Ar e Fogo. escrita por Purple Butterfly


Capítulo 1
Ar e Fogo.




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As gotas da garoa se intensificavam aos poucos logo dando espaço a uma forte chuva, que caía sobre toda a cidade grega.

A casa de Áries se mantinha silenciosa, o jovem cavaleiro de Áries se localizava em seu quarto, sentado em uma poltrona depositando toda sua atenção em um livro.

– Shion? - uma voz conhecida ecoou pelo outro lado da porta.

O tibetano apenas deu um suspiro contrariado por pausar a leitura. Era Sísifo, segundo o Sagitariano foram concebidas certas tarefas aos cavaleiros e dentre estas Shion e Dohko ficariam vigiando o Santuário na ausencia dos demais.

– Entendi, pode deixar... - as palavras saíram convictas e confiantes.

E assim que se despede do grego, cai sentado na poltrona um tanto pensativo. Apenas ele e o libriano cuidando das doze casas. Um leve sorriso aflorou despercibidamente em seus lábios.

Sabia que Dohko muito provavelmente não reprovaria aquela idéia, ao contrário de alguns que achavam o ariano um tanto...chato.

Não era por mal mas tinha um genio meio forte e isso que fazia alguns se incomodarem. Passou-se alguns minutos e decidiu ir descansar, seu corpo ainda estava dolorido pelo intenso treinamento e por missoes cumpridas há alguns dias. Deitou-se e em questoes de minutos adormeceu.

Acordou na manhã seguinte, ainda nebulosa pela chuva. Se aprontou e foi até a sala do grande mestre e ali se reunia o resto dos cavaleiros, cada um pronto para cumprir sua tarefa.

– Boa sorte! - deseja Dohko com positividade para os demais enquanto os observavam ir.

– Hum, agora apenas nós vigiando o santuário.. - coçou o queixo enquanto seu olhar se mantinha fixo pelos arredores.

– Sim Shion, mas acredito que obviamente ambos iremos dar conta disso, não acha? - a indagação foi um tanto certa.

– Claro... - cerrou de leve os olhos.

– Ok, então vou terminar umas tarefas... - levanta rapidamente o braço saindo.

Depois de algum tempo, o ariano adentra a biblioteca. - Quer...ajuda?

Se não fosse pela expressão provocativa, o libriano aceitaria mas negou com a cabeça. - Agradeço mas não é necessário... - a voz saíra pacífica.

– Eu arrumaria isto num segundo... - deu uma leve risada.

Aquele lemuriano sempre conseguia fazer Dohko surpreender, tanto com gestos e palavras. Ele tinha uma essencia um tanto que...especial.

– Então na próxima lhe indico para fazer isto... - piscou.

Shion franziu a testa fazendo os dois sinais nela se juntarem. Dohko deu uma leve risada.

– O que é tão engraçado? - resmungou.

– Lemurianos são.... - faz uma pausa. - Interessantes..

– Hunf... - Cruzou os braços. - Não vejo graça..

Dohko deu de ombros e continuou seu trabalho em organizar a biblioteca mas adorou ver que o outro ficou incomodado.

Aquele clima frio fez com que Dohko ultajasse uma roupa quente descendo até a vila a noite, queria se esquentar e vinho era uma ótima idéia.

Mesmo o santuário estando em paz, obviamente deixou alguns soldados de vigia. Adentrou um dos pequenos bares da vila se sentandono balcão e pedindo a bebida.

– Obrigado. - disse assim que é depositada a caneca com vinho em sua frente, e assim foi aos poucos saboreando o líquido rubro.

Tudo estava tranquilo ao perceber que alguém esbarrara em si, virando-se instantaneamente arregalou um pouco os olhos surpreso.

– Shion... - murmurou baixo, não esperava ele tambem estar ali.

– Dohko?! - o ariano estava de pé com uma caneca de vinho nas mãos. - Pensei que estava no santuário...vigiando... - deu enfase na ultima palavra.

– Deixei alguns soldados de vigia... - sorveu mais um gole de bebida. - Aliás, também pensei que estavas de vigia... - fez o mesmo que o outro dando certa entonação ao final.

– Hunf, não vamos culpar ninguém...nós dois devíamos estar lá e estamos aqui...- Shion foi direto porém pacífico.

O chines ficou calado enquanto tamborilava com os dedos sobre o balcão e a outra mão segurava a bebida.

– Shion!!! - uma voz de uma mulher foi ecoada pelo local ainda vazio, atacando o pobre lemuriano em um abraço pelas costas.

Shion engasgou feio e logo que se recompos fitou a tal mulher, uma desvairada que cismou consigo desde o primeiro dia que o viu. Suspirou e tentou afastá-la.

– Er, olha...Eu to ocupado no momento. - a voz saiu meio desconcertada e as faces coradas. Odiava ficar sem jeito nas frente dos outros.

– Hoje não vai ter? - indagou ela duvidosa e suplicante.

– Ter o que garota??? - o ariano já estava quase palido e fora de si pelo vinho e pelo constragimento.

– A noite que sempre esperei! Você e eu...ah, voce sabe! - fez uma cara de timida.

