O Poder Da Criação escrita por Mina Phantonhive


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Mais um presente para minha ficwriter predileta Anny-chan! Olha..o cafuné está aí..só procurar!! Beijão



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“O mundo é a minha representação.”

Essa frase cretina não parava de martelar na cabeça de Cana Alberona. A maga estava às voltas com essa carta raríssima que parecia ter um poder estrondoso há pelo menos 3 meses, mas ela não conseguia ativar a mesma, por mais que se esforçasse. O artefato veio sem nenhuma instrução, a não ser essa frase que estava gravada no verso em letras prateadas e o desenho da frente era um planeta azul, algo que Cana nunca tinha visto nem em livros.

O artefato foi conseguido através da recompensa de um cliente, cujo caso foi o primeiro Classe S de Cana. O mesmo ficou tão impressionado com a técnica da maga que além do dinheiro, lhe deu o livro com a carta dentro. Quando o cliente contou a história do livro, a cartomante se arrepiou. O livro pertencia à biblioteca proibida de Edolas e foi roubado com a carta pelos revolucionários. O exemplar continha ensinamentos fantásticos e a carta era de um poder imenso, mas como o medo dos efeitos do livro eram enormes, puderam guardar a carta sem medo dentro das páginas do mesmo. Quando os portais de Edolas começaram a se abrir para o mundo de Cana, o livro simplesmente foi passado por um deles. E caiu nas mãos do cliente da maga.

Quando questionou o cliente o motivo pelo qual ele estava dando aquilo pra ela, o mesmo respondeu: “Simples, eu não crio.” E se calou.

Depois de toda essa odisseia, Cana, o livro e a carta estavam ali, parados um na frente do outro, sem nenhuma reação.

“Que frase é essa? Como que eu ativo isso? Faz 3 meses que eu estou treinando pra tentar ativar essa coisa e nada!! NADA!!! Não pode ser uma charada ou ainda um trava-línguas, não é nada do que eu conheço! DROGA”. A maga se descabelava em meio ao desespero.

Obviamente que não era a tarefa mais fácil ativar uma carta daquele calibre, contudo, engana-se aquele que pensa que Alberona tinha uma magia fácil. Não, todos os feitiços exigiam um conhecimento teórico, lexical e empírico imensos, sem falar de leitura árdua, que a mesma conseguia fazer mesmo bebendo muitos litros de cerveja por dia.

Não se considerava uma leitora como Levy, mas depois de pesquisar em todos os livros de magia que ela, seu pai e até a biblioteca de Fiore possuíam, não achou absolutamente nada que remetesse àquela frase em particular. O que a deixava aliviada, já que não conseguia ativar, não seria responsável caso desse alguma coisa errada e temia e muito o que seria a tal representação.

Especulou e especulou, como fazia parte de sua rotina de treinos mágicos, contudo, por mais uma vez se mostraram infrutíferos e ela estava se resignando mais cedo do que o normal, porque sabia que tinha um compromisso inadiável, embora não se lembrasse bem do que era. Deixou aqueles pensamentos de lado, colocou a carta na bolsa e saiu correndo para o apartamento de Laxus.

O coração dela estava apertado, como se tivesse uma lacuna que não conseguia completar, contudo, sabia o remédio daquela inquietude. Um doce cafuné de seu garoto grande.

Chegando à porta, bateu com força e velocidade dignas de Jet e a mesma foi aberta tão rapidamente por uma maga demônio que parecia particularmente satânica naquele momento.

Percebendo o susto da recém-chegada, Mirajane tratou de esclarecer que estava ali porque a missão importante tinha sido antecipada e exigiu a presença da Rajinshu, Natsu, Gray e Gajeel. E foi ai que a Alberona soube o que deixava o seu coração tão apertado.

A morena suspirou e sentou-se ao lado de Lisanna que não parecia a mulher mais feliz do mundo e ao mesmo tempo parecia, já que Natsu tinha acabado de dizer algo que parecia com uma declaração de amor e tinha acontecido até um beijo singelo nos lábios da albina. Ou seja, amargura generalizada.

“Isso não é justo! Depois de todos esses anos, finalmente quando o Natsu fala algo, ele tem que ir em missão classe SSS?” Lisanna resmungava e resmugava.

A missão tinha abalado as estruturas, pelo que Cana observou, mas ainda não respondia o que as Strauss, Levy, e Juvia estavam fazendo muito à vontade no apartamento de Laxus. Cana ainda podia sentir o perfume dele no ar, como se ele tivesse saído recentemente. Tudo ali o lembrava e a Alberona sentiu-se incomodada em dividir aquelas sensações com as amigas. Mesmo com Mirajane, que também passava muito tempo ali.

“Gente, muito me agrada o clube da Luluzinha, mas eu realmente queria saber o que vocês fazem aqui.”

“Oras Cana – Mira começou – Freed me disse que Laxus disse que você disse que tinha ganho uma carta poderosíssima.

