O Legado de Lily Potter escrita por O Coração Negro, Lana


Capítulo 10
Capítulo 9 – A Detenção com Slugorn




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Capítulo 9 – A Detenção com Slugorn

Depois de tudo o que havia acontecido, meu nome estava como se diz “na boca do povo”. Eu mal havia chego à escola quando salvei uma garota chamada Kate,meu nome havia aparecido no famoso livro dos heróis, tive dois duelos no clube que havia deixado todos os espectadores de boca aberta e além de tudo eu era a filha de Harry Potter, fato que todos pareciam se lembrar em meio as fofocas. No fim eu tinha que concordar com o quadro de Alvo Dumbledore, sem duvida chamei muita atenção desnecessária.

Enquanto caminhava pelo corredor lotado com Tabitha e Hugo, eu ouvia cochichos e sussurros, mas fingia não notar, era constrangedor.

– Tente fazer algo no jogo de amanhã Potter – disse Petra Dobembolt. - Ouvi dizer que você só está no time porque seu irmão é o capitão. – Então a garota cochichou algo no ouvido das duas amigas e as três desataram a rir, eu obviamente não me dei ao trabalho de responder.

Petra Dobembolt e as gêmeas do mal número um e dois, conhecidas como Ester e Elia, pareciam ser as únicas na Grifinória que me odiavam. No começo eu recusei a amizade logo de cara, elas ficaram ofendidas e fizeram algumas tentativas para me conquistar, acho que esperavam que eu fosse ser um dos clones idiotas de Petra, e no fim resultou nas minhas três companheiras de quarto serem estúpidas patricinhas metidas.

Quadribol sempre foi um de meus assuntos favoritos, porém atualmente era uma fonte de tormento e a culpa era de meu irmão:James era um péssimo capitão. Ele é legal, descolado e divertido, mas lhe faltava às qualidades de liderança e disciplina que a posição exigia. Montou o time muito tarde e como resultado tivemos pouco tempo para praticar; marcou poucos treinos e o máximo que fizemos foi o básico, dependeríamos totalmente de nossas habilidades individuais na partida. Durante os treinos ele simplesmente quis simular um jogo e foi o que fizemos até a goles atingir um artilheiro na cara durante um passe mal sincronizado, depois disso eu me impus e mandei eles fazerem alguns exercícios base de passe e voo em conjunto, o que deu resultado, porém não mudava o fato de que teríamos apenas quatro treinos até o jogo contra a Corvinal.

Nos outros treinos ele quis fazer jogadas ensaiadas, mas eu sempre tinha que bater o pé, mal conseguíamos voar juntos, não tínhamos expectativa de fazer passes complicados como a Comissão Ginevra (jogada criada por minha mãe) ou o voo da fênix. Como resultado continuamos praticando o entrosamento, porém a autoridade de James começou a cair por terra e se tornou difícil ele conseguir ordem durante os treinos, os jogadores me ouviam um pouco, porém se eu exigisse um pouco mais ouvia seguinte frase “Você não é a capitã, apenas a irmãzinha dele”.

James estava absolutamente entusiasmado, o time da Corvinal era o mesmo do ano passado e era realmente fraco, seu melhor jogador era o apanhador, um garoto chamado Catlavander ou algo do gênero. Mas eu não compartilhava do entusiasmo, não importava o quanto a Corvinal fosse fraca, nosso time era sem duvida pior. Não jogamos junto o bastante e nem treinamos duro como devíamos, não queria nem pensar em que rumo tomariam os boatos depois de uma derrota, a culpa cairia em mim? Na apanhadora?

Parei perto de Hugo e Tabitha junto aos degraus enquanto conversávamos sobre o que faríamos no natal, porém Hugo mudou abruptamente o assunto, quando viu Alexander e Escórpio conversando animadamente um pouco distante.

– De todos os lugares que aqueles dois têm de estar, por que é sempre onde eu estou? – perguntou ele indicando os dois, Hugo nutria um ressentimento muito grande pelos dois garotos, principalmente por Alexander, a quem parecia odiar.

– Relaxa, eles nem falam com a gente. – disse Tabitha, mas eu tinha que concordar com Hugo em um ponto importante, eles pareciam estar aparecendo muito no nosso caminho ultimamente.

– Não é o que eles falam, é como se comportam – disse ele se virando para mim. – Se pavoneando pela escola como se fossem donos do lugar, causando problemas para as pessoas, eu não me esqueci da mão da Lily e da azaração furúnculos e tudo o mais que eles fizeram.

