No caminho da luz... escrita por Coriolanus Grimes


Capítulo 1
Entre o Bem e o Mal


Notas iniciais do capítulo

Tomara que vocês gostem. Como viram na capa, esta história é sobre Deus, mas leia, você vai gostar da mensagem passada.

(-X-) <- Significa "Flashback".



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Sou David Crash. Eu tenho 15 anos e tenho asma. Aqui estou eu mais uma vez sozinho em casa. Meus pais sempre vão trabalhar neste turno da tarde, mais ou menos das 13:00hrs ás 19:00hrs. Estou vendo TV, quando de repente sinto aquilo chegando. A asma começa a acarretar em estreitamento dos brônquios, impedindo que o ar chegue aos alvéolos em meus pulmões, e me impedindo de respirar. Corro pela casa procurando novamente por minha bombinha, eu a coloco na boca e a inspiro, mas percebo que ela já está acabando. Corro em direção ao telefone e disco o número da emergência. 

- Hospital Central, posso ajudar? - diz a atendente no outro lado da linha. 

- Eu..eu estou tendo um ataque de asma! - respondo - E minhas bombinhas acabaram. Eu preciso de ajuda urgente!

- Qual o seu endereço senhor? - pergunta ela. Numa fala rápida, a digo o nome da minha rua e os números de meu CEP, inspirando mais uma vez a bombinha, que agora que estou nervoso parece que vai ser mais utilizada, provavelmente até o último jato de aerossol com o medicamento para a minha doença. - Uma ambulância acaba de ser mandada para o endereço solicitado senhor. Fique calmo enquanto a ambulância não chega, e tente não entrar em contato com nada que possa aumentar mais ainda o ataque de asma. 

Eu deito no chão. Levanto a bombinha com a minha mão direita e a olho bem. Logo, logo mas nenhum medicamento vai estar ali dentro, e eu ficarei sem respirar. Enquanto isso acontece eu lembro das outras três vezes que isso aconteceu, e não foi nada bom. 

-X-

Lá estava eu como estou agora. A TV ligada em um volume bem alto em um canal com coisas engraçadas, porém altamente mundanas. Meus pais não estavam em casa, assim como agora, e então começou. Repeti a mesma coisa que fiz hoje, só que havia perdido a minha última bombinha, e a que minha mãe estaria trazendo, só viria quando ela chegasse, e faltavam ainda meia-hora. Enquanto eu perdia os sentidos pulei na porta de vidro que dá acesso á nossa casa, e pelo que eu acho, fez bastante barulho. 

Tudo escureceu, e então acendeu de novo de uma forma totalmente diferente. A luz era vermelha alaranjada. A minha volta rios de lava caíam, enquanto enxofre pingava. Eu sentia bichos me mordendo e eu não sabia o que fazer, e então eu percebi que estava no lugar de qual várias pessoas falavam que existia e eu não acreditava. 

- Porque estou aqui? - gritei. E então um ser horroroso, com chifres e garras demoníaca aparaceu a minha frente, e com uma voz estrondrosa me disse que aquele era seu lar e eu agora viveria ali pra sempre, sofrendo de agonia e dor. - Impossível! - gritei - Sempre dei dinheiro aos pobres. Não fui um garoto de xingar. Tratava bem meus amigos. Sem contar que ia a igreja todos os domingos. - A voz me respondeu com um riso sarcástico e horripilante me fazendo tremer: "Nada disso adianta se você não aceitar como seu único ídolo e salvador aquele lá de cima". - Quem? O Deus criador? - O lugar estremeceu e então o monstro gritou para que eu não dissesse mais aquele nome. Mas antes que ele pudesse acabar de me repreender, eu comecei a ser içado do chão sem nada e então tudo escureceu, enquanto a criatura das trevas gritou meu nome com raiva por não estar mais ali. 

De início pensei que havia sido apenas um pesadelo. Mas acordei na cama de hospital com dores de choque em meu peito (Marcas de um desfibrilador - procure no Google e vai entender) e minha mãe me explicou tudo o que havia acontecido. Eu havia quebrado a porta e um vizinho ouviu um barulho. Quando chegou me viu desmaiado e chamou uma ambulância, prestando ele mesmo os primeiros socorros. 

-X-

- Ainda está aí senhor? - diz a atendente do outro lado da linha preocupada, me tirando da lembrança. 

- Sim, eu..eu estou aqui! - respondo dando mais uma inspirada na bombinha e percebo que falta muito pouca pra ela acabar. Percebo também que a atendente está um pouco menos tensa, mas mesmo assim ainda preocupada. Volto para o meu transe de lembranças e lembro da segunda vez. 