“Mira, eu uso cartas pra magia. Claro, não sou uma maga como você por exemplo – Cana respondeu surpreendentemente ferina – me tornei uma classe S recentemente, mas eu acredito que em matéria de artefatos poderosos, como você pontuou, eu não devo nada pra ninguém. E como eu uso cartas, logo eu teria cartas poderosas. O que não revela o motivo pelo qual todas vocês estão aqui na casa do meu garoto e o que isso tem a ver com as cartas que eu tenho ou deixo de ter.”

O discurso da morena não passou incólume, deixando grande parte da comitiva completamente embasbacada por aquela reação despropositada, mas Mirajane, como ciumenta que era, sabia identificar uma crise de longe. Somente sorriu cinicamente e iniciou a réplica. “Não se preocupe Cana, mas não se esqueça que não é somente o SEU garoto que mora aqui. Eu também queria ver o meu. A minha irmã está comigo porque ela acabou de receber a declaração de amor mais tosca de toda a estória das declarações de amor e precisava de uma espécie de consolo. Não acho que deva se preocupar com a Levy, já que ela ama o Gajeel o suficiente pra achar que ele canta bem e eu realmente preciso comentar sobre a Juvia? Preciso mesmo?”

Ao ver o embaraço da filha de Gildarts, a maga demônio continuou com seu sermão: “Eu sei dos seus poderes! Na verdade, seus poderes são grande fonte de desentendimento entre mim e meu garoto, já que você treina com ele todos os dias. Laxus fala tanto de seus poderes que o mestre estava pensando que o seu desenvolvimento mágico deve ser acompanhado de perto pelo Conselho e quem sabe vem alguma convocação por aí? Quem sabe você vira um dos 10 Santos? Mas enquanto isso, escute o motivo pelo qual estamos aqui e queremos saber da carta.”

Cana ficou tão impressionada com a fala de Mirajane que esqueceu de fechar a boca e antes que ela respondesse à altura, Levy interveio.

“Cana, Mira! Calma, não estamos aqui pra isso! Estamos perdendo o foco.” Voltando-se para Cana. “Como a Mira disse que você recebeu uma carta poderosíssima mas que está com dificuldades para ativá-la. E ela me descreveu e pela descrição, descobrimos que é a carta lendária da Vontade e a mesma tem um modo muito minucioso de ativação.”

Aproveitando o silêncio que se seguiu, a maga da escrita prosseguiu: “Na verdade, quem fez a maior parte da análise foi a Lis, já que ela estudou sobre esse artefato em Edolas e como ela sabia por onde conduzir as pesquisas, descobrimos que a carta segue a filosofia de um estudioso de um mundo paralelo à Edolas, mas que não é o nosso, que se cruza com Edolas em um certo ponto. O mistério começa aí, já que não teria meios da carta chegar até Edolas, imagine aqui. Mas o importante é saber que ele via a Vontade como a essência da vida.

“Quem é o cara, Lis? E o que isso tem a ver com a carta e o resto?” Cana indagou.

“O nome dele é Artur Schoppenhauer e de acordo com o livro que tinha em Edolas, ele tem vários outros livros, mas o mais famoso e poderoso é o Mundo como representação. Essa frase é familiar?” Lisanna respondeu.

“Sim, no verso da carta tem algo semelhante escrito. Dá uma olhadinha.” Cana estende a carta para a maga take over que a pega e começa a examinar com muito cuidado.

“Sim, é exatamente essa! Estudamos isso quando falávamos de fundamentos da magia e principalmente da transformação, que era o que mais me interessava. Essa carta resume o princípio desencadeador, o acontecimento que origina, a essência criadora que faz com que possa ser transformado.”

“Como a magia de Gray-sama, Lisanna-san?” Juvia questiona.

“Não. A magia de Gray é de transformação e manipulação, das mais básicas, na verdade, a transformação que ele faz é uma aceleração do estado da água, ele a solidifica e a manipula na forma como ele deseja, entretanto, esse não é um processo impossível de se conseguir naturalmente, a transformação. Ele acelera a solidificação, mas por mais que a magia dele se chame de criação, criar mesmo, ele não cria nada.”

Aparentemente em choque e completamente ultrajada pela explicação da magia de seu amado, Juvia estava pronta para inundar Lisanna quando Levy, em uma habilidade incrível de previsão de desastres continuou as explicações:

“Na verdade, a imensa maioria dos magos possuem magia de transformação e de manipulação, alguns de transporte e essas características combinadas. Transformações elaboradas como os Take Overs e os Dragon Slayers que exigem uma mudança corporal intensa ou ainda como as do Gray que combinam duas habilidades como a Lis tinha comentado. Também as de transporte não são necessariamente de levar o lutador de um lado para o outro, mas em magias de armadura ou os magos celestiais, que trazem suas armas e seus espíritos de um lado para o outro. Claro, o transporte é uma magia que exige um poder considerável, mas o princípio é realmente simples, apesar de agregar muita força física, como o da transformação. Entretanto, essas magias por mais que possam ser combinadas, elas são secundárias porque a base é o elemento de criação, que é o mais raro de possuir e consequentemente o mais importante.”

“E vocês acham que eu tenho essa magia de criação?” Cana exclamou

“Sim. Pelo que observamos de sua magia, ela segue exatamente o sistema filosófico básico da conversão do ser em existir...o que seria o cerne da criação.” Levy respondeu.