Tinha uma certa verdade nas palavras deles, me tornei uma espécie de alvo das traquinagens dos dois, houveram dias que pequenos objetos sumiram. O caso de agressão mais abertamente feito, havia sido a azaração furúnculos, mas eu não havia me esquecido do resto, então uma idéia me ocorreu.

– Realmente... eles tem aparecido muito nos lugares em que estamos – disse concordando. Uma vez seria coincidência, duas vezes também, três já me deixaria inquieta...Agora sempre era um absurdo capaz de abrir meus olhos, eu estava sendo seguida. – Quero tentar algo, venham comigo.

– O que? – perguntou Tabitha desconfiada. Aquele era o mesmo corredor que ela havia conhecido a garota chamada Giovanna.

– Apenas venham – disse e eles me seguiram, dei as costas a escada e rumei pelo corredor entrei na passagem com Hugo e Tabitha me seguindo, saímos em outro corredor um piso abaixo do primeiro e continuamos.

– Por que viemos por aqui? O caminho é mais longo – disse Hugo, eu não respondi, apenas continuei em silêncio até em direção a torre da Grifinória fazendo uma grande volta que a maioria não tomaria, quando Tabitha segura meu braço para me fazer parar.

– Lily... – disse Tabitha apontando, eles estavam próximos a estátua de uma bruxa com uma grande berruga no nariz, mas estavam lá, conversando da mesma forma animada que sempre pareciam fazer, Escórpio e Alexander, o segundo meu deu um olhar rápido antes de voltar para sua conversa. –Não foi coincidência... – não era sem motivo que a garota era minha amiga, ela entendeu.

– Eles nos seguiram – disse confirmando meus pensamentos com palavras, Hugo arregalou os olhos sendo o último a perceber. Não soube se eles tinham vindo pela mesma passagem secreta ou por outra, mas o fato era que Escórpio Malfoy e Alexander Miller estavam me seguindo.

***

Não dormi bem aquela noite, tive um terrível pesadelo que incluía um jogo de quadribol em que eu ia atrás do pomo e dava de cara com Escórpio de Alexander montados em dragões.Então o sonho mudou para eu em frente ao retrato do professor Dumbledore que me dizia o quanto eu corria perigo, então o quadro começava a se tornar descarnado até toda a carne desaparecer e restar apenas ossos... Depois de examinar mais atentamente eu percebia que o quadro era um espelho e que eu estava morta. No sonho, eu gritava que tinha amigos e que eles me ajudariam, mas Hugo, Tabitha, Beatriz, minha mãe e meu pai, ninguém estava ali, apenas eu e já estava morta.

– Ele quer me matar!!! - Acordei suada, minhas intragáveis colegas de quarto pareciam não se importar se tive ou não um pesadelo, continuavam em suas camas, soltando pequenos roncos, como três porquinhas. Vesti-me e olhei pela janela, não havia chuva, apenas uma noite escura. Que horas seria essa? Três? Talvez quatro ou cinco da manhã? Dentro de algumas horas todos se levantariam e correriam apressados para tomar o café da manha e se dirigir para o estádio e ver a partida.

O ideal seria dormir de novo para me preparar para o jogo, mas por mais que eu me mexesse na cama eu não conseguia, o pesadelo havia fixado profundas raízes em mim. Fiz o que qualquer pessoa racional faria depois de ficar muito tempo deitada em uma cama sem conseguir dormir:me vesti e peguei minha nova vassoura a Nimbus Star, dirigi-meà sala comunal e comecei a fazer uma cuidadosa manutenção na vassoura. Toda vassoura precisava de manutenção regular, porém a minha Nimbus era nova em folha, havia ganho a mesma logo depois de entrar para o time.

A Nimbus Star era sem duvida uma das melhores vassouras no mercado e muitos times de quadribol a usavam, juntamente com a firebolt 20.2 (modelo que meu irmão usava) e a Haven Tail. Não importava o quanto eu me esforçasse para esquecer meus problemas enquanto procurava falhas inexistentes na vassoura para ser reparadas, simplesmente não conseguia, no fim, Bichento, o gato que tia Hermione havia comprado anos atrás, desceu o dormitório desfilando pelo lugar com suas peles arqueadas e cara achatada, o pelo laranja dele era inconfundível. Rosa havia ganho o animal quando entrou para Hogwarts, tio Roni ficou estranhamente feliz do animal sair da casa por partes do ano.

