Capítulo XIII – I feel safe with you

Hermione Granger

Estava quase na hora de me encontrar com o Draco e eu ainda não havia tomado banho e nem me arrumado, então eu teria de me apressar. Terminei de jantar e voltei para o meu dormitório quase correndo, não podia negar que estava ansiosa para hoje à noite e um pouco nervosa também.

Assim que parei na frente do retrato da mulher gorda ela olhou para mim com aqueles olhinhos cor de âmbar e meio desconfiada perguntou:

— O que faz aqui há esta hora? Sempre fica mais um pouco depois do jantar, nunca é a primeira a chegar. – e percebendo seu abuso completou – Desculpe minha curiosidade.

— Não tem problemas. – sorri para ela – Eu preciso fazer umas coisas, então vim fazê-las antes que todo mundo chegue e faça a algazarra de sempre perturbando minha paz. – dei de ombros como se não fosse fazer nada demais.

— Entendi. – comentou ainda desconfiada, mas ergueu o queixo e disse de maneira que julgava ser superior – Sua senha, por favor.

Demorei um pouco para lembrar a senha, de tanto nervosismo e ansiedade que eu estava. Mordia minha língua, mexia no meu cabelo, fazia de tudo tentando me lembrar, até que chegou Lilá em meu encalço e disse:

— Olá Hermione. – virou para a Mulher Gorda e murmurou – Sapos de Chocolate.

Nem era tão difícil assim!, pensei indignada comigo mesma, mas dei de ombros e subi para meu dormitório onde Lilá entrava no banheiro e anunciava:

— Cheguei primeiro, então vai ter que esperar a sua vez. – sua voz saiu denunciando seu riso de vencedora no final.

E agora? O que vou ficar fazendo até lá? Ela demorava meia hora no banho e já eram quase nove, isso significava que eu teria menos de meia hora para me arrumar toda, então resolvi começar a adiantar meu lado separando uma roupa para eu vestir.

Abri meu malão e não encontrei muita coisa além de livros e uniforme, ou outras roupas que usava mais para outras ocasiões menos importantes, mas este era um caso de importância e eu precisaria de uma roupa decente.

Empilhei meus livros e me livrei dos uniformes, deixando apenas as roupas ali dentro, então o revirei e achei uma calça jeans que havia me esquecido que a trouxera para cá, então a coloquei em cima da cama e procurei por alguma blusinha, e encontrei uma que usava pouco, azul com uma corujinha estampada e a separei também. Agora só precisava de um casaco, já que usaria uma bota que eu tinha. Peguei uma blusa de lã, também azul, e a separei.

— Lilá vai logo que preciso tomar banho! – bati na porta com impaciência.

— Eu já vou sair. – gritou lá de dentro. Isso significava que ela nem havia se ensaboado ainda.

Revirei os olhos e sentei na beira da cama cruzando as pernas e apoiando meu queixo em minha mão, tamborilando meus dedos em meu queixo, um sinal de completa impaciência. Suspirei pesadamente e olhei no relógio que marcavam nove e vinte e cinco da noite, eu realmente precisaria ser rápida quando ela saísse.

Draco Malfoy

Eu estava terminando de me arrumar quando Blásio apareceu na porta e ficou observando-me piscando com os olhos freneticamente, deixando claro que queria alguma coisa.

— O que quer Zabine? – indaguei sem desviar os olhos do espelho onde arrumava minha roupa.

— O que? Não posso nem observar meu melhor amigo se arrumando para se encontrar com o amor da vida dele sem acharem que eu quero algo? – indagou com falsa indignação. Olhei para ele e revirei os olhos impaciente – Tudo bem! Eu queria saber se você pode me dar uma mãozinha com a Pansy. – disse entrando no dormitório e fechando a porta para que ninguém entrasse – Sabe como é, você a conhece melhor do que eu, e eu preciso fazer alguma coisa para impressioná-la.

— Precisa ser agora Blas? – indaguei, chamando-o pelo apelido que mais odiava. – Estou meio ocupado, não é?

— Tudo bem, pode ser amanhã de manhã. – deu de ombros jogando meu perfume que eu procurava.

— Obrigado. – disse passando um pouco. – Bom, como estou? – perguntei virando-se para ele.

— Está um gato. – piscou – Eu pegaria você se fosse mulher.

— Para com isso Zabine. – reclamei rindo. – Então eu vou indo.

— Boa sorte. – desejou-me.

— Vou precisar. – disse antes de fechar a porta atrás de mim.

Sai e fui até o sétimo andar esperar que ela se arrumasse para então leva-la ao lugar que eu queria que ela visse. Assim que cheguei em frente ao retrato da mulher gorda encostei-me na parede esperando que ela saísse por ali.

— O que faz aqui? – a Weasley perguntou assim que me viu ali parado.

Endireite-me e meio cauteloso lhe disse:

— Estou esperando a Hermione sair, eu a convidei para ir a um lugar especial comigo. – dei um sorriso fraco.

— Sério? Onde irá leva-la? – perguntou com uma animação inesperada.

E então lhe contei para onde iria levar, ela escutou com atenção e animação, e então me disse:

­— Harry nunca me levou para lugares assim. – e projetou um biquinho.

— Não pode contar para ninguém, tudo bem? Este lugar é meio que secreto. – dei de ombros.

— Não contarei. – sorriu.

— Não contará o que Gina?

Era ela. E estava linda. Não estava com uma roupa muito provocante, ou um vestido. Não. Ela estava com uma calça jeans justa e uma blusa de lã azul, como eu adorava aquela cor nela. Ela estava simples, mas isto a deixava incrivelmente linda, tanto que me perdi observando-a.

— Aonde ele irá te levar hoje à noite. – disse Gina maliciosa.

— Contou para ela e não contou para mim? – questionou com uma indignação fingida.

— Já lhe disse que é uma surpresa, então caso queira saber é melhor irmos logo. – disse-lhe sorrindo.

— Tudo bem. – sorriu animada – Até mais Gina.

— Até mais Hermione, Draco. – despediu-se de nós e entrou novamente pelo buraco do retrato da mulher gorda.

E então lá fomos nós. Em silêncio, até sairmos do castelo, que foi quando ela rompeu o silêncio.

— Não é no castelo? Sabe que não podemos sair do castelo essa hora da noite. – lembrou-me.

— Eu sei que não podemos e essa é a melhor parte. – ri, mas ela continuou séria – Não confia em mim Hermione? – indaguei sério, também.

— Confio. – disse como se fosse continuar, porém, não continuou. Depois de um longo tempo ela decidiu continuar – Não sei como explicar, mas de alguma forma que não entendo, me sinto segura com você. – disse meio envergonhada, e mesmo sob a luz da lua eu pude ver que ela corara.

Aquilo era muito bom de ouvir, saber que ela confiava em mim novamente, que ela se sentia segura comigo. Talvez não da mesma forma como antes dela perder a memória, mas já era um bom começo. E isso me dava esperanças de que ela se lembraria de mim, de nós. Ou pelo menos que eu poderia reconquistá-la.