Beijos Letais escrita por WhiteKiller


Capítulo 8
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

FINALMENTE ESTOU DE VOLTA!! graças a Deus o Nyah! voltou, estava morrendo de saudades de postar. Ufa! Fiz muitooos capítulos, estou prontinhos para serem postados. Aqui está um. Espero que gostem e comentem!



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Eu estava no quarto de Peter sentada em uma cadeira de madeira que machucava as minhas costas, o vestido bufante incomodava, e era pesado demais. Ele estava muito machucado o corte tinha sido pior do que eu pensava, nada fatal, mas devia estar doendo muito precisava dar um jeito nele, mas não iria conseguir fazer nada com aquele vestido. O resto dos assassinos, Marcos, Laura, Jasper e Leo responderam seus nomes como duques respectivamente, Manuel Cornemi, Marzia Curpe, Felix Armagon e Anthony Giusep. O remédio que eu tinha passado em Jasper era um forte estimulante que fazia com que as células trabalhassem mais rápido para a reconstrução de tecidos, era extremante difícil de fazer, eu tinha mais cinco potinhos com esse remédio. Usei-o em Jasper pois ele estava em situação mais crítica. Então hoje ele estava quase completamente bem.
“Desculpe chegar numa hora tão inadequada, não sabia que Jonh estava assim. Mas, eu fiz alguns cursos de enfermagem, se quiserem eu posso ajudar , eu tenho alguns remédios para primeiro socorros comigo.” Jasper e Marcos eram os únicos no quarto comigo.
“Você pode ajuda-lo? Nós tentamos de tudo! Qualquer ajuda é bem-vinda.” Marcos exclamou.
“Sim, posso tentar, mas não parece nada muito fácil de se fazer. Eu preciso só de uma roupa mais confortável, será que um dos senhores tem alguma coisa do gênero?” esperei uma resposta.
“Nós providenciaremos essas roupas.” ele se curvaram levemente para mim.
“Eu vou para o meu quarto buscar os medicamentos.” sorri para eles e me levantei saindo do quarto.
Sorri para Laura que retribuiu com a mesma alegria, eu me retirei do quarto e fui diretamente para o meu quarto perto dos estábulos. Eu já havia trazido algumas coisas para o castelo, faltavam duas noites para o baile eu precisava arranjar mais um corpo para manter a minha promessa aos mercenários, vai ser complicado. Eu andei pelos corredores de pedra polida, de dez em dez metros colunas esculpidas como estátuas enfeitavam os dois lados das paredes, o pé direito era alto, mas mais baixo do que o do castelo anterior, as pedras polidas não me dariam chances de usar a escalada como opção de fuga, mas as estátuas tinha quinas sobressalentes o suficiente para eu subir até o topo o problema era a distancia entre elas. O que poderia ser usado ao meu favor era a confusão de corredores, eu consigo decorar caminhos muito facilmente, e este castelos tem muitas esquinas, portas, e corredores, é tudo muito confuso.
Enquanto pensava nisso, dei de cara com Julie.
“O que está fazendo aqui Julie?” eu perguntei.
“Ah, nada.” ela ruborizou.
“Você vai ver o Jasper?” ela brincou com uma pedrinha solta no chão com o pé.
“Talvez...” eu passei a mão no topo de sua cabeça.
“Daqui a pouco eu estou indo para lá, vou cuidar do Peter.” ela sorriu e continuou andando sem dizer mais nada.
Virei um corredor e o som do relinchar dos cavalos invadiu meus ouvidos, segui até o final e abri a última porta entrando no meu quarto. Estava tudo arrumado, Julie colocou tudo nos seus devidos lugares. Fui até o meu baú, peguei a chaves de dentro de meu sapato e abri-o, as minhas armas estavam lá, assim como minha roupa, e também meu kit de primeiros socorros. Tinha agulhas e linhas, para pontos, seringas, além de remédios de tudo quanto era tipo. Peguei o mais importante, unguento, as agulhas, as linhas e alguns remédios mais leves além de curativos.
