— Vamos querida, vá escovar os dentes. Já está na hora de deitar-se.

Jay afasta-se da janela, que está coberta de gotas de chuva. Coloca as pantufas no pé e põem-se a andar para o banheiro. Enquanto isso, sua mãe gentilmente arruma a cama para que ela deite após escovar os dentes.

— Não esqueças do ursinho, mamã — diz a garotinha, com a boca cheia de espuma.

— Não havia de esquecer — ela pega o tão querido urso de pelúcia de Jay e o coloca sob a cama.

Jay sai do banheiro e entra no quarto.

— E o papai? — ela pergunta, subindo na cama.

— Já volta. Está a trabalhar. Vamos, agora deita-se — ela obedece, e se encolhe debaixo das cobertas, a agarrar o urso. Sua mãe lhe dá um beijo na testa e acaricia suas bochechas. — Durma bem, querida.

— Tu também, mamã. Amo-te!

— Também amo-te. Muito! — ela levanta-se e fecha a porta.

Jay logo fecha os olhos, mas não adormece tão cedo. A chuva continua forte, com trovoadas. Ela agarra-se mais ao urso. Sempre gostou de observar a chuva e tudo o mais, mas assim que começavam os trovões ela desesperava-se.

Apesar de toda a barulheira, Jay finalmente consegue entrar em um sono profundo, repleto de sonhos com fantasias infantis.

Algumas horas depois, Jay acorda com o que deve ser o grito  em coro mais aterrorizado e estrondoso de sempre.