Vingue-se Ou Morra. escrita por Holden


Capítulo 25
Acampamento dos desastres. -- Parte final.




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Gente como sou uma pessoas muito legal estou postando o último capítulo hoje :) (mentira é pq meus parentes vão chegar e não gosto de escrever com gente me olhando.) Queria agradecer a todas as leitoras, em especial às que comentaram, favoritaram, acompanharam e recomendaram =D Em especial minha vó... Minha vózinha Elisa (reconhecem esse nome? kkk) Obrigada pessoal, vcs nunca irão sair de mim. Espero que Vingue-se Ou Morra tenha marcado vocês como me marcou. Ainda não respondi os capítulos do capítulo passado, pois ou eu respondia ou escrevia o capítulo. Mas irei responder todos a noite, inclusive os desse capítulo. Seria legal se os fantasminhas dessem as caras, afinal é o último capítulo. Boa leitura a todos ♥

Capítulo 25 (final)

Carter.

A comemoração da minha vitória acabou logo após o toque de recolher. Foi bem legal e tudo mais… Porém, não foi tão completo assim. Sim, eu esperava que ela viesse. Me desse parabéns e talvez eu até pedisse desculpas pela forma que a tratei. Se Elisa me escondeu o fato sobre Judy, é por que teve um bom motivo.

Quero acreditar nisso.

Estava chovendo muito e a ruiva ficou de se encontrar comigo no quarto masculino, entretanto, não havia chegado até agora. Um relâmpago cortou o céu de forma feroz, iluminando tudo por breves segundos e finalmente resolvi ir atrás dela.

Abri a porta, fechando-a com cuidado para não acordar os demais garotos e saí. Os corredores estavam escuros e gelados, e ver alguma coisa se movendo de frente aquela escuridão era algo quase que impossível.

— Judy? — indaguei quando senti passos largos em minha direção. — É você?

O corpo se aproximou de mim lentamente, e notei que um sorriso largo tomava conta de seus lábios.

— Sou eu sim. — murmurou próxima a mim. Sua mão se encostou a meu rosto, e logo me arrepiei. Ela estava molhada e gelada. Passei a mão por seu braço, e suas roupas também estavam encharcadas.

— Você estava lá fora? — inquiri com a voz firme. — O que estava fazendo lá?

— Relaxe. — agora sua voz estava mais próxima de meu rosto, e sua respiração mais pesada. — Fui só tirar uma pedrinha do nosso sapato.

Aquelas palavras fizeram meus olhos se arregalarem, e um frio percorrer minha espinha.

— O que você fez? — questionei com certa frieza na voz, agora segurando seu pulso com firmeza. — Diga!

— Ei, ei, calma. — ela tentava se esquivar de mim, entretanto não deixei. — Foi só uma brincadeirinha, nada que vá machucá-la. — seu timbre estava doce, e seus lábios carnudos percorreram minha bochecha. — Não vai me convidar pra entrar?

Nada que vá machucá-la.

Por que eu estava com uma impressão horrível disso?

— Garota, se você não me disser o que fez pode esquecer meu quarto por hoje. — exigi um pouco trêmulo, o que estava acontecendo comigo?

— Porra, Carter. — não estava a vendo muito bem, porém tive certeza que seus olhos rolaram. — Só joguei aquela nojentinha na piscina, logo, logo ela sai de lá.

— Defina nojentinha. — não percebi, mas estava quase gritando.

— A tal da Elisa. — me respondeu finalmente, com indiferença. — Agora posso entrar?

— Você é idiota? — berrei empurrando seu corpo para o lado. — ELISA NÃO SABE NADAR, MALDITA!

— O-o que? — minhas palavras pareceram acertar seu estômago. — Eu… Eu não sabia… CARTER!

Sua voz clamava meu nome, contudo já estava correndo de forma desesperada entre aqueles corredores mal iluminados do acampamento. Era como se eu não tivesse mais controle sobre meus pés, e o desespero já tomava conta de mim.

Finalmente me vi fora daquele lugar. Gotas violentas da tempestade castigavam meu corpo, e trovões não paravam de soar entre o céu. Continuei com a corredeira, quase tropicando sobre o gramado molhado e escorregadio. Nunca chegar a algum lugar levou tanto tempo.

Aproximei-me na borda da piscina e percebi que um corpo boiava sobre as águas. Um aperto tomou conta de meu peito e não pensei duas vezes em pular ali com roupa e tudo. Meus braços rasgavam as ondas e quando entrelacei meus braços no corpo de Elisa, notei que seus lábios estavam roxos e uma palidez fora do normal fustigava sua pele.

Coloquei-a no chão, já fora da piscina, batendo freneticamente em seu rosto. A garota não me respondia e também mal se mexia.

