Um novo amor escrita por Lela


Capítulo 13
Capítulo 12 — Final.


Notas iniciais do capítulo

Não chorem :< O que falar dessa história que era um clichê e virou algo totalmente diferente? Que não tinha planejamento nenhum de capítulo/enredo e mesmo assim tem um ponto final, que conclui toda a história? Ou então, das pessoas que comentaram e me ajudaram a continuar, me apoiaram mesmo sem saber, tipo os leitores fantasmas :3? Quero agradecer à todos que leram, que me ajudaram, apoiaram, que torceram para o RyoGisa acontecer, ou então, até mesmo aqueles que queriam o Kazumi, e não o Ryosuke, hehe.
Talvez eu devesse me desculpar. ''Pelo o quê?'' Bem, eu não dei a conclusão da Mishiya, ela sumiu da vida deles mesmo. Não me aprofundei na história do Kazumi, ele apenas apareceu, gostou da Nagisa, levou um fora e saiu. Desculpem mesmo. É a primeira história onde eu REALMENTE levo à sério. Talvez não cobri as expectativas, talvez tenha continuado clichê, mas eu me orgulho dessa história e eu espero que vocês gostem do último capítulo! Bem, ainda terá o epílogo. Espero que gostem :3



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Nagisa POV:

Abro os olhos lentamente. Tudo parece muito estranho e completamente desconhecido. Branco... Verde... Azul... Eu estava tonta e sem conseguir focar minha visão. Ouvi vozes. Resmungos ou vozes claras, mas eu não ouvia perfeitamente.

Adormeço de novo.

***

Demoro um pouco para me acostumar com a luz presente no quarto. Olho para o lado e vejo o Ryosuke mexendo no celular. Ele está sentado em uma poltrona, olhando para o celular com uma expressão calma. Dou um sorriso que ele não percebe e o cutuco.

Ele leva um susto e eu começo a rir.

— O que você tá fazendo de inadequado aí, Ryosuke? — falo rindo, ele dá um sorrisinho forçado.

— Eu? Inadequado? — ele bloqueia a tela do celular — Quem é você pra falar isso, não é?

Olho para ele sem saber do que ele está falando.

— Desmaiar do meu lado em pleno McDonald’s... Claro! É completamente adequado — ele fala e eu escondo minha vontade de rir — Qualquer dia desses, eu vou acabar sendo acusado, já que toda vez que eu estou contigo, você desmaia.

Dessa vez eu não me segurei e comecei a rir.

— Meu Deus, Ryosuke! — falo gargalhando, minha barriga estava doendo de tanto rir e ele riu também. Mas sua seriedade voltou rapidamente.

— Você realmente deve gostar de hospitais... — o Ryosuke falou, me encarando com uma expressão preocupada.

— Você me deve uma. Eu salvei a sua vida — eu sorri e ele me encarou sem entender — Eu comi aquele hambúrguer envenenado lá e te salvei. — pisquei para o Ryosuke e fiz uma pose de um príncipe que tinha acabado de salvar sua princesa.

— Nagisa... — ele não estava sorrindo — O médico disse que você não estava sem se alimentar por mais ou menos dois dias... Isso é verdade?

Encaro-o. Ele está falando sério, sem nenhum vestígio de brincadeira, ou de um simples sorriso no rosto. Suspiro.

— É, mas eu não fiz porque gosto de vim para cá. Na verdade, eu odeio esse lugar — respondo com o tom sério que ele usou na pergunta.

— Cara! Você não sabe o quanto me deixou preocupado, sabia? Por favor, não faz isso novamente... — ele coloca as mãos na frente do rosto, o que o deixava fofo e levemente irritado — Eu preciso de você...

Ele tirou as mãos do rosto, me olhou por menos de dez segundos e encara o chão, com o rosto completamente corado. Sinto a vermelhidão no meu rosto e desvio o olhar

— Desculpa... — falei me virando de lado na cama do hospital. Não queria olhar para o rosto dele. Ouço um pequeno barulho de passos e vejo que ele se agachou na minha frente. Ele, com o rosto ainda corado, começou a olhar para mim. Nós coramos. — Obrigada.

Ele ri.

— Obrigada? Obrigada nada! Você comeu o meu Big Mac quase todo! — ele fez bico, brincando. Ou não.

— Ah! Mas foi esse Big Mac que estava envenenado! — eu me fiz de vítima.

— Ele poderia estar envenenado, mas cara! Tava uma delícia! — ele riu e eu concordei com ele.