– Vem aqui – disse para o gato e ele veio, por alguns momentos fiz carinho no pelo do bicho, o gato sempre foi um animal estranho. Minha tia Hermione havia comprado ele quando tinha treze, mas o gato aparentemente permanecia igual, não envelheceu nem um único dia e sempre foiastuto, mais esperto que a maioria dos gatos, embora isso não assustasse, era comum animais enfeitiçados, haviam alguns que tinham o pelo que mudavam de cor, outros que eram espertos o bastante para fazer cálculos e outros faziam malabarismos. Mesmo pelos padrões dos animais mágicos Bichento sempre foi o mais estranho, não era só inteligente, mas também havia vivido muito, dez anos seria um tempo longo, mas o animal já era velho quando minha tia o comprou e segundo a dona, o bicho estava na loja já havia anos. Ao olhar para ele me perguntava quantos aniversários o gato já havia feito antes de ser comprado? Dez, vinte, talvez trinta ou mais? Era impossível dizer, não havia quaisquer indícios que o animal sentia a passagem do tempo, mas pensar nisso me fez me desligar alguns minutos dos meus problemas e adormeci com a vassoura na mão enquanto acariciava Bichento atrás das orelhas, felizmente tive um sono sem sonhos.

Não prestei atenção em todos os detalhes do que aconteceu até na hora do jogo. Estava semiconsciente de acordar, descer para o café, me obrigar a comer algumas torradas. Meu estômago dava voltar de nervosismo, ficava me imaginando tentando voar com a vassoura sem conseguir sair do chão. Fomos para o campo de quadribol alguns minutos mais cedo, não que isso influenciasse muito, éramos uma droga e nada feito de última hora iria mudar isso, era um dia com bom tempo para jogar, apesar do sol forte.

– Todos dêem seu melhor e vamos ficar bem – disse James rindo, era difícil levar a sério um capitão que ria na hora de dar as ordens e não dava dicas sobre como jogar.

– Batedores tentem ficar contra o sol, assim ninguém dos adversários poderá ver os balaços – disse para eles assumindo novamente a função que James devia desempenhar -, se o jogo durar nosso campo ficará contra o sol, por isso quero o goleiro do time adversário como prioridade depois de 20 minutos de jogo apenas para prevenir caso o jogo se arraste. Artilheiros digo o mesmo, se o jogo demorar evitem voar em linha reta e não olhar diretamente para o sol, usem passes para cansar os adversários e não corram riscos desnecessários, tentarei finalizar o jogo antes do clima se tornar um problema. Kim – disse me virando para a goleira, a garota engoliu em seco – fique atenta, os adversários gostam de fintas, olho na goles e cuidado com os blefes.

Depois de todos assentirem, marchei para o campo junto com todos os membros do time e me perguntei quantos seguiriam minhas instruções. Quando Madame Hosh mandou os capitães apertarem as mãos o capitão da Corvinal se adiantou e a professora teve que chamar de novo para James se dar conta de que era com ele, ambos os capitães apertaram as mãos cordialmente, não havia inimizade entre Corvinal e Grifinória.

Quando dei o impulso inicial todo o medo desapareceu, aquilo era maravilhoso, senti o grito da torcida e disparei pelo campo antes de assumir minha posição, o publico uivou e aplaudiu, mas para mim isso mal existia, era apenas eu e minha vassoura.

Todos os outros jogadores assumiram as posições, inclusive eu ficando acima dos demais, pronta para capturar o pomo quando tivesse a chance, o jogo se iniciou com um sopro de apito e tudo se moveu rapidamente, a goles mudou de mãos e foi parar nas mãos de um dos nossos artilheiros, mas foi logo tomada pelo time da Corvinal.

– Jakens tem a goles, e ele voa em linha reta – disse uma voz conhecida, me virei para descobrir que a narradora da partida era Giovanna, mas não dei atenção, embora procurasse o pomo pude ouvir com clareza o jogo, ficando atenta apenas a possíveis balaços e ao pomo – ele dribla o time, Jeska voa para interceptar, quase!! Ponto para a Corvinal.

Bufei, cadê os balaços quando se precisa deles?Isso fazia ser dez a zero para a Corvinal e não era boa coisa, só mostrava que eles conseguiam marcar pontos quase sem resistência.

– O time da Grifinória está com a goles, Jeska Albarn tem a posse da bola, ela voa em linha reta – ouvi a narração de Giovanna enquanto voava absorta em procurar o pomo -, como voa bem essa garota! Uma sábia escolha do capitão do time da Grifinória! Ela passa para Lizz que é quase atingida por um balaço e argh... Isso vai deixar marca!

