ロザリオ紙 {Rosário De Papel} escrita por HERZOGIN


Capítulo 1
のみ。


Notas iniciais do capítulo

Essa fanfic foi escrita antes da Fragmentos Nostálgicos, então se houver uma semelhança entre tais, não se surpreendam.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/428164/chapter/1

                                    ロザリオ紙

           

Fragmentos de um coração partido jogados ao chão imundo, num canto escuro daquele cômodo estreito, onde ela, – de cabelos sempre ligeiramente desgrenhados e certa palidez destacando-se em seu rosto que não esboçava qualquer expressão – dormia calmamente, ouvindo os sibilos de seu gato tão pálido quanto tal.

Não acreditava que nenhum homem no mundo poderia a fazer feliz, só ele, – e que assim tinha de ser.
Sem nada à dizer, e despertando subitamente, cambaleou em direção ao box, já enevoado e úmido.
Tomou um duche rápido, em seguida se envolveu na toalha de algodão nova, que sua mãe havia comprado á menos de duas semanas atrás.
Era branca e com detalhes tão róseos quanto seus lábios, e havia uma enorme fotografia da Minnie estampada no centro, que a fazia abafar algumas risadinhas com a mão esquerda toda vez que a via.
Até parece ironia, mas seu apelido é quase que exatamente igual. Apenas troca-se uma consoante, tal qual é “N”.
Seu nome é Nicoly, mas eu prefiro a chamar de Ninnie, já que tal sempre gostara por demasia dos personagens da Disney. Em especial, a Minnie, no qual ela se identificava. Pelo menos quando era criança.
–Fico feliz por estar se sentindo melhor. É um alívio para nós duas. – Falei, manifestando-me e retirando a toalha de seu corpo esbelto, em seguida secando-a delicadamente, como se ela fosse dependente ainda. Como se fosse.
–Eu não disse isso! Quer dizer, não me lembro de ter dito algo semelhante. Pelo contrário, ainda estou muito mal, você não faz ideia do quanto. – Disse, colocando seu pijama arroxeado, como as extremidades inferiores de sua vista. Quanto tempo ela ficara sem dormir, afinal? Dois meses? Três? Será exagero de minha parte? Meu nível de preocupação com Ninnie já passou dos limites exatos, e eu não sei quando devo parar de protegê-la. Ela é tão pequena, tão frágil e amável... Por que alguém faria algo de ruim à ela? Me pergunto isso a todo tempo, mas a verdade é simples: por ela ser o que é. –Mas o fato de você estar aqui já me conforta muito, Gya-sama. – Ela completou, descerrando um de seus sorrisos mais afáveis.
–A-Arigato, Ninn-chan.

