Felicidade Envolve Loucura escrita por Thais Santos


Capítulo 20
Capítulo 20


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora amooores!!! Leiam o cap. com carinho ok? Aaaah, e não esqueçam de comentar, juro que não mordo. Talvez não muito :3



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Ágata

Depois do vexame que papai dera na sala, resolvi seguir o conselho de Luce e convidar meus amigos a subirem para meu quarto. Ele não estava muito organizado, mas era o que tínhamos para hoje.

– Bem... Sintam-se à vontade. – eu disse por fim.

Então como bons e educados alunos estudiosos, eles se sentaram na mesinha de estudos, com a intenção de estudar sério. Uh? Você acha mesmo? Óbvio que não. Quando eu pedi para que se sentissem à vontade, Denis foi direto mexer no meu álbum de fotos antigas, Ogawa e Ran foram junto, é claro que não com a mesma empolgação que o amigo.

Como eu não conseguia botar ordem dentro da minha própria casa, eu sentei na minha cama, e Sawa também o fez, em silêncio. Eu sabia que algo estava muitíssimo errado, mas prometi que não tocaria no assunto até que ela estivesse pronta para desabafar.

– Ei Ágata! QUE MENINO É ESSE AQUI?! – Gritou Denis, me fazendo dar um pulo. Ele segurava uma foto minha com meu primeiro namorado, Edmundo. Sem hesitar eu disse:

– Edmundo.

– QUEM?????

– Meu primeiro nam...

O menino ficou roxo de tanto ciumes.

– Denis pare com isso AGORA! – Eu gritava de volta. – Com que liberdade você mexe nos meus pertences e ainda grita dessa maneira? Aqui é minha casa Denis, seu idiota! – Então eu tomei a foto da mão dele.

Olhei na direção de Ogawa, que evitou o contato visual. Droga... Mas, antes que eu pudesse me desculpar e responder corretamente à pergunta daquele imbecil, ele achara outra foto.

– O que aconteceu com vocês aqui...?

Na foto, eu estava no hospital, com o ombro enfaixado, o rosto e os braços cheios de marcas roxas, e mesmo assim, eu sorria. Luce estava no mesmo quarto que eu, também com hematomas, mas com o pescoço enfaixado. Nada de sorrisos.

– Nada... – Respondi, tomando a foto da mão dele novamente, e tentando não chorar ou dar explicações sobre aquele momento a alguém. Eu queria me guardar, assim como Sawa, e dizer somente quando estiver pronta. – Luce... Pode entrar.

Ao ouvir isso, do outro lado da porta, Luce praguejou, mas adentrou o quarto mesmo assim.

– Eu só fiquei curiosa... – E quando viu a foto que eu segurava (a do Edmundo, porque a outra eu já escondera), sorriu e comentou – Ele era engraçado... – E então me encara. – Quer dizer... Desculpe.

Eu sorri de volta, e ordenei aos demais que se organizassem para que estudássemos logo, ao invés de ficar enrolando. Luce ficou estudando um pouco também.

~ Mamãe grita ~

– Venham almoçar queridoooooooooossssssssss!!!!

Eu balancei positivamente a cabeça, e então fomos saindo do quarto. Quando eu ia saindo, Ogawa segurou em meu braço.

– O que aconteceu com ele...? Ãh, mas só fale se você...

– Não, tudo bem. – Eu forcei um sorrisinho. – Ele terminou comigo, há um ano e seis meses atrás. Dizia que me amava, que não queria me magoar ou me decepcionar... Mas aí, no dia seguinte, descubro que ele morreu. Ele tinha câncer, Ogawa. Eu fiquei arrasada por não saber daquilo, mas feliz por saber que, de alguma forma, eu fiz a diferença na vida de alguém.

Talvez não era aquilo que ele esperava ouvir, mas ele me abraçou e sussurrou “Sinto muito, meu anjo”. Foi reconfortante.

– Bem... O almoço...

– Claro, vamos.

Descemos, e durante todo o banquete pude perceber que Ogawa e Sawa não se sentiam muito bem... Horas depois, eu me vi dando adeus a meus amigos, sorrindo e desejando um ótimo fim de dia, e fim de semana também.

Segunda-feira...

Quando chegou a tão esperada segunda-feira, eu estava muito empolgada para reencontrar meus amigos e perguntar como estavam. O dia amanhecera quente, então vesti um short com detalhes rasgadinhos, uma blusinha regata cinza e um All Star. O cabelo hoje estava ondulado e solto, ponto pra mim. Luce veio logo depois, usando um short também, mas usava uma camisa caidinha, da banda Asking Alexandria e mantinha os cabelos soltos também. E All Star. E Skate, para ela e para mim.

