A saga de V - Immortalis escrita por Adriana Macedo


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Deixo agora o primeiro segredo da estória. Aproveite e lembre-se, qualquer tipo de plagio e copia é crime!



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Prólogo

Ela olha sua face no espelho e enxuga a lágrima que escapa de seus olhos, ajeita o borrado que a gota de água deixou em sua maquiagem preta e fúnebre. Ajeita a saia de cos alto e a blusa de cetim de mangas compridas abotoando-as nas pontas. Sua roupa toda preta e com um salto agulha preto e também de cetim, afinal um funeral é uma data formal e ela participaria de três.

Os últimos ajustes na saia para que não tocasse muito na costela cuja marca ainda cicatrizava, ela apertou os grampos que fixavam o coque no alto de seus cabelos agora lisos, ajeitou o chapéu com um pequeno véu que lhe cobria até o nariz de renda preta e então ela ouviu três toques leves na porta.

- Você está pronta? – ele perguntou. Ela olhou para ele que também estava todo de preto.

- O terno lhe caiu muito bem. – ela elogiou com sua voz fraca como a brisa.

- E você está linda como sempre. – ele limpa o alto de sua bochecha e lhe dá um beijo em sua testa. Ele lhe estendeu o braço e ela o pegou, apoiando-se não só fisicamente como também emocionalmente.

Duas horas se passam, apenas eles diante de três caixões lacrados, todos em uma sala fria e cheia de flores, onde um velho disse algumas poucas palavras e depois foi atender as outras salas onde havia mais gente para ouvir e chorar pelos seus entes queridos.

Ela já chorou tanto que agora apenas os observa parada como uma estátua, não demonstrava nenhuma emoção, o que deixou ele preocupado e ansioso. É claro que ele estava tão abalado quanto ela, mal sabiam os dois como seria daqui pra frente, ele só tinha uma certeza, eles finalmente ficariam juntos.

Ela olhou para ele e sorriu vendo que ele tinha uma expressão engraçada no rosto como se quisesse vomitar e imaginou se estava com a mesma careta já que o cheiro forte de formol exalava a sala. Ele por sua vez não sorriu, começava a achar que ela estaria ficando louca, quem sabe fosse mesmo verdade. Ninguém jamais passara tantas coisas como uma em um período tão curto de tempo.

O rapaz de terno que cuidava do tempo do velório avisou que o tempo havia esgotado e que agora eles seguiriam para o cemitério. Como havia três e eles haviam escolhido enterrá-los de uma só vez, eles teriam que esperar até que todos estivessem lá e depois poderiam partir.

- Prefiro esperar os três chegarem um por um no cemitério. – ela falou.

- Podemos? – ele perguntou segurando-a em seus braços.

- Bem, acho que sim. – o rapaz de terno respondeu, mas o que verdadeiramente estava pensando era “pelo preço que pagaram podem fazer o que quiserem”.

Juntos no banco de trás do carro fúnebre eles estavam abraçados. Ele a apertava junto ao peito com toda a força que podia sem machuca-la e ela por sua vez apenas se enroscava mais, mas nunca tocando suas costas.

Debaixo de uma tenda estavam duas cadeiras esperando por eles, na frente duas lápides de mármore cinza e uma de mármore branco representando a menor das três covas. Ela segurava um grande buque de rosas brancas e azuis e ele segurava três guirlandas da mesma cor. Olhar para eles era deprimente e obscuro.

Depois que jogaram a ultima pá de terra por cima do caixãozinho de madeira branca os coveiros foram embora, não sem antes levar a tenda e as cadeiras, mas eles já nem se importavam com isso, apenas de joelhos choravam em frente aquelas lápides, os dois.

Ela já não se importava com a maquiagem, chorou como nunca. Dividiu o buque em três partes iguais e depositou cada ramo em uma lápide e ele colocou as guirlandas junto com as rosas.

Já estava quase anoitecendo, não havia mais o que fazer. Eles se levantaram e ela olhou ao redor, o grande cemitério tinha uma grama verdinha e bem aparada e se não fosse pelas lápides que preenchiam todo o lugar seria um lugar muito bonito. Eles haviam escolhido bem, havia uma árvore ali pertinho e o vento que batia em suas folhas era melancólico. Um corvo cantava uma melodia que não era nada feliz para completar a beleza fria do lugar.

- Vamos embora. – ele falou segurando-a em seus braços. Ela se equilibrou em seu salto e pôs-se a caminhar.

- Estou tão cansada de funerais. – ela choramingou. – Prometa-me que eu não comparecerei em mais nenhum.

- Eu prometo. – ele disse beijando-a em meio à pequena estradinha de pedras que levava a entrada do cemitério.

Caminhando de mãos dadas ela pensou “E pensar que tudo isso começou há apenas quatro meses atrás...”.


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