De Repente É Amor escrita por Thais


Capítulo 27
Capítulo 27


Notas iniciais do capítulo

Oieee amores,

último capítulo esse e meus sentimentos estão levemente abalados. Esse é narrado pela Clove.

Boa leitura! Beijão!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/426780/chapter/27

Eu sei. Eu me lembro de tudo

38 dias depois...

Eu preciso muito, muito de você. Eu quero muito, muito você aqui de vez em quando nem que seja, muito de vez em quando. Você nem precisa trazer maçãs, nem perguntar se estou melhor. Você não precisa trazer nada, só você mesmo. Você nem precisa dizer alguma coisa no telefone. Basta ligar e eu fico ouvindo o seu silêncio. Juro como não peço mais que o seu silêncio do outro lado da linha ou do outro lado da porta ou do outro lado do muro. Mas eu preciso muito, muito de você.

Minha casa.

Fazia um tempo – o qual não me lembrava – em que eu não usava essa frase.

O cheiro de areia e maresia da praia com produto de limpeza fez meu nariz coçar. Mas ainda um pequeno sorriso se formou em meu rosto já não tão pálido. De qualquer forma, estou em casa e essa sensação é inexplicável.

Bati meus dedos dos pés um contra o outro. Havia criado um ‘tic’ com esse habito. Desde que minhas pernas voltaram a funcionar, essa era uma das minhas atividades distrativas favoritas.

A imagem de Cashmere chorando voltou a minha mente. Era incrível como agora conseguia me lembrar de coisas recentes.

Olhei para os balões rosa pendurados no pé da cama e suspirei. Mais cansada do que nunca. Resolvi ler as cartas que os funcionários do hospital de L.A haviam escrito especialmente para mim. No primeiro envelope, um nome em roxo se destacou.

Querida Clovely, como vai? Espero que esteja tudo indo bem e que suas pernas já estejam menos desobedientes.

Vou sentir eternas saudades, mas sei que você vai passar por aqui... Se cuide!

Com amor, Finnick Odair.

Reprime a risada mordendo o lábio inferior. Finnick Odair conseguiu agir menos chamativo do que um pavão.

Abri o segundo envelope. A carta era pequena.

Clove, suas pernas estão bem? Você já está conseguindo correr? Nós estamos com saudades. Adoramos você!

Annie O. Cresta e Gloss K, sua equipe de fisioterapia.

A letra ‘O’ antes do verdadeiro sobrenome de Annie me fez revirar os olhos. Quase que podia ver a morena suspirar ao ver Finnick.

Quando o nome de Cashmere surgiu, brilhando em letrinhas douradas, o deixei debaixo dos outros envelopes. Agora não é o melhor momento para drama.

[...]

O sol de fim de tarde da Califórnia insistia em brilhar contra meu rosto. A temperatura estava caindo aos poucos, mas apenas o suficiente para usar um pequeno casaco.

Minha mente está confusa demais. Eles acham simples jogar cada vez mais informações e obrigações para mim. Eu já não estava livre daquilo?

No lado esquerdo do meu rosto, praticamente escondida, uma cicatriz. Ela quase nunca aparecia o que me traz um falso alivio. Sua aparência não é das melhores, porém a dor que sinto quando as memórias decidem brotar em minha mente é inestimavelmente torturante.

Olhei para a casa atrás de mim. Era a casa dos pais de Cato. Ela continuava branca e inexplicável. Imagino como Eliza era impecável, além é claro, de ter uma beleza insubstituível.

A única vez em que vi uma foto sua, consegui entender da onde os “famosos olhos azuis” de Cato haviam saído.

Cato Waters.

Odiava esse nome. Odiava mais ainda o fato de não odiar nem um pouquinho.

Meus sentimentos voltavam a ser confusos outra vez, o que aumenta minha vontade de rasgar meu estômago e liberar toda aquela sensação. Um misto de sentimentos incogitáveis que trancam minha garganta. Não sei por que, mas pensar nele me traz algo assim.

Quando vi a maré subindo aos poucos, me alevantei e caminhei sobre a estrada que ai até minha casa. Alguns surfistas passavam por mim e sorriam fraco. Não pude deixar de sorrir de volta.

Clove Evans está de volta.

[...]

Minha mãe poderia estar prestes a parir seu filho que não se importaria em estar trabalhando. O bilhete que encontrei na minha cama só comprovou meu pensamento.

Passei meus dedos sobre meu edredom favorito até encontrar o que parecia ser uma caixinha preta. Na verdade, um baú.

Sentei sobre a cama e o abri.

Um pequeno álbum de fotos estava no centro. Meu nome, escrito em letrinhas vermelhas brilhante dava vida na capa marrom. Havia fotos minhas e de Cato. A maioria era de nossas mãos entrelaçadas e o seu sorriso... o melhor possível.

Um fio rosa segurava outras fotos que pareciam estar em uma ordem cronológica.

Eu sentada em uma sacada sorrindo de olhos fechados; Cato fazendo uma careta enquanto minha expressão permanecia seria; ele segurando minha mão no hospital. A última fez com que um barulho estranho saísse da minha garganta.

Cato chorava enquanto eu passava a mão sobre seu pescoço.

Não era a toa que Cashmere insistia em dizer que eu era uma garota de sorte.

Continuei a juntar todas as fotos encima da cama. Cada uma se ligava com a outra. Um papelzinho estava em baixo delas.

Esperei por você toda vida. Não seria problema algum esperar mais um pouco. Eu te amo para sempre.

Peguei o papel e forcei minhas pernas a seguirem um novo ritmo. Meus olhos ardiam e que quase não conseguia ver nada.

Subi os degraus de tijolos brancos e bati três vezes na porta. Quando ele abriu, não foi necessário mais que um segundo para me jogar em seus braços. Inalei seu cheiro inebriante de colônia.

– Clove. – Cato murmurou.

– Eu me lembrei, Cato – disse. – Me lembrei de tudo. Me lembrei de você. Eu sei quem você é!

– Mas você n...

Grudei minha boca a dele com uma urgência explicita. Sentir suas mãos em minha cintura, me puxando para mais perto de si fazia com que minhas pernas ficassem fracas.

– Senti tanto sua falta. Meu Deus, você não sabe o quanto. – falei, sentindo as ultimas lágrimas queimarem minha pele.

– Está tudo bem. Estou aqui agora.

– Você vai ficar aqui, não vai?

Cato suspirou, beijando minha testa. – Para sempre.

Sorri fraco. O papel em minha mão esquerda pinicou minha mão.

E agora, pensei.

– Eu te amo, Cato Waters. – sussurrei.

– Que bom! – Cato gritou, me beijando outra vez.

Nunca precisei tanto de alguém como preciso de você, nunca desejei tanto um sorriso como desejo o seu, nunca esperei tanto por um beijo como espero pelo seu…


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!