Lovelies escrita por MrsHepburn, loliveira


Capítulo 1
Lovelies, Love Lies




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–Então, eu acabei de terminar com esse cara... -Anne Chappel diz para a melhor amiga, quando senta-se do lado da mesma na sala de aula. Anne terminou com o namorado de um mês, no qual Emma, a melhor amiga, vem secretamente trocando mensagens de texto, desde que o namorado de Anne mandou uma mensagem por engano para Emma duas semanas atrás. Emma, com os olhos brilhantes, tenta não mostrar para a amiga que essa é uma notícia boa para ela, embora seja complicado ficar com um garoto que estava com a melhor amiga há menos de um dia e ele nem saiba ainda dos seus sentimentos.

–Michael ficou triste? -Pergunta Emma. Tenta esconder a curiosidade, não conseguindo, porque Anne estreita os olhos em sua direção.

–Não está do lado dele, não é? Ele ficou com a Elli! -Anne exclama, se referindo a irmã mais nova de dezesseis anos que beijou Michael em uma festa, sem saber que era o namorado da irmã. Emma reconhece que Michael não é uma pessoa boa para estar apaixonada, mas o que ela pode fazer?

O coração faz essas coisas às vezes.

–Não! Eu sei que ele foi um idiota, mas você terminou com ele. Só quero saber como ele reagiu. -Ela explica, na defensiva. Ultimamente, Emma tem sido muito assim: neutra.

–Ele disse que tinha sido um erro e que me queria de volta. Mas não vou voltar com ele, nunca. -Anne é forte. Determinada. E Emma tem certeza de que ela nunca vai voltar para Michael, e secretamente fica feliz com isso. Seu celular toca. Michael manda um "bom dia (:" e Emma considera mostrar a mensagem para a melhor amiga, mas decide que pelo bem do ego de Anne, vai deixar a falta de tristeza de Michael em segredo.

Quando o sinal toca, as duas saem, conversando sobre os planos para o final de semana, como sempre fazem. Apesar dos garotos que rodeiam suas vidas, é como se fossem paralelas a tudo isso. A vida nasce e morre do mesmo jeito, não importa por qual garoto você tenha uma quedinha.

Anne olha para a amiga, desconfiada. Emma está feliz, e geralmente é preocupada pelas coisas mais supérfluas que existem, mas hoje, os cabelos loiros de Emma estão mais brilhantes, refletindo toda sua expressão facial.

–Você está bem? -Anne pergunta.

–Sim, hoje o dia está lindo. -Tem algo errado. Anne sabe, mas não diz nada, porque seus pensamentos voam para outra pessoa. Michael teve seu momento sujo com a irmã mais nova de Anne, mas Anne não pode se considerar totalmente inocente. Porque há uma semana, beijou o tal de Noah rebelde da escola, aquele que foi pego com maconha em uma das últimas festas. Se os pais de Anne soubessem, a matariam. Já que preferem mil vezes Michael. Isso porque não sabem que ele pegou a irmã mais nova dela. E Elli nunca contaria para eles o que fez. Anne decide contar sobre Noah à Emma, que abre a boca em choque.

–Não acredito? E depois, o que aconteceu? -Anne fica animada com a animação da amiga, já que ela não é assim todo dia.

–Nós ficamos lá... depois ele disse que ia me chamar pra sair quando eu ficasse solteira de novo.

–Que moral!

–Eu sei.

–Ele beija bem? -Não que Emma estivesse interessada.

–Muito! Você não tem ideia. -Nesse momento, passam por Elli, a irmã de Anne e York, ambos do segundo ano. Elli vai para o lado de Anne, e as duas começam a conversar. Anne conta sobre o término enquanto York fica olhando constrangido para Emma. Emma fica sem graça também, porque há três dias, York se declarou para ela. Disse que estava apaixonado. E Emma se sentiu muito mal porque não correspondia seus sentimentos. Disse que os dois poderiam ser amigos, mas sabe que nada vai ser igual.

–Tudo bem? -Pergunta.

–Sim, e com você?

–Vamos nos encontrar, todo mundo, no final da aula pra comer alguma coisa. -Emma diz, agora para os três.

Todos concordam. E Michael manda outra mensagem.

"Podemos nos encontrar hoje?" É o que diz. Um milhão de cenários diferentes pulam na cabeça de Emma. Ele pode beijá-la. Pode se declarar, pode...

–Vou me atrasar. -Ela diz, para Anne e os outros. -Mas eu encontro vocês lá. -Anne olha, mais desconfiada do que nunca, porém não diz nada.

Elli termina de ouvir a história da irmã, e fica feliz por ela ter finalmente terminado com o garoto. Seus pais ficaram decepcionados, mas Elli acha que Anne fez um bom trabalho.

O que Elli realmente está pensando, é no que Brooke e Davis estão fazendo. Eles foram para a sala do zelador há quinze minutos e não voltaram ainda. E ela não devia estar pensando assim, já que ele tem namorada, que é Brooke.