-X-

Eu estava na igreja. Já havia passado 1 ano desde que aquilo aconteceu. Eu agora tinha acabado de fazer 14 anos. 

A igreja estava a maior festa. Membros da igreja pulavam e davam "aleluia"! Batiam o pé e falavam em línguas. No início achava isso um pouco estranho, mas percebi que a presença de Deus em nossos corpos é uma sensação impossível de se conter. Eu também estava pulando. Minha mãos se encontravam no alto, quando de repente meus brônquios novamente começaram a ficar mais estreitos. Pedi ajuda a minha mãe, e nós dois corremos em direção ao carro para pegar a minha bombinha, mas o carro estava longe, além das postas estarem fechadas, e minha última visão foi minha mãe correndo a minha frente enquanto socava o vidro das janelas do carro pra pegar minha bombinha, e eu caía inconsciente. 

Tudo escureceu e brilhou novamente, mas desta vez era lindo. Eu estava eu um campo vasto. O cheiro era o mais gostoso que eu havia cheirado, e o mesmo vinha de trás de alguns portões gigantes de ouro. Eu via criaturas lindas, provavelmente anjos, andarem normalmente e conversarem entre si. Eu olhei pra mim e minhas roupas eram límpidas e brancas. Eu estava andando em um caminho com ladrilhos de ouro, que estava seguindo para o portão, e logo eu adentraria o lugar. Apertei os olhos, e lá do outro lado pude ver que entre as montanhas passava um rio de cristal. A sensação era a melhor da minha vida. Eu estava pronto pra entrar na cidade celestial quando um anjo apareceu a minha frente e disse:

- Olá David! - ele tinha uma voz muito doce e delicada, bem gostosa de se ouvir, diferente do "outro". - Você logo poderá adentrar estes portões de ouro, mas agora não. 

- Por que? - perguntei eu. Minha voz era diferente, mas também boa de se ouvir. 

- Ainda não é chegada a sua hora! - respondeu o anjo, que não tinha rosto, apenas uma luz brilhante, que por mais que eu tentasse apertar os olhos, era impossível de se olhar. - Quando a sua hora chegar, eu mesmo irei te buscar David! 

O anjo disse isso, e então um brilho bem mais forte adentrou meus olhos, e eu acordei novamente no hospital. Olhei de novo para meu peito, mas agora as marcas de choque do desfibrilador não estavam lá. No canto da sala minha mãe estava agarrada com meu pai. Ela estava chorando muito, e eu podia ver a tristeza no rosto de meu pai, ainda mesmo com os olhos fechados. 

- Mãe?! - disse eu pra chamar sua atenção. Ela olhou assustada pra mim, e então correu em minha direção para me abraçar, assim como meu pai. Ela havia pensado que eu havia morrido, e na verdade eu havia, mas por algum milagre eu simplesmente revivi, para a alegria e honra do Senhor Jesus, o anjo que falara comigo. 

-X-

- A ambulância vai demorar muito? - pergunto a atendente. 

- Não senhor! - responde ela mais preocupada ainda - Segundo o que me avisaram, ela logo estará no endereço determinado. Você consegue aguentar mais um pouco?

- Consigo sim! - eu digo isso ela, quando na verdade não estou mais conseguindo. Eu puxo pelo ao menos umas três vezes o medicamento da bombinha, e mesmo assim ainda não consigo respirar direito. Tento me acalmar, enquanto a terceira lembrança aparece em minha mente. 

-X-

Já haviam se passado uns oito meses desde que eu tive a sorte de estar com Jesus. Eu ainda não havia visto seu rosto, mas mesmo assim sabia que ela explêndido. 

Infelizmente havíamos parado de frequentar a igreja. Passávamos todos os domingos agora em casa. Ainda nos dizíamos servos do Senhor, mas a alegria que antes nos jorrava, agora não dava nem sinal. 

Eu estava vendo algum filme ruim, novamente naquela TV. Na verdade uma TV totalmente nova, com vários canais a mais, o que nos fez nos desviar mais ainda do caminho do Senhor. 

Tudo parecia bem e eu não dava nem sinal de asma desde a visita aos céus. Minha mãe achava que eu havia recuperado, e eu já estava começando a acreditar quando um ataque começou de novo. Foi tudo muito mais rápido e silencioso, e minha família demorou pra perceber que eu estava me debatendo no chão, até apagar de vez. A última cena que vi, foi a TV ligada num filme onde espíritos do mal apareciam, coisas que não agradavam a Deus. 

