Tudo pode mudar por causa de um Nome escrita por HeyLay


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Voltando a postar!!! Espero que gostem. Beijos!

Música do capítulo:
Everybody Wants To Rule The World - Tears For Fears.

"Bem-vindo à sua vida!
Não há volta...
Mesmo enquanto dormimos
Nós encontraremos você
Comportando-se da melhor maneira.
Dê as costas à mãe natureza..."



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Assim que Effie anunciou os Jogos, uns pacificadores chamaram a mim e a Peeta. Teríamos de correr. Quanto mais rápido se chega à Capital mais rápido o sofrimento acaba. Bem, era assim que eu definia isso tudo.

Nunca consegui entender o fato de as pessoas, principalmente Katniss, não confiarem em mim. Sei que sou apenas uma criança de doze anos, mas eu sei, também, que eu sou capaz de me manter viva! Pelo menos eu era, antes de ser sorteada na maldita loteria. Mamãe costumava contar que, antigamente nos tempos melhores, ganhar na loteria era algo bom.

Peeta encosta em meu braço esquerdo para chamar minha atenção. O garoto consegue. Olho para a frente. Estou cara a cara com todos aqueles que diziam ter coragem de se voluntariar por alguém. Mas ali estava eu. Fraca. Sozinha. Apenas com um cara a meu lado, o qual poderia me matar assim que entrássemos no trem.

— Prim... – sussurrou em meu ouvido. – é melhor vir, está perdendo seu tempo de despedida. – e ele saiu em direção à porta do Edifício de Justiça acompanhado por um pacificador.

Eu não me preocupava mais em me despedir de ninguém. Eram todos falsos! Nenhum deles quiseram me ajudar e agora eu entendia que eu não poderia mais confiar em todo mundo que quisesse ser amigo meu.

Effie, que já havia saído antes, volta para me chamar, mas eu não saio do lugar. Apenas naquele momento foi que a ficha caiu. Eu estava para morrer. E aquelas pessoas ali à minha frente não se importavam. Elas não me respeitavam. Por quê? Pelo fato de eu parecer fraca. Pelo fato de ninguém confiar em mim. Foi quando, sem pensar, levei três dedos da minha mão esquerda até meus lábios e, em seguida, ergui meu braço para aquela multidão.

Ele ficaram surpresos. Eu os respeitava. Respeitava as opiniões sobre mim. Respeitava o fato de me odiarem dali há alguns dias por causa do que eu fiz a eles. Eu não queria aquele sinal. Eu não merecia respeito. Mas eu tinha uma coragem imensa guardada dentro de mim. Eu apenas não sabia disso.

Fui em direção ao microfone em que Effie anunciou o resultado da Colheita. Eu deixaria de ser aquela menininha que era cuidada pela irmã. Eu não queria mais seguir Katniss pela floresta para saber das novidades. Não queria mais viver nas sombras. Eu mostraria ao mundo quem eu realmente era. Uma Vitoriosa.

Bati duas vezes no microfone para ver se estava funcionando. Na segunda batida percebi que estava ligado. Me virei para a multidão, o rosto sério. Minha mãe já não estava mais lá. Deveria estar no prédio me esperando para se despedir. Ela não acreditava em mim. Coragem, Prim. Você consegue! Pensei. Sim. Eu conseguiria.

— População do Distrito Doze! – chamei a atenção. – Prometo ganhar! – gritei. – Por vocês! – finalizei quase que num sussurro.

Foi quando terminei de dizer isso que senti as mãos se dois pacificadores me puxando para dentro do Edifício. Eu sabia que seria punida por isso. Ouvi Katniss falar sobre as pessoas que se tornaram Avox. Era a punição da Capital para quem desobedecia. Cortavam a língua deles. Eu não precisaria me tornar uma Avox. Em primeiro lugar porque eu já era uma, mal falava, mal sorria. Em segundo lugar porque minha punição estava para vir. E eu sentia isso desde que completei idade para ser sorteada.