— Elisa! Droga! Acorda! — desisti de bater sobre sua face, agora apertando seu nariz e levando meus lábios a sua boca. Tentei sugar a água que tomava conta de seus pulmões e fiquei esperando a mesma acordar. Seus lábios retornaram a cor, entretanto a mesma continuava desmaiada.

**

Elisa.

Os raios solares já batiam contra meu rosto, fazendo com que meus olhos ardessem instintivamente. Abri-os com raiva, e só então percebi que estava sozinha em um quarto estranho. Na verdade ele era composto por madeira maciça, e tinha uma clareira branca grudada na parede, estava um pouco frio confesso, e seria melhor se ela estivesse acesa. A cama era grande no estilo século XIX e lençóis brancos e bonitos se encontravam ao redor de meu corpo. Havia apenas uma janela, e ela transmitia os raios quentes ao meu rosto.

Preparei-me para levantar-me, e só então percebi que estava apenas com as roupas de baixo. Ok. Aquilo sim estava estranho.

Uma tontura tomou conta de mim e lembrei-me das imagens de ontem que passavam rapidamente em minha cabeça. Judy. Piscina. Chuva. Desespero. Algo me retirando da piscina.

Nem quando eu não queria, conseguia me meter em furadas.

Sou acordada desses pensamentos estranhos quando a porta do quarto é finalmente aberta. Revelando um… Carter? Merda.

O loiro vestia um agasalho pesado e estava com toras na mão. Fechei meus olhos novamente e seus passos iam se distanciando. Logo notei que o ambiente estava quente novamente, e concluí de que o mesmo acendeu a clareira. Não aguentei mais fingir que estava dormindo, e acabei jogando os lençóis para o lado, chamando a atenção do garoto.

— Vejo que já acordou. — afirmou enquanto se aproximava de mim, com uma muda de roupas nas mãos. Seus fios estavam desalinhados e a ponta de seu nariz estava vermelha, os lábios comprimidos em uma linha fina e mais sério impossível. — Tome. — apoiou os braços em minha direção, esperando que eu pegasse as roupas.

— Onde estamos? — perguntei zangada, ignorando seu pedido. — E o que eu faço aqui?

— Não se lembra? — retrucou sentando-se na ponta da cama. Meneei a cabeça negativamente. — Lhe salvei ontem à noite e não podia voltar ao chalé com você desmaiada e toda encharcada. Lembrei que na trilha havíamos passado perto dessa casa, e ela era do antigo dono do acampamento, que faleceu há alguns anos atrás.

— Vo-você… Salvou-me? — murmurei sem acreditar em suas palavras anteriores.

— Foi o que eu disse. — esclareceu com um começo de sorriso surgindo no canto dos lábios. — Aqui, se vista, está muito frio. — jogou as peças em minha direção.

Encarei seus olhos azuis, com certa mágoa dentro de mim.

— Por que está fazendo isso? — sussurrei com os olhos um pouco embaçados. — Você mesmo disse… Que tudo estava bem antes de eu aparecer. Ás vezes… Não consigo te entender. — confessei.

O Singleton bufou, levantando-se do final da cama e aproximando-se de mim no momento seguinte. Era incrível como reconhecia aquele perfume em qualquer lugar. Sua proximidade fez com que eu recuasse um pouco, mas antes disso, suas mãos se moldaram atrás de minha cabeça, fazendo com que nossas testas se encostassem. Pude sentir seu nariz gelado em mim e sua respiração quente e mentolada batendo sobre minha face.

— Eu… — começou um pouco hesitante. — Me desculpe, ta legal? Agi por impulso, não deveria ter gritado contigo. Judy foi um erro… Um erro que quase matou você. — havia tristeza em seu timbre, e meu coração se acelerou dentro do peito. O garoto havia agido como um imbecil e me ignorou o acampamento inteiro, não era certo perdoá-lo dessa maneira… Era?

— Você é o maior babaca que eu conheço. — empurrei-o para longe de mim. — Como pode me pedir desculpas e achar que tudo estará bem depois disso? — trovejei.

— Você não precisa me perdoar se não quiser. — riu do meu ataque de fúria se levantando e soltando minha cabeça no momento seguinte.

Na verdade eu queria perdoá-lo. Queria muito. Mas na minha mente isso não parecia certo.

Ah, quem se importa com a mente?

— Carter, você é um idiota. — comecei. — Mas um idiota que salvou minha vida, acho que… Tu merece mais um voto de confiança… só mais um! — cruzei os braços esperando que ele dissesse alguma coisa.

Entretanto, o bestão ficou ali parado. Quieto.

— Não vai dizer nada? — cheguei perto de seu corpo um tanto zangada pelo silêncio.