Depois do escuro uma luz novamente avermelhada apareceu, e eu estava novamente naquele lugar ruim da primeira vez. O ser horroroso ria de mim enquanto me dava chibatadas dizendo que fui idiota. Ele fala que eu até tive a chance de escapar dele, mas que eu havia caído fácil nas armadilhas que ele havia preparado, principalmente naquele filme demoníaco que passou na TV enquanto eu morria. Eu sentia novamente os bichos me picando e me comendo vivo, mas eu nunca morria, eu apenas sofria mais, mais e mais. Enxofre pulava em minha pele, mas eu apenas sentia dor, e aquela parte de mim continuava ali enquanto mais lava e enxofre pulavam no rio em minha direção. Fiquei me perguntando o porquê de isso acontecer, e então percebi: Nós só pensamos em Deus nas horas mais difíceis. Quando tudo parece estar certo nós apenas o agradecemos, e com o tempo começamos a nos desviar dele, perdendo nosso lugar no Reino dos Céus. Então lá de dentro de mim uma oração surgiu. Isso na verdade não deveria dar certo, mas aquilo era algo de um coração verdadeiro. De repente então uma luz branca e límpida se formou no meio daquele caos de pessoas sofrendo, e três anjos saíram da luz. O monstro chamado satanás levou um susto enquanto os anjos se aproximavam e andavam livremente ali. Eles chegaram perto de mim e pegaram minhas mãos. 

- Vocês não tem o direito!!! - gritava o monstro das sombras com aquela voz grossa e horripilante - Este é o MEU lugar! Meu lar! Ninguém pode entrar aqui!

- Cale a boa demônio!!! - gritou um dos anjos com uma voz estridente - Nosso Deus é o mais forte. Nós temos a chave do inferno, e podemos entrar aqui quando quisermos, e quando o Senhor Deus ou o Senhor Jesus ordenar!!

Satanás logo calou a boca, e sua expressão foi diminuída a não poder fazer nada. 

Os anjos me tiraram dali me levando pra luz. Eu ia caminhando e percebi que suas mãos de soltavam da minha, mas suas vozes diziam:

- Deus não dará chances David! - disse um. 

- Não adianta dar esmolas a pobres. Ser um homem de bem. Tratar bem as pessoas. Nem nada do tipo. ´- disse outro - É claro que isso é muito importante, mas Deus só aceitará no Reino dos Céus aquele que aceitar seu único filho Jesus como Salvador! 

Novamente eu estava em uma cama de hospital. Meu peito doía, porque novamente haviam usado o desfibrilador. Contei tudo para meu pai e minha mãe, e novamente a alegria tomou conta de nossas vidas. Não víamos mais filmes ruins. Uma vez ou outra sim, pois éramos seres humanos. Mas evitávamos muito este tipo de coisa, e pedíamos perdão sincero ao nosso único Salvador e Rei Jesus. 

-X-

Dei uma última inspirada na bombinha, não havia mais nada nela. Meu rosto ainda tinha um pouco de alegria por lembrar daquelas coisas tão lindas e importantes que aconteceram em minha vida. 

Cai no chão quando o telefone pendurado pelo fio enquanto a atendente gritava dizendo que a ambulância já estava a ponto e me salvar. Ela não estava mentindo. Eu consegui ouvir a ambulância virando a esquina com a sirene ligada. Mas eu apenas deitei no chão, e deixei que o ar saísse de meus pulmões. Pela primeira vez eu não sentira dor. Minha vontade de respirar não estava mais ali, e mesmo com uma morte lenta, parecia que eu nunca havia respirado, e estava aliviado, Deus estava me levando tranquilamente sem dor. 

Meus últimos sentidos ainda funcionavam quando comecei a cantar: 

"A minha rocha é o Senhor
Eu canto e louvo a Ele
Porém seu santo nome eu exalto.
Não importa se a tristeza vem
Sei que esta comigo
Por onde eu andar estou em suas mãos."

Era um louvor de minha igreja, e o Senhor era mesmo minha rocha. Meus olhos se fecharam e minha visão escureceu. Logo após um brilho tomou conta dele e eu pude ver tudo tão lindo. Eu estava adentrando a cidade celestial. Em minhas costas haviam asas de anjo. Toda a cidade festejava a minha vinda pulando de alegria enquanto eu ultrapassava os portões de ouro. E então ele veio, o ser mais lindo que eu já vi no mundo veio me receber. Ele estendeu a mão e me abraçou me dizendo: "Bem-vindo filho. Bem aventurado sois!"

Por isso meu amigo, nunca se esqueça. Ande sempre! SEMPRE! No caminho da luz...


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Notas finais do capítulo

Virão a mensagem?



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