Ela tem a super quedinha por ele desde a quinta série. E ele nunca olhou pra ela, e ela é realista o suficiente pra saber que nada vai acontecer entre os dois, mas ainda fantasia-se com as possibilidades. Então, os quatro continuam andando, para suas respectivas salas. Anne pensando em Noah. York, em Emma, que por sua vez, pensa no ex de Anne, e Elli em Davis, todos com a cabeça das nuvens e nunca achando o céu tão bonito, apesar de tudo.

No fim da aula, Anne rouba um olhar de Noah, que pisca para ela, e a mesma sorri, virando-se para Emma. Mas Emma não está mais lá, ela saiu correndo, saindo da escola e indo para as ruas, a tempo de chegar na escola de Michael sem que ninguém perceba. Anne, então, vai ao encontro da irmã e de York, que conversam, e ela não pode deixar de notar que juntos eles formam um casal bonito, embora saiba da quedinha de York por Emma, e não tenha conhecimento da quedinha da irmã por Davis, o cara que tem a namorada chamada Brooke.

–Acho que Emma está apaixonada por alguém. -Anne comenta. York tenta esconder a decepção, pois sabe que não é por ele.

–Por quem? -O mesmo pergunta.

–Não sei, mas vou falar com ela depois. -E eles continuam a andar em direção a saída. Elli vê Brooke e Davis, aos beijos seduzentes no portão da escola e abaixa a cabeça, xingando esse seu amor idiota.

Dos três, apenas Anne está razoavelmente feliz no momento, até ouvir uma líder de torcida dizer:

–Consegui um encontro com Noah Baker no final de semana! -A propósito, Noah Baker é o mesmo Noah de quem Anne estava provavelmente se apaixonando quando estava aos beijos com ele, na semana passada. Elli a abraça, pois ouviu também e diz:

–Não vale a pena. -E Anne sabe, mas não a impede de ficar triste, mesmo que devia ter adivinhado que Noah só queria mais uma para sua coleção, porque, afinal, ele é um rebelde sem compromisso. Mas o abraço confortante da irmã ajuda ela, e agora que quer não pensar em Noah, pensa em Emma, e onde está.

Emma está correndo. Corre, corre, corre, mas finalmente chega na escola de Michael, animada, sonhadora e pronta para as possibilidades a atingirem. E ele está lá, com seu cabelo de surfista e pele bronzeada. Não é surpresa que Anne, que é linda, conseguiu ficar com um deus grego desses, no ponto de vista de Emma. Mas está na hora dela ter sua chance também, e anda confiante até ele, mais confiante ainda depois de um sorriso que ele abre para ela.

Então o feitiço é quebrado, quando ele diz:

–Preciso de sua ajuda. -E ela pergunta:

–Para o quê?

–Conquistar Anne de volta. -E é como um tapa para Emma. Quatro palavrinhas que destruíram seus sonhos de amor. Mas ela sorri, e diz, com dor no coração:

–Claro. -Porque é isso que a gente faz quando está apaixonado: besteiras. E nessa mesma hora, seu celular toca: Anne. -Alô? -Ela diz, se afastando de Michael e deixando as lágrimas arderem nos olhos.

–Onde você está? Preciso te contar uma coisa. -Emma espera ter raiva de Anne, já que ela é o motivo pelo qual Michael não se apaixona por Emma, mas esta decide que Anne não faz a menor ideia do que ela sente, então resolve agir como a amiga de sempre.

–Estou indo.

–Onde você está? -Emma respira fundo.

–Precisava resolver umas coisas. Conto pra você quando chegar. -Ela resolve que vai sim contar a melhor amiga sobre a queda de Michael, pois talvez Anne possa ajudá-la com essas coisas confusas de amor. Emma se despede de Michael de longe, gritando um adeus e avisando que precisa ir, e então volta a correr pelas ruas, em direção ao restaurante onde seus amigos a esperam. A correria ajuda as lágrimas a irem embora mais rápido e faz bem para o coração apertado de Emma, que chega em menos de dez minutos no restaurante, sem fôlego, sem autoestima, mas, pelo menos, com amigos esperando por ela. Então ela senta na mesa e todos olham com pena para seus olhos vermelhos do choro, apesar de não terem ideia do que significa.

–O que aconteceu? -Elli pergunta.

–Garotos. -Todos entendem, exceto York, é claro. Para ele, a origem do problema são garotas. Especificamente, a que está sentada na sua frente com olhos vermelhos.

–A gente entende. -Anne diz, e abraça Emma. As duas conversarão sobre garotos mais tarde, e chorarão também, mas nesse momento, cada um deles esquece de seus corações partidos, pedem uma grande porção de batata frita e conversam sobre qualquer coisa, remendando com a amizade o buraco deixado pela falta do amor.


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