Acordei com Elliot em cima de mim.

–Nossa como você é pesado – pensei

–Elliot... Da pra acordar – comecei a empurra-lo – Elliot.

Ele se mexeu e enfim saiu de cima de mim. Não sou de reparar em Elliot, mas ele parecia um anjo dormindo, seus cabelos bagunçados sobre o travesseiro, aquele corpo de deus grego, com aquelas tatuagens que cobria quase seu peito inteiro, aquela boca... Foco Viollet, foco. Mais ele é tão gato.

Levantei e fui tomar meu banho, não quis acordá-lo estava tendo um sono tranquilo, não queria atrapalhar. Troquei-me rapidamente e sai encontrando Hannah e Scott no portão.

–Bom dia Viollet. – Hannah me cumprimentou

–Bom dia – respondi sem ânimo.

–Nossa que bicho te mordeu?- Scott me deu um beijo na bochecha antes de começarmos a andar.

–Minha mãe – sussurrei.

–O que ela fez agora amiga?- Hannah segurou minha mão andando ao meu lado.

–A coisa de sempre – não estava a fim de explicar.

–Que coisa? – Hannah insistiu

–Não é nada Hannah – me desgrudei dela e entrei nervosa na escola, não estava bem.

Com certeza meu dia iria ficar um saco.

As aulas como sempre foram horríveis, minha atenção estava em outro lugar, em um lugar que não deveria estar nunca.

Repassei a conversa que tive com minha mãe ontem várias vezes durante as aulas, estava tão imersa em meus pensamente que não ouvi o sinal para a ultima aula.

Scott se sentou na cadeira vazia na minha frente jogou sua mochila no chão e pegou minhas mãos.

–Me conte o que aconteceu Viollet. Esta me deixando preocupado amore. – ele sorriu um pouco.

Scott é meu melhor amigo junto com Hannah, eu contava tudo para ele, e ele sempre foi carinhoso e atencioso comigo, não conseguia esconder nada dele, era incrível como me fazia desabafar e me sentir melhor.

–Como sempre é minha mãe – suspirei

–O que ela fez?- seus olhos alcançaram os meus e não pude resistir, parecia que estava olhando meu interior, minha alma.

Comecei a chorar.

Scott se levantou e se agachou do meu lado, me virou e enxugou minhas lágrimas delicadamente.

–Ela... Quer me internar – solucei

Ele não disse nada, apenas se levantou e me abraçou, minha cabeça foi em seu peito fazendo-me embriagar com seu perfume amadeirado, suas mãos afagaram meus cabelos fazendo com que parasse de chorar.

–Você sabe que pode contar comigo para tudo não é – disse beijando o topo de minha cabeça.

Não conseguia falar nada, apenas assenti e deixei ser levada por ele para a quadra. Hannah já tinha falado com Black que não estava bem, não sei por qual milagre ele nos dispensou mais cedo.

No caminho para casa Scott e Hannah tentaram me ajudar me dando chocolates, muffins e balas, mas neguei todos, não queria comer mesmo assim fizeram com que comesse um lanche natural.

O assunto da minha mãe não foi comentado, fizeram com que eu se esquecesse dele, mas quando cheguei em casa e vi o carro de luxo do meu pai estacionado na rua, fez com que aquilo tudo voltasse como um baque me deixando tonta.

Scott viu minha reação e se apoiou atrás de mim não deixando com que caísse.

–Você não quer entrar não é mesmo?

–Não - respondi fria

–Você deveria, eles são seus pais. – Hannah desse me olhando brava.

–Você esta louca – Scott quase gritou

–Só acho que deveria encara-los, não ficar fugindo – ela deu de ombros.

–Eu não sei... Estou com medo – suspirei

–Você não precisa... – Scott começou a falar mais eu o interrompi.

–Eu vou lá, tenho que ir – tomei coragem e soltei dele.

–Me conte depois – ele me beijou e esperou com que entrasse.

O clima ali não estava o mais agradável, Elliot estava sentado de frente para meus pais que estavam em outro sofá, a expressão dele não ajudou muito.

Fechei a porta chamando a atenção de todos.

–Filha! – minha mãe se levantou feliz vindo em minha direção.

–Me desviei dela e subi as escadas correndo indo para meu quarto. Não queria saber o que estavam fazendo ali.

POV Elliot

Viollet ignorou completamente os pais, subiu correndo para seu quarto e se trancou lá. Ela estava dificultando as coisas desse jeito.

–Está vendo Mark, ela precisa de ajuda urgente – Cristina mãe de Viollet disse exaltada.

–Eu não sei amor, e se for uma decisão precipitada? – Mark olhava preocupado para ela.

Fiquei na minha ali, não queria interromper, ainda porque não faço parte da família deles. Ficaram ali discutindo o que era bom para ela, mesmo sem a sua presença.

–Eu vou ver se ela desce para falar com você – os interrompi deixando –os a sós.

Fui até o quarto e bati na porta.

–Viollet – chamei.

Ela não respondeu, mesmo assim entrei vendo-a jogada na cama ouvindo música.

Me aproximei e retirei seus fones de ouvido.

–Viollet, porque não desce e conversa com seus pais

–Não quero – disse birrenta

–Não é assim que se resolvem as coisas, você não pode ignorá-los, são seus pais.

–Eu sei, é que eles pensam que estão fazendo o melhor para mim, mas não estão – ela se sentou me encarando.

–Por isso que você deve enfrentá-los e falar o que sente que estão tentando fazer não lhe agrada. Para de ser criança um pouco.

–Criança? Eu?- ela se levantou indignada

–Sim, criança, ignorando e fazendo birra é atitude de criança minada.

Podia ver em seus olhos que eu a magoei, mas as suas atitudes estavam erradas. Por mais que magoasse era a verdade.

Ela ficou brava e desceu para sala me deixando em seu quarto sozinho. Voltei para baixo e o clima não estava o dos melhores. Espero que ela não piore as coisas.

Fim POV

Criança? Quem ele pensa que é pra me chamar de criança? Definitivamente não estou reconhecendo Elliot mais.

Fui encontrar meus pais na sala novamente. Eles queriam decidir entre me internar, voltar para casa ou viajar por 15 dias com eles nas férias, sinceramente não queria nenhuma das opções.

Baixai minha guarda e conversamos civilizadamente, até Elliot deu algumas sugestões, que foram ignoradas por meus pais é claro.

Depois de um longo tempo fiquei em decidir se iria viajar ou não, as férias já estavam chegando, tinha pouco tempo para pensar. Quando meus pais se foram eu estava cansada, fui dormir e mal falei com Elliot, ele realmente me magoou.