Corri de voltar para o quarto de Peter com uma bolsa cheia de remédios na mão. Bati na porta que abriu quase de imediato. Jasper e Julie “conversavam” sentados no sofá no canto do quarto, Laura estava sentada na mesa de jantar no outro comodo, e Marcos sorria para mim segurando uma roupa preta que deveria servir.
“Aonde conseguiu essas?” peguei-as na mão, eram as roupas de assassina de Laura com certeza.
“Pedimos aos criados que trouxessem roupas para nós.” eu sorri agradecendo.
“Posso?” apontei para a porta que levava para o quarto do Peter.
“Sim, claro.” ele abriu a porta para mim, e eu entrei rapidamente. Ele ficou lá parado me olhando.
“Licença por favor.”
“Desculpe, desculpe. Estou indo.” ele saiu do quarto e fechou a porta.
“Não entre, ele vai gritar, não entre, você não vai gostar do que você vai ver se você entrar.” ele assentiu meio assustado.
Ele saiu e fechou a porta atrás dele. Respirei fundo algumas vezes, tirei aquele enorme vestido e o coloquei num canto do quarto, coloquei a roupa preta de Laura que ficou um pouco apertada, coloquei as coisas da bolsa na mesa ao lado da cama. Ele estava sem camisa, mas tinha um lençol sujo de sangue embaixo dele. Abri a bolsa e arrumei tudo em cima da mesa ao lado da cama. Peguei um pano limpo e coloquei um desinfetante nele, passei suavemente o pano, o que fez ele tensionar os músculos e puxar o braço para mais perto de seu corpo. Eu ia ter que amarrar ele na cama. Eu não queria fazer isso, mas eu preciso.
Eu tinha uma faixa na mala, peguei-a, não queria usar ela mas não tive tempo de pensar, peguei seu braço e o amarrei na cama com um nó que seria quase impossível de ser tirado, assim fiz com a outra mão e os seus pés. Puxei uma cadeira para perto da cama e me sentei, respirei fundo e peguei novamente o pano, passei pelo braço perto do corte limpando o sangue a sua volta, ele gemeu de dor e começou e se mexer, mas as faixas o seguravam. Consegui limpar o excesso no seu braço, eu podia ver o corte, qual era a profundidade dele e a gravidade. Era muito fundo, mais um pouco poderia ver o osso, precisaria costurar aquele corte, e ele sentiria muita dor.
Olhei para Peter e tirei o cabelo de sua testa suado, ele estava com uma aparência pálida e cansada.
“Desculpe Peter.” eu acariciei seus cabelos “eu não queria machuca-lo” falei baixo para as pessoas da outra sala não ouvirem.
Voltei a mim mesma e peguei o unguento, abri a tampinha e passei o dedo indicador na pasta esverdeada e suavemente comecei a passar sobre a ferida ele gemeu de dor, sua cara foi alterada pela dor, seus músculos estavam todos tensionados, as faixas talvez não aguentassem. Peguei a agulha e a linha, limpei as duas com um novo pano com um pouco de líquido desinfetante, passei a linha pelo buraco minusculo da agulha e fiz um pequeno nó no final do fio. Fechei os olhos por um instante, me preparei para o que estava por vir, muitas poucas pessoas sabiam fazer o que eu estava prestes a fazer, a costura dos Assassinos do Norte, eles eram os melhores, faziam o melhor trabalho, mas havia um preço a se pagar, a dor, dizem que é uma das piores dores que um homem pode sentir em sua vida. Mas, os resultados valem a pena.
Abri os olhos e apoiei minha mão livre em seu braço e comecei o trabalho, não é uma coisa bonita de se descrever, Peter começou bem, mas não durou muito tempo, primeiro os gemidos, depois as caras de dor, e então o grito agoniante, um grito estridente e doloroso, um grito que você sabe o que significa, dor. Lágrimas rolavam de seus olhos, ele ainda estava desacordado, mas mesmo assim sabia da dor que estava sentindo, e eu já tinha enfrentado essa dor assim como ele, os gritos não cessaram depois que eu terminei, a dor duraria mais uma meia hora, mas eu não iria aguentar esses berros de desespero. Precisava terminar o trabalho. Puxei da bolsa um curativo, um pedaço de pano fino e que poderia ser cortado, coloquei em cima do corte passando antes um pouco mais de unguento, e então peguei uma faixa longa e de largura média e enrolei em seu braço.
