Do or Die escrita por LadyThyssa, Dr Hannibal Lecter


Capítulo 8
Capítulo 8 - Fase 1 parte 3


Notas iniciais do capítulo

Continuação do capitulo anterior. Espero que gostem.



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– Respeitável publico! – gritou uma voz no instante que me sentei na arquibancada, entre Pan e Tommy. Fomos umas das primeiras equipes a entrar, estávamos na frente. E apenas um idiota não saberia o que iria acontecer agora. A voz continuou - Obrigado por virem em nosso espetáculo! Teremos atrações fatais. Os portões foram fechados e os que não entraram terão uma grande atração, a morte! – Quantas pessoas teriam ficado lá fora? - Antes de nosso espetáculo começar, precisamos nos preparar. Os preparativos estão em cima do palco, peguem antes do espetáculo começar, eles serão muito úteis.

Uma luz vermelha acendeu sobre todos os espectadores. Murmúrios estranhos eram ouvidos de todos os lados. As cortinas que ocultavam o palco foram abertas, e revelaram bem no centro do palco mais alto de todo o picadeiro. As cortinas escondiam uma série de armas postas em bases, todos os tipos de armas e munições estavam bem espalhados no palco, com suprimentos e outros itens como roupas e botas de couro.

Uma sirene baixa tocou, e todos ficarem de pé. Eu me levantei meio arrastada pela multidão e quando as grades que separavam as arquibancadas do picadeiro foram abaixadas mecanicamente, as primeiras fileiras de jogadores jogaram-se em uma corrida em direção ao palco principal. Eu estava em uma das primeiras fileiras e por isso fui arrastada por Tommy e obrigada a me colocar naquela corrida.

Corri com toda a velocidade que consegui, o que era bem difícil, porque trombei com vários competidores e tive que socar um ou outro que entrava na minha frente. Quando alcancei o palco estava sem fôlego e com as pernas trêmulas. Pan me seguia de perto e chegou ao palco logo depois de mim. Os outros do meu grupo? Perdidos no meio de todo aquele pandemônio.

Pan subiu no palco primeiro do que eu e começou a revirar as pilhas de mochilas com suprimentos que encontrou no caminho. Ela conseguiu agarrar duas mochilas, uma um pouco menor do que a outra e me lançou uma quando consegui subir no palco. Joguei a mochila nas costas e corri em direção a onde estavam as armas. Eu já tinha uma adaga, pensei. Ela já me fora bastante útil, mas eu sentia a necessidade de algo mais.

Meus dedos alcançaram um machado médio, com o cabo de metal escuro com a lâmina curvada em meia lua. Ele era consideravelmente mais leve do que o machado de incêndio que eu havia encontrado na fase anterior, de modo que consegui o levantar e o arrastar até mim com uma maestria assustadora. Segurei o machado com ambas as mãos enquanto olhei para redor. Flechas, lanças, espadas, arcos, facas, adagas, machados, martelos, bestas e arpões. Redes de metal, cordas, fios de cobre, bastões e lanternas. Tudo o que você poderia imaginar estava sendo pego pelos outros jogadores. E não demorou muito para que eles começassem a brigar entre si pelas armas.

Quando alguém tentou roubar meu machado com um puxão, tive um susto e me dei conta que não poderia ficar ali. Tommy apareceu sei lá da onde com uma estaca de metal com uma lâmina na ponta, parecia uma espada, mas o cabo de metal era maior do que a lâmina. – Temos que sair daqui, rápido! Fazer ou Morrer, lembra?

Ele me arrastou para fora do palco enquanto olhava para trás, em guarda. Pan apareceu e começou a nos seguir enquanto descíamos do palco e corríamos para fora o mais rápido que minhas pernas permitiam. Flechas passaram zumbindo por meus ouvidos, e algumas quase me acertaram. Mas Pan não teve a mesma sorte. Uma flecha foi cravada na perna machucada dela e ela voltou a mancar. Tive que a ajudar a correr, com Tommy e Alaric nos nossos calcanhares. Alaric –Alaric? Da onde ele tinha vindo?

Alaric continuava com seu arpão, tinha reabastecido a aljava de munição e pego uma mochila também. Quando ele me viu, pareceu surpreso pelo fato de eu ter conseguido uma mochila e um machado.

