Paulina ficou ainda um tempo sozinha na sala, pensativa... Como Carlos Daniel tinha coragem de pedir uma coisa dessas a ela depois de tudo que fez? Perguntava-se incrédula enquanto seu coração ainda martelava no peito.

Era difícil vê-lo depois de tudo que viveram juntos, depois de sua desconfiança sem fundamentos, depois da forma fria com que ele a tirou de sua vida.

– Mona! Paulina ouviu Michel Chamar. – Como foi com o Carlos Daniel? Perguntou Michel enquanto se sentava ao lado da amiga no sofá.

– ele quer que eu volte com ele para a mansão Bracho, Para fingirmos que ainda estamos casados, Michel! Disse Paulina o olhando em busca de ajuda.

Paulina sentia uma grande confusão dentro de seu coração... Vovó Piedade havia se tornado uma pessoa importante em seu coração, mas não poderia mentir para ela... E mais que tudo não poderia ficar perto de Carlos Daniel.

– sim! Disse Michel fazendo uma grande Pausa. – eu sei! Disse a olhando. – O Carlos Daniel me contou o que iria te pedir! Explicou quando Paulina o olhou confusa.

– O que eu Faço Michel? Perguntou Paulina o olhando suplicante, em busca de um conselho de seu grande amigo.

– Somente você tem a resposta para essa pergunta! Disse Michel lhe dando um pequeno sorriso enquanto a abraçava.

– Eu não sei o que fazer! Disse Paulina com a voz embargada. – Penso na vovó... Mas... Penso em mim! Disse confusa. – Estou sendo uma egoísta, não estou? Perguntou o olhando.

– Claro que não! Disse Michel lhe sorrindo. – Carlos Daniel saberá entender sua decisão! Disse a olhando nos olhos.

– mas a vovó esta morrendo... E tenho medo de como ela pode reagir com a verdade sobre eu e Carlos Daniel! Disse Paulina enquanto mexia as mãos agitada.

– ai, amiga... Como queria ter a resposta certa para te dar! Disse Michel a olhando com preocupação. – Mas infelizmente não tenho e qualquer que seja sua decisão existira conseqüências! Disse a olhando. – Mas eu estarei a seu lado... Sempre! Disse lhe dando um sorriso.

Paulina e Michel ficaram um bom tempo apenas ali, na companhia um do outro em completo silencio, a cabeça de Paulina apenas dava voltas... Aceitou ou não aceito? Perguntava-se Paulina...

– Mona... Tenho que ir... Meu voou sai dentro de 1 hora! Disse Michel se colocando-se de pé.

E antes que paulina pudesse dizer alguma coisa Michel a interrompeu...

– Fique ai... Você tem muito que pensar! Disse a abraçando. – te ligo assim que chegar à Espanha! Disse sorrindo. – Fica bem amiga!

Paulina e Michel se despediram e Paulina ficou sozinha naquele apartamento cheia de perguntas, duvidas... Mal se deu conta das horas passando.

Paulina se alimentou mal, dormiu mal... Não sabia o que fazer, tinha medo de tomar a decisão errada. E o dia já amanhecia quando finalmente conseguiu pregar os olhos ainda sem uma resposta definitiva para sua duvida.

==== Manhã seguinte ====

Paulina acordou com a soar insistente da campainha... E ainda sonolenta vestiu seu robe e seguiu ate a porta...

– Bom dia... Paulina! Disse Carlos Daniel a olhando dos pés a cabeça.

Mesmo já a tendo visto acordar por diversas vezes não pode deixar de sorrir com sua aparecia bagunçada, mas encantadoramente linda, observá-la quando acordava era uma de suas tarefas favoritas pelas manhãs.

–B-bom Dia! Disse Paulina o olhando seriamente. – entre... Eu vou me trocar e volto já! Disse Paulina lhe dando Passagem e assim fechando a porta.

Paulina deixou Carlos Daniel na sala e seguiu mais que depressa para o quarto... Arrumou-se o mais rápido que pode, mas de uma forma mais casual.

– Pronto! Disse entrando na sala. – quer alguma coisa? Uma água, café? Perguntou nervosamente já que não sabia o que falar.