– Boa noite... - o ariano voltou-se para frente continuando a bebericar seu vinho. E logo a jovem saiu do bar um tanto bicuda.

Com as sobrancelhas arqueadas, Dohko não pode deixar de dar uma risada fazendo o outro ficar mais sério, adorou ve-lo sem jeito e pela cena bizarra, mas ao ver aquela mulher o abraçar de modo lascivo e com segundas intençoes, sentiu algo estranho e incomodo.

– Bem, eu vou indo... - deu a ultima golada no vinho pagano a conta e se dirigindo ao santuário, não podia demorar e já tinha visto mais do que imaginava em apenas uma noite.

xxx

– Não se preocupe Shion, por mim ninguém saberá disso... - Dohko fez questão de dar um sorriso meio cínico.

O ariano passou a mão no rosto suspirando pesado, decidiu não comentar mais sobre a noite anterior.

"Porque diabos estou pensando tanto no Dohko?!" - Shion pensou alto já quase surtando escorado em uma pilastra da casa de Áries, aqueles dias sozinho com o libriano embora implicantes, estavam cada vez mais próximos...

– Mestre, volte logo... - murmurou quase as suplicas.

Enquanto isso, Dohko escrevia algumas anotaçoes em uma pequena folha de papel, sentado em meio as escadas até escrever o nome de shion e colocar ao lado um simbolo chines do amor. Se assustou consigo mesmo, e com a face levemente corada.

– Por atena! - se levantou para adentrar sua casa, precisava muito se concentrar em suas tarefas, mas despercebidamente a folha de seu pequeno bloco voou pelo caminho.

Shion decide sair para espairar a mente, caminha pelos arredores, e depois de um tempo volta e logo seus olhos batem em uma pequena folha abandonada nas escadarias.

– Mas que será isto? - pegou a folha e suas faces queimaram ao ver seu nome ao lado do simbolo chines do amor.

Pasmo e mudo, não podia esconder a surpresa, sua expressão encabulada e principalmente o fato de que seu interior ardeu de forma intensa.

– Isso deve ser brincadeira... - balbuciou e logo se manteve a postura séria.

O lemuriano estava zonzo com tantas ponderaçoes em sua mente, primeiro que jamais pensaria do libriano escrever algo assim, talvez alguém poderia estar com uma brincadeira de mal gosto.

"Mas quem?" - colocou a mão no queixo impaciente. Mas sua mente mais se convencia de que ninguém seria capaz de tamanha audácia.

E também porque não havia ninguém mais que os dois cavaleiros dourados e alguns aprendizes e soldados quando instruiam ordens. Relutou mas acabando guardando o papel em seu quarto, logo depois indo treinar.

Ao cair da tarde, o libriano caminhava pelo santuário certificando-se que estava tudo em ordem e segurança, mas assim que avista o campo de treinamento, seu olhar paralisa em cima de Shion, ele era tão...perfeito.

– Hugh... - Shion colocou a mão no abdomen tentando manter uma expressão forçada de serenidade.

Seu corpo ainda estava se recuperando de batalhas recentes, seu abdomen doía sempre que fazia movimentos bruscos.

– Shion...Tudo bem? - o chines indagou de modo discreto assim que o trinamento termina.

– Ah?! - o ariano nao esperava que o outro aparecesse por ali, fingiu estar inabalável.

– Sim, porque não estaria? - deu uma certa entonação a fim de que confirmasse que estava em perfeito estado.

– Hum, entendo... - Dohko abaixou o olhar discretamente e decidiu voltar para as dozes casas, já conhecia muito bem o outro e imaginava que Shion negaria até o fim que estava se recuperando.

O lemuriano apenas observou ele ir, já com a clara certeza de que o outro percebera suas dores, apenas suspirou e seguiu para um rio próximo dando um longo mergulho, relaxou sob as águas que corriam calmamente, e logo depois saiu e vestiu roupas limpas.

– Mas...mas o que? - Shion levanta o olhar surpreso e confuso ao ver uma xícara de chá quente em cima da mesinha ao lado da cama.

" Melhoras. Dohko." - leu em voz baixa.

Sentiu uma certa pressão no peito, mordeu os lábios por um instante, o libriano se importava consigo apesar de tudo. Seu sentimento pelo outro aflorou cada vez mais intenso, não restava dúvidas: Amava Dohko. E sentia que ele correspondia o sentimento. Depois de vários minutos pensando e surpreendendo-se com cada pensamento, bebia aos poucos aquele chá, se fosse outro não se incomodava com tal coisa, como alguns que conhecia.

– Ah...Dohko... - murmurou levemente, já deitado fitando o teto. - Como eu te...amo.

Cerrou os olhos aos poucos e deixou-se levar pelo sono.

xxx

O dia amanheceu e bem cedo o libriano descia as escadarias encarregando um soldado a avisar Shion que fora cumprir uma ordem do mestre em outra cidade naquele dia.

O ariano também acordara bem cedo como de costume e não sentiu a presença do outro, se arrumou e saiu de seu quarto e logo foi avisado pelo soldado da saída do companheiro. Apenas assentiu com a cabeça indo resolver seus problemas mas sem deixar de pensar um minuto no outro.

