Autora POV’s on:

Lucy permanecia na cama enquanto esperava por Natsu. Lucy pensava nas diversas explicações que Natsu lhe poderia dar, no entanto, nenhuma esclareciam aquele abraço que transmitia tanta felicidade pelo seu namorado. No entanto, havia uma parte de si que não conseguia acreditar que o seu namorado, aquele príncipe que a tinha salvo de todas aquelas chamas, arriscando a própria vida, aquele amável rapaz que tinha conhecido à poucos anos, a tinha traído assim. Lucy conhecia o Natsu demasiado bem, mas ela sabia o que tinha visto. Tinha visto aquela cena com os seus próprios olhos e aquele sentimento de impotência perante tudo aquilo, tornava amargava mais aquela visão, que por si só, não tinha nem um pingo de doce aos olhos de Lucy.

Tinham passado cerca de dez minutos. Dez minutos bastaram para Lucy arranjar milhares de explicações para toda aquela situação, porém estava ansiosa para ouvir a explicação de Natsu. Das milhares de explicações encontradas, ainda nenhuma preenchia os parâmetro para tornar aquele acontecimento aceitável.

Parando os seus pensamentos de súbito, Lucy ouviu alguém mexer na porta, calculou que fosse Natsu, afinal, só ela e ele tinham a chave daquela casa.

Natsu chegou extremamente sorridente, vinha com todos os ingredientes, cheio de energi para preparar uma ótima refeição. Todo ele trazia em sua volta uma aura repleta de felicidade. Lucy sentiu-se ainda pior com toda aquela alegria. Tinha ciúmes, sentia-se traída, sem puder fazer nada e parecia que toda aquela alegria só estava a fazer pouco dela e da sua inércia. Lucy nunca tinha sentido nada assim antes, talvez isso simbolizasse o quando ela ama Natsu, o amor tem os seus prós e contras afinal de tudo. Lucy tentou manter a calma para não começar a disparar tudo de uma única vez. Queria tentar dispersar a sua raiva, tentou então.

Natsu POV’s on:

Assim que cheguei a casa achei a Lucy super estranha. Não me disse nada. Eu fui meter os ingredientes que comprei à cozinha e ela nem me dirigiu a palavra, nem quando lhe disse “Cheguei!”, nada! Acho que vou ter com ela e ver se está tudo bem, talvez tenha dores ou esteja aborrecida.

– Olá minha princesa, precisa de algo, sua alteza do meu coração?

– Princesa? Alteza do TEU coração? O teu coração deve ser enorme, cheio de amor. – A Lucy disse-me isto com um ar péssimo. Está chateada. Chateada, com o quê?

– Sim, Lucy. Tu és a minha princesa e o meu coração é todo teu, tu és quem o preenche!

– DESCULPA? Não me venhas com essas desculpas. EU VI! – A Lucy gritou esta frase com todas as forças que tinha, ela não se pode esforçar tanto!

– Lucy acalma-te…

– Eu não me quero acalmar! – Ela nem me deixou acabar a frase!

– Lucy, ouve-me. Porque é que estás assim? O que é que viste?

– Eu vi-te abraçar aquela enfermeira, a Lisanna, todo contente. – A Lucy está prestes a chorar?

– Lucy, eu só estava a… Bem, eu… - E agora? Ela tinha que estragar a minha surpresa.

– Tu? Só? Só estavas a trair-me certo? Eu sabia que por eu ter ficado com esta maldita ferida tu ias trocar-me… Devia ter morrido no dia do acidente! Morrido! Ouvi…

Não a deixei acabar a frase, abracei-a, acariciei-lhe os cabelos louros e tentei acalmá-la. Ela já estava a chorar, não me perdoo por vê-la chorar, creio que eu também tenho umas lágrimas nos olhos.

– Lucy, eu nem quero imaginar essa hipótese, se tu tivesses morrido, a minha vida agora era à volta de quê? Estaria disposto a ser chateada e a chatear quem? Tu és uma tonta… Eu amo-te! É a ti que quero ver sorrir, é a ti que eu dou todo o meu carinho! Mais ninguém o recebe, entendes Lucy? – A cada palavra que dizia, abraçava-a mais forte e algumas lágrimas rolavam pelo meu rosto ao imaginar a possibilidade da Lucy ter morrido naquele incêndio.

A Lucy afastou-se devagar, colocou as suas mãos suaves à volta do meu rosto e olhou bem dentro dos meus olhos, como se quisesse ler a minha alma, esquece-se que é a pessoa que melhor me conhece.

– Natsu, eu amo-te, mas não aguento que me trates assim… Diz-me só, porquê?

Soltei um leve sorriso quando a Lucy me fez aquela pergunta, retirei as mãos dela da minha cara e agarrei firmemente nelas.

– Lucy, sua estranha desmancha prazeres… A Lisanna é irmã da Mirajane, a rapariga da Fairy Jewels, o Elfman também é irmão delas. Quando eu estava no hospital a Lisanna descobriu que tu eras minha namorada e que estavas extremamente ferida. No entretanto, eu tinha feito uma encomenda na Fairy Jewels, mas como não estou a trabalhar agora, não a posso pagar já. Essa encomenda é muito importante para mim, então a Lisanna, contando o que se passou contigo pediu a todos os nossos amigos que me ajudassem a pagar… Eu soube disto ainda agora, quando me viste abraçado à Lisanna, estava tão feliz que tive que abraçar, mas não passou disso, um mero abraço de felicidade, juro-te, juro pelo nosso amor!

Lucy POV’s on:

Consegui perceber que o Natsu estava a dizer a verdade, ele é péssimo a mentir, nunca conseguiria inventar uma mentira tão elaborada assim… Fico muito mais aliviada, mas ainda não percebo uma coisa.

– Natsu, tenho que perguntar, que encomenda é essa? – É o único ponto que não entendo, como pode haver tanta alegria por uma mera encomenda.

– Estava com esperança de que não fizesses essa pergunta… Bem, primeiro tenho que te fazer eu uma pergunta.

– Está bem, diz. – Mas o que será?

Natsu POV’s on:

Isto foi tudo muito imprevisto, mas é este o momento.

Saí da cama onde a Lucy estava, ajoelhei-me perto da cama, agarrando as mãos de Lucy. Ela estava com um ar muito confuso. Estava sentada na cama a olhar para mim de forma muito estranha e confusa.

– Lucy, faz muito tempo desde que te comecei a amar, tu tens sido o sol que ilumina a minha vida, tive medo que a tua luz se apagasse no dia daquele acidente, vou fazer de tudo para te proteger. Ainda me sinto culpado por não ter estado lá ao teu lado, mas isso não se vai repetir. De agora em diante quero estar sempre ao teu lado, em todos os momentos da nossa vida, quero provar o quanto te amo, o quanto a tua beleza transcende até a beleza da própria natureza, o quanto a tua bondade supera a da maior parte das pessoas, o quanto o teu sorriso me faz feliz, para te provar isso, só te quero perguntar uma coisa. Lucy, queres casar comigo?