+++++

Três e quinze. Ninnie ainda estava bem deprimida por causa do término com seu ex-namorado, Rein-chan; ele costumava ser carinhoso e apreensivo, mas depois de conhecer Jane, uma primeirista particularmente atraente, teve de ceder aos pedidos de seu coração, – e então o fez, deixando apenas uma moça deprimida para trás. Para ele, isso nunca fez muita importância. Nunca.
Três e meia. Ninnie ficou encarregada de se divertir nos jogos de um festival que estava acontecendo próximo a sua residência, em quanto eu cuidava das pipocas e bebidas.
Me sentei à cadeira pardo e apoiei os cotovelos à mesinha metálica, estreitando-os em seguida; aguardando a chegava de Ninnie e, talvez, um urso gigantesco e cromatizado de diversas cores, especificamente as primarias.
Eu apenas pude avistar, – de longe e bem desfocadamente –, uma pequenina figura de expressão melancólica, carregando um único e miúdo gatinho de pelúcia branco. Era Ninnie, e ela trazia algo à mais consigo, dois algodões doces rosados. Um mordido e outro inteiro, num palitinho minúsculo e pontiagudo.
–O que houve, Ninn-chan? – Perguntei, em quanto ela se aproximava e atirava a pequena pelúcia sobre a mesa, – onde também jazia pipocas, sanduíches e algumas sodas.
Ela deu de costas e suspirou profundamente. Ora olhando para os pequeninos pés, – agora nus –, ora observando as extremidades tão circulares de seu índex, no qual ela direcionou ao topo do alimento almofadado.
–Eu só consegui pegar a droga de um gatinho, Gya-sama. Só um gatinho! – Repetiu histericamente. –Eu queria um urso bem grande e... E colorido! – Disse, lançando-me um sorriso acriançado, acompanhado de um olhar esperançoso.
Suas mãos à mesa pareciam tão tenras, tão abandonadas... Cedi à pressão do tato, pousando ambas as minhas sobre as dela, de moto sútil, certamente. E por uma fracção de segundos, senti nojo de mim mesma, daquilo que eu estava fazendo com Ninn-chan.
E os olhares à nossa volta, as pessoas balançando seus crânios devagarmente, num gesto irônico.
Não era pra menos! Ninnie tinha apenas quinze anos, mas aparentava ter doze, devido à sua aparência pueril. E eu? Eu era Konahamaru Gyari, uma mulher de trinta anos, decadente e fracassada, que tinha como objetivo congênito ser uma superstar.
Mas nada ocorrera como o desejado. Apenas me tornei uma professora de música qualquer, vivendo numa casa qualquer e esperando alguém qualquer.
Qualquer – minha vida se resume nessa simples e objetiva palavra.
Admirada por alguns e detestada por outros. Meus métodos de ensino eram extremamente severos quando relacionados à pessoas do sexo masculino, e em muitos casos meu salário fora reduzido ou fui ameaçada de demissão, acusada de misandria.
Era verdade. Eu não podia negar que desprezava e sentia repúdio pelos homens ou até mesmo meninos inocentes. Nenhum de nós podia ou se quer conseguiria mentir, e foi por isso que eles não me demitiram. Apesar de ser complicado trabalhar e lidar com os homens, ninguém mente, ninguém nega, – sou a melhor professora de educação musical da escola.
E foi num dia qualquer, numa aula chata qualquer com homens “qualquer”, que eu conheci Ninnie... Minha doce e harmoniosa Ninnie.
Estava sentada à mesa, calada, sem nada à dizer. Batucava a mesa e fazia gestos com os anelares e o indicador, como se estivesse tocando um verdadeiro piano; e sorria todo tempo, como se para a música ser feita, não fosse necessário voz ou aparelhos eletrônicos, somente ela mesma.
Ela era a música, e por isso a música fluía dela.
Desde o momento que a vi, senti um terrível desejo de abraçá-la fortemente e nunca mais soltá-la. De fazer amor... Fazer amor com ela sutilmente, e tocá-la da maneira mais delicada possível.
Meu pensamento se enchia de prazer, calor, tudo, – somente ao pensar em seu rosto robusto e com ligeiras sardas salmão.
Eu estava apaixonada por Ninnie sem se quer saber o motivo. E quando a apatia estava prestes a reinar em minha vida, enfim sentando-se gloriosamente numa protona de coloração acerejada e governando tudo à boa vista, – ela surgiu.
–Algum problema, Gya-sama? – Ela perguntou, acordando-me de meu sono consciente instantaneamente, em quanto bebericava sua soda intensamente gelada, – tal como o tempo.
–E-Eu... Não. Problema algum... – Aproximei meu rosto ao seu, podendo observar mais de perto a vivacidade que seus olhos esverdeados exalavam. Senti o calor de suas maçãs faciais, e tais se roçaram às minhas, quando pousei meu queixo levemente triangular em seu ombro esquelético, próximo à sua clavícula mármore. –Onee-chan. – Completei.
–Konahamaru Gyari-sama... – Sua voz enternecedora invade meus tímpanos nos dizeres que sempre quis que escapasse daqueles belos lábios carnudos, meu nome... Meu nome completo e dito em bom tom. –Isso é errado, não?
Será, Ninn-chan? Será que se envolver com uma mulher quinze anos mais velha que você é algo certo a se fazer? Ou o errado é simplesmente “deixar a oportunidade de ser feliz passar”? Eu não sei se tal sentimento é mútuo, então por que me preocupo tanto em demonstrar à ela que a amo?
As palavras são verbalizadas de forma objetiva, anteriormente não passadas à “área de revisões”.
Eu falei... Falei “não” sem pensar no como isso a afetaria. Neguei por egoísmo, por querer mais dela, por querer amá-la da minha forma. Não agi diferentemente de um homem, e sim semelhante à tal coisa que desprezo.
–D-Digo, sim! Isso é errado, on... Quer dizer, Ninnie. – Enfatizei tanto a última palavra, que isso deve ter magoado-a profundamente. Isso foi cruel. Muito cruel! –Eu sou bem mais velha que você, sou sua professora de música, e por isso não devemos nos contatar fora da escola ou até mesmo sala de aula. A segunda opção só se for necessário, pois você sabe que...
Que... Que? Digo, quê?!
Algo tão macio quanto as nuvens se fixa em meus lábios; a língua abrasadora de Ninn-chan invade a cavidade úmida de minha boca, mordendo meu lábio inferior em seguida, e sorrindo de forma sádica, porém angelical.
–Eu sinto o mesmo, onee-sama. – Ela diz, sussurradamente, quase que de modo inaudível.
–S-Sente o mesmo? Como assim, Ninn-chan?!
Shh! – Disse ela, pousando seu índex sobre meus lábios. –Não grite, ou eles vão ficar nos olhando novamente. Eu te amo, Gya-sama. Desde a quarta série, quando você aceitou minha rosinha de papel... Se lembra?
–E-Eu... Ninn-chan, eu me lembro.
–Diga algo sobre isso então. – Suas últimas palavras ecoavam em minha cabeça, como uma melodia viscosa, e se repetiam inúmeras e inúmeras vezes.
–E-Eu te amo, Ninn-chan! – Respondi em bom tom, colocando minhas mãos sobre sua cerviz e a massageando vagarosamente, em quanto nossos rostos quentes roçavam e nossos lábios se entrelaçavam.
Era tão errado, mas ao mesmo tempo tão, tão bom!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "ロザリオ紙 {Rosário De Papel}" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.