–Não... Obrigado! Disse sorrindo ao notá-la desconfortável.

Carlos Daniel tinha passado horas bem difíceis também enquanto esperava que Paulina tomasse uma decisão... E depois de vê-la só conseguia pensar nos momentos que tivemos juntos, ainda a amava... Não podia negar a amava mais que tudo, mesmo tendo feito tudo para tirá-la de seu coração... E quando viajou para a Inglaterra para buscá-la achou que tinha conseguido, mas ao vê-la... Seu coração acelerou, não tinha como negar seu coração ainda batia forte por ela.

“Porque ela tinha que fazer isso comigo? Porque tinha que me trair assim?” se perguntava enquanto a olhava em silencio. “Deus, porque ainda é difícil de acreditar que ela tenha me traído? Mas eu a vi!” pensava.

– ah... Vim mais cedo porque não posso mais esperar por um resposta! Disse Carlos Daniel quebrando o silencio entre os dois.

– R-resposta? Perguntou Paulina se levantando agitada.

– Você aceita ser minha esposa de mentira? Perguntou se colocando de pé a olhando com expectativa.

Paulina permanecia de costas para Carlos Daniel enquanto seu coração batia ainda mais forte... O que responder? Perguntava-se... Mas então enquanto se fazia diversas perguntas a imagem do olhar de Carlos Daniel quando a expulsou de sua casa, quando a acusou de esta tendo um caso com o homem que mais odeia nesse mundo lhe veio à mente, e as diversas noite que passou chorando... E o momento que era para lhe trazer grande felicidade lhe trouxe apenas angustias medo... E se não fosse Michel para ajudá-la não saberia dizer o que seria dela e do ser que estava carregando em seu ventre, pensava Paulina enquanto tinha as mãos na barriga onde guardava seu único tesouro, o fruto do amor que sentia por Carlos Daniel...

– Não! Disse ainda de costas com a voz tremula. – Não aceito! Confirmou sua resposta virando-se para olhá-lo.

Carlos Daniel a olhou em silencio, enquanto tentava compreender o significado de suas palavras... Ela não havia aceitado. Não entendia porque se sentia assim com sua negativa.

O silencio que se instalou naquela sala foi quebrada pelo som do celular de Carlos Daniel e ao pegar o aparelho e ver que se tratava de Rodrigo, Carlos Daniel engoliu em seco e atendeu a chamada.

– Oi Rodrigo! Disse enquanto andava agitado pela sala... Como diria ao irmão que não voltaria com Paulina para casa? Perguntava-se enquanto tentava encontrar um meio de dizer ao irmão.

– ela aceitou? Perguntou Rodrigo nem ao menos respondendo ao cumprimento do irmão.

– Não... Ela não aceitou! Disse Carlos Daniel enquanto olhava Para Paulina.

– A convença Irmão... A vovó só pergunta por vocês e... Dizia, mas parou no meio da frase. - A vovó quer falar com vocês! Disse Rodrigo mudando Rapidamente a forma de falar.

– Me dê apenas um instantes Rodrigo, me ligue em 5 minutos! Pediu e nem esperou pela resposta do irmão e desligou o telefone.

– A vovó quer Falar com a gente! Disse Carlos Daniel a olhando seriamente.

– Não quero Falar... Só quero que você vá embora! Pediu Paulina o olhando enquanto tentava de todas as formas possíveis não chorar.

– Paulina... Por favor... Não se recuse a falar com a vovó pela raiva que sente de mim! Pediu a olhando nos olhos. – por Favor! Pediu lhe estendendo o celular para que pegasse.

– Não tenho raiva! Disse paulina o olhando. – magoa talvez... E só quero poder seguir com minha vida, longe dos bracho, longe de você! Disse seriamente.

E antes que Carlos Daniel pudesse dizer alguma coisa o celular tocou em sua mão... Paulina olhou Para o aparelho sem saber o que fazer como poderia falar com dona piedade e dizer que não voltaria para a mansão bracho, não poderia fazer isso...

– Eu não posso! Disse Paulina dando as costas para Carlos Daniel.

Carlos Daniel atendeu ao celular sentindo um nó em sua garganta, o que diria a sua avó?