Me virei para ver, aparentemente Lizz foi atingida no rosto por um balaço e perdido a posse da goles, em resposta James atingiu o artilheiro da Corvinal em cheio, ambos os jogadores da Grifinória saíram machucados e um segundo artilheiro da Corvinal tomou a goles e marcou dez pontos que só fomos perceber quando vimos o placar mudar para vinte a zero.

– Uma excelente jogada do capitão da GrifinóriaJames Potter, uma pena que no fim Slynt da Corvinal tenha marcado, mas sempre terá uma próxima vez! – exclamava Giovanna conseguindo atrair vais de parte da torcida que representava a Corvinal, com uma narração levemente parcial, ela parecia querer animar nosso time, claro que se nosso time vencesse seria bom para a Lufa-Lufa que seriam nossos adversários e nós consideravelmente mais fracos que a Corvinal.

O jogo seguiu sem grandes incidentes, a Corvinal conseguiu fazer mais cinquenta pontos quase sem resistência, embora às vezes balaços atingissem os alvos, até o goleiro da Corvinal foi atingido quando Patty marcou nosso primeiro ponto. Giovanna continuava narrando e em momentos soltava comentários carinhosos sobre nossa estratégia bem organizada e boas escolhas, nossas jogadas bem feitas ainda que na maioria infrutífera e as vezes dava a impressão que não devíamos desanimar e continuarmos tentando, me fazia sentir estranhamente mais esperançosa, apesar do massacre de setenta a dez.

Poucos minutos depois o apanhador da Corvinal passou por mim e o vi disparar para baixo, tive apenas um pensamento “ele viu o pomo” e disparei atrás, minha vassoura era melhor e logo consegui emparelhar em uma decida completamente vertical, porém eu não vi o pomo a nossa frente e percebi que era apenas a finta de wronsk, mas não iria cair nesse truque tão fácil. Comecei a voar em volta de meu adversário como se eu estivesse descontrolada mergulhando em uma espiral e mantive a decida acompanhando-o sem dificuldade, desfiz o mergulho nos últimos segundos e plaff!

– Catlavander teve uma dose do próprio remédio! Sem dúvida isso encerra os boatos de que a apanhadora Lily Potter está aqui apenas por ser irmã do capitão, ela foi uma excelente escolha que demonstra sabedoria e... – disse Giovanna, porém foi interrompida.

– Srta. Giovanna trate de narrar o jogo de forma mais imparcial ou irei procurar alguém que possa – disse VictoireWeasley próxima a ela interferindo na narração pela primeira vez.

– Desculpe professora! – disse Giovanna, eu me virei e notei que ela havia ficado tão vermelha como uma pimenta e continuou a narrar o jogo, embora mais discreta ela se mantinha parcial.

O jogo se manteve completamente desequilibrado, logo a vantagem da Corvinal era de 170 pontos a trinta, se eles marcassem mais duas vezes nem mesmo capturar o pomo poderia salvar nossa vitória, imaginei que tipo de critica eu levaria por não conseguir pegar antes o pomo e me senti desanimada, voei até perto dos jogadores e sussurrei para jogarem na defesa, devíamos segurar o placar e a maioria obedeceu.

– O time da grifinória mudou de estratégia! Perceberam a força da Corvinal e decidiram manter o placar para arriscar tudo no pomo – disse Giovanna – Uma sabia escolha do seu capitão James Potter!

Eu quase disse “não é escolha dele, mas minha”, mas parecia ser bom deixar James levar um pouco do credito; o jogo se manteve equilibrado durante minutos que para mim poderiam ser horas, ninguém marcava e senti os olhos de todos se voltarem para mim a intervalos esperando que eu encontrasse o pomo, mas a minúscula bolinha dourada não parecia estar em lugar algum.

Então finalmente eu vi, estava do nosso lado do campo, parada enquanto voava próximo a um dos aros, como se escondida a sua sombra, não era por menos que eu não podia encontrar a maldita, disparei e meu adversário fez o mesmo, porém ele estava mais próximo e tive q acelerar o máximo para aparelhar e consegui devido a minha vassoura ser melhor e ele ainda estar machucado.

– E os apanhadores finalmente se movem! Corre Lily! Quero dizer VOA! – disse Giovanna narrando – e parece que tudo será decidido nesses últimos instantes, Corvinal se aproxima com a Goles...

