Tudo pode mudar por causa de um Nome escrita por HeyLay


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas! Tudo bom com vocês? Como foi seu Ano Novo? Terceiro dia de 2014 e primeira atualização do ano! Espero que gostem... então, eu fiz uma coisinha meio que errada no cronograma da Effie. Primeiro acontece a apresentação individual e depois ocorre a entrevista... já arrumei lá.
Bem, tirando esse pequeno detalhe... espero que gostem!

Música do Capítulo:
A Year Without Rain - Selena Gomez

"A cada vez que eu respiro
A cada minuto
Não importa o que eu faça
Meu mundo é um lugar vazio..."



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Assim que Snow acaba de nos dar as boas-vindas, nossas carruagens são levadas até uma plataforma de ferro, onde encontramos nossas equipes.

Eu, sinceramente, não queria escutar nada de ninguém... eu sabia que tinha sido uma coisa diferente para uma pessoa do Distrito Doze e, mesmo sabendo que Cinna queria ajudar, eu senti como se estivesse morrendo aos poucos. Eu só não queria demonstrar para as pessoas...

Desci da carruagem negra com a ajuda de Peeta, o qual foi receber os cumprimentos de sua equipe. Portia começou a falar várias coisas para o menino e elas ficavam menos audíveis a cada passo que eu dava em direção à minha equipe.

— Nossa! Ficou perfeito! - exclamou Effie, antes mesmo de eu chegar lá.

— Sim, sim... claro... - concordou Haymitch. - a que horas vamos subir?

— Ah, Haymitch, sempre apressadinho... - brincou Effie, puxando o homem para uma conversa em particular.

— Querida, foi fabuloso... - disse Cinna, sorrindo para mim.

Portia também sorria ao longe. Eu não consegui sorrir.

— Algum problema, Prim? - perguntou Peeta. Eu não tinha percebido que o menino já estava ali.

— Não posso falar aqui, nem agora... - comento. Era o negócio do Snow, que ele parecia não ter gostado de ser impressionado por nós... e mais ninguém, além de nós dois, deveria ficar sabendo.

— Certo... - concordou, saindo novamente.

— E então, loirinha... - começou Haymitch assim que saiu de sua conversa com Effie. - como se sentiu enquanto pegava fogo?

Me virei para o mentor.

— Eu não pegava fogo, Haymitch...

— Ah, não era o que parecia quando vi você sendo engolida pelo fogo!

— Bem, Haymitch... Prim está certa, ela não estava pegando fogo...

— Não vale a pena explicar, Cinna... só ele não entendeu. - reclamei.

— Não... agora eu quero saber! - disse, nervoso.

— Certo! Haymitch... - começou Cinna. - Prim não estava sendo engolida pelo fogo... ela... ela... - Cinna não parecia conseguir terminar, como se fosse fabuloso de mais para dizer assim, sem mais, nem menos.

— Eu era o fogo! - consegui dizer. - E, acredite ou não, isso é fantástico... - completei. - Cinna quis representar a queima do carvão e, ao mesmo tempo, mostrar que somos fortes.

Falei, tentando parecer animada.

— Que seja... - disse, parecendo não se importar com nosso triunfo. - só acho que nem todos entenderam...

— Com "nem todos", Haymitch quis dizer que ele não entendeu... - intrometeu-se Effie.

— Ah, Effie... que coisa! - reclamou o mentor.

— Não se preocupe, criança, você foi demais! As pessoas só falam disso... - conformou-me Effie, ignorando o mentor sem classe.

— Tudo bem... - digo, tentando parecer feliz.

— Vamos! Vou levá-los até o apartamento! - falou, histericamente animada.

[...]

Enquanto íamos em direção aos elevadores, pude perceber os olhares dos outros Tributos sobre nós. Os Carreiristas nos olhavam como se fossemos presas fáceis, como se aquilo de "ser o fogo" não tivesse colado com eles. Deveriam estar pensando: forte na palavra e fraco na ação. Mesmo que não tenhamos pronunciado uma palavra sequer.

A roupa já falava por si, talvez fosse isso o que interpretavam como palavra.

Effie pediu que ignorássemos, mas o olhar que uma pessoa em especial me lançou fez com que eu parasse para pensar se ela era realmente quem parecia ser. Izzy, a menina assustada do Três, fuzilou-me com os olhos, como se pudesse soltar uma descarga elétrica e me matar ali mesmo, à qualquer momento.

Realmente as aparências poderiam enganar. Assustada e fraca no Distrito... mortal e confiante na Arena.

Sem que eu percebesse, já estava encarando o elevador que nos levaria até o apartamento.

— São doze Distritos, portanto doze andares! Um apartamento para cada par de Tributos! - começou Effie, animada. - Sendo que eles seguem a numeração... nós ficamos no último. - a mulher sorria de orelha à orelha. Peeta deu uma risadinha. - Mas não se preocupem... não serão prejudicados por causa disso... - completou. - Ficarão com a cobertura!