– Shion Sama, esta tudo bem? - um aprendiz indagou aparecendo em sua frente.

– Sim, porque não estaria?

– O senhor anda anuviado... - o menino soltou sem querer colocando a mão na boca.

– Shion levanta o olhar para ele.

– Está muito cedo para observaçoes não acha? - respondeu firmemente.

O garoto apenas sumiu da frente do outro com um leve sorriso, ultimamente o lemuriano andava meio diferente aos olhos dos outros, parecia um tanto...perdido em pensamentos.

Enquanto isso, o jovem tigre caminhava em rumo a seu destino, precisava ir até a outra cidade, onde enfim chegou e começou seus compromissos. Horas se passaram e o libriano finalmente resolvera todas as tarefas incubidas a ele.

– Que demora.... - Shion resmungou ao ver que já era cair da tarde e o outro não chegava, estava inquieto na ansiedade pela espera.

Assim que Dohko voltara para o santuário, decidiu subir até uma das montanhas próxima as dozes casas e ali sentou-se e escorou-se na caixa de sua armadura observando o por do sol. Shion então sente o cosmo do outro, mas muito além do cosmo conseguira sentir a presença do outro como se sua alma alertáse-o.

– Shion... - por varias vezes repetira o nome do regente de Carneiro no dia. Cerrou os olhos de leve enquanto era tomado por desvaneios com o ariano.

– Dohko... - o ariano teletransportou-se, surgindo um pouco atras do outro.

Súbito, o chines estremeceu abrindo os olhos rapidamente. Olhou para trás e viu o jovem ali em pé.

– Shion... - balbuciou surpreso por ele estar ali, tentou manter a postura já que se encontrava perdido em pensamentos com o outro.

– Senti seu cosmo e... - fez uma breve pausa se deixando paralisar pelo olhar intenso de Dohko. - Agradecer pelo chá...

– Ah sim... - o libriano dá um leve sorriso tentando não corar. - Vi que ainda estava se recuperando das missoes anteriores, é um ótimo remédio chines.

– Entendo, não precisava se incomodar. - desviou seu olhar para o horizonte, presenciando a bela paisagem que se destacava.

– Não foi nada Shion...

– Bem, vou indo. - acenou baixo e saiu em direção oposta.

O libriano apenas acompanhou-o com o olhar, uma sensação incomoda em seu interior ao ve-lo se afastando aos poucos mas nada poderia fazer. O que iria dizer? Deixou-o ir mas na esperança de que ainda estariam juntos um dia.

– Dohko! - uma exclamação foi ouvida vinda do ariano.

Shion voltou a passos rápidos e inesperadamente enlaçou o libriano começando um ósculo.

– Shi-Shion!

Dohko arregala os olhos, assim como Shion estava chocado consigo mesmo por tal reação. Mas ambos continuavam entrelaçados.

– Dohko...eu...eu, não pude evitar..

– Você...você sente algo por mim Shion? - o libriano levantou o olhar para os olhos do outro.

Shion demora a responder e logo dá um leve e docê sorriso.

– O que acha? - piscou.

O libriano fica surpreso que o fita quase boquiaberto. O lemuriano ri.

– Vocês chineses são tão...interessantes. - riu fazendo a mesma brincadeira que outro fizera consigo.

– Fica quieto! São tantas as dúvidas para esclarecer... - murmurou o jovem tigre. - Como sabia que eu iria corresponder?

– Primeiro porque senti que você é minha outra metade Dohko e... - fez uma pausa com um sorrisinho que deixou o chines com a uma gota atrás da cabeça.

– Você deixou uma folha escapar pelas escadas com meu nome e um simbolo do amor... - piscou.

Dohko então cora fingindo parecer tudo muito natural.

– Hahaha! Eu sabia que iria ficar sem graça. Mas você fica muito bem assim... - provocou.

– Quieto Shion! - repreendeu logo aproximando os lábios nos do amado. - Aquela folha é a mais pura verdade... - sorriu.

– Dohko...me perdoe pelas intrigas ou qualquer coisa que não te agradou... - fez uma pausa e a voz baixa e triste. - Você merece ser feliz por ser esse alguém especial...

O libriano nem esperou o outro terminar dando-lhe um beijo caloroso.

– Já disse para ficar quieto... - a voz saíra soprada e sincera ao mesmo que amorosa. - Shion, você é perfeito para mim... - sorriu começando um novo ósculo.

Shion correspondeu com ardor, amava aquele homem com todas as forças, mesmo depois de ter negado para si varias vezes sabia que Dohko era quem mais amava em sua vida.

– Te amo... - ambos disseram ao mesmo tempo enquanto intensificavam o ósculo.

E assim o sol ia se pondo, mas mais forte que a luz daquele gigantesco astro, era o amor que emanava daqueles dois jovens cavaleiros.

Libra e Áries.

Fim.


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Notas finais do capítulo

Juh, desculpe o atrasoo em postar essa fic =(
Presente de niver para você!!
Juuh ♥



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