– Oi vovó! Disse tentando manter a voz firme. – estou bem, não se preocupe! Dizia enquanto observava Paulina andando de um lado a outro de forma nervosa.

– A Paulina? Disse Carlos Daniel a olhando.

Paulina ao ouvir seu nome o olhou esperando ouvir a desculpa que daria a dona piedade por ela não atende-la.

– Ela... Não pode atender vovó! Disse olhando Paulina nos olhos. – ela... Esta ocupada... Não vovó... Esta tudo bem, não se preocupe... Volto hoje mesmo! Disse tentando se manter calmo.

– deixa eu falar com ela, Carlos Daniel! Disse Paulina se aproximando dele.

Carlos Daniel lhe entregou o telefone e enquanto paulina respirava fundo levou o aparelho ao ouvido e tentando não cair em lagrimas atendeu a senhora Bracho.

– O-oi vovó! Disse Paulina a cumprimentando.

– Paulina Minha filha! Disse vovó do outro lado mostrando-se animada ao ouvir a voz de Paulina.

– como a senhora esta? Perguntou, mesmo sabendo que a vovó piedade não estava nada bem com seu triste destino.

– Estou bem minha filha, te esperando... Quero muito conversar com você! Disse a senhora.

Paulina permaneceu em completo silencio... Não poderia fazer aquilo, não poderia dizer a senhora que não iria vê-la... Não poderia contar a verdade... E enquanto ouvia dona piedade chamá-la sem obter uma resposta as lagrimas que muito lutou para controlar desciam por seu rosto.

– Eu não posso dizer a ela que não vou! Disse Paulina entendendo a Carlos Daniel o celular.

– Eu não direi a ela! Disse Carlos Daniel não pegando o aparelho em sua mão. – diga você mesma! Disse seriamente se afastando.

E soluçando paulina colocou o aparelho em seu ouvido... Dona piedade ainda a chamava.

– E-estou aqui v-vovó! Disse Paulina soluçando.

– Por favor, Não chore! Disse dona piedade do outro Lado em tom preocupado. – Não quero que chorem, quero apenas que esteja a meu lado quando tudo acontecer! Pediu dona piedade.

– Vovó eu não vou... Dizia, mas deixou a frase morrer sem conseguir terminar. E foi tomada por um choro descontrolado... ao fundo podia ouvir a vovó piedade tentando acalma-la... era Paulina quem devia dar força a vovó e não ao contrario.

– Não vai? Aonde? Perguntou dona piedade em tom confuso.

– N-não vou Poder... Tentou mais uma vez e mais uma vez não podia continuar. – N-não vou poder continuar falando... porque tenho que fazer minhas malas, o voou sai daqui a pouco! Dizia paulina enquanto sentava-se no sofá, não agüentando mais se sustentar... – preciso vê-la, Preciso tanto... quero muito te dizer uma coisa! Disse com a voz embargada.

Paulina Podia sentir o olhar de Carlos Daniel sobre si e não se atreveu a olhá-lo... Podia ouvir a felicidade de dona piedade em saber que em algumas horas estaria com todos reunidos em sua casa...

Depois de conversarem mais um pouco se despediram e Paulina caiu em um choro descontrolado... “Como vou poder agüentar isso meu deus?” se perguntava Paulina enquanto chorava pouco se importando com a presença de Carlos Daniel.

– Paulina... Você esta bem? Perguntou Carlos Daniel se ajoelhando em sua frente enquanto colocava sua mão de forma receosa nas costas de Paulina tentando acalmá-la.

– Não encoste em mim! Disse o olhando em meio as lagrimas. – vou com você, pela vovó e quando tudo isso acabar nunca mais quero saber de qualquer um de vocês! Disse Paulina o olhando nos olhos.

Carlos Daniel ficou surpreso com seu tom, e vendo seus olhos vermelhos pelas lagrimas começava a compreender que o que Paulina sentia por tudo que aconteceu era ainda mais profundo do que imaginava... “ Deus, porque reage assim?” pensava enquanto a olhava com surpresa. “Não posso ter me enganado, a vi beijando o Douglas!” pensava sem conseguir desviar o olhar do mulher tremula e aos prantos em sua frente.