Prendi a respiração ao ouvir aquelas palavras, porém o vento abafou o resto da frase, se a Corvinal marcasse e eu pegasse o pomo seria um empate, porém se eu não pegasse o apanhador adversário pegaria, torci para que nossa defesa não falhasse e continuei disparando rumo ao pomo que embora preguiçoso se mostrou ser muito rápido e inteligente, ao notar nossa aproximação ele disparou em ziguizague e logo estávamos eu e o apanhador lado a lado tentando inutilmente pegar a bolinha dourada; eu movi propositalmente minha mão alguns centímetros acima e o pomo se desviou para baixo em direção ao chão, eu já estava preparada e virei a toda e logo o apanhador da Corvinal passou direto como uma bala enquanto eu continuei no encalço do pomo rumo ao solo, minha mão direita se fechou sobre a bolinha dourada ao mesmo que o apito anunciando o fim do jogo soou.

– Ganhamos? – perguntei ao mesmo que a multidão comemorava, olhei o placar cento e oitenta para Grifinória e cento e setenta para a Corvinal, comemorei em silencio ao mesmo que o resto do time me cumprimentava.

Houveram grandes festividades na sala da comunal da Grifinória, mas eu não estava no clima e a vitoria parecia vazia, um clima estranho pairava no lugar apesar de todos comerem e beberem, eu sabia a razão, podíamos ter vencido, mas não estávamos a altura dos outros times, aquela vitoria teve gosto de derrota.

***

No dia seguinte recebi logo cedo um bilhete para me apresentar a sala do professor Slugorn e cumprir minha detenção, não havia muitas explicações sobre o que eu faria, mas não me preocupei, o velho mestre de poções tinha a tendência a ter favoritos e era um fato que eu era um deles, logo a detenção não seria ruim.

Quando me apresentei à porta da sala de poções do professor Slugorn me deparei com Giovanna Trelawney.

– Uma detenção também? – ela perguntou enquanto ambas ficávamos paradas em frente à porta.

– Sim... – respondi e então uma curiosidade me atingiu, eu sabia o que eu tinha feito, mas o que a garota certinha e popular havia feito para ser punida – O que você fez exatamente para ganhar uma detenção?

– Deixei uma aluna do terceiro ano e um aluno do quarto ano presos em um armário de vassouras durante um final de semana – respondeu ela com um olhar divertido e olhos brilhando -, depois lancei um feitiço imperturbável na porta para não deixar sair nenhum som, no fim eles ficaram lá presos durante um dia antes de conseguirem sair.

– Por que você faria isso? – perguntei espantada.

– Por que eles eram almas gêmeas – disse a garota naturalmente, algo em meu rosto deve ter transparecido, pois ela acrescentou -, a garota em questão havia pedido para eu ler a linha do amor dela a alguns dias e perguntou sobre o garoto. Ambos eram tímidos, mas se gostavam, então tive que agir, depois de ficarem trancados muito tempo foram obrigados a conversar e se resolveram, no fim se tornaram um casal, final feliz.

– Muito astuta – disse para ela, porém havia mais coisa ai –, e você realmente viu algo?

– Vislumbres – disse a garota e bateu na porta – vamos? – não pude deixar de notar que ela parecia satisfeita demais com o que havia feito, como se tivesse ganho algo, mas obviamente de súbito não pude saber que beneficio ela teria ganho ao formar um casal.

A detenção foi estranhamente agradável, ajudamos a etiquetar o estoque de poções do professor, o que foi muito rápido e fácil, depois nós organizamos alguns de seus arquivos e quando terminamos nos juntamos ao professor para conversar e comer bolos em frente à lareira.

O velho professor Slugorn estava encantado, Giovanna parecia ser também uma de suas favoritas e era extremamente sociável, durante a conversa o professor insinuou como nossa detenção havia sido injusta, que crianças sempre acabam aprontando algo, me parabenizou pelo duelo e não pode deixar de falar sobre o clube do Slug.

– Pretendo marcar as reuniões assim para depois do feriado e dar uma pequena festinha de natal para os alunos que ficarem na escola, as duas naturalmente estão convidadas – disse o professor animadamente enquanto bebia de seu copo com guarda-chuvinha.

– Adoraria, mas irei passar as férias em casa com a família – disse para ele.

– Lamentável, sentiremos sua falta, conto com sua participação na próxima – disse ele, depois se dirigiu a Giovanna – e a Srta.?

