Um novo amor escrita por Lela


Capítulo 11
Capítulo 10 —


Notas iniciais do capítulo

Me desculpem! Sério, me desculpem mesmo! Eu não irei dizer que estava com bloqueio criativo, porquê parte da reta final da história já está escrita na minha mente, então é mais algo com que me impeça de escrever, de pôr no Word as palavras do capítulo! E eu não abandonei a história, só para deixar claro! Faz um mês e mais alguns dias que eu não posto e eu me sinto muito culpada sobre isso! O capítulo ia ser maior, sim. Iam acontecer várias coisas, mas então eu decidi que ia ser muita informação para apenas um capítulo, e com isso ele foi dividido (em capítulo 10 e 11, que eu ainda não comecei). Espero que aceitem minhas sinceras desculpas, amo vocês e obrigada por acompanharem essa história que fará um ano em outubro *--* (um ano de criação, não no Nyah! e.e)
Enfim, desculpem-me pela enrolação aqui nas notas iniciais, mas é que realmente foi preciso.
Boa leitura



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Nagisa POV:

Um ar sombrio. Macabro. Foi o que eu senti. Meus pais me olharam de um modo tão estranho, que pareciam querer ver minha alma, roubá-la e jogá-la em um lixo.

— Onde você ouviu sobre o Natsu? — meu pai perguntou. Ele estava no meu lado direto, minha mãe no esquerdo e eu na ponta.

— Vocês me contaram. Indiretamente, claro. — eu estava com raiva, muita raiva, e eu necessitava de que eles soubessem — Eu ouço, mesmo que sem querer, todas as brigas de vocês. E vocês já brigaram sobre ele. Sobre a minha guarda! Sabiam que é bom explicar para sua filha que vocês estão se DIVORCIANDO?

Eles me olharam calados. Pela primeira vez na minha vida estava falando com meus pais daquele jeito.

— Quem é Natsu? — repito a pergunta. Olho para eles. Estão completamente inexpressíveis.

— Era o seu irmão — respondeu o meu pai — Ele morreu.

— Morreu? Como?! Por que vocês nunca me falaram sobre ele? Por que vocês disseram que perdeu ele? O que aconteceu?

Eles ficaram quietos. Mandaram eu me acalmar e explicaram que não era uma história tão leve assim para me contarem do nada. Mas, agora eu já sabia, e eles não poderiam esconder mais.

Minha mãe explicou a história toda.

— Natsu tinha dez anos. Era um garoto lindo, gentil e muito amigável, embora tímido. Mas, mesmo quando ele era criança, eu e seu pai, Nagisa, brigávamos muito. Nós não sabíamos, mas ele ouvia tudo e sofria também. Íamos nos divorciar, brigaríamos pela guarda dele. Mas tudo mudou. Quando Natsu tinha onze anos, eu descobri que estava grávida e você nasceu. Você fez eu e seu pai ficarmos juntos e desistimos do divórcio. Achamos que com você, seria tudo diferente. Mas não foi. Seu pai estava com raiva. Ele não me amava mais, queria o divorcio. Eu falei que não era bom, agora tínhamos você. Como eu já disse nada mudou. Nós continuávamos brigando, quebrando coisas, nos batendo, como criancinhas. O Natsu ouvia tudo, e sem aguentar mais, tentou fugir com você. Não deu muito certo, afinal, como um garoto de onze anos e um bebê de quatro meses iriam fugir? A polícia achou vocês. Natsu passou mais um mês conosco. Uma noite, fui chamá-lo para jantar e quando abri a porta do seu quarto... Natsu estava morto. Foi suicídio. Ele deixou apenas um bilhete dizendo: Se eu não posso fugir com a minha irmã, fugirei só dessa vida.

Minha mãe não ama o meu pai. Meu pai batia na minha mãe. Meu irmão se suicidou. Senti-me estranha ali. Eu poderia ter tido uma vida completamente diferente se o meu irmão fosse um pouco mais velho, eu poderia ser realmente feliz vivendo. Eu fui um tipo de super cola que juntou meus pais mais uma vez, embora eles quisessem distância.