Houve um silêncio enorme. Ficamos nos encarando por segundos que pareceram minutos e eu poderia jurar que ele poderia escutar os meus batimentos cardíacos e eu os dele. O rosto dele estava meio vermelho, das bochechas às orelhas (elas estavam tão mordíveis naquele momento!). Comecei a lembrar da minha “ousadia” na McDonald’s... O ‘quase beijo’. Que constrangedor!

— Quando eu vou poder sair daqui? — pergunto a ele. O Ryosuke se levanta do chão e senta ao meu lado na cama. Tento sentar também, já que é meio estranho eu estar deitada e ele sentado, mas os fios do soro que estão presos a mim, não deixam.

— Hoje de noite... Ou amanhã de manhã. — ele me olha e depois desvia o olhar — Faz um dia que você está aqui já, sabia?

Suspiro. Eu consigo acreditar nele, mas não é isso que me preocupa.

— Não quero voltar pra casa — deito para o outro lado, ficando de costas para ele. — Não quero ficar com a minha mãe novamente.

— Mas você tem... Seu pai vai se mudar... Para longe... E pelo o que você contou, ele não parece ser muito gentil — ele falou se espreguiçando — E poxa, ele vai se mudar para longe! Você quer se mudar para longe?

Eu não queria. E o Ryosuke também não queria que eu me mudasse para longe. Dou um sorriso disfarçadamente.

— Ryosuke, você não sabe disfarçar. — falo rindo. Ele cora.

— Disfarçar o quê?

— Que não queria que eu fosse embora com meu pai.

O silêncio permanece após minha frase. Me sinto constrangida por vários motivos. O primeiro: fui eu a última a falar. Segundo: falei uma frase constrangedora por si só. Terceiro: o Ryosuke mudou de expressão quando eu falei isso. Ficou mais sério... Triste. Odeio ver pessoas tristes. Odeio vê-lo triste.

Toco na manga do casaco dele e ele me olha. Murmuro um ‘’Desculpa’’, embora nem eu saiba bem do que me desculpar.

— Não era para ser uma indireta. Você já sabia disso. Eu não quero que você se mude com seu pai. Por você. Pela Yuuka. Por mim... — ele não parece muito confortável ao falar a última afirmação.

— Ei! Cadê o sorriso? — falo querendo animá-lo. Odeio pessoas tristes. — Eu não vou me mudar! Vou continuar morando na minha casa, só que agora apenas com a minha mãe, ok? Agora sorria.

Ele ri. Mas de mim. Não rir como se estivesse me agredindo, mas porque é extremamente estranho o que eu falei e até eu riria de mim mesma, se falasse isso.

— Ok, Nagisa! — ele dá o sorriso mais lindo do mundo — Satisfeita?

— Muito.

Coro um pouco ao dizer isso, mas não me importo. Queria dizer a ele que aquele sorriso me fazia feliz e que ele ficava lindo com ele, mas, cadê a coragem? O Ryosuke sorri de novo, mas, dessa vez, me dá um beijo na bochecha, de modo espontâneo. Após alguns minutos, minha cabeça começa a doer e eu fico tonta.

— R-Ryosuke... Eu preciso da enfermeira! Minha cabeça está... — dou uma pausa para tentar respirar. Estava difícil. Vejo o Ryosuke se apavorando. Droga! Tudo o que eu não queria — doendo...

Seguro a mão dele e o vejo ligar para a recepção. Em, talvez, menos de cinco minutos, uma mulher entra na porta. Não ouço mais nada.

***

— Ela ficará aqui só por algumas horas e estará livre. — disse a enfermeira — Nos desculpamos pela inconveniência; não demos o remédio a ela e sabíamos que haveria efeitos colaterais do soro. Você é irmão dela? Namorado?

A tontura havia passado em meia hora. Trinta minutos agonizantes. Eu estava observando secretamente a enfermeira e o Ryosuke conversarem. A pergunta da enfermeira me fez ficar curiosa sobre a resposta que o Ryosuke demorou a dar.

— Talvez... Melhores amigos... Ou... Sei lá! É confuso! — ele disse e a enfermeira deu um sorriso solidário — Pergunte a ela qualquer dia desses e me diga.

A enfermeira concorda e sai da enfermaria. O Ryosuke olha para mim e eu o encaro. Melhores amigos? Não que eu tenha ficado triste ou magoada. Mas eu esperava mais, ou até que ele mentisse para a enfermeira. Ele cora e eu continuo encarando-o, sem falar nada. E então eu dou um sorriso e viro para o outro lado. Começo a bocejar muito e ele percebe.

