Querido professor... Eu te odeio.

Droga. Merda. Bosta. Cacete

Eu havia perdido a aposta e agora meu novo professor de química era Cato.

Para variar a sorte nunca está ao meu favor, mas fazer isso comigo já é demais. Minhas notas que já não são muito boas o suficiente com certeza vão piorar. A vontade de ir estrangular ele é gigante...

– Então alunos, meu nome é Cato Waters. Acabei de me formar e darei aulas normais e de reforço para vocês – enquanto ele fala, consigo ouvir algumas meninas suspirarem. Vadias! – Alguma duvida?

– O senhor é casado? –Glimmer, a vadia da turma pergunta.

– Eu quis dizer perguntas relacionadas à matéria – toma vadia. – Qual seu nome mesmo?

– Meu nome é Glimmer, professor– ela diz, jogando os cabelos para o lado.

– Glitter... Quer dizer Glimmer, se você voltar a ter um comportamento assim lhe mandarei para conversar com o diretor, está bem?

– Ah... – ela gagueja. – Como?

Cato a ignora e começa a distribuir folhas para nós. Ele explicou que era para escrever nela o que achávamos da aula de química e o que podia melhorar.

– Vocês têm dez minutos para terminar. – ele se senta.

O que iria escrever? Que o odeio? Que desejo que um raio cai agora mesmo na sala e exploda seu crânio? Ou que simplesmente sou uma droga em química e que estou com sono?

Opto por um mistura das duas opções. Não havia sido nada tão bom. De qualquer maneira ele não mostraria isso para o diretor.

“Querido professor, gostaria de lhe dizer que não estou nos meus melhores dias. Queria muito poder entender a matéria, mas na verdade não entendo porcaria nenhuma. Além do mais, acabei de perder dez dólares. O que você acha de me mudar de sala para não precisar mais olhar na sua cara?”

Clove Evans, sua dedicada aluna

Releio algumas vezes antes de entregar. Vou até sua mesa e ele me encara contendo um riso.

– Clove, sua letra é bonita. – ele fala ironicamente, enquanto Glimmer me encara do fundo da sala.

– Obrigada. – digo, dando as costas para ele.

Após eu entregar o que eu escrevi, outras meninas ficam em volta de sua mesa tentando chamar sua atenção, porém a única coisa que Cato faz é ignorá-las enquanto me encara.

Tem algum problema comigo por acaso? Ele só me olha de canto.

A primeira aula já estava no fim. Cato começou a dar visto nas redações e entregando-as.

Entregou todas. Menos a minha.

– Clove eu gostaria de falar com você depois da aula, pode ser? – ele diz e todos me olhavam.

– Sim. – digo secamente.

[...]

As aulas já haviam acabado e eu estava esperando há meia hora meu querido professor chegar para tirar satisfação comigo.

– Então, o que é isso?

– A culpa é sua. – respondo.

– Eu deveria mostrar isso pro Cinna...

– Não se atreva a fazer isso! – o corto. – Ele iria ferrar comigo.

– Me de meus dez dólares dona Clove e eu me esqueço que isso ocorreu.

Arranco o dinheiro de minha mochila e jogo na sua mão. – Está satisfeito agora?

– Muito e você? – Cato se aproxima.

– Não. Quando começa as aulas de reforço? – desvio o meu olhar.

– Pra você... Amanhã.

– Como?! – berro.

– Clove, não achava que eu iria facilitar as coisas pra você, não é? – Cato se alevanta e vai embora, me deixando com uma extrema raiva.