Assim que Effie terminou de falar, entramos no elevador dourado. Haymitch apertou o botão número 12 e a porta começou a se fechar. Começaríamos a subir dali há segundos, não fosse por dois Tributos segurarem a porta do elevador e entrarem. Estavam vestidos com algo dourado. A menina era branquinha e tinha o cabelo extremamente negro, o vestido brilhante se destacava em sua pele. O rapaz era louro e seu atlético era impecável. O olhar da menina era confiante e nunca encontrava o nosso olhar, o menino transmitia confiança, chegando para nós como medo, e nunca era intimidado. Treinados para matar. Carreiristas.

O elevador começou a subir.

Menos de dez segundos depois, parou. Segundo andar. Distrito Dois.

A menina, Clove, fuzilou Peeta, até então em silêncio, com o olhar.

— Bela roupa... - disse em tom sarcástico. - seria mais útil se tivesse queimado todos os dois... além de ser mais realístico caso acontecesse... - jogou para fora. Talvez sem pensar.

— Clove... - o menino, que antes parecia mortal e extremamente perigoso, chamou em tom doce, mas também como se advertisse a menina. - cala essa boca e vem, antes que arrume mais problemas para nós dois...

A menina, que não queria deixar que o elevador continuasse a subir, deu de ombros, olhou-nos nos olhos mais uma vez, como se fossemos seu jantar, e saiu pisando alto e gritando com seu companheiro.

— Quanta falta de educação! - reclamou Effie, que estava em choque por causa da falta de etiqueta da menina. - Ah, mas eu vou denunciar o Distrito Dois para os idealizadores...

Começou.

— Effie... - repreendeu Haymitch. - eles não vão acreditar... são Carreiristas, os favoritos da Capital... deixe como está.

Pela primeira vez, eu tive que concordar com o mentor. Reclamar com os idealizadores só iria fazer com que perdêssemos pontos, os quais já eram mínimos, considerando o fato de sermos do Distrito mais pobre e menos popular de toda a Panem. Foi então que prestei atenção em algo que o loiro falou.

— O que ele quis dizer com arrumar mais problemas? - perguntei, falando pela primeira vez desde que entrara no elevador.

— Como é? - perguntou Haymitch.

— O Carreirista disse que era para ela nos deixar em paz... para não arrumar mais problemas do que já tinham... o que isso quer dizer?

— Que brigaram com alguém? - perguntou Peeta.

— Ou que mataram alguém antes da hora? - perguntei. Mais para mim que para todos.

Peeta me encarou. Os olhos arregalados.

— Eles não podem fazer isso... podem?

Perguntou, horrorizado. Por que é que ele estava surpreso? As pessoas já iam matar umas às outras mesmo! Por que não diminuir o tempo em que aconteceria?

— Não podem... - disse, Effie, concentrada.

— Mas e... e se fizessem? - perguntei, hesitante.

— Todo e qualquer tipo de coisa que viola a regra é considerado como desrespeito à Capital... - disse Haymitch. - se isso fosse feito... receberiam punição...

— Mas eles são voluntários... quer dizer, são Carreiristas! - falei.

O elevador chegou no décimo segundo andar. Por um momento, nem percebi o luxuoso espaço à minha frente. Estava concentrada de mais na conversa. Assim como todo o resto do pessoal. Apenas entramos na sala e ficamos parados, em círculo.

— Talvez o fato de serem do Distrito Dois os ajude... - Peeta comentou.

— É... talvez... - Haymitch.

— Mas pode ser que... eles tenham... sei lá, escondido isso da população... - comecei.

— Como fizemos com o caso da barra de ferro... - Peeta completou.

Um silêncio enorme tomou conta do lugar.

— O quê vocês acham que eles fizeram de ruim? - perguntei.

— Bem, você acha que mataram alguém... mas eu acho que eles possam ter pensado em pular do trem... fugir... sei lá, somos capazes de fazer qualquer coisa quando não pensamos bem... - Peeta disse. Eu concordava, mas estava muito mal explicado.

— Sim... - falei. - mas eles se voluntariaram... por que motivos fugiriam?

Peeta pensou um pouco. Não sabia o que dizer. Foi então que Haymitch, o mentor inteligente que esconde sua inteligência, se pronunciou.

— Amor... - comentou, indo em direção ao barzinho encostado na quina de uma parede.

— Amor? - perguntou Effie.

— Sim... amor... - repetiu, abrindo uma garrafa com líquido branco. - fazemos tudo por amor... - continuou, sem olhar para nós. - talvez não soubessem que eles foram os escolhidos para se voluntariarem... talvez se amassem... e então resolveram apelar para a fuga, já que o pior já tinham feito... que foi se apaixonar um pelo outro.

