavra, mas William rapidamente a traduziu.

- Amigo. – sorri com a sua ingenuidade que era tão linda, tão pura, que me fazia esquecer o tanto de merda que havia feito em minha vida. Uma criança era uma dádiva divina e não tinha quem poderia negar isso.

- Claro, meu anjo. – sorri, acariciando seus cabelos loiros. Inesperadamente o garoto me abraçou forte, enquanto dava um beijo estalado e molhado em minha bochecha.

- Grazie, Bella. – agradeceu, pedindo para voltar aos braços do avô.

A interação com aquela criança me fez uma emoção aterradora me dominar, se o bebê que eu esperava de Edward há quase cinco anos estivesse vivo, seria tão fofo e educado como esse pequenino? Será que ele teria os cabelos do pai, como Alonzo herdou os de James? Será que seus olhos seriam uma mistura de verde e castanho? Todas essas perguntas me tomaram e lágrimas que nada tinham a ver com a morte que ali prestamos homenagens, me tomaram.

William rapidamente me abraçou como uma filha, achando que talvez eu chorasse a morte de seu filho, e o fato da criança que gerava nunca ia conhecer seu pai. Alonzo acariciava meus cabelos com serenidade. Edward ainda estava ao meu lado e delicadamente apertou a minha mão, talvez ele soubesse que meu choro naquele momento fosse por causa do nosso filho e não pela morte de James ou pelo feto que crescia em meu ventre.

Estava extremamente serena, tanto que me assustei pela entrada repentina do xerife de polícia de Washington, Ronald Wright que havia me interrogado, acompanhado de mais dois policiais, Eleazar e Jacob caminhando em nossa direção. Eles pareciam centrados em sua missão, assustando o pequeno Alonzo, que escondeu seu rosto no pescoço do avô. Rapidamente me desvinculei do abraço de William e encarei os cinco homens que marchavam em direção ao caixão onde James repousava.

Será que havia acontecido alguma coisa? Por que eles estavam aqui?

Edward apertou a minha mão, e reflexivamente o imitei, encarando confusa os homens que paravam diante de nós.

- Perdoem nossa interrupção. – declamou Eleazar solenemente.

- O que aconteceu? – perguntei confusa.

- Bella, é melhor você se afastar. – pediu Jacob com simpatia.

- O que aconteceu? – repeti confusa, olhando de Jacob para Eleazar e então os homens da polícia de Washington.

- Senhor Edward Anthony Cullen? – perguntou o xerife Ronald Wright para Edward.

- Sim. – declamou temeroso.

- O senhor está preso pelo assassinato de James William Scott.

.

N/A: TA-DA!

Sim, sim, sim! Edward de fato atirou em James... por isso a explosão dele quando a Bella lhe contou o porque de sua escolha, e porque ele suplicou seu perdão e implorou para que ela deixasse cuidar de seu filho. Ele estava sentindo remorso pelo que fez, e Jasper sabiamente notou as intenções de Edward, ele não quer cuidar da criança, ele quer a Bella! Pura e somente isto.

Ai vocês me perguntam: “Carol, como então Bella e Edward vão ficar junto em um final lindo e perfeito como você prometeu?”, me limito a responder com duas sentenças: Muita água vai rolar por essa ponte até que a fic acabe (por mais que tenha mais 6 capítulos no máximo) e peço a confiança de todos vocês em mim!

Muitos ficaram impressionados com o capítulo anterior afirmando que não gostaria que eu matasse o James, mas ele é uma peça fundamental para a história e só com a sua morte poderia ajudar tudo se encaixar; então perdão por isso. Por mais que eu ame meus James, este aqui sempre foi um homem marcado para morrer.

Outra duvida que domina 10 entre 10 pessoas que lêem JUST JUSTICE é de quem é o infiltrado... gente as opções continuam as mesmas do capítulo narrado pela Esme, as vezes James pode estar enganado, talvez os POVs do Edward e a Bella sejam contraditórios, não deixem nada passar... achar que é o Edward ou Jacob pelo que James disse antes de morrer é se precipitar.

