– Eren... _ andei até ele, me abaixei ao pé da cama e o olhei bem no fundo de seus olhos. Eu quero saber mais sobre ele, mas... Posso ver o quão doloroso ele é. - Não precisa me contar. Vejo que você teve uma vida difícil e quero ajudá-lo. Porém, não quer dizer que eu deva forçá-lo a contar algo que não seja da minha conta.

– Você não está forçando nada. _ ele respondeu um pouco cabisbaixo. Surpreendeu-me. - Só quero poder confiar em alguém. _ disse Eren erguendo seu rosto quase com lágrimas nos olhos.

Posso não saber como deve ser difícil falar sobre algo que não queira lembrar, e sim, esquecer. Mas...

– Eren. _ O que aconteceu com ele ?

– Hum ? _ ele me olhou.

– E-Eu... _ fraquejei. O que falar nesse momento ? Lamentações são boas para agora. Pensei e sorri. - Sou toda ouvidos.

– Petra-neesan... _ Devo ter mesmo surpreendido-o. Em um momento, estou praticamente pedindo para ele não me contar nada. E no outro, estava feliz por ele querer confiar seu passado a mim.

– Pode falar.

– Certo. _ corou um pouco. Contudo, voltou a sua expressão um pouco séria. Engoli seco. Vou prestar toda a minha atenção a suas palavras.

* Nasci na cidade de Shingashina. Vivi em uma casa normal - nem muito grande nem muito pequena - junto a meus pais.
Minha minha mãe foi uma mulher muito doente quem ficava sempre em casa. Enquanto meu pai fora um ótimo médico quem sempre estava no exterior trabalhando. Por isso que eu era mais próximo a minha mãe. Mas acho que éramos felizes desse jeito, ou pelo menos, achava.
Em uma noite há três anos, eu acabei acordando ao ouvir meus pais conversando. Eu não sei o que eles tanto falavam. Só sei que eles pareciam muito sérios. Depois disso, eu escutei a porta batendo. Abri a porta do meu quarto e vi a mamãe olhando surpresa para mim. Lembro dela falando:

– " Ora, você ainda está acordado, mocinho ? "_ Ela sorria, porém parecia triste. Olhei em volta e havia perguntado

– " Onde o papai foi ? " _ A mamãe logo me ordenou voltar à cama porque tinha aula no outro dia. Eu estranhei. Sem saber de nada, voltei e adormeci.
Mas, naquela mesma noite, ouvi um grande barulho de coisas que pareciam estar sendo jogadas e a mamãe chorava. Levantei em um pulo da cama. Abri a porta. Havia dois homens, ambos com uma faca cada. Observei o lugar. Tinha vidro no chão. Os móveis estavam revirados. A mamãe estava caída e parecia desacordada. Voltei meu olhar para aqueles desconhecidos. Eles falaram:

– " Então tinha um moleque aqui. " _ E o outro respondeu:

– " Desculpe ter-te acordado, garotinho. Você pode voltar a dormir, se fazer uma coisinha para nós, tudo bem ? " _ aproximando-se.

Lembro do sentimento de pavor que senti. Mas, mesmo assim, peguei pedaços de vidro do chão e acertei um dos homens no braço.

– " Esse moleque ! " _ disse o homem que tinha acertado.

A mamãe havia acordado. Ela rapidamente tinha pegado outra faca e atacado o primeiro quem eu havia atacado primeiro. Ele caiu e o outro se virou.

– " Não confronte alguém armado, Eren. " _ falou ela sorrindo gentilmente.

– " Sua pedaço de merda !! "_ escutei o que sobrou. Agora inda na direção dela.

– " Me deixe e Fuja, Eren !!! " _ ela gritou, séria.

Eu sabia que precisava fugir. Porém, minhas pernas não faziam nada, além de tremer.

– " Fuja, E-Er... " _ Foram as últimas palavras dela.

Ela me salvou. Muito sangue. Ele lambeu o sangue de sua faca. Esse maldito... Eu peguei um caco de vidro.

– " A mamãe foi...foi... " _ sussurrei com lágrimas nos olhos. - " Você me paga !!! "

O medo que estava sentido havia sumido. E em seu lugar veio aquele sentimento de ódio e vingança. Avancei em sua direção e enfiei o pedaço de vidro nas costas do homem. Não lembro o que ele disse.