— Vocês não me queriam. — falei. Fiquei por minutos remoendo ela informação. Se eu, quando bebê, fui uma cola para os dois, significa que eles só se juntaram por minha causa. — Mãe... Você praticamente disse que meu irmão se suicidou por que eu nasci e causei mais desgosto pra vocês...

— Praticamente isso, Nagisa. — disse meu pai, da maneira mais fria que um ser humano poderia dizer em um momento desses. Senti meu peito doendo. O meu pai, que disse que não iria me deixar com a minha mãe?

— Não! Eu não quis dizer isso, Nagisa! — gritou a minha mãe — Eu queria você! Seu irmão se suicidou por culpa minha e do seu pai! Você só chegou para...

Fiquei encarando-a. Não sei como descrever minha emoção naquele momento. Raiva? Ódio? Tristeza? Não faço a mínima ideia; queria gritar, chorar, espancar o travesseiro, ou apenas abraçar e chorar perto de alguém. Mas fiquei apenas encarando-a.

— Quando você cresceu nos trouxe muita alegria, Nagisa! — falou a minha mãe, tentando apagar o erro de não ter concluído a frase — O problema não foi você! Nós não sabíamos que eu estava grávida, eu quase te perdi, Nagisa! O problema era eu e seu pai. Nós não nos dávamos bem; nós não nos damos bem.

— Já decidimos o que é melhor — explicou meu pai, que se manterá calado nos últimos minutos, após sua frase completamente sem amor — Eu e a Akemi estamos divorciados, já está decidido.

— Com quem ficará a minha guarda? — minha voz quase não saía. Estava abafada, rouca. Passei por muita coisa nas últimas horas, mas isso estava sendo o pior.

— Comigo — respondeu minha mãe sorrindo falsamente — O juiz disse que ficará comigo.

— Estávamos apenas decidindo as últimas coisas. Sua mãe ficará aqui, e eu irei procurar outro apartamento.

— Quando vocês se divorciaram? — pergunto. A vontade de chorar de talvez meia hora atrás estava voltando. Ela já estava dentro de mim a muito tempo. Eu precisava por para fora. Mas agora não, pensei, agora não.

Eles me contaram a história toda. Aproveitaram que eu estava no hospital para começar o processo, e enquanto eu me distraía com a Yuuka, eles aproveitaram. Senti-me usada. Injustiçada. Isso não é uma coisa que pais façam. Pelo menos eu achei que não era.

Eu só precisava daquilo e mais nada. Informação demais! Não consegui dormir. Chorei muito, meu quarto virou um lago de lágrimas. Meu travesseiro estava ensopado. Eu vi o sol nascer e não dormi um minuto sequer.

Levantei-me da cama de dez horas da manhã. Não havia nada que eu pudesse fazer. Minha melhor amiga havia brigado comigo e com o namorado, meus pais estão divorciados, eu estou gostando de alguém, mas não posso ficar junto dele por causa do amigo (no caso, o namorado da Yuuka)... Que tipo de vida eu estava levando?

Tomei banho e me arrumei. Iria tentar ir à algum lugar para esfriar a cabeça. Queria distância de casa por algumas horas. Me divertir era uma opção boa, mas sozinha eu sabia que não ia acontecer. Acabei indo para a praça.

Quando me sentei no balanço, lembranças que ocorreram naquele local vieram à mim. Quando o Ryosuke descobriu o que acontecia comigo, a Nagizinha... Meu Deus! A Nagizinha! Ela ainda estava com o Ryosuke? Sorri.

— Yamano Nagisa? — era a voz de um garoto. Olhei para os lados e vi aquele cabelo loiro, os olhos castanhos e um sorriso de arrasar corações de meninas idotas.

Gelei completamente. Eu estava estranha. Principalmente depois de uma noite de chororô e nenhum pingo de sono.

— Kazumi.

— Nagisa! Que coisa boa te ver! — ele disse sorrindo e sentando no balanço ao meu lado — Eu queria mesmo falar com você... Sobre aquele dia.

