– Vamos Lucy!

...

– Não corra tão rápido Natsu!

O rosado ainda puxava-a pelo pulso.

Os dois estavam em alta velocidade por toda a cidade aproveitando a Feira Semanal de Magnólia. Natsu estava muito feliz e animado com tudo a sua volta. Gente bebendo, rindo e comendo. Para ele aquilo lembrava a Fairy Tail. Lucy finalmente conseguiu para-lo quando viu uma loja para magos escondida num pequeno beco.

– Natsuuuuu! Temos que entrar ali! Talvez eles tenham algumas chaves para mim! Estou doida para dar um amiguinho ao Plue... – Berrou ela puxando o garoto para dentro do beco.

– Aaaah! Calma aí Lucy! – Reclamou ele que estava prestes a comer um Bolinho de Peixe.

Eles entraram correndo e se depararam com alguém muito parecida com alguém que conheciam.

– Laki-Chan? – Pergunta Lucy.

A garota que estava atrás do balcão, anotando algumas coisas num papel, virou para frente e viu os dois.

– Ohayo! Como estão? – Diz a garota super simpática.

– Laki? O que você está fazendo aqui?! – Pergunta Natsu confuso.

Lucy percebeu a diferença. Laki usava óculos e essa menina não.

– Natsu! Essa não é a Laki! – Disse Lucy tapando a boca do rosado.

– Isso mesmo Natsu-Kun! Sou Aki Olietta. Prima da sua colega Laki Olietta. Muito prazer em conhece-los! – Diz a garota se apresentando.

Lucy sorri e chega perto do balcão para apertar a mão da menina de cabelos roxos.

– Você trabalha aqui? – Pergunta Lucy notando o papel no balcão.

– Aye! Eu sou a “Gerente” enquanto meu avô não está. Vocês são magos da Fairy Tail, estou certa? – Fala Aki.

Lucy assente sorrindo.

– Que legal! Eu também sou maga. Mas uma maga individualmente maga. Eu me sustento aqui! Nunca tenho muito contato com outros magos. Apesar de conhecer muito bem as Guildas de Earthland.

Natsu ficou só olhando as garotas conversarem.

– Lucy! Eu vou terminar de comer meu Bolinho de Peixe. Quando você acabar aí, me encontre perto daquele restaurante que vimos. – Diz o rosado entediado.

– Tudo bem! – Responde Lucy.

– Foi um prazer! Natsu Dragneeel sou sua fã! – Diz Aki.

Ele acena enquanto sai da loja.

As duas ficam conversando sobre magos até que Lucy se dá conta do que foi fazer ali.

– Aki, você tem chaves para Magos Celestiais? – Pergunta a loira.

Aki levanta o dedo como que tivesse acabado de lembrar. Ela anda até uma estante pequena e pega uma caixa empoeirada.

Traz a caixa novamente até o balcão. Lucy percebe que está trancada com um cadeado. Aki abre uma gaveta e pega a chave.

– Por que trancar? – Pergunta Lucy.

– Já tentaram nos roubar. É um cadeado mágico! Por isso meu avô pediu para trancar. – Explica a outra.

– Eu me esqueci de perguntá-la qual a sua magia! – Diz Lucy.

– Wood Make. Idêntica á de Laki. E parecida com a de Gray. – Explica novamente.

Lucy sorri. Aki assopra na caixa e a poeira voa. Ela gira a chave a abre.

– Gomen! Eu não sabia que estava em falta. Desculpe senhorita... – Diz Aki. Até que se lembra de algo – Qual seu nome mesmo? Sou um pouco esquecida.

Lucy sorri novamente.

– Lucy Heartfillia.

– A filha de Layla Heartfillia?! Como assim? Layla... A Layla! A Maga Celestial mais incrível que já conheci? – Por essa Lucy não esperava.

– Você conheceu minha mãe?! – Pergunta assustada.

– Claro! Meu avô já trocou algumas poucas mercadorias com ela em troca de uma moradia. Ela é muito divertida! – Diz Aki lembrando-se de Layla.

Lucy se entristece.

– Você quer dizer “era” muito divertida.

Aki para de saltitar de felicidade e repara em Lucy chorando.

– Isso mesmo que está pensando. Minha mãe morreu.