— O que você quer que eu diga? — o mesmo se aproximou de mim, passando lentamente a almofada do dedão sobre meu rosto, acariciando-o. Eu não esperava aquilo, mesmo assim não me movi.

Dei de ombros.

— Não precisa falar nada. — murmurei com indiferença. — Não esperava menos de voc… — antes que eu pudesse ofendê-lo ou qualquer outra coisa, seus lábios já estavam encaixados nos meus. Fiquei estática por um momento, mas depois o correspondi.

Era um beijo diferente dos outros. Calmo, simples e devagar.

Uma onde de espasmos se alastrou pelo meu corpo. Suas mãos se infiltraram no meu cabelo, colando-me ainda mais a ele. Seus lábios robustos e macios se infiltravam perfeitamente com os meus. Sua língua pedia passagem pela minha boca, que eu prontamente atendi. Cada toque… Cada sensação… eram únicas.

Lembrei-me que estava apenas de calcinha e sutiã, quando os dedos ágeis do garoto passaram de forma extasiante sobre as minhas costas, massageando as linhas da peça de roupa. Meu rosto se ruborizou e um vermelho gritante tomou conta de minhas bochechas. Acho que o mesmo entendeu, e separou nossas bocas, ofegante.

— Desculpe. — murmurou no pé de meu ouvido.

Chacoalhei a cabeça de forma negativa, como se recusasse seu pedido.

— Tudo bem. — sorri, erguendo seu queixo e o olhando nos olhos. — E-eu quero isso. Mais que tudo na minha vida.

Carter a princípio assustou-se e quando finalmente digeriu a informação, acariciou meus cabelos sussurrando perto de mim:

— Está tudo bem.

E bem… Aconteceu.

Não do jeito que acontece nas novelas ou nos filmes, até mesmo nos contos de fadas. Aconteceu do nosso jeito.

Foi uma coisa calma, indolor e espontânea.

Os toques do garoto me arrepiavam de maneira violenta, e se eu tivesse a oportunidade de pausar aquele momento… Bem, definitivamente eu o faria. Meu coração palpitava de forma violenta, quase anormal dentro de mim. Enquanto Carter parecia lidar muito bem com a situação.

E foi ali, naquela casinha, naquele momento… Que descobri que amava aquele gorila insensível. Amava-o tanto que só de pensar, uma onde de frio circulava pela minha espinha. Era assim que os casais normalmente se sentiam?

Casais… É… Gostei disso! Nós definitivamente éramos um casal.

**

Sete anos depois…

Preparava a mesa de jantar, esperando o advogado chegar em casa. Coloquei um vestido azul claro que achei que cairia bem em mim e joguei pétalas de rosas pela cozinha, acendendo algumas velas. O interfone finalmente tocou, e corri para abrir o portão com o controle remoto. Escutei nosso carro sendo estacionado na garagem, e sorri. Desliguei as luzes, e corri para me sentar em uma cadeira perto da mesa.

Suas chaves finalmente destrancaram a porta, e creio que o mesmo se assustou pelo silêncio da casa.

— Elisa? — seu timbre grosso e um tanto rouco chamou por mim e dei algumas risadas baixinhas, fazendo com que Carter caminhasse até a nossa cozinha.

— O que está fazendo? — indagou com confusão, colocando sua maleta no balcão. Ele vestia seu terno preto como de costume e sapatos sociais. Seus cabelos estavam jogados para trás com gel, e aquelas órbitas azuis pareciam nunca perder aquele brilho que eu tanto amava.

— Preparei o jantar. — sorri me levantando, e puxando a cadeira para que o mesmo se sentasse. A princípio, meu Singleton estranhou, mas logo acatou minha ordem. Peguei uma bandeja de comida tampada, colocando a sua frente. — Por que não abre?

Com as mãos trêmulas, tirou a tampa prateada da frente, deixando a mostra o que eu tanto queria. Um sorriso se alastrou de seus lábios vermelhos, quando bateu os olhos nos sapatinhos de bebê azuis em cima da bandeja. Levantou-se desesperadamente ficando de frente a mim.

— V-você… Está… Está… — gaguejou e eu o interrompi.

— Grávida? Sim. — passei as mãos pela minha barriga que ainda não continha rastros de crescimento, pois estava somente de algumas semanas. — Gostou da surpresa?

Seu olhar de confusão havia sumido, e agora ele parecia gritar de felicidade com os olhos. Segurou levemente minha cintura, depositando um beijo calmo e suave sobre meus lábios.

— O que acha de começarmos a escolher os nomes? — sugeri.

— Sabe que eu te amo, né? — ignorou minha proposta, segurando meu queixo, fazendo com que eu o fitasse intensamente.

— Sei sim. — confessei. — Pra sempre?

— Pra sempre.


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