— Efeito colateral do remédio — explica ele, sentando à poltrona ao meu lado — Você provavelmente vai dormir como a Bela Adormecida agora.

Ele sorri.

— Oh, céus! — me faço agora de princesa que precisa de ajuda e coloco a mão em cima da cabeça, como fazem as princesas da Disney — E agora? Como acordarei? Você será o meu príncipe encantado que me beijará para salvar-me do sono profundo?

— Se você me permite... Eu ficarei lisonjeado. — ele dá um sorriso enorme.

— E se eu lhe conceder isso agora?

— Bem... Sinto que eu deveria esperar até vossa Alteza cair em seu sono profundo e assim, poder libertá-la. — ele fala de modo triste e ‘encarnando’ no personagem — Temos que ter paciência.

— Sim, claro. Paciência... Paciência... — olho para ele e dou um sorriso. Bocejo novamente e sinto meus olhos pesarem— Boa noite, Ryosuke.

— Ainda está de tarde, mas de qualquer forma... — ele dá um beijo na minha testa — Boa noite, Nagisa.

Acordo de madrugada. Sei disso porque as luzes estão apagadas, a pessoa na enfermaria ao lado está roncando e o Ryosuke está dormindo. Encaro-o. Ele está sentado na poltrona, mas com o corpo apoiado na minha cama.

Não deve estar muito confortável, mas eu não conseguia me levantar o suficiente para colocá-lo na poltrona. Cheguei perto do rosto dele e eu podia sentir sua leve respiração no meu rosto. Não resisto. Tiro uma mecha de cabelo do rosto dele e beijo-lhe a bochecha.

Mas não ‘a’ bochecha. Foi um pouquinho mais para o lado. O lado da boca... Eu dei um ‘selinho’ no Ryosuke enquanto ele dormia! Percebo que meu rosto fica quente de uma hora para outra e me afasto.

Não consigo mais dormir.

Ryosuke POV:

Tenho uma sensação estranha de madrugada. Boa e ao mesmo tempo familiar...

Eu acho que acordei cedo demais. Ou não. A Nagisa não está deitada e em nenhum lugar visível do quarto. O meu celular diz que são oito da manhã, me levanto e tento descobrir alguma pista de onde a Nagisa está. Quando abro a porta, uma enfermeira esbarra em mim. A mesma que perguntou o que eu era da Nagisa.

— Procurando por ela? — a enfermeira lança um olhar de segundas intenções para mim e fico irritado. Apenas assinto para ela — Ela já está chegando, não se preocupe.

Provavelmente com cara feia, sento novamente na poltrona. Estou cheirando ao hospital e quero tomar um banho. Suspiro. Depois de alguns segundos a menina que estava sumida aparece no quarto. O cabelo dela está meio molhado.

— Bom dia, Ryosuke... — ela cora e eu não entendo o motivo.

— Bom dia.

— A enfermeira disse que eu já estou liberada... — encaro-a. Nunca a vi com o cabelo molhado e ele parece ser mais escuro desse jeito. — Já posso ir para casa.

“Para casa, não é?” , penso.

— Então tá. — respondo me levantando e ficando perto dela. Ela exala um cheiro de sabonete e xampu. Tenho vontade de abraçá-la ou beijá-la e tenho que me controlar — Vou com você.

***

Estamos no caminho de algum lugar. Sinto que ela está apenas me seguindo por dois motivos: ela não quer ir para casa e ela está me acompanhando. Se eu parar, ela para. Percebo que estou guiando-a para a praça perto da minha casa. A mesma em que ela falou para mim sobre sua família pela primeira vez. O silêncio está predominando.

— Isso que dá um príncipe salvar sua princesa. — ela resmunga, embora esteja sorridente.

— O quê? — paro de andar e ela para alguns centímetros na minha frente. Ela me olha e eu encaro-a. O rosto dela fica completamente corado.

— O Big Mac... Eu te “salvei”... — ela faz aspas com a mão e provavelmente não entende o motivo da minha pergunta. Aproximo-me dela.

— “Um príncipe salvar sua princesa”? — dou ênfase na palavra ‘sua’. Sigo a lógica de que ela é o príncipe — Eu sou seu?

A Nagisa não consegue responder e eu dou um sorriso vitorioso. Aproximo-me mais dela e sinto o calor do rubor de seu rosto.

— Não vai me responder? — seguro sua mão, ela se afasta alguns poucos centímetros.

— P-p-por que você seria meu? — pergunta. Ainda estou segurando a sua mão.