[...]

— Prim!

A escuridão daquela sala foi perdida quando alguém adentrou pela porta.

— Gale!

Corri em direção ao garoto, abraçando com uma força que não sei de onde tirei. Uma lágrima escorreu por meus olhos involuntariamente.

— Prim, o quê foi aquilo?

— Aquilo o quê, Gale?

Eu tremia de felicidade por poder vê-lo uma última vez. Estava tão concentrada que nem me lembrara do acontecido.

— O sinal de respeito, aquelas falas todas... o que deu em você? Sabia que pode ser punida? E se não te deixam se despedir de ninguém?

Eu ainda estava abraçada com o garoto que ajudara Katniss a nos alimentar várias vezes.

— Gale, aquilo foi minha despedida para todos aqueles que disseram que se voluntariariam por mim...

— Prim, eu...

— Eu sei que você não pode. Tem seus irmãos, sua família e é homem... apenas uma menina poderia se voluntariar por mim... e no caso seria...

— Katniss...

— Exatamente.

Foi a vez de ele derramar uma única lágrima de seus olhos. Gale passou seus dedos entre meu cabelo loiro. Me abraçou novamente.

— Onde ela está? – perguntei.

O menino apenas balançou a cabeça em negativa.

— Ninguém sabe...

Suspirei. Gale parece ter percebido que eu fiquei tensa por causa daquilo, pois disse:

— Não se preocupe, Prim... Ela está bem. Sinto que sim.

— Ouvi vocês dois conversando hoje mais cedo.

— Como é?

— Falavam em fugir do Distrito... Eu ouvi tudo.

— Desde quando você...?

— Desde sempre! – exclamei. - Quer dizer... Desde algum tempo.

Ele ficou em silêncio.

— Então era você quem estava lá...

— Como é que é?

— Eu achei que tinha escutado algum tipo de vida humana naquela floresta mais cedo... Além de mim e de sua irmã, sabe...

— Sim, era eu.

— Pensei que apenas eu e Catnip sabíamos da cerca...

— Descobri há uns dois anos... Quando segui vocês pela primeira vez.

Ele arqueou as sobrancelhas.

— Dois anos? - perguntou, como se não acreditasse. - Foi você, então, quem nos avisou do aerodeslizador?

Assenti novamente.

— Escutei um barulho estranho... Nenhum animal se manifestou. Estavam com medo, parecia que a Capital estava chegando...

— Como aprendeu isso?

— Dois anos, Gale... A gente aprende muita coisa quando não se tem nada para fazer...

Ele sorriu. Alguém bateu na porta. Era um pacificador.

— O tempo acabou! – berrou. Gale foi, mas voltou segundos depois. Como ele conseguiu? Ninguém nunca voltou pelo que sei.

Ficou de frente para mim.

— Esqueci de dizer algo, pedi com educação – Uhum, sei...– e me deram um minuto a mais. – eu prestava atenção no que dizia. Queria guardar aquela memória para sempre em minha mente. – use aquela coisa em “Y”...

— Que coisa?

— O galho em Y que usou para nos alertar...

— Você me viu?

Ele assentiu, sorrindo. Como se aquela conversa tivesse sido um teste de confirmação.

— Mas...

— Construa um... Eu sei que consegue... - interrompeu.

Gale acreditava em mim. Gale acreditava em minha capacidade de sobreviver.

— Gale? – chamei antes que ele fosse. Ele me encarou. – Mande um oi para Katniss... Se a vir.

Gale gargalhou. Voltou e me deu um beijo na testa.

— E que a sorte esteja sempre a seu favor... - falei.

— Ela nunca está a meu favor.

Ele disse.

— Muito menos a meu...

Gale seguiu seu caminho. A sala ficou escura novamente.


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Notas finais do capítulo

E aí? Mereço Reviews? Devo continuar? ?