Forever Young escrita por Dafne Federico


Capítulo 1
Capítulo I: Di Ângelo


Notas iniciais do capítulo

Ladies and Gentlemans! É o 1º Capítulo - Avá - Espero que gostem! Boa leitura! ;)



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Thalia Grace

Não fazia ideia de onde estava indo.

As ruas vazias de Nashville e a escuridão absoluta denunciavam que deveria ser tarde, muito tarde.

Não queria imaginar a reação de Annabeth Chase, quando essa percebesse que fui embora da festa, ou a do meu irmão, Jason. Porém, não conseguiria passar mais um minuto naquele lugar, com as pessoas me olhando como se fosse um animal selvagem em exposição, encarando-me, comentando umas com as outras sobre o incidente.

Incidente. Era assim que Annabeth chamava o fato de momentos íntimos - conhecidos também por sexo oral - meus com Luke Castellan terem vazado na internet após eu ter dito, para quem quisesse ouvir, que ele é sexualmente retraído e fisicamente broxante.

O vento frio atravessou meu corpo e desejei ter roubado um casaco de Travis antes de ter desertado da festa. Estava vestindo apenas uma camisa dos Beatles de pano leve, um shorts jeans, que embora não fosse curto como os que Quione Snow usa, não cobria muita coisa, e um All Star velho e encardido.

Ótimo. Além de correr o risco de ser roubada e estuprada, irei congelar.

Estava cruzando a avenida principal com uma antiga estrada de terra que liga Nashville a Franklin. Algumas pessoas acreditam que esse ponto da rodovia é mal assombrado por dois motivos, 1) É uma encruzilhada 2) há um cemitério exatamente onde as duas avenidas se cruzam.

Não acredito nessas baboseiras. Mas, era inevitável que a aparência do lugar não era das melhores. A estrada de terra era fina e torta, uma luz piscava em um ou outro poste e, os prédios residenciais, eram de tijolos avermelhados. O cemitério era antigo, não estava mais em uso desde que me lembro, os portões de ferro estavam enferrujados, não tinham túmulos, apenas cruzes brancas enterradas na grama, e no centro do cemitério havia uma estátua de mármore negro enorme do deus egípcio Osíris.

Um arrepio frio percorreu meu corpo.

Vi um vulto escuro perto dos portões. Primeiro pensei que estivesse vendo alguma coisa que não estava fisicamente ali, porém, como já disse, não acredito nessas baboseiras de assombrações, espíritos ou entidades.

Foquei os olhos e percebi que eram sombras.

Uma Harley Davison estava estacionada na frente do cemitério. A lataria era preta petróleo e as laterais tinham labaredas azuis entalhadas. A motocicleta parecia ter sido encerada há pouco, ou então, poderia ter acabado de sair da concessionaria.

A silhueta apoiada nos portões era de um garoto. Ele deveria ter mais ou menos a minha idade, o cabelo escuro e liso estava caindo sobre o seu rosto, a face tinha traços marcantes e clássicos e os seus olhos estavam fechados. Ele usava uma jaqueta de couro preta estilo motoqueiro e coturnos militares por dentro dos jeans rasgados. Os dedos brincavam com um chaveiro em formato de ... Angry Birds?

Eu sorri. O cara com toda aquela pegada de badboy tinha um chaveiro do Angry Birds?

Comecei a me sentir uma completa idiota observando o garoto daquele jeito. Quer dizer, sempre criticava garotas que fazem de tudo para serem notadas, que babam em garotos sem, ao menos, fazer questão de disfarçar e gritam seus números de telefone desesperadas. E, agora, eu o estava analisando.

Os olhos do garoto se abriram, duas orbes negras como o cabelo. Ele me olhou rapidamente, rolando os olhos, e um sorriso torto surgiu no seu rosto.

– Grace.

Ele pronunciou meu sobrenome como se fosse uma ofensa - não que eu descordasse, mas não costumo falar de mim na terceira pessoa. E eu reconheci. O cabelo bagunçado, olhos escuros e críticos, sorriso torto e inclinado como o da Mona Lisa de Da Vinci, as roupas estilosas, o jeito superior e a voz irritante.