– " Não quero que fale ou levante nunca mais !! "

Depois em sua cabeça. Peguei outro caco e enfiei em seus olhos. Ele finalmente desabou.

– " Morra e suma logo desse mundo !!!! "

Depois de uns dez minutos, os policiais chegaram com uma vizinha minha. Essa minha vizinha cuidou de mim até que meu pai voltasse. Quando o meu pai voltou, ele não mudou sua expressão séria. Como se nada tivesse acontecido.
Após dois anos, Antes de uma de suas viagens, ele me disse:

– " Eren, essa é a Mikasa. " _ uma garota quem aparentava ter a mesma idade que a minha. - Ela é a sua nova irmã.

– " Irmã ? "

– " Prazer em conhecê-lo. " _ disse, ou melhor, sussurrou ela.

– " Só porque minha mãe morreu, você acha que pode agir como se nada tivesse acontecido !? "

– " É hora de seguir em frente, Eren. " _ disse virando-se. - " A Natsume-san virá cuidar de vocês logo. Comportem-se. " _ Pegou a maleta de sempre e foi embora de novo. *

– E saí pelos fundo antes da Natsume-san chegar.

Isso foi horrível. Eu posso imaginar como foi terrível a vida desse menino. Posso não ter estado lá naquele momento para conhecê-lo. Entretanto, agora posso entendê-lo melhor.

– " Eu odeio ele. Odeio isso. Odeio todos !! Vou embora daqui e nunca vou voltar a ver a cara dele. " _ revelou ele. - Foram os pensamentos que tive naquele mesmo instante.

– Depois que você fugiu, para onde foi ?

– Andei pelas ruas. Me escondendo de tudo e todos.

Ele aturou isso por um ano sozinho ? Como é possível ele conseguir sumir e fiar sozinho por tanto tempo.
Me sentei ao seu lado e o abracei, surpreendendo o triste menino.

– Você confiou a mim, uma garota quem você mal conhecia, seu passado. Eu fiquei muito feliz. Obrigada. _ afirmei deixando cair várias lágrimas.

– Petra-neesan... _ Quente. É mesmo muito quente. - Você é realmente muito gentil. _ disse retribuindo o abraço e soluçando.

– Você passou por muita coisa. _ disse o soltando e afagando sua cabeça. - Então pense nesse tempo conosco como um descanso para seus pensamentos.

– Obrigado por tudo, Petra-neesan. _ sorriu.

– A Hanji-san tem mesmo razão. Você é muito fofo.

Avançamos um passo. Nossa relação está começando a florescer.
E espero manter nossa amizade.

– Ei, vocês me deixaram sozinha lá embaixo. _ apareceu a Hanji choramingando.

– H-Hanji-san...?

– Vocês são muito cruéis. _ falou ela, entrando.

– Desculpe, Hanji-san. _ desculpou Eren.

– " Hanji-san " ? _ ela indagou. - Eren, você ficou mais fofo !!! _ o abraçou novamente.

– Vai matá-lo, Quatro Olhos. _ disse a voz vindo da porta.

– Rivaille-san ?

– Chega de ficar mimando esse moleque, Petra.

– Não o chame de moleque, por favor. _ pedi.

– ... _ ele parou e analisou minhas palavras. - Certo.

– Você convenceu o Rivaille ?? Isso é incrível !! _ falou/gritou ela, alegre.

– Tsc. _ " falou ".

– Espero me dar bem com você, Rivaille-san. _ disse Eren brincando.

– Digo o mesmo, nanico.

– Você subiu de nível, Eren !! _ afirmou Hanji balançando o mesmo.

– Cala a boca.

Deixei uma risadinha escapar. Amo eles. Assim como uma família.

– Parem de brigar. _ falei para os três.

– Não estamos brigando. _ disse a Hanji. - Só nos divertindo. _ afirmou ela, com um sorriso amarelo.

– Realmente. _ Esse ano vai ser o melhor. - Vamos jantar e comer o bolo da Hanji-san ?

– Vamos !! _ respondeu-me Hanji, entusiasmada andando.

– Não como nada feito por essa louca. _ avisou Rivaille, caminhando.

Eu ia começar a andar também. Contudo, Eren continuou parado, indeciso.

– " Então pense nesse tempo conosco como um descanso para seus pensamentos. " _ repeti minhas palavras. - Certo, Eren ? _ dando um sorriso e estendendo a mão.

– Sim. _ falou, pegando minha mão. Finalmente dando um sorriso natural.