Eu odeio fazer esse procedimento de costura, parece que a dor dele passou para mim, eu estava exausta tanto fisicamente quanto psicologicamente, esperei alguns instantes antes de levantar, respirei e inspirei relaxando a minha excitação, as lágrimas ainda rolavam solta, chequei o pulso de Peter, e sorri comigo mesma sabendo que ele estava vivo, e que estava em condições um pouco melhores, ele iria sobreviver.
Ele começou a tremer, a ter pequenos espasmos, bosta, o veneno na lamina do Chakram! Como eu podia me esquecer disso! Cavuquei a minha mala até encontrar o que eu estava procurando, um antídoto, várias pilulas de cor alaranjada residiam no fundo de um pequeno potinho, peguei uma e enfiei na gargante de Peter, ele tossiu algumas vezes, mas logo ele engoliu, e lentamente os espasmos foram parando.
Marcos arrombou a porta do quarto.
“O que está acontecendo aqui?” ele gritou.
“Cale a boca, você deveria estar me agradecendo, não gritando comigo, eu falei para não entrar.” ele olhou para as minhas mãos sujas de sangue “Tome conta dele, ele não vai ficar muito bem se não se alimentar” ele ainda gemia de dor.”
Me levantei com dificuldade e me apoiei na parede, minhas pernas estavam bambas, não me importava em sair com a roupa de Laura no quarto onde haviam vários desconhecidos, o que seria uma infimidade para uma duquesa como eu, mas que se dane.
Abri a porta com dificuldade, gotas de suor escorriam pela minha testa. Laura, Jasper de mãos dadas com Julie e Leo me encaravam esperando o meu relatório, Marcos me seguiu bem de perto.
“Ele está bem” fechei a porta e desabei me sentando apoiada na parede “as técnicas de enfermagem que eu aprendi são uma das melhores, mas o que acabaram de ouvir é o preço que se paga por elas.” fechei os olhos apoiando a cabeça contra a parede.
“Vivian! Você está bem?” eu ri da pergunta de Julie.
“Não.” sequei as lágrimas “Odeio ter que ouvir os gritos de dor, me faz passar mal.”
“O que podemos fazer para te ajudar?” Laura se ajoelhou ao meu lado.
“Cuidem bem dele, eu fiz a minha parte.” me levantei com dificuldade “Vamos Beatrice, quero descansar.” ela assentiu e me deu apoio.
“O que podemos fazer para agradecer?” Marcos perguntou.
Comecei a pensar sobre o assunto, eles tem poder suficiente nas cidades para libertar Lucas, mas isso ficaria muito suspeito, eu posso pensar sobre o assunto.
“Pedirei na hora necessária. Você ficam me devendo essa. E não seja tão grosso da próxima vez querido” sorri e acenei com a cabeça.
Eu e Julie saímos pela porta, ficamos no nosso típico e reconfortante silencio, era por isso que eu gostava tanto de Julie, porque o silencio não era constrangedor com ela, era bom, era a prova de nossa amizade, nós não precisávamos de palavras para nos entender, precisávamos da presença uma da outra, ela era minha melhor amiga, e minha companheira. Ela era o meu pequeno ponto de paz particular.
Sorri perdida em meus pensamentos, já estava dentro do quarto sem as roupas de Laura e com as confortáveis camisolas das duquesas, eu precisaria dar um jeito na promessa que eu fiz para os mercenários, eu precisaria matar alguém, talvez eu poderia arranjar outra coisa para fazer com eles esta noite, talvez uma desculpa, uma mentira, ou uma apelação, um aviso... Eu não tenho forças para conseguir “matar” outra pessoa. Faria outra visitinha hoje de noite... Deitei na cama e comecei a cochilar.


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Notas finais do capítulo

Comentem e obrigado por lerem.