Chegando à escola, Nyah, esperamos Ran, Sawa, Ogawa e Denis, como combinado. Como Luce não estava mais se falando com Caio, e estava confusa quanto a Soo, então ela ficou comigo.

– E aí Ágata, Luce. – Cumprimentou-nos Ran e a turminha toda. Êêba!

Ran usava uma camisa branca, com outra camisa, xadrez, por cima. Uma calça jeans azul e, adivinha? All Star, nossa marca registrada (A.S).

Ogawa estava ao seu lado, e usava uma camisa de botões azul-céu (estava aberta até o terceiro botão, revelando uma pequena parte de seu peito escultural...), uma calça jeans também azul, e A.S.

Denis era babaca, por isso estava sem camisa, de bermuda e A.S. também. Já Sawa usava um vestido bege que ia até os joelhos, E A.S. – acostumem-se com isso. Todos, menos Luce, estávamos tentando escapar do preto por causa do sol de matar.

– Sawa, Ogawa, sábado vocês estavam meio que... Distantes... – Comentou Luce. Eu dei um beliscão nela, e sorri.

– N-não... – Tentou dizer-nos Sawa. – É que... A família de vocês... Ela é tão calorosa e feliz, tão unida... O pai de vocês nos tratam com carinho, apesar daquele feito engraçado. É isso que faz a diferença. Ele não é severo, mas se preocupa com vocês...! Então... Eu não me senti à vontade na presença de uma família tão... Perfeita...

~ Um minutinho em silêncio... ~

– Então é isso? – Perguntei, chocada, olhando de um para outro (Sawa e Ogawa). – Vocês não estavam se familiarizando àquele ambiente...?

– Claro! – Sawa atacou de novo. – Você não tem um pai que exige demais de você, que nunca está presente e mesmo assim te critica! Desculpe por não ser como você.

Eu não esperava aquele tipo de atitude dela, mas ela estava sofrendo, e achei que fosse a hora de ser sincera com eles. Ogawa não disse uma palavra sequer, apenas olhava na minha direção.

– Nem sempre fomos uma família tão unida assim. Aquele homem careca e feliz, bem... Ele é meu padrasto. - Eles pareceram um pouco chocados. Olhei para Luce, que estava quase chorando, mas concordou para que eu prosseguisse. Atrás dela, Caio apareceu, quieto, apenas ouvindo. - Meu "pai", o biológico, maltratava mamãe sempre que podia. Sempre que bebia. Ela não se separou dele porque não tinha lugar para ir com duas crianças.

"Nossa avó era doente, e ela não queria preocupar a mãe tanto assim. Mas, ouvir aqueles gritos todos... Me angustiava. Eu ficava decepcionada comigo mesma por saber que uma criança de 12 anos não tinha uma força tão grande quanto a de um velho bebum de 30. Mesmo assim, uma noite, ele ameaçou esfaquear ela, e aquilo foi demais para mim e Luce. Eu subi em uma cadeira e dei uma ombreada nele, enquanto Luce montava em suas costas e dava-lhe uns socos bem dados... - Eu me permiti um sorrisinho amargo.

"Mas ele era forte. E estava armado. Me esfaqueou no ombro - eu mostrei a cicatriz - e Luce, no pescoço. - Ao lado dela, Caio se espantou, enquanto minha irmã não se continha e chorava, muito. - Sabe a foto...? Então, espero ter respondido à sua pergunta, Denis. Nem sempre fomos tão felizes, e passamos mal bocados para chegar aqui.

"Depois daquele episódio, fomos parar no hospital, mamãe o processou e fomos morar com minha avó, que morreu meses depois. Aquele homem careca... - Eu soluçava. - Conheceu minha mãe quando ela conseguiu o emprego que ele perdeu."

Todos ficamos em silêncio por alguns minutos, até que Caio não aguentou ver Luce naquele estado e a levou para longe. Eu não esperava ter magoado Sawa ou Ogawa por dizer aquilo, porque eu só queria que eles não se culpassem pelo que estava acontecendo com eles no momento, porque o amanhã pode ser melhor...


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Notas finais do capítulo

Ficou meio deprimente este cap., e eu não gostei - sinceramente, os capítulos da Luce são os melhores, não são? Comentem o que acharam :3



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