Carlos Daniel pegou um copo com água para paulina e então permaneceu sentado no outro sofá esperando que Paulina se acalmasse. Quando a notou mais calma, decidiu que era hora de ir para o hotel arrumar suas coisas para a viagem.

– Passo aqui dentro de 2 horas para irmos para o aeroporto! Disse se colocando de pé.

– Não é necessário eu sei o caminho! Disse ríspida enquanto secava seu rosto e se colocava de pé entregando a ele o celular que ainda esta com ela.

– Esta bem... Como quiser! Disse a olhando. – Paulina... Quero te agradecer, sei que não é fácil... Dizia, mas Paulina o interrompeu.

– Não... Você não tem que me agradecer nada, não faço por você, Faço pela dona piedade que não tem culpa de nada! Disse seca enquanto seguia ate a porta e a abria esperando que Carlos Daniel fosse embora.

– de qualquer forma quero agradecer pelo que esta fazendo pela minha avó! Disse a olhando.

Paulina nada disse e quando Carlos Daniel passou pela porta, Paulina a fechou rapidamente, encostando-se a ela e assim caindo em lagrimas...

Em algum lugar dentro de si arrumou forças para seguir ate o quarto onde arrumou suas coisas para a viagem... E enquanto tentava pensar que dona piedade precisava dela, não podia deixar de pensar que Carlos Daniel estaria La, o amor de sua vida, o homem que a magoou, o pai de seu filho...

Paulina se assustou com a campainha tocando e secando o rosto foi atendê-la...

– eu não disse que iria sozinha para o aeroporto? Perguntou Paulina ao ver Carlos Daniel parado em sua porta.

– Rodrigo me ligou... Disse que vovó piorou e que precisamos ir para o México o mais rápido possível! Disse Carlos Daniel justificando sua presença ali. – depois do nosso telefonema ela ficou dizendo ao Rodrigo que havia alguma coisa errada com nos dois, e que estávamos escondendo algo dela! Dizia Carlos Daniel enquanto permanecia parado a porta olhando para uma paulina branca feito papel.

– Paulina você se sente bem? Perguntou preocupado quando a viu cambalear a ponto de desmaiar.

– Não! Disse se segurando na porta para não cair.

Carlos Daniel mais que depressa a envolveu pela cintura e pode sentir cada fibra de seu corpo reagir com sua proximidade... E ignorando essas sensações a levou para que se sentasse no sofá...

– o que você tem Paulina? Perguntou preocupado quando Paulina permaneceu em silencio, enquanto as lagrimas mais uma vez voltavam a molhar seu rosto.

– Não tenho nada! Disse o olhando rapidamente. – vou terminar de arrumar minhas coisas para irmos! Disse Rapidamente e mesmo ainda um pouco zonza Paulina seguiu ate o quarto se apoiando nas paredes.

Depois de apenas alguns minutos Paulina apareceu com sua mala e Carlos Daniel correu para ajudá-la e depois de fechar o apartamento, Paulina e Carlos Daniel seguiram em completo silencio ate o carro estacionado na porta do prédio.

Por todo o caminho Carlos Daniel olhava Paulina... ela tinha os pensamentos distantes, queria saber o que se passava por sua cabeça naquele momento, o que estaria pensado? E mais que tudo... porque estava assim? Sua magoa por ele era palpável e se ela tivesse o traído como Carlos Daniel pensava todo esse tempo quem tinha o direito de se sentir magoado, com raiva era Carlos Daniel...

“Deus, Será?” Se perguntava enquanto a observava em silencio. “Será que magoei a mulher que amo apenas por ciúmes?”

Chegaram ao aeroporto e depois de passarem por todo procedimento para embarcarem, ainda precisaram esperar o voou que estava atrasado... Paulina não o olhava, tinha os olhos fixo em um ponto qualquer, seus olhos estavam marejados e estava mais Pálida...

– se sente bem? Perguntou Carlos Daniel a olhando com preocupação.

Era impossível tentar ignorar sua preocupação com ela... seu lado protetor que tinha com Paulina por alguma razão desconhecida estava mais forte do que nunca, ela parecia tão frágil agora...

– Estaria! Disse o olhando pela primeira vez desde que saíram do apartamento. – se você nunca mais tivesse aparecido em minha vida!