De Repente É Amor escrita por Thais
Notas iniciais do capítulo
obrigada por todos os comentários meus amores *-*
Ana Luiza, esse cap é pra você! Obrigada pela recomendação ♥
Boa leitura e até lá...
Nunca, não outra vez.
Ele me puxou com muita força e prendeu suas mãos em meus cabelos. O beijo aconteceu de repente. Eu tentava sair, mas ao mesmo tempo não queria, então de certa forma deixei me levar. Ele pediu passagem com a língua que logo foi cedida, mas ai eu travei. Toquei-me do que estava fazendo e empurrei-o, dando um tapa em sua cara.
– Caralho! – Cato grita. – Isso dói.
– E é pra doer mesmo, seu idiota!
– Idiota? Eu?
– É você mesmo, ou quer que eu desenhe?
– Ah claro – fala irônico. – Era eu que estava falando com uma morta, não era?
– Ela é sua mãe! – berro. – Pela última vez.
– E você acha que eu não sei?
– Desse jeito eu acho, mas o fato de eu ter vindo aqui não significa que você tem direito a fazer certas coisas.
– Certas coisas?
– Ah faça-me o favor, você sabe muito bem do que estou falando – balanço a cabeça. – Sair me beijando, pra ser mais exata.
– Quer saber de uma coisa, Clove? – ele se aproxima de mim. – Eu estou podre, estou cansado, acabado.
– Eu sei – me afasto. – Porém me beijar não justifica nada disso.
– Eu entendo – ele continua se aproximando. – Mas não sei onde estava com minha cabeça.
– Nem eu com a minha – digo.– Só me faça um pequeno favor...
– O que você quiser.
– Que você me deixe em paz! – digo, saindo dessa vez sem ser atrapalhada.
Saio dali o mais rápido que posso, já sentindo as lágrimas tomarem conta de meus olhos.
O que eu tinha acabado de fazer? Eu não sei. Se eu tenho algum tipo de problema? Sim, eu tenho. Eu havia prometido que iria pedir desculpa pra ele e não o beijar na frente do tumulo de sua mãe.
Mas que merda eu tinha acabado de fazer?
Paro no meio da rua e me sento olhando para o nada. Eu não gostava dele, mas porque então estava assim? Porque estava me comportando assim? Agora eu só queria saber onde a Clove fria, arrogante e que não se importava com essas coisas havia se enfiado.
Chorar por alguém não fazia meu tipo. Demonstrar fraqueza muito menos, porém olhe onde cheguei. Parada no meio da rua e chorando como uma criança mimada. Olho pra trás na esperança que Cato ainda esteja lá, mas não estava.
Chego à frente de casa e descubro que esqueci a chave do portão lá dentro.
Porcaria de vida.
Agora eu teria de pular a merda do portão. Dou um impulso e consigo escalar as grades, mas quando chego ao fim a situação se torna totalmente complicada. Como iria pular dessa altura? Ignoro meus pensamentos me jogando de cima do portão e me estabaco no chão.
– Ah que bosta! – berro com a mão em meu joelho. – Eu vou morrer desse jeito.
Poderia ganhar um prêmio com essa encenação, mas o que eu apenas ganhei foi um joelho lindamente ralado. Entro dentro de casa com a melhor cara possível, ai me lembro que morro “temporariamente” sozinha então não precisava fingir nada. Vou até o banheiro, encho a banheira enquanto pego meu pijama.
Estar enchendo a banheira para mim é a coisa mais depressiva possível. Só faço isso quanto estou realmente triste, pois bem, eu estou assim. Entro dentro dela e fico submersa por uns dois minutos, mas como não tenho nem a capacidade de me matar, logo me alevanto e a deixo me massagear.
Fazer uma banheira com vista para praia foi à única coisa que meu pai fez quando ainda morava aqui. Ele e minha mãe se separaram quando eu tinha dez anos, na real eles nunca se gostaram e isso sempre esteve mais do que obvio, porém na época eu ainda era menor então de certa maneira eles não “podiam” se separar. Sinto meu celular tocar e vejo que é Katniss me ligando.
– E ai, é a Kat – ela diz.
– Oi – respondo, com voz de choro.
– É isso mesmo que estou ouvindo? Clove Evans com voz de choro? Ah meu Deus.
– Ah, Katniss quer ir pra merda?
– Não quero – ela faz uma pausa. – O que aconteceu?
– Você já sentiu a sensação de alguém de odiar, mas ao mesmo tempo gostar de você?
– Seja mais clara, Clove.
– É como se ela não dissesse que gosta de você, mas de uma hora pra outra meio que te odeia, porém acaba fazendo algo que prove o contrario.
– Nossa eu não sei – ela suspira. – Por quê?
– Não sei.
– Acho melhor você descansar...
– É verdade. Boa noite – desligo e saio da banheira, indo pra meu quarto.
[...]
Acordo de manha com uma Katniss em cima de mim, dando beijinhos em meu rosto. Realmente não havia maneira pior de acordar
– Ah, sai daqui. – como sempre eu de bom humor pela manha.
– Acorda vadiazinha, hoje o dia vai ser longo.
– Fazer o que – me alevanto. Encaro-me reflexo no espelho. A situação não estava nada boa. – Como você entrou aqui?
– Pelo banheiro.
– Minha casa tem dois andares Katniss.
– Eu escalei por fora – ela me encara .– Eu subi pela aquela escada.
– Ah... – suspiro.
Tomo um banho enquanto Katniss faz café para mim, ao menos para isso sua vinda foi necessária. Ponho uma roupa qualquer, faço um coque e desço as escadas. Tomamos café em silêncio e saímos de casa.
Ela foi de ônibus junto comigo. Olho em volta dele, mas Cato não está lá. Aliás, depois de ontem porque mesmo estaria?
Passaram-se uma, duas, três, quatro, cinco aulas e nada de Cato. Como ele não veio e as ultimas aulas seria com ele, fomos liberados mais cedo. Katniss está em um papo animado até de mais com um aluno novo. Deixo-a por lá mesmo. A ultima coisa que queria hoje era ficar de vela de Katniss Everdeen.
Pego o ônibus vazio e chato.
Ultimamente ando parecendo um zumbi. Não como e nem durmo direito. Acho que morar sozinha não é tudo aquilo.
Desço do ônibus e caminho até minha casa. Quando abro a porta da mesma paro subitamente e não acredito no que vejo. Ou melhor, quem vejo.
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