“Sistema filosófico de conversão? O que seria isso?” Cana questionou.

“Simples – Lisanna começou a responder - “há o ser e o existir. Quando o ser passa a existir, ele se torna um ente. Sua magia segue esse esquema. Você possui o princípio criador, que passa pelas suas cartas e se manifesta através de seus feitiços. Claro que o processo de criação não é tão simples quanto eu expliquei, mas a questão é que você possui o fator criador, coisa que nenhum dos outros mago S da guilda possuem.” Lis terminou.

“Mas nem o Freed? A magia de runas também não é de criação?” Cana perguntou.

“Sim, a de Freed é, entretanto, ele também se utiliza de transformação, o que polui o potencial criador dele. Ele não consegue fazer algumas magias sem transformar, coisa que você não faz. Todas as suas magias são de criação, mesmo que você transforme o ambiente externo, mas você cria antes.” Mira respondeu. “ E outra coisa, ele não é mago S.”

A Alberona ficou boquiaberta com todas as revelações sobre a sua magia, sobre sua essência, coisas que ela nem conhecia e também se surpreendeu muito com Lisanna e seus comentários perspicazes, já que a nerd da turma era Levy.

“Bem, e o que saber de tudo isso ajuda a todos e o que isso tem a ver com a missão dos garotos?”

“Tem a ver que a carta da Vontade só pode ser ativada por quem tem poder puro de criação. Ela está diretamente ligada ao instinto de sobrevivência, tanto que se entende a vontade como vida. Ela segue os interesses de sobrevivência do portador e daqueles que o mesmo desejar, desde que isso não vá de encontro ao sistema existencial como o universo perpetua. Por exemplo: Se o Laxus e os outros estiverem em apuros, a sua vontade de sobrevivência que está atrelada à sobrevivência dele poderia desencadear uma reação na carta que os salvaria, entendeu?” Levy respondeu.

Antes que Cana respondesse, Mirajane continuou. “ Não sabemos muito sobre essa missão. Na verdade, não sabemos nada. O que eu sei era a tensão que Freed estava. E todos eles foram chamados. Até seu pai! Cogitaram trazer Erza de volta da lua-de-mel e ainda chamar os Dragon Slayers da Sabertooth, então essa missão é no mínimo dos mínimos perigosa. Quisemos ir junto, mas Freed rodeou Magnólia com runas, impedindo todas nós de sair. Isso não é típico dele. Meu irmão não foi, Ever não foi. Estamos trancados. Eu estou com medo. Não quero perder o meu garoto Cana! Nenhuma de nós quer, mas também não queremos ficar paradas como paspalhas por aqui sem fazer nada porque isso não é nosso feitio de magas e é por isso que precisamos do poder dessa carta. E da sua ajuda, porque ela vai representar a sua vontade.”

“É por isso que o mundo é a minha representação?”

“Isso. O poder criador manifesta a sua vontade e a carta o potencializa, mas ela não muda o curso da existência de forma universal, apesar do poder assombroso.”

“Mas qualquer um que tenha poder da criação pode ativar a carta?”

“Não. Pelo que pesquisamos, é necessário um poder mágico fora do normal, elevado, puro. Características complicadas de se encontrar nos magos em geral. Características que você possui.” Lisanna respondeu.

“Mas eu não tenho um poder elevado...eu mal me tornei classe S...eu nem sei o que eu comi no café da manhã e nem falei pro Laxus que eu queria um cafuné...como que eu posso ativar essa coisa?” Cana se desesperava.

Não entendendo a relação entre café da manhã e cafuné, foi a vez de Juvia intervir. “ Cana-san, seu poder é elevado, já que passou pelo Exame S, é de criação e é puro, de acordo com Lisanna-san e Levy-san, entretanto, se não confia plenamente nele, sempre é possível uma união dos poderes, sem perder a pureza de nenhum deles.” Juvia disse. Percebendo a confusão das amigas, continuou.

“Quando eu e Lucy-san lutamos juntas na Torre do Paraíso contra Vildalvus, unimos nossas magias que em algum momento estavam semelhantes. E conseguimos nos salvar. Por mais que seja interessante usar poderes de uma mesma natureza, como com Gray-sama e eu, e no caso Aquarius-san e eu, acredito que como você é criadora, é capaz de se adaptar aos nossos poderes. Entretanto, tem a questão da transformação exclusivamente corporal, sem ataques, como é o caso da Lisanna-san, algo que eu acho que o elemento desencadeador é capaz de driblar.” Juvia explicou.

Cana estava tonta, completamente enjoada, não conseguia assimilar todas aquelas informações. Todos aqueles poderes e aquela esperança depositadas nela. Aquilo não era certo. E ao longe ouvia a voz de Lisanna dizendo que estava conseguindo lançar ataques e que iria tentar a Unison Raid com a irmã.

Muitas expectativas, mas Cana só conseguia pensar naquele cafuné tão amado. E se a carta da Vontade fosse tudo isso mesmo, ela seria acariciada pelo seu garoto até que ele fosse um homem, o que ela só consideraria quando ele chegasse aos 100 anos.


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