Aquele dia para mim, além de ser o dia em que o Kazumi tentou me beijar, foi o dia do surgimento do nome Natsu na minha vida. Não eram lembranças boas — em nenhum dos lados — E eu não queria ter que relembrá-las. Falei para ele começar a falar, e ele começou.

— Eu não sou egocêntrico... Quer dizer, um pouco, mas é porque eu me acostumei a ter muitas garotas ao meu redor! — ele tentou se explicar, mas não estava ajudando muito (e eu não queria saber se ele é ou não egocêntrico) — Eu estava sempre em busca da garota certa... Na qual eu me apaixonasse e tentasse conquistá-la! Então você apareceu...

— Você está dizendo que gosta de mim? — interrompi-o.

Era meio ridículo isso. Eu não fiz nada para o Kazumi se sentir desse jeito em relação à mim. Fora que eu dei um fora nele, sem nem mesmo ter ideia disso. Ele é bonito sim, muito. Mas do que vale um garoto bonito, se não presta?

— Sim... Mas o problema foi que, sempre as meninas estavam correndo atrás de mim, e quando você apareceu, foi toda diferente delas. Isso chama atenção, embora não pareça. E, você foi a primeira pessoa que fez isso! Que chamou realmente a minha atenção. E eu, inexperiente, não soube como conquistar você... Nagisa, me dá mais uma chance?

Eu sorri porque era impossível isso acontecer. Mas eu não sorri para ele ver. Foi um ato que só eu sei.

— Talvez eu não seja a garota certa — falei — Sabe... Eu sou só a primeira pessoa que te chama a atenção. Primeiras de muitas! Eu não ‘joguei charme’ em você, nem diferente. Eu fui uma pessoa normal, Kazumi. Você é um garoto normal, a única diferença é que você tem várias garotas te cercando. Talvez eu tenha vindo pra te avisar que seu mundo não pode ser só aquelas garotas que te cercam. Há outras garotas lindas, sonhadoras e românticas esperando o príncipe encantado delas. E você pode ser o príncipe de uma delas. Mas talvez não o meu... Talvez eu já tenha o meu.

A minha última frase tirou um sorriso do meu rosto.

— Ryosuke? — ele disse com um sorriso meio estranho.

— O quê?

— O Kouha Ryosuke. É ele o seu possível príncipe?

Sorri e disse que talvez. Ele me olhou confuso; eu não diria. Na verdade, nem eu mesma sei.

— Talvez você esteja certa. — ele disse se levantando e vindo em direção à mim. — Obrigado.

Bagunçou o meu cabelo e foi embora. Fiquei só novamente. Eu já esperava que isso fosse acontecer, mas não tão rápido. Eu não queria ficar só novamente. Nunca fui acostumada com a solidão. Sempre tive pessoas ao meu lado. Por que agora tudo estava virando de cabeça para baixo?

Levantei-me. Não havia nada para fazer ali. As coisas que aconteceram ontem em remoíam a cada minuto. E eu estava com medo de ficar tão fraca que tinha medo de desmaiar enquanto ia para algum lugar. Que lugar, exatamente? Não sei.

Quando percebi onde estava, sorri apreensiva.

***

Eu estava batendo à porta por mais de vinte minutos. Deveria ter parado de bater nos primeiros cinco minutos, mas eu precisava falar com a Yuuka. Cansei. Não queria ficar me matando pra falar com ela, fora que eu estava fraca. Levantei-me e fui em direção ao elevador, quando brutamente uma garota de cabelos castanhos escuros me derrubou no chão.

— Nagisa? — Olhei para o lado e os olhos frios de uma garota me encaravam fixamente.

Estávamos sem reação.


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Notas finais do capítulo

Ah sim! Eu ia fazer um POV do Ryosuke também, mas não foi possível... e.e!
Acho que o POV dele será no próximo capítulo, embora comece com a Nagisa, como sempre. Ela tem seus maiores problemas para resolver!
Ah! Eu não sou de cobrar review, nem vou cobrar agora, mas queria saber o que vocês acharam sobre a história trágica do Natsu... :) Até a próxima e tentarei não demorar tanto!
E desculpem também se houver erros de português! Estou agoniada ultimamente e.e!



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