Aki sai de trás do balcão e abraça a loira amiga.

– Sinto muito. Eu não fazia ideia.

– Não tem problema. Mas... você tem mais algum artigo aí que eu possa levar? – Pergunta mudando de assunto.

Aki volta para o balcão e pega o papel que estava escrevendo antes.

– Tenho uma coisinha para o Natsu. Ele vai gostar! Não tem nada a ver com magia, mas inclui fogo e bolinho. – Disse a roxinha rindo.

Lucy aceitou e então Aki correu para uma porta nos fundos da loja. Quando voltou, deu na mão da loira uma sacola branca.

– O que é isso? – Pergunta confusa.

– Bolinhos de Peixe Sagrados! – Exclama Aki sorrindo.

Lucy ON

Eu já ouvi isso em algum canto! Bolinhos de Peixe Sagrados... Não faço ideia.

– E são bons? – Perguntei por curiosidade.

– Meu avô que faz! São ótimos! – Disse Aki.

Parou tudo! O avô dela faz “Bolinhos de Peixe Sagrados”?! Quem é esse avô? Será que...

– Qual o nome do seu avô Aki? – Perguntei confusa.

Antes dela responder, alguém entra na loja. Um baixinho e puxava Natsu pela orelha.

– Pare com isso garoto! Isso é feio! Menino mau! – Gritava o homem dando um sermão em Natsu.

– Vovô! – Exclama Aki correndo para abraçar o velho.

O homenzinho largou Natsu (que veio correndo para perto de mim) e abraçou a garota.

– Ykiruko-Sensei?! – Digo muito alto.

Ele olha para mim e depois para o Natsu.

– Aqueles magos da Fairy Tail! O que fazem aqui? Vieram pegar meus Bolinhos de Peixe Sagrados? – Pergunta.

Olho para Aki. Ela sorri e põe o dedo em seus lábios pedindo para eu não falar nada e esconder a sacola de Bolinhos atrás de mim. Eu obedeço.

– Não viemos fazer nada! Temos que ir não é Natsu?! – Digo puxando ele para fora da loja.

– E não voltem mais! – Diz Ykiruko para nós dois.

– Adeus Lucy-San! Foi ótimo conhecer você. Sayonara Natsu-Kun! – Aki diz acenando.

Acenamos de volta e apressamos o passo. Eu viro novamente para a loja e percebo uma placa que eu não tinha visto antes. A placa que dizia o nome da lojinha.

“LAYLA”

Lucy OFF

Natsu ON

Aquele velhinho ainda me mata de susto!

Quando eu e Lucy saímos do beco estranho, ela parou em outra loja.

Ficou olhando para vitrine. E não entendi o que ela estava fazendo ali.

– Lucy? Você está bem? – Pergunto preocupado.

Quando direciono meu olhar para onde ela também estava olhando, percebo um colar. Ele parecia se Diamante do Dragão. Uma pedra que Lucy amava! Ela ficava procurando por todo canto por essa pedra para guarda-la. Procurou em algumas cavernas mas não achou. E agora ela conseguiu encontrar a pedra que a mãe tanto falava.

Eu entrei na loja para saber o preço. Lucy percebeu o que eu fiz e ficou do lado de fora esperando ansiosa...

Natsu OFF

– 200.000 Jewels?!!!!

Natsu ficou roxo quando ouviu o preço vindo da atendente.

– Isso é mais que o aluguel mensal do meu apartamento duplicado! Como assim?! Como que essa pedra vale tanto?! – Lucy ainda estava revoltadamente exaltada com o preço do Diamante do Dragão.

– A mulher disse que ainda era falso. – Natsu completou.

– Se é falso nem adianta eu ter o dinheiro! Vamos Natsu. Vamos dar mais um passeio antes que escureça! – Lucy chamou o rosado.

Eles foram andando. Ela segurava em seu braço e ele passava o mesmo por sua cintura.

(...)

Depois de algumas horas se divertindo, finalmente o sol se pôs e eles decidiram que iriam voltar. Deram meia volta na rua principal e continuaram andando do mesmo jeito que estavam antes.

– Eu estou exausta. Vamos direto para minha casa e eu tomo um banho para ir dormir mais cedo. Você devia fazer o mesmo. – Disse a loira para Natsu.