O machado em questão não ajudava muito nos quesitos de movimentação. Ele era realmente pesado. A flecha na perna de Pan deixava um rastro fino de sangue no chão.

Eu podia ver a ponta do picadeiro, a abertura que nos levaria de volta as arquibancadas e ainda uma outra porta que nos levaria para os fundos do circo. Corri em direção a porta quando o vi novamente.

Aquele garoto com o pulso de ‘v’. E ele estava em apuros de novo! Droga, pensei. Apontei em direção a onde ele estava sendo arrastado por um cara com uma corda. Alaric percebeu do que se tratava, e todo o grupo correu em direção a ele. Não fomos muito rápidos porque Pan e Alaric estavam com uma perna ferida e mancando. Eu e Tommy não podíamos sair na frente, e a outra garota e outro garoto estavam vivos e correndo em nossa direção para nos reagruparmos.

Alaric atirou uma flecha em direção ao garoto com a nova munição de arpão. Ele acertou o braço do rapaz. Ele soltou a corda e olhou para nós, confuso. Ele atacou Alaric com uma corrente – uma corrente? Como assim? – que agarrou a perna dele e o derrubou. Ele arfou de dor. O garoto loiro que estava no meu grupo nos alcançou e correu na frente. Ele tirou uma lâmina fina do casaco. Tommy o seguiu e eu também. Tommy e eu derrubamos o rapaz e o seguramos enquanto o rapaz loiro esfaqueava o peito dele com sua lâmina fina e comprida, maior que uma faca ou uma adaga, mas menor que uma espada. Ele matou o rapaz com um corte na garganta e depois começou a mutilar o peito dele, rasga-lo até conseguir tirar o chip esverdeado onde lia-se a frase: Do or Die.

Pan e a outra garota ajudavam Alaric a se livrar das correntes que prendiam sua perna.

Livre, Alaric gritou as ordens: - CORRAM PARA OS FUNDOS! Isso aqui vai virar um banho de sangue, temos que sair daqui antes que o espetáculo comece!

O garoto loiro e Alaric saíram em disparada na frente, o que era engraçado visto que Alaric estava ferido. Os outros, Pan e a garota os seguiam de perto enquanto Tommy e eu ficamos um poucos para trás. Vi que outros dois grupos de umas três pessoas cada também corria em direção aos bastidores do circo, uma feliz coincidência já que o picadeiro era bem grande e com vários lugares para possíveis mortes e jogos. Escolhemos os bastidores não sei por quê.

Olhei o rapaz com o pulso de ‘v’ que estava ali perto. O fitei por um instante e depois fiz um sinal de siga-me com a cabeça. Seja lá quem ele for, era um vislumbre de uma lembrança. Uma lembrança que eu precisava.

Corri e entrei nos bastidores do circo no instante que as portas começaram a se fechar. O rapaz com a tatuagem de ‘v’ quase não conseguiu entrar. As portas se fecharam em um estalo atrás dele, isolando uma pequena parcela dos jogadores nos bastidores, longe do picadeiro.

Quando Pan acendeu uma lanterna e iluminou as coisas foi que consegui respirar mais livremente. Tudo ali era tão escuro, tão inóspito. A luz da lanterna passou por cada um de nós, nos avaliando e passou também por grades de jaulas imensas.

– Estamos nos bastidores, onde eles guardam os animais. Dá para perceber pelo cheiro - A ruiva com a lanterna disse, torcendo o nariz.

As jaulas pareciam vazias, enquanto continuavam em um imenso corredor que se abria em fileiras e mais fileiras de jaulas e caixas.

– Olhe só para isso - disse o garoto loiro do nosso grupo, revirando uma das caixas mais próximas com uma lanterna – ele tinha uma lanterna também, afinal. Ele tirou uma daquelas bicicletas com uma roda, um biciclo, e também um bastão que eles usavam para se equilibrar naquelas cordas de circo.

– E quem é você, afinal? – Alaric perguntou, apontando com o arpão em direção ao garoto com o pulso tatuado com um ‘v’. – Por que tão importante? – Alaric rosnou com uma voz áspera a direta, quase como se ameaçasse puxar o gatilho.

– Hey, vai com calma ai, chefe – Pan respondeu, com um ênfase na última palavra, olhando de forma ameaçadora para Alaric. Ela apontou para o garoto com a lanterna e o iluminou, destacando-o.

– Você está bem? – Me aproximei dele, em dúvida.