Eu fiquei sem palavras. Como é que ele falava coisas tão bonitas e era um completo idiota?

— Mas... como você sabe se...

— Não viu o modo como se tratavam... eram doces um com o outro... não desgrudaram um minuto, sequer. São fortes em frente às câmeras... mas o amor os enfraquece... - continuou. Percebi que Effie não estava mais do meu lado. - Isso me faz lembrar de algo... - começou, novamente. - esse fator pode ajudá-los na Arena...

— Ajudar a quem? - Peeta perguntou.

— A vocês... - apontou para nós. - ou à eles... isso quem decide é aquele que conseguir, ou não, separar os dois...

— Acha que vão ficar juntos? - Peeta, novamente, questionou.

— Sim, por mais que se aliem à outros... sempre vão tentar andar juntos. Apaixonados fazem isso... então, se quiser eliminá-los...

— Teremos que separá-los... teremos que usar o amor dos dois como arma... contra eles... e ameaçá-los. - falei, voltando ao normal. Nunca imaginei que aquilo sairia de minha boca. Ouvir as estratégias de ataque era horrível. Falar delas era pior ainda.

— Exatamente. - Haymitch disse, friamente. - é isso ou...

— Morremos na Cornucópia. - completei, indo em direção ao sofá. Foi então que encarei todo o lugar.

Era tão luxuoso quanto o trem... talvez tivesse o dobro de luxo. Uma televisão enorme a cima de uma lareira. Uma estante cheia de porcelana. Quadros estranhos pendurados nas paredes. Pessoas de cabelos e vestimentas vermelhos.

— São os avox... - sussurrou Peeta no meu ouvido, assim que se sentou do meu lado.

Encarei uma avox. Me lembrava Katniss, mas não falava tanto quanto minha irmã falava quando estava com Gale... talvez o que diziam sobre eles era verdade...

Me deu vontade de chorar por saber que Katniss se arriscava a virar uma avox todos os dias quando ia caçar para alimentar sua família. Minha família. Nossa família.

Tudo por minha culpa. Tudo porque eu era nova de mais para entender as coisas... me dava vontade de chorar por ter sido tão egoísta a ponto de querer que ela se voluntariasse por mim... era meu nome lá. Eu deveria lutar pela sobrevivência. Não ela.

Levanto-me e vou em direção à essa avox. Pergunto onde é meu quarto. Ela não me olha nos olhos, sequer levanta a cabeça. Apenas aponta para um corredor, o qual possuía apenas uma porta.

Acionei um botão que me permitia a entrada e entrei. Encarando o local onde ficaria pelos próximos três dias.

[...]

— O café fica pronto daqui há alguns minutos! - pude ouvir Effie gritando. - É melhor se apressarem, queridos... ainda é cedo, eu sei... mas, quanto mais rápido chegarem ao Centro de Treinamento... mais rápido vão aprender as coisas!

Certo... aquele seria o dia em que eu seria o fogo, intimidaria alguns Tributos e, logo depois, mostraria que aquela coragem toda não se passava de uma farsa. Nada mais que uma atuação. Eu não era uma ameaça. Sabia disso desde o início.

Levantei-me de minha, aconchegante, cama e fui para a sala de jantar. Havia uma mesa, provavelmente, toda em mogno e estava lotada dos mais variados doces, pães e refrescos.

Sentei-me ao lado do mentor e peguei um copo de suco.

— Esse suco é de que fruta? - perguntei, dando uma golada.

— Amora... - Haymitch respondeu.

Assim que ele disse isso, cuspi o suco que estava em minha boca e me engasguei com o que sobrara. Eu não tinha visto onde o líquido acertara, mas eu não engoliria aquilo.

— Meu Deus! - exclamou Peeta. - está tudo bem?

Veio em minha direção.

— Sim... - falei tossindo, percebendo que ele estava ensopado de suco. - me desculpe...

— Não tem problemas, ainda há tempo para me limpar... - falou, me ajudando a me levantar. - por que você... cuspiu o suco?

Ai, e agora?

— Não gostei do... sabor...

Peeta apenas assentiu, saindo da sala. Haymitch me olhou, como se quisesse que eu fizesse o mesmo. Foi o que fiz. Fui em direção ao meu quarto e entrei. Em cima da cama havia uma roupa vermelha e preta. Poderia apostar que era do meu tamanho...

Fui para dentro do banheiro e tomei um banho rápido, tirei toda a maquiagem que Cinna fizera com todo o carinho. Vesti a roupa que usaria no treinamento e fui para a sala. O mentor conversava com Peeta. Provavelmente me esperava. Nos guiou até o elevador.

É... aquele seria um longo dia...


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Notas finais do capítulo

E então... gostaram? A cada capítulo que se passa ficamos mais próximos da Arena...
Beijos e até a próxima!!!