– Eu estarei presente, naturalmente – disse a garota, parecendo encantada com o convite; as reuniões não eram de todo mal, havia muitos membros, porém confesso que não havia ido em todas, algumas por falta de interesse outras por estar ocupada, devia ter ido a duas ou três ao todo, então não conhecia todos os favoritos, então ouvimos uma batida na porta.

– Um momento – disse o professor indo atender, Giovanna olhou o professor sair pelo canto do olho, então olhou em volta para se certificar de que estávamos sozinhas.

– Eu vi seu futuro – disse Giovanna como que sussurrando – de novo... queria falar com você...

– Certo e o que era? – disse, eu estava dividida entre acreditar ou não, antes de duelar com Alexander a garota havia me dito que uma sombra estava crescendo em Hogwarts e que ela me queria, no fim realmente parecia haver alguém no castelo que queria minha cabeça, porém eu não me lembrava de ter feito alguma escolha como a previsão que a garota havia tido sugerido. Mas havia verdades no que ela me disse, pelo simples fato de terem tentado me matar e o incidente com a Kate na primeira semana provava que havia alguém realmente ruim na escola que não queria meu bem, essa pessoa seria a “sombra” que ela havia descrito.

– Morte... Você irá causar a morte de alguém – disse a garota mordendo o lábio. – E será logo, a morte acontecerá no natal.

Eu fiquei pálida, matar alguém? Eu iria me tornar uma assassina? Não... Eu não mataria... Mas e se fosse em legitima defesa? Coisas ruins tinham me cercado e tinha Alexander e Escórpio que tinham um interesse incomum de me seguir... E justamente no natal? Então dúvidas invadiram minha mente, qual era a razão da atitude da Giovanna? Se ela sabia tanto porque não impedir? Ela me avisou, mas não moveu nenhum dedo por mim, porque simplesmente não falar quem corria perigo de morte? Seus avisos eram um tanto vazios demais, assumindo que realmente havia algum perigo dentro de Hogwarts a lealdade da autodenominada vidente era extremamente duvidosa.

– Por que você está me falando isso? – perguntei, meu tom de voz soou mais frio do que eu queria, porém fiquei satisfeita com os olhar que a garota fez.

– Te avisar – disse ela um pouco ofendida.

– E o que você ganha com isso? – perguntei teimando – se você viu que eu mataria alguém, quem? Você me disse que uma sombra cresce em Hogwarts, mas de que lado você está afinal?

– Eu não disse que você mataria, apenas que alguém morreria por sua causa – disse a garota fugindo das outras perguntas e meio ansiosa.

– Quem vai morrer? E repito, se tem mesmo algo em Hogwarts de que lado você está? – perguntei.

– Não sei... Não sei tudo, já disse – disse Giovanna parecendo incomodada –, estou do meu lado e também do seu... Eu estou te ajudando não estou?

Eu não gostei da resposta, pelo menos não de parte dela, tudo parecia se voltar para o que ela ganharia, mas ela considerar o meu lado o seu era promissor.

– Mas o que você ganha? Por que do meu lado? – inquiri, Giovanna me olhou, ficou vermelha como um tomate antes de responder e disse tão baixinho que tive que me aproximar para ouvir.

– Eu acho... o seu irmão bonitinho... – disse ela fugindo da resposta como um vampiro fugiria de alho.

– Alvo? – perguntei meio boba, sem esperar aquela resposta.

– James... – disse ela ainda mais nervosa parecendo muito interessada em olhar para tudo menos para mim, parecia irradiar calor dela.

Por alguns segundos eu processei a informação, ela me ajudava por gostar do Jamese a narração do quadribol não era para animar o time da Grifinória, mas para elogiar meu irmão. Ela gostava dele, foi um motivo tão simples que dei por mim tendo uma crise de risinhos, ela me olhou constrangida e mostrando seu rosto vermelho. Ficamos alguns minutos conversando, em que a garota se abriu um pouco e voltou a ficar vermelha quando a chamei de “cunhadinha”.

A detenção foi particularmente agradável, não tinha certeza se podia confiar inteiramente em Giovanna pelo simples fato de ela gostar de meu irmão, afinal Severo Snape amava minha avó e no fim isso resultou em duas mortes, mas pelo menos me fez sentir que podia compreendê-la melhor e a sua companhia foi agradável o bastante para não pensar na sua predição de que alguém morreria por minha causa, mas se ela fosse realmente uma vidente, significava que eu causaria uma morte.


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Notas finais do capítulo

Seguinte: comentário é bom e eu gosto, comentar não mata, EU MATO!!! è.é



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