Ele assentiu. Andaram e viram que as ruas estavam vazias novamente.

– Que estranho. Ninguém faz uma festa a noite! Na Fairy Tail é diferente... – Disse Natsu louco para voltar para a Guilda.

– Ninguém deu sinal de vida até agora! Natsu, será que está tudo bem?! – Lucy se assustou. Estava realmente preocupada.

Natsu puxou ela para perto.

– São a Fairy Tail. Alem de que todos os magos estão juntos. Nada vai acontecer Lucy! – Disse acalmando-a.

Ela se acolheu em seus braços. Até que Natsu viu mais a frente um restaurante dando degustação de limonada.

– Você quer Lucy?! Eu vou comprar! – Disse Natsu pulando de alegria.

– Sim por favor! – Ela também estava com sede – Te espero aqui!

– Aye sir! – Natsu gritou imitando o Happy.

Lucy se sentou em um banquinho para esperar Natsu voltar. Ficou olhando para a bela cidade e para as estrelas no céu.

– Aqui está tão bom...

Ficou contemplando os pontinhos no céu até que escuta uma mulher puxando uma mochila bem pesada. Era uma comerciante ambulante. Ela parecia com fome e cansada, devia estar andando a noite toda.

Lucy teve um pouco de pena e então percebeu que ela ainda segurava a sacola de bolinhos. Cheia de Bolinhos de Peixe Sagrados.

– Com licença senhora! – Gritou ela correndo na direção da velhinha.

Ela virou para ver quem era. Sorriu ao perceber que era uma garota. Uma freguesa.

– Olá! A mocinha gostaria de algo? – Pergunta com uma voz aguda e uma cara risonha.

– Yo! Sou Lucy e percebi que a senhora está exausta. Tome aqui! – Disse Lucy entregando a sacola.

– O que é? – Pergunta a idosa confusa.

– Comida. A senhora parece estar com fome e talvez com sede. Pegue aqui essa sacola de bolinhos de peixe.

– Oh! Arigatô! Fico muito feliz! Estou mesmo com fome. Arigatô! – Diz a velha pegando gentilmente o saquinho de papel branco e já comento um dos bolinhos.

Lucy ficou lá parada esperando a velha comer. Ela estava com muita fome mesmo! Assim que a senhora terminou, olhou para Lucy. A loira percebeu que a velha parecia muito com alguém... Alguém bem próximo. Só não lembrava quem.

– Meu nome é Emi. Faz dois anos que ando vendendo por Magnólia e nunca vi seu rosto! – Disse a vovó – Mas... Arigatô pela comida Lucy. Vou dar alguma de minhas mercadorias. Escolha!

– Tem certeza de que posso olhar alguma coisa? – Pergunta Lucy.

– Claro! Olhe só! Vejo que é uma maga da Fairy Tail, não é? – Pergunta a velha.

– Sim. Sou. Tem alguma coisa para magos?! – Pergunta a loira.

A “vovó” põe a mão dentro da mochila e pega uma pulseira prateada.

– Eu não tenho nada para magos. Mas eu tenho para jovens. Eu vi que seu coração e sua alma são do bem... Pegue. Era da minha avó, sei que eu não devo estar contando isso, mas ela me disse para dar á alguém de bom coração. Eu ia dar para a minha neta quando ela crescesse. Mas aconteceu uma coisa e eu não tive a chance. – Diz a senhora com os olhos marejados.

– Eu não posso aceitar! Não posso aceitar da senhora dona Emi. Não posso.

Lucy se recusa. Mas a tal de Emi insiste e põe no braço da loira.

– Porque me deu isso? – Pergunta.

– Eu já disse, você tem bom coração. Vi em seus olhos. Agora pegue e guarde, seu namorado está vindo.

A velha disse. Lucy estava admirando a pulseira e quando ouviu a palavra “namorado”...

– Ele não é meu...

Mas a vovó não estava mais ali.

Natsu vinha em direção a ela quando outra coisa fazia o mesmo. Uma carroça com dois cavalos puxando corria em alta velocidade. O homem que manipulava os cavalos estava desmaiado no banco e os animais vinham mais perto de Lucy. Foi aí que ela ouviu um barulho. Seguido por um grito:

– Lucy!!!!!!!

E depois sua vista escureceu.