De Repente É Amor escrita por Thais


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

obrigada por todos os comentários meus amores *-*

Ana Luiza, esse cap é pra você! Obrigada pela recomendação ♥

Boa leitura e até lá...



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Nunca, não outra vez.

Ele me puxou com muita força e prendeu suas mãos em meus cabelos. O beijo aconteceu de repente. Eu tentava sair, mas ao mesmo tempo não queria, então de certa forma deixei me levar. Ele pediu passagem com a língua que logo foi cedida, mas ai eu travei. Toquei-me do que estava fazendo e empurrei-o, dando um tapa em sua cara.

– Caralho! – Cato grita. – Isso dói.

– E é pra doer mesmo, seu idiota!

– Idiota? Eu?

– É você mesmo, ou quer que eu desenhe?

– Ah claro – fala irônico. – Era eu que estava falando com uma morta, não era?

– Ela é sua mãe! – berro. – Pela última vez.

– E você acha que eu não sei?

– Desse jeito eu acho, mas o fato de eu ter vindo aqui não significa que você tem direito a fazer certas coisas.

– Certas coisas?

– Ah faça-me o favor, você sabe muito bem do que estou falando – balanço a cabeça. – Sair me beijando, pra ser mais exata.

– Quer saber de uma coisa, Clove? – ele se aproxima de mim. – Eu estou podre, estou cansado, acabado.

– Eu sei – me afasto. – Porém me beijar não justifica nada disso.

– Eu entendo – ele continua se aproximando. – Mas não sei onde estava com minha cabeça.

– Nem eu com a minha – digo.– Só me faça um pequeno favor...

– O que você quiser.

– Que você me deixe em paz! – digo, saindo dessa vez sem ser atrapalhada.

Saio dali o mais rápido que posso, já sentindo as lágrimas tomarem conta de meus olhos.

O que eu tinha acabado de fazer? Eu não sei. Se eu tenho algum tipo de problema? Sim, eu tenho. Eu havia prometido que iria pedir desculpa pra ele e não o beijar na frente do tumulo de sua mãe.

Mas que merda eu tinha acabado de fazer?

Paro no meio da rua e me sento olhando para o nada. Eu não gostava dele, mas porque então estava assim? Porque estava me comportando assim? Agora eu só queria saber onde a Clove fria, arrogante e que não se importava com essas coisas havia se enfiado.

Chorar por alguém não fazia meu tipo. Demonstrar fraqueza muito menos, porém olhe onde cheguei. Parada no meio da rua e chorando como uma criança mimada. Olho pra trás na esperança que Cato ainda esteja lá, mas não estava. 

Chego à frente de casa e descubro que esqueci a chave do portão lá dentro.

Porcaria de vida.

Agora eu teria de pular a merda do portão. Dou um impulso e consigo escalar as grades, mas quando chego ao fim a situação se torna totalmente complicada. Como iria pular dessa altura? Ignoro meus pensamentos me jogando de cima do portão e me estabaco no chão.

– Ah que bosta! – berro com a mão em meu joelho. – Eu vou morrer desse jeito.

Poderia ganhar um prêmio com essa encenação, mas o que eu apenas ganhei foi um joelho lindamente ralado. Entro dentro de casa com a melhor cara possível, ai me lembro que morro temporariamente” sozinha então não precisava fingir nada. Vou até o banheiro, encho a banheira enquanto pego meu pijama.

Estar enchendo a banheira para mim é a coisa mais depressiva possível. Só faço isso quanto estou realmente triste, pois bem, eu estou assim. Entro dentro dela e fico submersa por uns dois minutos, mas como não tenho nem a capacidade de me matar, logo me alevanto e a deixo me massagear.

Fazer uma banheira com vista para praia foi à única coisa que meu pai fez quando ainda morava aqui. Ele e minha mãe se separaram quando eu tinha dez anos, na real eles nunca se gostaram e isso sempre esteve mais do que obvio, porém na época eu ainda era menor então de certa maneira eles não “podiam” se separar. Sinto meu celular tocar e vejo que é Katniss me ligando.

E ai, é a Kat – ela diz.

Oi – respondo, com voz de choro.

É isso mesmo que estou ouvindo? Clove Evans com voz de choro? Ah meu Deus.

Ah, Katniss quer ir pra merda?

Não quero – ela faz uma pausa. – O que aconteceu?

Você já sentiu a sensação de alguém de odiar, mas ao mesmo tempo gostar de você?

Seja mais clara, Clove.

É como se ela não dissesse que gosta de você, mas de uma hora pra outra meio que te odeia, porém acaba fazendo algo que prove o contrario.

Nossa eu não sei – ela suspira. – Por quê?

Não sei.

Acho melhor você descansar...

É verdade. Boa noite – desligo e saio da banheira, indo pra meu quarto.

[...]

Acordo de manha com uma Katniss em cima de mim, dando beijinhos em meu rosto. Realmente não havia maneira pior de acordar

– Ah, sai daqui. – como sempre eu de bom humor pela manha.

– Acorda vadiazinha, hoje o dia vai ser longo.

– Fazer o que – me alevanto. Encaro-me reflexo no espelho. A situação não estava nada boa. – Como você entrou aqui?

– Pelo banheiro.

– Minha casa tem dois andares Katniss.

– Eu escalei por fora – ela me encara .– Eu subi pela aquela escada.

– Ah... – suspiro.

Tomo um banho enquanto Katniss faz café para mim, ao menos para isso sua vinda foi necessária. Ponho uma roupa qualquer, faço um coque e desço as escadas. Tomamos café em silêncio e saímos de casa.

Ela foi de ônibus junto comigo. Olho em volta dele, mas Cato não está lá. Aliás, depois de ontem porque mesmo estaria?

Passaram-se uma, duas, três, quatro, cinco aulas e nada de Cato. Como ele não veio e as ultimas aulas seria com ele, fomos liberados mais cedo. Katniss está em um papo animado até de mais com um aluno novo. Deixo-a por lá mesmo. A ultima coisa que queria hoje era ficar de vela de Katniss Everdeen.

Pego o ônibus vazio e chato.

Ultimamente ando parecendo um zumbi. Não como e nem durmo direito. Acho que morar sozinha não é tudo aquilo.

Desço do ônibus e caminho até minha casa. Quando abro a porta da mesma paro subitamente e não acredito no que vejo. Ou melhor, quem vejo.


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