Meus pulsos cerraram, as unhas apertando a pele com tanta força que as pontas dos meus dedos deveriam estar brancas.

Me repreendi mentalmente por ter pensado nele daquela maneira. E como eu não o tinha reconhecido instantaneamente? Quando se detesta uma pessoa, a simples presença dela deve te causar repulsa, como acontece, agora, toda vez que esbarro com Luke.

Embora cogitasse a possibilidade dele estar apenas visitando familiares ou amigos, lembrava que nunca o tinha visto desde que ele foi embora de Nashville. O que ele estava fazendo aqui? Diversas perguntas se formavam na minha cabeça, porém tudo o que disse foi:

– Di Ângelo.

– Grace... Di Ângelo... Nós já passamos dessas formalidades. - o garoto respondeu.

Duvidava que as pessoas perdessem o controle de seus corpos quando deparadas a certas situações. Nunca tinha passado por isso, sempre soube exatamente o que dizer e como agir, porém estava parada na frente de um cemitério, de madrugada, conversando com Nico Di Ângelo.

Não, não era uma conversa. Era uma tortura.

– Realmente, costumava te chamar de coisas menos educadas. - respondi.

Nico soltou um sorriso superior que me irritou profundamente. Ele sorria como se fosse um mestre, um mestre montado no couro e dirigindo uma Harley Davidson, e eu, um discípulo aguardando instruções.

Ele guardou o chaveiro em formato um Angry Birds, e colocou a mão no bolso dos jeans. Tirou um isqueiro Zippo com um caminhão vermelho entalhado e acendeu um cigarro Marlboro. Não lembrava dele fumar, mas por outro lado, não lembrava dele dirigir uma Harley.

– Ressentimentos? - perguntou depois de uma tragada longa.

Ergui as sobrancelhas.

– Por favor! Se está falando sobre aquela camiseta dos Beatles, tínhamos cinco anos ...

– Não era a isso que me referia. - cortou.

Gelei. Conversar sobre duas crianças morenas, uma de olhos extremamente pretos, outra de olhos absurdamente azuis, puxando uma camisa dos Beatles, no pátio de um colégio, como se suas vidas dependesse do resultado do cabo de guerra com a camisa do John Lennon, era uma coisa. Conversar sobre qualquer outro assunto que envolvesse ele, era outra.

– Sinceramente, não sei do quê você está falando. - menti.

– Então, se jogarmos relacionando palavras e eu disser: King Sie + Luke Castellan, você reponde amor eterno, ao invés de boquete?

Me lembrei do porque odiava Nico Di Ângelo. As pessoas tentavam não me tirar do sério, se esbarram em mim no corredor se apressam ao pedir desculpas, mediam cada palavra antes de virem falar comigo, isso é, quando se atreviam a falar comigo. Mesmo depois do incidente ninguém fez nenhuma brincadeira, não na minha frente, é claro. Porém, nenhuma dessas regras se aplicava a ele. Ele tentava ao máximo me tirar do sério, esbarrava em mim de propósito, media as palavras certas para me irritar e, o pior, tinha mencionado a porcaria do incidente.

Lancei um olhar macabro, que geralmente fazia as pessoas recuarem a uma distância segura, e comecei a andar pelo caminho oposto ao dele.

– Grace. Não quer carona? - ouvi ele dizer.

A única coisa que queria era saber a data de volta das passagens dele, para organizar uma festa de comemoração melhor que Projeto X. Mas não me daria ao luxo de perguntar e mostrar que a presença dele me incomodava, agiria com indiferença.

– Prefiro fazer um boquete no meu avô a ter que pegar uma carona com você, Di Ângelo.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? *-* O que acharam da Thalia? do Nico? Coloquei o sobrenome da Quione como Snow porque em inglês quer dizer neve! É movida a review, então se gostarem deixem: Comentários Criticas Elogios Sugestões Convulsões ao teclado Piadinha Toc-Toc Eu respondo! Beijos, Flor de lótus!