Procuro uma resposta válida. Inúmeras alternativas vêm em minha mente e preciso decidir qual falar. Respondo com a voz mais firme que consigo. Não há ninguém na rua. E são apenas 9h.

— Se você é o príncipe e eu sou a princesa — devo ter feito alguma careta quando digo isso, já que a vejo soltar um sorriso — E você falou que o Príncipe salva a sua Princesa... Você está claramente dizendo que eu sou seu. Eu sou seu?

Ela respira fundo. Sei que estou mexendo com ela e acho isso ótimo. Como no hospital da última vez. Como na vez que a beijei.

— E... Se você realmente for meu? — ela aproxima seu rosto do meu, sem nenhuma “malícia”. Ela não faz nem ideia de como isso pode ser perigoso... — Eu seria sua?

Sorrio novamente. Uma ideia passa pela minha mente. Percebo que meu rosto fica corado.

— Você quer ser minha? — puxo-a para mais perto de mim. Eu não consigo acreditar que isso estava acontecendo. Os olhos dela brilham e o cheiro de sabonete e xampu me invade. Pela sua reação, sei o que vai acontecer em seguida. — Nagisa... Você quer ser minha namorada?

Ela me encara.

— Talvez... Posso pensar? — acho que devo ter entristecido um pouco. Logo quando as coisas melhoravam. Ela se afasta. Faz uma cara pensativa por alguns minutos e em seguida me encara novamente. Devo ter feito a maior cara de triste, pois a Nagisa dá um enorme sorriso. — É claro que sim, seu bobo!

Ela se joga nos meus braços e me abraça. Tenho que me manter equilibrado para não cairmos no chão. Quando me equilibro, encaro os olhos dela.

Encaro-a e faço o que quero fazer à um bom tempo. Seguro a cintura dela. Os olhos dela estão brilhando, e sinto que os meus também. Eu podia sentir a respiração dela e seus batimentos cardíacos. Aproximo meu rosto dela – como ela estava calma! — e beijo-a.

Os batimentos dela aumentam. Entre o beijo, alguns sorrisos e mais beijos. Eu não estava feliz. Eu estava apaixonado. Ou amando. Quando enfim, as coisas acabam a Nagisa me encara sorridente.

— Eu te amo.

Dou um enorme sorriso. Puxo-a novamente para beijá-la.

Eu te amo. — respondo e dessa vez, é ela quem me puxa para outro beijo.

Não conto quantos beijos vieram dessa vez. Não me importo com o tempo. Está tudo parado para mim e só me importo no que está acontecendo agora. Seguro na mão dela e seguimos para sei lá onde.

A única coisa na qual penso é na ironia da vida. Eu, que a odiava tanto há uns meses atrás, agora estou aqui, falando que a amo. Sorrio e me aproximo dela novamente, beijando-a de surpresa. Talvez eu farei várias coisas, talvez eu continue o mesmo Ryosuke...

Mas eu sei que não. E eu sinto que eu vou mudar mesmo sem querer. A mão da Nagisa é meio gelada e mesmo assim não me canso de segurá-la.

— Você não vai ficar meloso, não é? — ela ri de mim.

— Não! — respondo — Posso ao menos ficar mais carinhoso? — ela cora.

— P-pode. — dou um beijo na testa dela e vamos andando juntos.

Vou pensando em como eu posso ser uma nova chance. Eu quero cuidar da Nagisa. É irônico, comparado à atos antigos, mas o amor é assim mesmo. Irônico. E isso é apenas um começo. Quero cuidar dela. E tenho mais certeza disso quando o que ela disse para mim se repete em minha mente.

“Eu te amo”.


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Notas finais do capítulo

Não é o fim. Ou é o fim. Não tenho muito o que dizer. Não sou boa em fazer pequenos textinhos de agradecimento e fico repetindo as mesmas coisas sempre (ajudaram e apoiaram, etc etc etc), e sei que vocês devem estar aí, talvez ignorando isso, etc etc. Amo meus leitores, mesmo aqueles que não apareceram ao decorrer da história, e sabe por quê? Por que eu vejo os acompanhamentos, as pessoas marcando como favorito e isso me dá vontade de escrever, já que eu sei que tem alguém que vai ler.
Obrigada por acompanharem,
por comentarem,
favoritarem,
Muito obrigada
obs: sou péssima em textinhos ''cauais'', e ficou gigante, não me segurei, hehe.
Enfim, até o Epílogo :3
Mereço comentários? :v não vou mendigar, mas né :v



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