Apanhador De Medo escrita por Ju Mikaeltelli, Beatriz Hunter


Capítulo 5
Azazel


Notas iniciais do capítulo

Neste capitulo vamos conhecer um pouco sobre Azazel. Prontos? Boa leitura!



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Rebecca suspirou entrelaçando as duas mãos na mesa. Enquanto se ajeitava na cadeira os pedidos chegaram. Chester agradeceu a garçonete afobada que quase desmaiou com a piscada de olho que ele lhe lançou. Muito galanteador da parte de Chester, Rebecca se limitou a revirar os olhos. Podia comentar algo, mas decidiu cumprir logo sua promessa.

– Bem... Eu tinha recém chegado a Berlim. Eu conheci algumas... Pessoas como eu. Decidi me juntar a eles. Algo estava causando certo incomodo nesse grupo, uma série de assassinatos na cidade com características semelhantes. Parecia trabalho de um apanhador.

Ela deu uma mordida no croissant enquanto Chester processava a primeira parte da história, mas não disse nada, deixou Rebecca continuar.

– Estavam investigando para chegar até esse tal apanhador. Uma noite eu acordei ouvindo a porta bater no andar de baixo da casa em que vivíamos. Decidi descer para ver o que causava tanto alvoroço.

Um homem de cabelos curtos e castanhos, com a barba perfeitamente feita fitava o chão enquanto era segurado por Troy, o loiro de descendência canadense. Rebecca parou na ponta da escada observando a cena. Max, que poderia ser considerado o macho alfa do bando por ser o mais velho, ele havia chego à idade que os apanhadores de medo passam a não envelhecer mais, andou em direção ao homem que permanecia calado sem tentar nenhuma reação.

– Então... Quem é você? – ele sondou o homem, o observando. – Você pode trazer muitos problemas para nós se continuar fazendo essa bagunça na minha cidade.

Ele levantou os olhos para Max.

– Eu não sabia que Berlim tem dono. – eles falavam em inglês, mas pelo sotaque percebia-se que ele era alemão. No fim ele sorriu torto, debochado. Realmente não sabia com quem estava se metendo.

Max fechou a cara por um instante, mas só por um instante, pois no outro acertou um soco no rosto do homem arrancando sangue das narinas dele. Troy foi pego de surpresa e quase não conseguiu segurá-lo em pé. Max poderia ter arrancado a cabeça dele naquele momento, mas era controlado, por isso era o líder, mas tinha que impor respeito.

– Não importa, eu vou descobrir de qualquer jeito. – ele disse sorridente - Leve-o para o porão. – ele ordenou a Troy que assentiu e puxou o homem uma vez para que ele andasse. Ele encarou Rebecca quando passou por ela, o sangue escorrendo para sua boca. Ela permaneceu séria e desviou o olhar.

– O que eles pretendiam com ele? – Chester perguntou curioso, apoiando um pouco seu corpo sob a mesa.

– Não posso contar essa história sem os detalhes. – Rebecca explicou.

– Desculpe. Acho que ser detetive não ajuda. – ela sorriu por um instante.

– Então... O que você pretende fazer com ele? – Rebecca perguntou a Max com os braços cruzados.

– Você ainda está de pé? – ele se aproximou dela com um copo na mão. – No momento só descobrir o nome dele, o que não vai demorar muito.

– E depois? Matá-lo? – ela foi direto ao assunto.

– Apenas se ele merecer. – Rebecca suspirou. – Ele é um dos nossos... Mas vem causando muita confusão querida.

– E se eu... Ensiná-lo a ser mais discreto? Você sabe que sou uma ótima professora. – ela disse convencida.

– Eu não sei se é uma boa ideia. – ele bebericou o whisky olhando nos olhos dela.

– E com minha incrível capacidade de persuasão, eu consegui que Max me desse passe livre para ensiná-lo. – ela disse para Chester.

– O nome dele é Azazel Friedrich. – Lana comunicou a Max cautelosamente, e esperou por sua reação. Rebecca estava com as pernas cruzadas em uma poltrona, curiosa.

– Friedrich? Você tem certeza? – Max parecia não acreditar. Levou à mão a boca quando Lana assentiu que sim, tinha certeza.

– Você acha que pode ser o filho dele?

– Eu não sei, casos como esse são raros. – a curiosidade de Rebecca aumentava. Quem era aquele homem? – Alguém tem que interroga-lo... Eu estou fora de questão.

– Eu posso interroga-lo. – Lana se ofereceu. Rebecca permanecia calada.

– Não... Alguém como... Rebecca. – ele apontou levemente com a mão a mulher.

– Mas eu não sei nada sobre Azazel Friedrich. – ela respondeu automaticamente.

– Mas você sabe ser persuasiva. – ele sorriu para ela. – Você não queria ajuda-lo? Comece com isso.

– Rebecca, a madre Teresa de Calcutá sobrenatural. Quem diria... – Chester riu da situação. Ela revirou os olhos.

– Cala a boca. – ela cuspiu as palavras. – Você quer ouvir a história ou não? – ela disse o fazendo levantar as mãos em rendição. Cruzou os braços demonstrando que iria ficar calado, mas um sorriso ainda brincava nos seus lábios quando ela voltou a contar a história.

O porão era mal iluminado e úmido, o que revirou o estomago de Rebecca que descia as escadas para ir de encontro a Azazel. Ele estava amarrado em uma cadeira bem embaixo de uma das poucas lâmpadas que tinha ali, ainda estava sujo de sangue, não podia esperar um tratamento melhor depois de sua indiscrição com o macho alfa. Ele fora dopado pra não ouvir o que se falava na casa, mas foi avisada que o efeito já deveria ter passado. Aproximou-se dele silenciosamente, obviamente ele já devia ter percebido sua presença.

– Você pode ficar me estudando o tempo que quiser... Eu não ligo. – ele levantou seus olhos lentamente para Rebecca e deu um sorriso, mas ela permaneceu séria, estudando cada expressão dele. – Mas isso é um pouco rude. Você sabe meu nome, mas eu não sei o seu.

Claro que ele sabia que já haviam descoberto seu nome, não era algo muito difícil de deduzir.

– Eu sou Rebecca. Eu posso te salvar ou te jogar de um abismo... – ela se aproximou abaixando um pouco, seu rosto ficou bem próximo do dele. – Vou te dar a oportunidade de escolher. Considere-se privilegiado.

– Você não parece que é capaz de me jogar de um... Abismo. – ela sorriu pela primeira vez.

– Você não me conhece. – ela levantou seu rosto para lhe olhar de cima.

– E nem você me conhece. – ele ficou sério.

– Mas é você que está amarrado em uma cadeira, não eu... Então, o que você escolhe?

– Ele escolheu obviamente ser salvo, se escolhesse ao contrário não estaria vivo. – Rebecca explicou.

– Wow – Chester exclamou. – Então você salvou Azazel Friedrich?

– Sim... – ela disse calmamente.

– Agora eu entendo sua indignação pela falta de consideração dele. – ele bateu a mão de leve na mesa chamando a garçonete e pedindo a conta. – Chega de falar de Azazel.

Não tinha noção de quanto tempo tinha ficado naquela cafeteria. Avistou um relógio com bordas vermelhas pendurado na parede de azulejos atrás do balcão que marcava 13 horas.


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Notas finais do capítulo

Eu tenho um amor por cada personagem dessa história, mas a Rebecca, Chester e Azazel são especiais *-* Me deixe saber se estão gostando.



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