The Hunger Games Clove: The Spark escrita por MyG


Capítulo 6
Capítulo 6 - Peeta


Notas iniciais do capítulo

Oi voltei... Boa leitura!



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Depois de segundos em meu quarto, alguém bate na porta: Enobaria.

—Clove... - Ela começa, mas eu a corto.

—Se você veio aqui pra falar que eu fui grossa acho que...

— Não vim aqui para dizer que você foi grossa. - Isso me surpreende.. Sento novamente na cama e espero ela continuar. - Você está certa, Cato tinha que ouvir algumas verdades. - Silencio. Eu e Enobaria nunca tivemos uma relação de mãe e filha ou melhores confidentes, bem como conselheira uma da outra. Suspiro.

— Ok. Acho que preciso esfriar a cabeça. - Essa situação é estranha para ambas. 

— Tudo bem, mas primeiro enfaixe esse pulso. – Não discuto. Caminho até o banheiro e procuro por uma faixa. Enrolo em meu pulso e passo por Enobaria.

— Vou dar uma volta.

Saio do quarto. Pego e vou à varanda, no caminho até aqui, não encontrei com ninguém no corredor, nem mesmo na sala. Agradeço mentalmente por isso. Mas existem tantas luzes, a Capital brilha como eu jamais vi e tudo parece tão... Artificial. Eu preciso de um ar puro, longe o pouco que for da euforia dos jogos. 

Então tenho uma ideia, que realmente não sei se dará certo, mas é uma questão de tentar. Pego o elevador e aperto o ultimo botão, o que fica acima do numero "12". Não sei exatamente para onde ele irá me levar, pois conheço pouco dessa tecnologia toda, mas tenho esperança que me leve para algum lugar vazio. Minhas expectativas se mostram reais. Não há nada além de um extenso ambiente vazio, com uma escada no lado esquerdo. Eu a subo, no final abro uma porta e saio para o ar da noite.

Muito abaixo, varias luzes coloridas afirmam que a Capital ainda está acordada, eufórica. Porém, parece tão distante, que me permito relaxar um pouco. Respiro o ar frio enquanto vou me aproximando da beirada, mas paro ao ver uma silhueta lá, encarrando o chão tantos metros abaixo, não consigo distinguir quem é de inicio, mas a medida que me aproximo consigo ver, cabelos loiros, forte...

O garoto do distrito 12 nem nota minha presença atá estar centímetros atrás dele.

Ele me olha, parece assustado e desconfortável com minha presença, chego e me apoio no parapeito e apenas fico observando, em silencio, a cidade abaixo, que parece não dormir tão cedo. Passam-se minutos até que sou despertada pela voz do garoto ao meu lado.

— Incrível né? É tão grande e brilhante, a televisão não mentiu sobre a grandiosidade deste lugar. - Ele está falando comigo? Sem medo? Quanta audácia! Mas essa audácia que ele demonstra faz uma certa admiração nascer bem no meu interior. A maioria sairia dali imediatamente. É isso que me motiva responder:

—É, parece que não.

— Desculpa perguntar, mas o que você esta fazendo aqui? Quer dizer, tem que ter algum motivo para alguém sair do andar dois para vir até aqui.

— Eu precisava... - Penso um pouco, o que eu queria ali mesmo? O que eu deveria dizer? - Respirar. - No final, acabo sendo sincera. Nenhuma desculpa explicaria e eu também não consigo pensar em nada no momento. 

— Entendo, então os carreiristas também são afetados... - Ele reflete. - Interessante.

— Ainda somos humanos. - Digo em tom áspero. - Parece que todos esquecem disso.

— Eu sei! - Ele exclama como quem se desculpa. - Não me intenda mal, mas pensei que vocês ficassem felizes de estar aqui.

—Estou feliz.

— E por que não parece?

— Isso não é da sua conta.

— Desculpe - Ele abaixa a cabeça, observando os muitos metros que nos separam do chão. - A proposito, meu nome é Peeta, e o seu?

— Clove.

Daqui se seguem alguns minutos em silencio, de novo, apenas observando a Capital. Por que eu fiquei aqui? Quer dizer, ele é do distrito que tenho que matar, que tirou a atenção de mim, que me tirou patrocinadores e que até pouco tempo atrás estava me fazendo subir pelas paredes de raiva e estamos aqui tendo uma conversa mais civilizada do que qualquer uma que tive hoje. 

— Não queria estar aqui - Ele desabafa com um suspiro.

— Você não teve exatamente uma escolha. - Digo, tentando aliviar a situação. Não sou boa com isso.

— Nem você.

— Ninguém teve.

— O garoto do seu distrito sim.

— Ele é um idiota, não conta.

— Problemas?

— Digamos que ele falou o que quis e ouviu o que não queria.

— Ele te provocou. - Ele concluí com um aceno de cabeça. - Por que você não o perdoa?

— Não sou do tipo que perdoa.

— Azar o dele então... - Ele diz e me sinto tentada a sorrir. - Bem já vou indo. Boa noite Clove.

Ele diz e vai se retirando.

—Boa noite Peeta. - Digo tão baixo, que não tenho certeza se ele escutou.

— E boa sorte. - Ele diz perto da porta que da acesso as escadas e então desaparece.

Fico ali observando mais um tempo.

Sabe, Peeta parece ser legal, tão diferente de todos que já conheci. A simples coragem de falar comigo já contou mais dez pontos na escala e o jeito que ele leva com as palavras, deixa as pessoas confortáveis em estar a sua presença. Ele falou para eu perdoar Cato, nem tinha pensado nessa possibilidade ainda, mas agora... Bem, Cato não sabia da minha historia nem nada, mas também não precisava ficar falando. Sou orgulhosa demais para perdoar, e egoísta demais para pensar em qualquer outra coisa que não seja deixar esta história quieta.

Decido voltar para meu andar, passo pela sala, ela está escura e silenciosa, com as longas cortinas fechadas, deixando poucos feixes de luz penetrar. Estou na porta de meu quarto quando alguém me pega pelo braço fazendo-me virar.

— Precisamos conversar.


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Notas finais do capítulo

E ai? Quem voces acham que é? Comentem, recomendem e favoritem! Até o próximo.