– Me chamam de Voraz. Eu não sei por que, não sei de nada. Acordei nesse inferno faz pouco tempo – ele disse, com uma voz cansada.

– Sabe atirar com essa coisa? – Alaric perguntou, apontando para a besta nas mãos do garoto e abaixando sua arma.

– Sei... – Ele respondeu, em dúvida.

– Muito bem, Voraz – Tommy interferiu – Se estiver sozinho, pode ficar com a gente. Mas cuidado, não toleramos traição– Ele deu ênfase na última palavra enquanto olhou para Alaric, com certa indignação.

Os outros grupos que haviam entrado nos bastidores com a gente começaram a andar pelo lugar, se dispersar, até que sumiram no meio das jaulas.

– Fiquem atentos – Pan sussurrou para o grupo, agora com sete membros – Vamos cair em uma armadilha, é questão de tempo.

Ela se apoiou na perna boa, e com a mão livre tirou a flecha cravada na cocha com um urro de frustração. Jogou o projétil ensanguentado no chão.

– Isso vai dar uma boa infecção – A garota com uma lança disse, parecendo entediada. – Podemos?

Ela começou a andar, e Alaric a seguiu, mancando logo atrás. Pan iluminava o caminho com a lanterna, enquanto o garoto baixinho que eu nem conhecia iluminava os lados com a outra lanterna. Tommy e eu ficamos para trás, ele com sua lâmina versátil e eu com meu machado e mochila. Formávamos uma fila engraçada enquanto andávamos entre as jaulas, seguindo o corredor.

O garoto, Voraz, me seguia de perto. Ele parecia confuso, entretanto. – Fale com ele – Tommy sussurrou para mim.

"Ótimo” pensei.

– O que houve com seu pulso, Voraz? – Perguntei.

– Quando acordei aqui, tinha essa marca nele. – Ele olhava para o braço, pensativo. – Por que você me salvou? Duas vezes, não pode ser coincidência.

– Algo sobre você... É intrigante, não sei explicar. Acho que de certa forma eu conheço você. E um simples obrigado bastaria, achei que precisasse de ajuda. – Tentei sorrir, mas não consegui. Apenas virei o rosto e olhei para frente, em dúvida. Levantei meu machado e o ajeitei nas mãos de forma defensiva. Caminhávamos lentamente, de forma fluente.

– Obrigado – Ele respondeu.

Houve um estalo surdo logo à frente. Tanto Pan quanto o garoto loiro iluminaram o caminho, e estávamos diante de uma arena.

Uma arena circular, cercada de várias jaulas de diferentes tamanhos, com uma sombra humana no centro da arena. Era um homem com uma roupa de circo, com um bigode engraçado e os olhos completamente negros. Pele pálida e um chicote dourado.

– Um domador – Tommy sussurrou.

Outro grupo chegou e parou logo ao nosso lado, quatro pessoas. O domador parecia paciente enquanto nos encarava, esperando. Ele segurava com a outra mão um molho de chaves, e sorria de forma cruel. – Bem vindos.

– Formação pessoal, fiquem espertos – Alaric disse em voz alta, na frente da formação erguendo o arpão para o domador. A garota posicionou sua lança, atrás deles o garoto baixinho e Pan ficaram alertas. Tommy ergueu sua lâmina e Voraz sua besta.

– Hora da ação, Layla. – Alaric disse lá da frente, olhando para mim em dúvida – Melhor ter aprendido a manusear esse machado. Não se deu muito bem com um desse da última vez – Ele lembrou.

– É mais leve do que parece – Respondi, erguendo a arma com uma mão e ajeitando a adaga no cinto.

Olhei para Voraz, e sussurrei - Você está bem? – Ele não parecia muito bem naquela penumbra. Foi quando as luzes da arena se acenderam sobre nossas cabeças. E o domador começou a rir. Uma risada aguda que se misturou com os rugidos e rosnados que saíram de todas as jaulas, agora iluminadas. Vamos todos morrer, pensei.


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Notas finais do capítulo

Mande um #AlôSeVocêLeu e gostou, ou até mesmo se não gostou, bem... O próximo capitulo pode demorar um pouco para sair, porque é do Garoto da Capital e ele costuma demorar /ounão. Sugestões, criticas, não deixem de comentar. Isso nos incentivaria a continuar mais rápidos ;D
Bom, até a próxima.



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