Alonzo é muito fofo não é gente? Eu não sou muito fã de crianças em fics, mas essa enquanto eu escrevia esse capítulo, simplesmente me olhou com olhos de cachorro pidão e implorou para ter uma das cenas mais fofas dessa fic! ^^

Ah... entenderam porque eu escrevi esse capítulo praticamente bêbada?! Muitas coisas para acontecer, muitas meias verdades, muitas brigas, muitas acusações... Deus... como eu amo esses meus dramas! *KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK*

Agradeço imensamente a todos que leram, comentaram, favoritaram, recomendaram, são vocês com estes pequenos gestos que me animam a cada dia escrever mais e mais. Obrigada mesmo por todos que lêem e comentam, e aqueles que não comentam, façam: qualquer palavrinha de incentivo, de apoio, qualquer mínima coisinha é algo imenso para quem escreve.

Bem... obrigada mais uma vez pelo carinho e atenção de vocês, eu realmente AMO muito cada um de vocês, que me ajudam de maneira desconhecida a superar muitos problemas. Obrigada mesmo!

Nos vemos no próximo capítulo! ;D

Beijos,

Carol.

.

N/B: Viiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiixe! Tô SUFOCADA, gente! Primeiro porque tenho só 7 minutos pra fazer essa nota... HAHAHAHHAHAH isso se vocês quiserem ler esse capítulo lindo antes do anoitecer, porque a Carol deve tá de saída XS E segundo porque obviamente esse capítulo foi TEN-SO! Pra vocês terem uma ideia, ele mexe demais com as estruturas da Carol, e mesmo sendo uma autora de porte-extreme-blaster-master ela sofre pra desenvolver tantos sentimentos e tantas cenas FERRADAS como essas que vocês acompanharam! Eu sofro junto, porque vou lendo, opiniando, xilicando-mais-que-macaca-no-cio... nem sei como ela me aguenta HAHAHAHAHA!

Em resumo, cada capítulo de JUST JUSTICE é uma UM MARCO, e essa história merece cada review de vocês, cada tweet empolgado, elogio, até mesmo as críticas... pois uma obra de arte nunca agrada a todos, e às vezes algumas boas mudanças vem de boas críticas construtivas, né não?

Só tenho duas coisas a dizer para esse capítulo: ALONZO, MEU BEM, QUE CRIANÇA MAIS FOOOOOFA! E EDWARD, QUERIDO... SURTOS ACONTECEM, MAS VAI TER QUE SE EXPLICAR AGORA. Assassinato, mas hein? COMO ASSIM, FAUSTÃO? UAUHAUHAUHAUH. Tá, parei!

Espero que vocês não jurem a Carol de morte depois de tanta revelação bombástica! Porque convenhamos, apesar de eu saber o rumo dos 6 capítulos restantes e quem é o(a) infiltrado(a) eu JAMAIS saberia conduzir com tamanha maestria uma fanfic completa como é essa!

E de pensar que a substituta vai ser tão fooooooooooooooooooooda como essa, me dá até calafrio! AI, NOSSINHORA PROTETORA DAS FICWRITERS, VIU! E me morro toda!

Agora que leram até aqui (e obrigada a todos que me aturam...rs), deixem seu recadinho pra autora. Ela faz tudo isso por vocês, e eu to de prova... muitas vezes (e muitas MESMO!) a opinião dos leitores muda o rumo das coisas... então confiem em vocês e ‘bora pra review mágica!

Nos vemos no capítulo 22!

Bjos,

Tod.

.

Quer fazer uma pobre autora feliz? oO

Deixa uma review para mim, dizendo se você gostou, ou se odiou, se você tem alguma sugestão! Pois sugestões e palpites aqui são fundamentais! *.*

Ficarei encantada em ler!

É isso meus amores, obrigada novamente pelo carinho por essa minha fic.

Amo vocês!
.

ps.: muitas explicações, suspeitas e tudo que tem direito! ;D


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